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16 de mai. de 2009

Florbela e Pablo num dia de pneumonia

Eu, Psique, com pneumonia, garimpei esses autores esplêndidos para ler num clima frio.

A nossa casa

A nossa casa, amor, a nossa casa!
Onte está ela, amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
Onde está ela, amor, a nossa casa?
O bem que neste mundo mais invejo.
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa.
Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jadim,
Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Florbela Espanca


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TRECHOS DE POEMA DE PABLO NERUDA


Menina morena e ágil, o sol que faz as frutas
o que madura os trigos, o que retorce as algas,
faz teu corpo alegre, teus luminosos olhos
e tua boca que tem o sorriso da água...


...Tu brincas com o sol como com um arroio
e ele te deixa nos olhos dois escuros remansos.


Menina morena e ágil, nada a ti me aproxima.
Tudo de ti me afasta, como do meio-dia.
És a delirante juventude da abelha,
a embriaguez da onda, a força da espiga.


Meu coração sombrio te procura...
e amo teu corpo alegre, tua voz solta e delgada
Borboleta morena doce e definitiva
como o trigal e o sol, a papoula e a água.

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