Ler as famosas cartas de amor de artistas consagrados pode ser revitalizante...
me emocionam e me transportam para um mundo cheio de poesias e canções.
O romance de Abelardo e Heloísa é um desses exemplos. Abelardo fala de seu amor em sua Historia Calamitatum (História das minhas calamidades), escrita provavelmente em 1132.Como professor de Heloísa, Abelardo vai descobrindo um amor verdadeiramente intenso: "E quanto
mais essa volúpia me dominava, tanto menos eu podia
consagrar-me à filosofia e ocupar-me da escola. Para mim
era muito aborrecido ir à escola ou nela permanecer, como era, igualmente, muito difícil para mim ficar em pé, enquanto dedicava as vigílias noturnas ao amor e as horas diurnas ao estudo. As aulas, então, tinham em mim um expositor negligente e indiferente, de tal modo que eu já nada proferia servindo-me do engenho, mas repetia tudo mecanicamente, e já não passava de um repetidor dos meus primeiros achados e, se fosse possível ainda achar algo, seriam versos de amor e não os segredos da filosofia. Depois da separação:
Nenhum de nós se queixava do que acontecera a si mesmo e sim ao outro; nenhum de nós chorava os próprios infortúnios, mas sim os do outro. Entretanto, essa separação dos corpos tornou-se o maior fator de união de nossas almas e, por se lhe negar satisfação, mais ainda se inflamava o nosso amor, e a impressão da vergonha passada despojou-nos mais ainda do pudor, e tanto menos ela se fazia sentir quanto mais a ação nos parecia ainda mais conveniente."
Um amor além da limitada dimensão física...além da calamidade!
Por hoje é só pessoal!
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