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MUITAS PESSOAS tremem ao ouvir seu nome.
Sentem arrepios só de pensar no homem que se autodenominou A
Besta: 666 - Aleister Crowley. Mas nem tudo sobre o temido
personagem relaciona-se ao culto do chamado "lado negro do misticismo".
Na verdade, além de romper com o dogmatismo de sua época, Crowley
teve um papel importante na inauguração de uma nova fase do pensamento
mágico, gerando controvérsias que serviriam como base para o nascimento de
toda uma geração de ocultistas a partir da década de 1940 e inspirando
muitos jovens a buscar as artes mágicas.
Edward Alexander Crowley veio ao mundo
em 12 de outubro de 1875, na cidade de Leamington, Inglaterra. Seus pais
eram sócios dos Irmãos Plymouth, o que lhes rendia um considerável ganho
para os padrões da época - dinheiro que, mais tarde, seria herdado pelo
bruxo, possibilitando que se dedicasse em tempo integral aos seus estudos.
Um fato importante para entender a história
desse estudioso do oculto é a crença de seus pais. Sendo puritanos cristãos,
impunham a ele toda sorte de preconceitos e tabus relativos às suas crenças
e, como resultado, o jovem cresceu com uma educação bíblica completa, que
incluía conhecimentos das línguas antigas, como o grego e o latim. Durante
seus estudos, ele também entrou em contato com as filosofias antigas e,
claro, com a magia.
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Um fato importante para entender a história
desse estudioso do oculto é a crença de seus pais. Sendo puritanos cristãos,
impunham a ele toda sorte de preconceitos e tabus relativos às suas crenças
e, como resultado, o jovem cresceu com uma educação bíblica completa, que
incluía conhecimentos das línguas antigas, como o grego e o latim. Durante
seus estudos, ele também entrou em contato com as filosofias antigas e,
claro, com a magia.
Contudo, um fato acionou a veia de Crowley
para o oculto e deu vazão à sua rebeldia. Quando tinha seus acessos de
inconformismo, naturais da juventude, mas inaceitáveis ao puritanismo
vitoriano, sua mãe costumava chamá-lo constantemente de "a grande besta".
Numa dessas oportunidades, sua curiosidade se despertou e ele foi procurar a
passagem sobre o tema na Bíblia.
vez de se horrorizar, ficou fascinado e
concluiu que era essa a razão pela qual ninguém o entendia. Desde então,
passou a se autodenominar A Grande Besta: 666.
Com a morte do pai e o peso da figura materna
em sua vida, Aleister desenvolveu um profundo desdém por todas as
instituições, em especial as de caráter religioso e moralista, tornando-se
um arquiinimigo de tudo que representava repressão da sociedade em relação
ao indivíduo.
Sua natureza rebelde começou a encontrar eco
no descontentamento da intelectualidade da época e, no final da era
vitorjana, teve contato com a efervescente nata cultural dos últimos anos do
século 19 e início do 20.
Com a morte da mãe, Crowley herdou uma
fortuna que, mais tarde, quando passava por dificuldades financeiras, foi
reforçada por outra herança de uma tia. Isso lhe garantiu uma vida de luxo e
sem necessidade de trabalho desde os 21 anos até a sua morte, aos 72. Nesse
trajeto e com a fortuna que ganhou, dedicou-se em tempo integral ao estudo
das artes mágicas, absorvendo conhecimentos que o tornariam uma das
personalidades mais conhecidas no mundo ocultista.
O mago estudou no tradicional Trinity
College, onde era considerado um excelente aluno, além de grande atleta.
Isso lhe deu um grande destaque e o ajudou a abrir as portas para sua
entrada em Cambridge, facilitando seu acesso ao mundo acadêmico e ao contato
com a ordem mística Aurora Dourada.
CROWLEY FOI CONVIDADO A ingressar na
ordem Golden Dawn (Aurora Dourada), e que causou um verdadeiro racha na
organização. De um lado, encontrava-se Samuel Liddell McGregor Mathers
(1854-1918), que insistia em conceder a iniciação a Crowley, pois via
nele potencial para ser um grande mago; do outro estava o intelectual
William B. Yeats (1865-1939), que via com preocupação o seu comportamento
rebelde e tinha receio dos resultados que uma personalidade como a dele
poderia provocar aliando a magia a sua já famosa imoralidade. Yeats até
afirmou que a Ordem não era lugar para curar a rebeldia de ninguém.
Depois de ingressar na sociedade secreta a
qual ele considerou frustrante, como relatou mais tarde, em questão de meses
Aleister ascendeu a vários graus, sendo informado que os mistérios
mais profundos da ordem somente seriam transmitidos quando atingisse o
Décimo Grau. Com sua rápida subida, os membros da ordem decretaram que ele
teria de passar vários meses antes de seguir adiante dentro das estruturas
da Aurora.
Incapazes de conter a impaciência do jovem,
seus dirigentes declararam ser capazes de fazer tudo que as lendas contavam,
desde levitar até voar em vassouras e conjurar tempestades, mas que tudo
isso estava aquém da dignidade da Aurora Dourada. Nesse instante, Aleister
chamou todos de "uma assembléia de idiotas" e estava disposto a ir embora
quando encontrou Allan Bennet (1872-1923), um jovem que afirmava ter o
segredo para invocar espíritos do outro mundo.
Entre eles iniciou-se uma amizade que
envolveria a ambos de forma interessante, pois foi nesse momento que a vida
mágica de Crowley ganhou novo alento. Ele afirmava ter conseguido invocar um
grande número de demônios, embora alguns duvidem disso em virtude de, no
mesmo período, ter começado seu envolvimento com drogas alucinógenas, das
quais se tornou um contumaz consumidor.
A verdade é que o contato com a Aurora Dourada
e com McGregor Mathers foi produtivo para a mente ativa de Crowley.
Foi lá que ele tomou conhecimento de dois cânones do mundo mágico ocidental:
As Clavículas de Salomão e o Livro Sagrado de Abramelin, este considerado
uma das obras mais avançadas do estudo mágico e forças astrais. Segundo
consta, Crowley inclusive realizou as operações descritas no livro e
elas teriam gerado os eventos que culminaram com sua viagem ao Egito.
Seu relacionamento passou a se tornar cada vez
mais tenso dentro da Ordem, principalmente quando começou a desenvolver uma
série de atividades que o colocaram em choque com McGregor Mathers, situação
agravada após sua mudança para a Escócia, pois não gostava de receber
orientações e determinações: ele simplesmente ignorava as ordens de seus
superiores. Isso o levou a cortar relações com Mathers aproximadamente em
1904.
Depois do rompimento, uma turbulência agitou a
sociedade secreta, causada por uma disputa de poder entre os frateres.
Crowley voltou para tentar acertar as coisas, mas sem sucesso, o que
o deixou desiludido quanto ao futuro da Aurora. Abatido, o ocultista
abandonou a Inglaterra e iniciou um longo período de buscas, que o levou da
América e México ao Extremo Oriente, por fim retornando à Europa e se
fixando em Paris.
Nessa época, sua fama já havia atingido grande
parte do mundo das ciências ocultas e, ao saber de sua estada na cidade luz,
diversos ocultistas o procuraram. Ele se sentia em seu território, o centro
das atenções de uma sociedade pensante e filosófica que abundava nos cafés
parisienses e discutia assuntos esotéricos com naturalidade algo que
Crowley achava extremamente excitante. Nessa ocasião, ele se casou com
Rose Kelly (1874-1932), que iria mudar radicalmente sua visão do mundo
mágico ROSE KELLY ERA IRMÃ DE Si r Gerald Kelly (1879 -1972), famoso pintor
da época, e isso combinava perfeitamente com a imagem de Crowley,
considerado um homem cobiçado e de alta estirpe. Kelly, porém, passou
algumas dificuldades com o marido devido ao consumo de drogas e a uma vida
que transitava pelas diversas facetas da sensualidade humana. A jovem
experimentou algumas drogas e se tornou uma dependente em pouquíssimo tempo.
Só que seu papel seria mais amplo na história do ocultismo. No ano de 1904,
Crowley estava com a esposa no Egito quando ela teve uma série de
revelações que resultaram no Liber Legis, ou Livro da Lei obra que é a base
de toda a doutrina que culminaria com o surgimento do movimento "thelernista",
os seguidores de Crowley.
Porém, segundo alguns historiadores, todos
esses fatos estão conectados às práticas mágicas levadas a cabo pelo mago
quando ele trabalhava em conjunto com Allan Bennet. Segundo se sabe,
Crowley colocou em prática alguns dos ensinamentos contidos nos textos
de Abramelin, mas sem o devido preparo - que, em alguns casos, leva alguns
anos. E isso aconteceu sob efeito dos alucinógenos, que devem ter
amplificado seus sentidos e iniciado um processo que gerou várias situações
estranhas no futuro, envolvendo até a morte de alguns thelemistas.
Alguns afirmam que, quando Crowley
começava a compilar os escritos de Abramelin, automaticamente a sala em que
ele estava se tornava escura como breu. Não importava se era dia ou quantas
lâmpadas fossem usadas, a sala continuava escura. E, segundo testemunhas,
vários sons estranhos, alguns horrendos, eram escutados. Foi então que o
bruxo retirou-se para a Escócia e continuou seu trabalho sem as constantes
reclamações dos vizinhos.
Às margens do lago Ness ele intensificou suas
atividades mágicas com invocações e transcrições de antigos rituais para uma
linguagem moderna, mas agora as pessoas à sua volta diziam que a escuridão o
acompanhava aonde quer que fosse, e sempre havia fortes aromas no ar que
atrapalhavam a respiração.
Os fenômenos teriam cessado, mas retornou
quando sua esposa canalizou O Livro da Lei, no Egito. Lá, ela entrou em
transe e descreveu o deus egípcio Hórus, que revelou a Crowley sua
condição de profeta e dirigente de uma nova ordem esotérica, que seria maior
do que todas até então.
Para um estudioso como ele, isso era algo
fantástico, mas difícil de acreditar. Crowley exigiu uma prova e a
obteve. Hórus, por meio de Rose, lhe disse para ir ao museu de Boulak,
onde ela identificou o deus representado em uma de suas formas, e a caixa na
qual se encontrava sua representação levava o número 666. Convencido da
veracidade do que lhe estava sendo apresentado, o bruxo iniciou a
transcrição do Liber Legis com a ajuda de Rose e da entidade que se
denominava Aiwass.
O trabalho de Crowley ganhou uma nova
dimensão. Aiwass revelou-lhe as diversas Eras e o seu funcionamento; ele
compreendeu o papel de seus estudos e criou uma nova ordem, que englobaria
graus da própria Aurora em um sistema maior e mais abrangente. Nascia assim
a Astrum Argentum, contendo em si os resultados práticos dos estudos de
Crowley sobre a magia e suas aplicações.
Depois disso, ele abandonou Rose e partiu para
a América, onde conheceu Leah Hirsig (1883-1975), que se tornou a sua Mulher
Escarlate fato que apregoava estar profetizado na Bíblia, pois ele realmente
se considerava a encarnação da Grande Besta. Em seguida partiu para a
Sicília, onde transformou uma fazenda abandonada em uma abadia, chamando-a
de Templo da Magia.
N os anos que se seguiram, Crowley
reuniu uma série de discípulos que se contrapunham àquelas pessoas que o
viam como um inimigo, uma pessoa a ser combatida e destruída. O que atraía
uns e afastava outros eram os mesmos fatores: uma franqueza direta, a luta
pelas idéias em que acreditava, seu inconformismo com as coisas que lhe eram
impostas e uma personalidade que acreditava firmemente na magia como meio de
mudar o mundo visível de acordo com a vontade humana.
A queda de Crowley começou depois que
uma pessoa morreu na abadia em virtude de ferimentos recebidos durante uma
punição. Crowley teve de abandonar a Sicília e sua esposa - que
retornou a Londres, tornou públicas as práticas realizadas na abadia e
liquidou de vez sua reputação.
O mago faleceu em 1947, tendo ao seu
lado a Mulher Escarlate, Leah, que depois desapareceu misteriosamente.
DISCUTIR A FIGURA DE ALEISTER CROWLEY
sob o ponto de vista moral é algo sem sentido, uma vez que a moral é um dos
valores humanos mais cambiáveis. Há apenas um século, por exemplo, era
perfeitamente admissível excluir a mulher da sociedade, algo que hoje é
considerado inaceitável e imoral.
Quando se analisa a figura de Crowley é
preciso ir além das aparências, da dicotomia do Bem e do Mal. Note-se que
muitos dos atuais seguidores da chamada Nova Era tão cheios de ódio e
repulsa à figura do bruxo, sem saber, fazem uso de
muitas idéias levantadas e estruturadas por
ele.
O conceito de que todo homem é uma divindade e
que, tendo essa consciência, ele pode alterar sua realidade, resultou das
idéias thelemistas do ocultista. Além do que, foi ele, junto com Mc -Gregor
Matters, que trouxe sob uma forma moderna os conhecimentos contidos nas
Clavículas de Salomão e no Livro de Abramelin.
Os jovens que haviam abandonado tais estudos
devido ao sectarismo das ordens de então voltaram a buscar esses caminhos
com novo fôlego, e isso trouxe um ar renovado ao mundo do ocultismo e
esoterismo, fazendo com que as linhas de trabalho se diversificassem,
criando uma massa crítica necessária à chegada da Era de Aquário.
Aleister Crowley questionou vários
dogmas cristãos e colocou em xeque as estruturas místicas desenvolvidas até
o momento que, em vez de se tornarem centros difusores da verdade, haviam se
tornado uma caricatura de si próprias, fechando-se em círculos viciosos.
Muitas dessas sociedades se reestruturaram para combater as idéias de
Crowley, o que, de forma indireta, levou ao renascimento do estudo
místico como arte e ciência.
O mago não deve ser julgado em termos de
Bem ou Mal, pois é desnecessário. Ele próprio se declarou o
Anticristo, a Grande Besta: 666. O mais importante ao avaliar sua
passagem pelo mundo é compreender as idéias contidas na obra que deixou,
separando o homem do mito, os fatos do preconceito.
Fonte: Sexto Sentido Especial nº 24 - Grandes Magos. (Texto na
integra) < Voltar ao indice>
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AlexAlprlm
AUSTIN SPARE CAMINHAVA entre os espaços místicos e as dimensões do
subconsciente. Não raras vezes, ele demonstrava uma genialidade artística
incomum, enquanto vivenciava as muitas faces ocultas da magia e do
sobrenatural como se estivesse sobre o fio de uma navalha, sem jamais cair
nas divisões maniqueístas e racionais. Ao contrário do que pode parecer,
Spare não era indeciso. Muito pelo contrário. Ele seguiu por caminhos que
muitos de seus conhecidos consideravam perigosas demais para o ser humano
comum.
Filho de um policial londrino, o ocultista veio ao mundo na cidade Snowhill,
em uma hora incerta, segundo ele próprio dizia. Não sabia para que lado
estava olhando Janus, o deus romano de duas faces, no momento em que lhe deu
à luz: se de frente ou de costas, pois nasceu na exata passagem de 1886 para
1887.
Curiosamente, Spare representa exatamente isso: uma grande genialidade
aliada a um espírito intenso e forte, perturbado por visões que o levavam a
seguir instintos e idéias pouco convencionais para sua época.
Durante toda a vida ele se empenhou em uma intensa busca espiritual, mas não
através da espiritualidade que vemos nos meios místicos hoje em dia. Sua
busca seguia na direção da magia pura
e prática, dos prodígios e dos poderes ocultos.
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Essa procura surgiu bem cedo, do contato que Spare teve com uma velha
mulher, supostamente descendente de uma linhagem das bruxas de Salem que os
inquisidores falharam em exterminar. Ele se dirigia a ela de forma
carinhosa, como sua segunda mãe, muito embora a chamasse de sra. Peterson
quando a mencionava em suas obras. O mago dizia que através de seus
ensinamentos havia conseguido ultrapassar a compreensão que se tinha da
verdadeira magia na época. Segundo seus relatos, a sra. Peterson possuía
poderes que raríssimas pessoas desenvolvem durante a vida - poderes que a
ioga tradicional chama de siddhis. Devido a sua pobre educação, ela possuía
um vocabulário restrito, que geralmente se limitava ao básico. Porém, quando
procurada para fazer previsões e não tinha palavras para descrever o que
estava vendo, ela simplesmente materializava o objeto em um canto da sala.
Isso aumentou ainda mais o interesse de Spare pelo oculto, motivando-o a
buscar um sistema mágico que permitisse a realização de tais feitos.
Esse interesse já existia desde sua adolescência, quando ele usava um
processo denominado "sigilos" - símbolos, grafismos ou mantras que o
permitiam dominar forças mágicas, elementais e outras energias mais sutis.
Com isso, Spare podia influenciar fenômenos naturais e uma série de outros
acontecimentos. Esse fato é
lembrado pelo poeta Yeats em seu O Tremor do Véu, no qual descreve como o
mago desenhava os eventos que desejava ver realizados. Na época, esse
procedimento era chamado "magia instintiva" .
Com 17 anos, Austin Spare demonstrou seu controle sobre esse tipo de magia
usando "sigilos" para provocar uma intensa chuva em um dia ensolarado, a
pedido do reverendo Robert Benson, escritor de textos e novelas de cunho
místico. Outros eventos considerados estranhos ocorreram quando, a convite
de Benson, Spare realizou um teste com Everard Fielding, secretário da
Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Nesse teste, o mago provocou, por meio
dos seus "sigilos", a realização do desejo de Fielding, que ficou
extremamente impressionado com os poderes demonstrados.
AUSTIN SPARE TAMBÉM Tinha um talento incrível para a arte, num período de
intensa criatividade artística em toda a Europa, destacando-se e sendo
comparado aos grandes expoentes de sua época, inclusive aclamado como o mais
jovem artista a expor na Royal Academy.
Chegou a trabalhar como artista de guerra, retratando a situação médica dos
campos de batalha - algo de acordo com os parâmetros que nortearam seus
quadros, repletos de imagens de morte, dor e prazer. As pinturas e desenhos
sempre revelavam mais do que simples traços e representações, mostrando
seu empenho em descobrir e praticar
uma forma diferenciada de magia, na qual a sexualidade e o mundo dos
espíritos se entrecruzavam.
Além disso, o feiticeiro também foi um precursor dos desenhos e escritas
automáticos, mas de forma diferenciada ao que vemos hoje em diversos
círculos místicos nos quais entidades são canalizadas: seu sistema
antecipava o movimento surrealista como técnica literária e artística. Sua
obra foi influenciada por pensadores como Nietzsche (1844-1900) e Hans Vaihinger (1852-1933).
Este
'" último é o autor de Philosophie des Als Ob (Filosofia do Como Se); ele
dizia que os humanos nunca poderiam conhecer a realidade
fundamental do mundo e, assim, constroem sistemas de pensamento e depois
supõem que eles correspondem à realidade. Em outras palavras, nos
comportamos "como se" o mundo é compatível com o modelo que imaginamos.
Essa visão seria o ponto central do entendimento de Spare sobre o mundo.
Em seu trabalho artístico, o mago também mantinha comunicação com forças
espirituais, afirmando ver de relance os seres que entravam em contato com
ele. Por diversas vezes, Spare colocou no papel as suas impressões depois
de ter contatos com essas energias, e muitas ilustrações mostravam
claramente atos sexuais e outras manifestações de cunho erótico, que
acabaram por estigmatizá-lo como um maníaco.
A arte de Austin Spare sempre retratou o mundo místico e o mundo do prazer.
Em vida, ele publicou O Livro do Prazer (1913), em que descrevia o uso das
energias sexuais na magia e na obtenção dos desejos. Essa obra é
extensamente ilustrada com desenhos que mostram várias vezes o que parecem
ser espíritos de mulheres e homens em atividades sexuais.
Em 1956, data de sua morte, o mago deixou uma obra
inacabada da qual restou tão somente um manuscrito conhecido como Grimório
Zoé-
tico de Zos, no qual estariam todas as receitas e idéias que a sra. Peterson
lhe teria legado, além de fórmulas e sistemas criados por ele no seu caminho
mágico.
Apesar de toda a sua genialidade artística, Spare angariou um grande número
de inimizades devido à temática de morte, horror e erotismo nos quadros que
produzia, além de sua fama de libertino. No fim da vida, ele estava tentando
vender seus desenhos nos ba- res de Londres.
A MARCA DEIXADA POR SPARE não está em sua personalidade controvertida ou nas
obras artísticas, mas em sua doutrina mágica, que nasceu e floresceu no
ambiente mais propício da história mágica moderna.
Suas idéias, influenciadas pela intensa atividade literária e cultural da
época, abriram novos caminhos para os estudiosos do oculto. Ele se juntou
a Aleister Crowley na sociedade secreta Austrum Argentum (A. A.), mas
a união dos dois não durou muito - um dos principais pontos de discordância
entre ambos relacionava-se à estruturação do saber mágico. Para Spare, tudo
o que era complicado demais para se entender ocultava a verdade mágica, e
os objetivos da magia deveriam ser práticos. Já Crowley era um aristocrata
versado em várias línguas e possuía profundos conhecimentos de cabala
hebraica e dos complexos rituais de outras ordens das quais fazia parte. O
embate natural levou-os a caminhos separados, mas Crowley considerou Spare
seu aluno até a morte, especialmente porque o sistema criado por Spare
ba-seava-se em outros trabalhos de Crowley, como o Líber al Vegis, o Livro
das Mentiras e Equinox.
Spare desenvolveu várias ferramentas para atingir seus fins mágicos, criando
um alfabeto que denominou de "alfabeto do desejo", ou "alfabeto sagrado",
feito a partir de uma série de desenhos com características claramente
sexuais, usado para atingir estados alterados de consciência e realizar
seus "sigilos".
Ele sentia que o universo de deuses e espíritos que permeia nossa realidade
é, em muitos casos, criação de nossos desejos mais primevos, nascidos de
uma sexualidade contida no inconsciente. Ele vislumbrou a forma de ativar
essas forças, que chamou de atávicas. Seu sistema de magia recebeu o nome
de zos-kia (zos é o próprio corpo; kia é a crença primordial no deus
interior). Em outras palavras, Spare dizia que nós somos deus e que todos os
deuses externos só existem no momento em que nós os criamos, podendo,
portanto, serem mortos. É uma magia baseada em dois princípios: a vontade e
a imaginação.
Certa vez, dois amigos seus insistiram para que ele demonstrasse a
existência dos seres atávicos, pedindo que invocasse um deles naquele
instante. Spare tentou demovê-los da idéia, explicando que essas formas vêm
do inconsciente e que podem ser nada amistosas, além de possuírem um poder
ainda desconhecido. Mas eles insistiram e Spare preparou um "sigilo", que
posicionou em sua fronte. Em seguida, caiu num torpor. Alguns minutos
depois, segundo as testemunhas, a sala se encheu de uma fumaça esverdeada e
nauseante. Dois olhos e uma face não-humana se formaram num canto da sala.
As pessoas começaram a gritar e a pedir que Spare mandasse aquilo embora.
De repente, tudo sumiu e ele voltou a si, reafirmando que o que haviam visto
era algo que vinha das profundezas do inconsciente.
Sem dúvida, Austin Spare foi um gênio, tanto nas artes quanto na magia. Seus
trabalhos eram requisitados por todas as grandes personalidades do mundo
mágico da época, como Gerald Gard ner (1884-1964), o criador da Wicca,
Kenneth Grant, o grande expoente da Thelema de Crowley, e muitos outros.
Seu sistema mágico sobreviveu e hoje é conhecido como "magia do kaos", pois
suas bases estão alinhadas com os trabalhos mais avançados da física e da
matemática atuais, como a matemática do caos e a teoria dos fractais.
Seguindo sua própria filosofia, e ao contrário de Crowley, Spare nunca
almejou ser adorado pelos que o seguiriam com o sistema zoskia, algo que o
diferencia da grande maioria dos grandes magos do século 20
Para Saber Mais
Renascer da Magia Kenneth Grant Madras Editora -
www.iot.org.br
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Gilberto Schoereder
Seu nome significa
"Hermes, o três vezes grande", e é um dos mais conhecidos entre esotéricos,
ocultistas e magos de todo o planeta.
GERALMENTE, HERMES TRISMEGISTOS É tido como o nome de um conjunto de
pessoas responsáveis pela elaboração de textos que formam a base do
hermetismo e que seriam o resultado de milhares de anos de conhecimento
oculto da civilização egípcia. Outras vezes, seu nome é associado a uma
pessoa específica, um grande conhecedor dos segredos ocultos; e ainda, é
vinculado ao deus egípcio Thot que, como o deus grego Hermes, era o deus da
escrita e da magia. Assim, muitos estudiosos entendem que os dois deuses
foram combinados para formar Hermes Trismegistos, o patrono da astrologia e
da alquimia.
Segundo o historiador da magia e pintor surrealista Kurt Seligmann
(1900-1962), o deus Hermes era um deus dos colonos gregos no Egito, que
haviam identificado os deuses gregos com os deuses de sua terra de adoção.
Ao humanizarem Thoth/Hermes, transformando-o num rei lendário que governou
por 3.226 anos, também se passou a dizer que ele tinha escrito dezenas de
milhares de livros sobre as leis gerais da natureza. Posteriormente, esses
números foram diminuídos para 42 livros que, na verdade, eram escrito
anônimos sobre a filosofia egípcia, sob o ponto de vista dos gregos. Eles
foram, então, atribuídos a Hermes Trismegistos e vieram a formar a base do
hermetismo.
A designação hermetismo (ou hermética) foi bastante utilizada na Europa
principalmente na Idade Média e Renascença, representando uma variação da
alquimia, magia, astrologia e filosofia, repleta de símbolos e metáforas.
Com o "renascimento" do interesse por Hermes Trismegistos durante a chamada
Nova Era, muitos ocultistas modernos passaram a sugerir que os textos têm
origem no tempo dos faraós e que os 42 livros originais e essenciais
contendo o principal do conhecimento, filosofia e crenças religiosas da
época continuam erdidos ou escondidos. Mas os historiadores não sustentam
essa versão.
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Hermes
Trismegistos é
considerado um
grande mago. Na verdade, para os egípcios ele era a encarnação do deus
Thoth
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Egdar Cayce (1877 -1945) também citou Hermes ou Thoth como um engenheiro
proveniente da Atlântida, responsável pela construção das pirâmides do
Egito.
fonte:
Grandes Magos - nº 24 - Sexto Sentido Especial
Os escritos herméticos:
Os escritos herméticos são uma coleção de 18
obras Gregas, e as principais são o Corpus Hermeticum e a Tábua de
Esmeralda, as quais são tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegisto
("Hermes três vezes grande"). Estes escritos contêm os aspectos teórico e
filosófico do Hermetismo em seu aspecto teosófico. O período bizantino é
marcado por uma outra coleção de obras herméticas, que também são
relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética
popular a qual é composta essencialmente por escritos relacionados a
astrologia, magia e Alquimia. Esta versão popular encontra sustentação ou
base nos diálogos Hermeticos, apesar dele se distanciar da magia.
A prática da magia entretanto não está distante das praticas realizadas no
antigo Egito, a qual em uma última análise é a fonte de todos os diálogos
herméticos, pois o hermetismo lá floresceu, e portanto estabelece uma
conexão entre as duas tradições Hermeticas: filosófica e magia.
O livro Caibalion foi escrito no final do século XIX por três
iniciados que registraram as Sete Leis do Hermetismo. Não é um livro oriundo
da era pré-cristã como se supõe.
O hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução
e expansão da consciência humana até à Consciência divina, penetrando assim
nos mais profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como
iniciação ou iluminação no Oriente.
Fonte: Revista Sexto Sentido
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O Mago da Corte
EXISTEM ALGUMAS Personalidades que despertam a
atenção tanto dos pesquisadores de fatos e fenômenos insólitos quanto dos
historiadores. John Dee certa¬mente é uma dessas pessoas.
Para os historiadores, ele foi um cientista influente na Inglaterra,
especialmente sob o reinado de Elizabeth I. Para os ocultistas e
pesquisadores da história da magia, foi uma pessoa particularmente do¬tada
no aspecto psíquico, ca¬paz de entrar em contato com seres espirituais e,
talvez, até mesmo com os anjos.
Nascido em Londres, em 1527, Dee teve acesso ao melhor ensino da
época, aprendendo grego, latim, filosofia, geometria, aritmética e
astronomia.
Em 1555, no reinado da rainha católica Mary,
Dee foi preso, acusado de bruxaria, ou de "calcular", sendo libertado
três meses depois. Alguns historiadores dizem que, nessa época, na
Inglaterra, a matemática era considerada o equivalente a ter poderes
mágicos. A rainha Mary morreu em 1558 e, quando a protestante Elizabeth I se
tomou rainha, Dee caiu em suas graças, o que levou os historiadores à
hipótese de que Dee fosse um espião de Elizabeth durante o reinado de
Mary.
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Um
de seus livros mais conhecidos é o Monas Hieroglyphica, publicado em 1564,
que tanto é visto como um tratado enigmático a respeito da linguagem
simbólica, quanto um trabalho esotérico inspirado diretamente por Deus,
escrito em 12 ou 13 dias, em estado de êxtase místico. O próprio Dee
escreveu que era apenas a "pena de Deus", cujo espírito escreveu aquelas
coisas através dele. O livro se refere à mônada ou unidade essencial do
universo, expressa num hieróglifo ou símbolo.
Em 1581, Dee já estava realizando suas experiências em cristalomancia,
usando um cristal para concentrar sua mente e observar os espíritos. Depois,
ele afirmou ter conseguido entrar em contato com o anjo Uriel, que lhe
forneceu um pedaço de cristal convexo para propiciar uma comunicação mais
efetiva com o mundo dos espíritos.
Depois de usar o cristal algumas vezes, ele descobriu que não conseguia se
concentrar e anotar as informações que obtinha ao mesmo tempo, e que
precisaria de alguém, um médium, para ajudá-lo. E foi assim que começou a
trabalhar com Edward Kelly (1555-1593), outra figura misteriosa da época;
diz-se que chegou a ser conde¬nado ao pelourinho, por falsificação,
posteriormente tomando-se alquimista e um médium conhecido.
Dessas supostas conversas com anjos e espíritos, surgiu uma linguagem
própria, elaborada a partir de informações fornecidas pelos próprios anjos.
Dee chamou-a de "linguagem enoquiana",
Alguns pesquisadores acreditam que, numa série de livros, John Dee chegou a
registrar assombrosas visões do futuro.
Dee morreu em 1608, alguns anos após perder a esposa e vários de seus oito
filhos na peste que assolou a Inglaterra.
Fonte: Sexto Sentido
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310.5.5 -
SIMÃO O MAGO
Por Gilberto Schoereder
Às vezes considerado pelos cristãos primitivos como o primeiro herege,
outras como um mago de imenso poder, Simão também está associado ao
gnosticismo.
SIMÃO É CITADO EM ATOS DOS Após¬tolos (8:9-24, às vezes traduzi¬do
como Simão, o mágico), da cidade de Samaria, onde tenta oferecer dinheiro
aos apóstolos em troca de suas habilidades miraculosas, especialmente a da
imposição das mãos. Assim, ele surge como primeiro herege. A palavra "sirnonia",
significando a compra ou venda ilícita de coisas espirituais como
indulgências e sacramentos, está liga¬da à suposta atitude de Simão.
Segundo se diz, existem fragmentos de textos atribuídos a Simão, ou a um de
seus seguidores usando seu nome, chamados Apophasis Megale. Diz-se que Simão
possuía a habilidade de levitar e voar quando desejasse, assim como existem
acusações de que ele era um demônio em forma humana, ou mesmo um deus em
forma humana, segundo algumas seitas gnósticas. Como se pode perceber, a
história muda de acordo com o ponto de vista.
Alguns pesquisadores entendem que as histórias envolvendo Simão Mago são
equi¬valentes, em seu tempo, às lendas sobre Merlin, na Idade Média. Se for
confirmado que ele era um dos últimos gnósticos, deve ter vivido por volta
do ano 300, mas não existem informações concretas a esse res¬peito. Da mesma
forma, para grande parte dos autores, Simão foi um antecessor dos gnósticos,
e não um dos últimos.
Diz-se que o livro apócrifo Atos de Pedro traz uma lenda a respeito da morte
de Simão, que estava realizando magia e, para provar a si mesmo que era um
deus, saiu voando. O apóstolo Pedro rezou para que Deus parasse o vôo; ele
parou no ar e caiu, quebrando as pernas. A multidão, então, o apedrejou até
a morte. Sutil e, claro, parcial.
Na versão cristã sobre Simão, ele teria se convertido ao cristianismo após o
encontro com os apóstolos, e teria trabalhado como missionário, mas
novamente tentado comprar dos apóstolos o poder de se comunicar com o
Espírito Santo.
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O MÉDICO ALQUIMISTA
Por Alex Alprlm
PAPUS foi um dos maiores estudiosos das
ciências ocultas do século 19. Sua genialidade e dedicação marcaram sua
vida, e ele deixou um vasto conjunto de obras que abrangem os vários
caminhos que levam o homem a se conectar à sua natureza divina.
EXISTEM HOMENS SOBRE OS quais não basta
simplesmente dizer quando nasceram; ou o que fizeram durante sua existência
física. Seu trabalho segue em
tantas direções e possui um impacto tão
profundo no saber da humanidade que é necessário ir além do relato
biográfico.
PAPUS é um desses homens, mas como
temos de iniciar num ponto, façamo-lo a partir de seu nascimento. Ele veio
ao mundo no dia 13 de julho de 1865, em La Corufia, Espanha, com o nome
Gérard Anaclet Vincent Encausse. Sua mãe era uma cigana espanhola, Irene
Perez; seu pai, Louis Encausse, era um químico francês.
Dessa forma, ele já nascia tendo no sangue a
magia do povo cigano unido à tradição química francesa que, por sua vez,
tinha profundas origens na alquimia européia do século 17. Em sua casa
também viveu num ambiente favorável ao estudo das artes divinatórias, como o
tarô e o estudo da alma humana. Pode-se dizer que a espiritualidade em
PAPUS veio do berço.
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Em 1869, mudou-se com a família para Paris,
onde iniciou seus estudos regulares no colégio Rollin. Sua inclinação para a
medicina surgiu ainda jovem, e aos 17 anos foi para a famosa Faculdade de
Medicina de Paris. Ainda assim, apesar de toda sua dedicação aos estudos da
razão e das ciências em sua essência mais materialista, não se afastou dos
conhecimentos esotéricos.
Na verdade, ele nunca se afastou do ocultismo,
o que pode ser verificado a partir dos relatos de alguns companheiros da
época. Enquanto muitos jovens estavam vivendo a intensa efervescência
política pela qual atravessava a Europa, ele passava grande tempo na
Biblioteca Nacional de Paris ou na Biblioteca do Arsenal (que possuem
imensos acervos de obras ocultistas) estudando tudo que pudesse revelar os
caminhos da alquimia e da cabala e o conhecimento para se atingir o saber
das Chaves Divinas.
Além da agitação política, no século 19 a
Europa também vivia um grande florescimento esotérico; um sem-número de
sociedades filosóficas surgiam. Um dos destaques foram os trabalhos de Louis
Claude de Saint-Martin (1743-1803), que ficaram conhecidos como "Os
Filósofos Desconhecidos". PAPUS afirmou ter recebido o conhecimento "martinista",
ou seja, de Saint-Martin. Segundo documentos da época, PAPUS foi
iniciado por Henri Delaage, em 1882.
Aos 22 anos, escreveu sua primeira obra, que
se tornaria um marco para todos que pesquisavam a base das ciências ocultas
no ocidente: O Ocultismo Contemporâneo. Mas ele não parou por aí: aos 25
anos, já era uma celebridade na França e conhecido em vários países, tendo
publicado Tratado Elementar de Ciências Oculta, Tarot dos Boêmios, Tratado
Metódico de Ciência Oculta, A Cabala e Tratado Elementar de Magia Prática.
Esse ímpeto de conhecer, estudar e se
aprofundar em todas as ciências não tardaria a levar o jovem PAPUS a
uma jornada literária. Escrevendo continuamente durante várias décadas, sua
produção chegaria a mais de 160 títulos, abordando todos os campos do
conhecimento ocultista e médico.
Sua mente agitada e a intensa dedicação ao
estudo do oculto levaram-no a fundar uma nova sociedade de estudos. A idéia
era que esse grupo não apenas complementasse sua ânsia de aprender, mas
também reunisse pessoas que estivessem sintonizadas com os grandes ideais da
humanidade e divulgassem a espiritualidade. Foi assim que, em 1889, surgiu o
Grupo Independente de Estudos Esotéricos (GIDEE), que mais tarde se tornaria
a conhecida Escola Hermética.
PAPUS também iniciou a publicação das
famosas revistas A Iniciação e Véu de Ísis, que divulgavam estudos e textos
sobre as ciências ocultas e estabeleciam um contraponto ao materialismo que
tomava de assalto as instituições de ensino, tanto na França quanto em
outros países, com o objetivo declarado ou não de acabar com as trevas da
ignorância espiritualista.
APESAR DE TODA SUA dedicação ao mundo
ocultista, PAPUS não abandonou suas obrigações como médico e
trabalhou nos hospitais de Paris. Defendeu sua tese de medicina - A Anatomia
Filosófica e Suas Divisões, a qual foi elogiada pela profundidade e clareza
com que foi elaborada.
Posteriormente, defendeu. outra tese,
Compêndio de Fisiologia Sintética, tão elogiada nos meios acadêmicos quanto
a anterior. Sua dedicação à medicina e seus escritos de fisiologia mostravam
um homem que absorvia tanto saber quanto era produzido pelo mundo.
Nos sábios de tempos passados ele foi buscar
os caminhos da cura e das ciências perdidas. O grande Paracelso foi
um exemplo para o jovem buscador que, assim, iniciou uma série de viagens
pela Europa, percorrendo bibliotecas, questionando estudiosos do oculto e os
homens da razão. Conheceu curandeiros, médicos, teve contato com a
homeopatia e estudou tudo o que lhe caísse às mãos. Sem preconceitos, foi
até os limites da ciência, por mais obscura que fosse. Além de procurar
compreender os princípios mecânicos do funcionamento do corpo, PAPUS
tentava, por meio da cabala e da alquimia, descobrir outros aspectos da
saúde e da cura, antevendo nas ciências ocultas a chave para o tratamento
dos males que afligiam a humanidade.
Existem curas creditadas a ele que beiram o
milagroso. Diz-se que ele sabia das doenças, causas e reações dos pacientes
sem que estes lhe dirigissem a palavra, assombrando a todos com a exatidão
de suas observações. E muitos casos se resolviam enquanto PAPUS
conversava com seus pacientes: dores sumiam, mal-estares desapareciam, sem a
utilização de remédios.
Ao examinar um doente e dar o diagnóstico,
PAPUS analisava seu campo astral e, depois, usava uma técnica semelhante
às técnicas energéticas orientais; ele aplicava uma "força-vital" que
reequilibrava a psiquê e a fisiologia da pessoa, restabelecendo a saúde do
doente.
Segundo seus escritos, existiam as doenças do
corpo (material), do astral (mental) e do espírito (espiritual), e para cada
uma delas existe um conjunto de técnicas e remédios possíveis. Por exemplo,
as doenças do corpo podem ser curadas pela medicina dos contrários
(alopatia); já as doenças do astral são tratadas pela homeopatia; as doenças
do espírito são curadas pela força da oração e da magia, desde que o
problema não tenha nascido como resultado de uma questão cárrnica, pois isso
está fora da alçada apenas do curador: o paciente deve ser parte ativa na
cura, e o curador age apenas como um guia.
A Medicina Oculta (os conhecimentos que
permitem agir além do plano físico na cura dos pacientes) era parte
integrante das técnicas de PAPUS, pois é relatado que ele curava a
distância, usando para isso objetos pertencentes aos doentes, fossem suas
excreções ou objetos próximos a eles; além disso, diagnosticava usando seus
dons paranormais, que iam da clarividência a viagens à distância,
provavelmente usando seu corpo astral.
Praticou de tudo. Conectou-se a linhas de
trabalho que iam da alopatia à hipnose. Pode-se dizer que foi o
percussor do holísmo, pois não dispensava uma
análise integral do ser humano para achar a causa das doenças, e as tratava
como algo mais do que uma disfunção física, mas sim como uma questão que
envolvia os corpos sutis em comunhão com o universo físico
ALÉM DE ESTUDAR E PRATICAR os aspectos mais
obscuros das ciências místicas, PAPUS procurava conhecer o legado da
antiguidade egípcia e os mistérios dos gregos e romanos. Concluiu que, na
verdade, o bem-estar do homem e o seu grau de desenvolvimento material
refletiam o quanto este estava envolvido com a Iniciação aos planos
superiores de existência.
Dessa forma, ele acreditava que a máxima dita
no Templo de Delfos - "conhece-te a ti mesmo, que conhecerás o Universo e os
deuses" - seria a grande chave mística para toda a humanidade e para a cura
dos grandes males que a assolam.
O nome PAPUS - que significa "o médico
da primeira hora" -, foi baseado em upl nome que surgia na conhecida obra
Nuctameron, escrita pelo sábio da Antigüidade, Apolônio de Tiana. E é um
nome que representa muito bem o que foi a vida de PAPUS, pois também
significa aquele que não mede sacrifícios para cumprir o seu papel de
curador e conselheiro, estando preparado para ajudar o próximo a qualquer
hora.
PAPUS se consagrou ao estudo de como a
chamada Luz Astral tch'i, para os chineses; energia astral, para os
praticantes da New Age)
age em nossos corpos, e do papel da mente e
suas relações com o homem. Suas pesquisas iam desde fenômenos hipnóticos,
espíritas e parapsicológicos, sempre com o objetivo de unir a mais alta
razão científica aos mistérios do ocultismo.
A Escola Hermética, a qual fundara anos antes,
reunia os mais famosos ocultistas de que se tem notícia, numa época áurea da
humanidade em que tantos desbravaram a antiga sabedoria do mundo místico e
esotérico. Homens como Stanislas de Guaita (1861-1897), entre outros,
fizeram parte do grupo de PAPUS e recrutavam outros membros para a
ordem, criando uma rede de pessoas dedicadas à elevação da humanidade com um
todo.
PAPUS faleceu em 25 de outubro de 1916,
aos 51 anos de idade. Seu maior legado foi uma vida inteira dedicada aos
seres humanos e, especialmente, voltada para explorar os caminhos do
espírito, sempre demonstrando imensa compaixão e um amor pelo conhecimento.
Para Saber Mais:
-Tratado Elementar de Magia Prática
-A Reencarnação Pensamento
-O que Deve Saber um Mestre Maçom
-O Ocultismo
-O Tarô dos Boêmios Martins Fontes -ARC do
Ocultismo Martins Fontes
-A Cabala
Fonte: Sexto Sentido Especial - Grandes
Magos - nº 24
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De acordo com a tradição
Hindu, Krishna é o oitavo avatar
de Vishnu.
É citado no
Mahabharata, mais exatamente no
Bhagavad Gita, e é
considerado, segundo o Movimento Hare Krishna (ISKCON), a Suprema
Personalidade (Deus), sendo assim, a origem de todas as encarnações
seguintes.
Krishna e as histórias
aparecem nas diversas tradições filosóficas e teológicas hindu. Embora,
algumas vezes diferentes nos detalhes, ou até mesmo contradizendo as
características de uma tradição particular, alguns aspectos básicos são
compartilhados por todas elas. Estes incluem uma encarnação divina, uma
infância e uma juventude pastoral e a vida como um guerreiro e professor. A
imensa popularidade de Krishna fez com que várias religiões não-hindus que
se originaram na Índia tivessem as próprias versões dele.
O
Nome
Krishna e Radha
O nome em sânscrito é
escrito kṛṣṇa (veja Sânscrito
para pronúncia).
O
Mahabharata (Udyogaparva 71.4),
analisa a palavra 'Krishna' da seguinte maneira.
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krishir bhu-vacakah sabdo
nas ca nirvriti-vacakah
tayor aikyam
param brahma krishna ity abhidhiyate
(Tradução) -
A palavra 'krish' é a característica atrativa da
existência do Senhor, e 'na' significa 'prazer espiritual.' Quando o verbo 'krish'
é adicionado ao 'na', ele se torna 'krishna', que significa Verdade
Absoluta.
De acordo com a maioria dos
dicionários, a palavra Krishna significa 'negro' ou 'escuro'
em sânscrito. Relaciona-se com palavras parecidas em outros idiomas
indo-europeus. Às vezes se traduz como 'O Senhor Escuro' ou 'o de
pele escura'. Pode significar também 'Todo atrativo'.
Ele é conhecido por vários outros nomes e títulos e a
tradição Gaudiya tem uma lista com 108 nomes. Os mais usados incluem:
Adidev:
O Senhor dos senhores.
Balgopal:
O “Todo Atrativo”; o menino Krishna.
Chaturbhuj: O Senhor dos quatro braços.
Dayalu:
Depósito de toda a compaixão.
Govinda:
Aquele que agrada as vacas, a Terra e a natureza inteira.
Gyaneshwar:
Senhor do Conhecimento.
Hari:
O Senhor da Natureza.
Jagadisha:
O Protetor de todos.
Kamalnayan:
O Senhor que tem os olhos como o lótus.
Manohar:
Senhor da beleza.
Murali:
Senhor de toda a doçura; Senhor da flauta.
Narayana:
O refúgio de todos.
Prabrahmana: A Suprema e Absoluta Verdade.
Ravilochana: Aquele cujos olhos são o Sol.
Trivikrama:
Vencedor de todos os três mundos.
Upendra:
Irmão de Indra.
Vishwatma:
Alma do universo.
Yogi:
O Mestre Supremo.
Keshava:
De bela cabeleira.
A História de Krishna
Este resumo se baseia no
Mahabharata, o Harivamsa, o Bhagavata Purana e o Vishnu Purana . Os fatos
narrados ocorreram no norte da Índia, na maior parte nos estados atuais de
Uttar Pradesh, Bihar, Haryana, Deli e Gujarat.
Nascimento e infância
Krishna e Yashoda - a mãe
adotiva.Krishna era da família real de Mathura - capital de um conjunto de
três clãs: Vrishni, Andhaka e Bhoja - e o oitavo filho da princesa Devaki e
o marido Vasudeva, um nobre da corte. No dia do casamento, como é de costume
na tradição védica, o primo mais velho, Kamsa, ficou encarregado de conduzir
Devaki e o esposo até a nova casa do jovem casal.
O rei Kamsa subiu ao trono
após mandar prender o próprio pai, Ugrasena (rei da dinastia Bhoja). Kamsa é
tido como um grande demônio, que pertencia à classe dos Kshatriyas
(guerreiros), mas que, de algum modo, havia se desviado do Dharma universal.
No caminho que conduzia os
noivos até a nova casa, Kamsa escutou uma voz que dizia que o oitavo filho
de Devaki iria levá-lo à morte. Imediatamente fez menção de matar Devaki,
mas Vasudeva implorou pela vida da esposa, prometendo que cada filho que
nascesse, seria levado à presença de Kamsa.
Receoso, mandou prender
Vasudeva e a esposa no porão do castelo, sendo vigiados dia e noite por
guardas. Cada filho do casal que nascia era morto por Kamsa, que mesmo
sabendo que a profecia se cumpriria apenas no oitavo filho, não tinha
piedade de nenhum e matava a todos.
Kamsa havia sido alertado
por Narada Muni que em breve Vishnu nasceria na família de Vasudeva. Soube
também, através deste sábio, que em uma encarnação anterior, Kamsa havia
sido um demônio chamado Kalanemi que tinha sido morto por Vishnu.
Conta a tradição védica que
Kamsa, temendo que Vishnu nascesse em qualquer uma das famílias do reino,
mandou matar todos os meninos com até dois anos de idade, a fim de evitar o
cumprimento da profecia.
E foi então que o oitavo
filho de Devaki nasceu - Bhagavan Sri Krishna. O local do nascimento é
conhecido atualmente como Krishnajanmabhoomi, onde um templo foi erguido em
honra. Como a vida corria risco na prisão, foi tirado da prisão e entregue
aos pais adotivos Yashoda e Nanda em Gokula.
Juventude
Krishna e Gopis na floresta
Nanda, pai adotivo de Krishna, era o líder de uma comunidade de pastores de
gado. As histórias da infância e juventude contam a vida e relação com as
pessoas da região. Uma dessas histórias conta que Kamsa, descobrindo que ele
havia sido libertado da prisão, enviou vários demônios para impedir que isso
acontecesse. Todos falharam. São muitas as façanhas de Krishna e as
aventuras com as Gopis da vila, incluindo Radha, que se tornou mais tarde
conhecida como o Rasa lila.
Krishna, o Príncipe
Krishna, então um jovem
homem, retorna para Mathura, acaba com o governo de Kamsa, e institui o pai,
Vasudeva, que havia sido aprisionado por Kamsa, como rei de Yadavas. Em
seguida declarou a si mesmo príncipe da corte. Neste período iniciou a
amizade com Arjuna e outros príncipes de Pandava do reino de Kuru. Casou-se
com Rukmini, filha do rei Bishmaka de Vidarbha. Ele também teve outras sete
esposas, incluindo Satyabhama e Jambavati.
A guerra de Kurukshetra
Krishna possuía primos em
ambos os lados na guerra entre os Pandavas e os Kauravas, porém ele tomou o
lado dos Pandavas e concordou em ser o cocheiro da carruagem de Arjuna - o
primo e grande amigo - na batalha decisiva. O Bhagavad Gita consiste nos
conselhos dados por Krishna a Arjuna, antes do início do combate.
Últimos dias
Krishna havia se retirado
para a floresta e estava em meditação embaixo de uma árvore, quando um
caçador, na penumbra da floresta, o confunde com um antílope e o fere na
planta do pé. Mesmo ferido de morte, aceita-a com grande serenidade.
No Bhagavad Gita ele diz:
jatasya hi dhruvo mrtyur
dhruvam janma mrtasya ca
tasmad apariharye 'rthe
na tvam socitum arhasiÇ
(Tradução) - Inevitável é a
morte para os que nascem; todo o morrer é um nascer – pelo que, não deves
entristecer-te por causa do inevitável.
Similares, Krishna é certas
vezes apresentado como a Suprema Personalidade de Deus e certas vezes o
mencionam como encarnação de Vishnu. No Srimad-Bhagavatam de Srila
Prabhupada, Prabhupada explica que Krishna fora de Vrindavana é Vishnu
expandido, e Krishna residindo em Vrindavana seria a personalidade de Deus
em pessoa, uma vez que a Vrindavana terrestre seria, em certo aspecto,
especial e uma expansão direta da Vrindavana original (Goloka Vrindavana).
Embora haja discordância
neste tópico entre os diversos Sampradayas (Escolas filosóficas), esta é a
explicação de Prabhupada. Krishna é um avatar,que segnifica ava =antiga e
tora=lei , então seria um representante da antiga lei, a lei divina, sendo
Vishnu um aspecto da divindade, como o Filho do Homem na tradição cristã,
Krishna é um avatar da lei, a divindade encarnada na face da terra, um
estado de ser vibrando em alta consciência no aspecto divino, segundo a
tradição hindu, como Brahma(Pai), Vishnu (Espírito Santo) e Shiva (Filho).
Devoção a Krishna na
atualidade:
Desde 1966 a devoção a
Krishna se expandiu da Índia e agora é praticada em vários lugares no mundo,
incluindo a América, Europa, África, Rússia e América do Sul. Isto foi
devido principalmente ao crescimento do movimento Hare Krishna, conhecido
também como a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON)
e fundado por A.C Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o qual foi instruído pelo
guru Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura a traduzir as escrituras
Védicas para o inglês e as compartilhar com o mundo ocidental.
Biografia:
MARQUES, Leonado A.
História das Religiões e a Dialética do Sagrado. Madras, 2005. ISBN:
8573749520
Veja Também:
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Swami Vivekananda (12 de janeiro de 1863 - 4 de julho de 1902),
nascido Narendranath Dutta, foi um monge, iogue e filósofo hindu. É
considerado um dos mais célebres e influentes líderes espirituais do
hinduísmo moderno, sobretudo da filosofia Vedanta. Foi pioneiro na
divulgação no Ocidente, e inspirador do movimento do espiritualismo
universalista.
Principal discípulo de Ramakrishna Paramahamsa, foi o fundador da Ordem
Ramakrishna e da organização monástica Sri Ramakrishna Math.
Vivekananda era vinculado à escola brâmane Vedanta Advaitista. Tal corrente
de pensamento tem os Vedas como textos sagrados. Monistas, enxergam
unicidade no Criador e na Criação.
Ídolo da juventude hindu do início do século XX, consagrou-se como defensor
da tolerância religiosa, analista das questões sociais da época, propagador
da filosofia Vedanta, assim como dos 4 principais ramos da Yoga, Karma Yoga,
Bhakti Yoga, Jnana Yoga e Raja Yoga, além de inovador no esforço de examinar
pontos de convergência do pensamento ocidental e oriental acerca de temas
ligados à Ética e à espiritualidade.
Conquistou notoriedade na América do Norte a partir de 1893, em Chicago,
EUA, ao proferir, na qualidade de representante do hinduísmo no Parlamento
das Religiões, discurso marcado pela ausência de proselitismo dogmático e
pela apologia da coexistência fraterna entre religiões. Em 1897, ao retornar
à Índia, funda a Ordem Ramakrishna.
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As
obras e palestras se caracterizam pelo exame aprofundado acerca da
importância da postura fraterna e solidária em pensamentos, sentimentos e
ações, assim como pela convicção de que não se deve apregoar a prevalência
de uma religião sobre a outra, nem se servir do discurso religioso para
justificar ou incentivar atos de fanatismo e prepotência.
Para Vivekananda a religião constitui instrumento de autoconhecimento
e auto-superação.
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Paramahansa Yogananda (5 de janeiro, 1893 — 7 de março, 1952), foi um
iogue e guru indiano. Ele foi importante instrumento na difusão da Kriya
Yoga no Ocidente.
Yogananda nasceu como Mukunda Lal Ghosh em Gorakhpur, no Estado de
Uttar Pradesh, na Índia dentro de uma devota família Bengali. A
autobiografia relata que desde a infância, a consciência e experiência
espirituais eram extraordinárias. Na juventude procurou sábios e santos
hindus esperando encontrar um mestre para a busca espiritual. A história
ficou imortalizada no livro Autobiografia de um Iogue.
Yogananda encontrou o guru, Swami Sri Yukteswar Giri, em 1910, quando
tinha dezessete anos. Depois de passar no exame intermediário de artes pelo
Scottish Church College, em Calcutá, graduou-se em estudos religiosos no
Serampore College e, em 1915, prestou votos na ordem monástica Swami e
tornou-se Swami Yogananda. Em 1917, Yogananda começou a missão da vida com a
fundação e inauguração de uma escola para rapazes em Ranchi que combinava
modernas técnicas educacionais com treinamento em ioga e ideais espirituais.
Esta escola tornou-se posteriormente a Sociedade Yogoda Satsanga da Índia, o
braço indiano da Paramahansaji's American Organization.
Em 1920, foi aos Estados Unidos como delegado da Índia para o Congresso
Internacional de Religiosos Liberais realizado em Boston. Naquele mesmo ano
fundou a Self-Realization Fellowship para disseminar por todo o mundo os
ensinamentos nas práticas ancestrais da Índia, na filosofia do Ioga e as
meditações tradicionais. Pelos próximos anos, palestrou e ensinou na costa
leste dos Estados Unidos e em 1924 iniciou uma caravana de palestras por
todo o continente. No ano seguinte, estabeleceu em Los Angeles a sede
internacional da Self-Realization Fellowship, a qual tornou-se o coração
administrativo e espiritual do crescente trabalho.
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Após quinze anos de trabalho no Ocidente, Sri Yukteswar conferiu-lhe o
título de Paramahansa (literalmente Cisne Supremo) que significa
"aquele que manifesta o estado supremo de comunhão com Deus".
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BIOGRAFIA:
Gibran Khalil Gibran (em árabe:
جبران خليل جبران;
em siríaco: ܓ̰ܒܪܢ ܚܠܝܠ ܓ̰ܒܪܢ;
nascido em 6 de janeiro de 1883; Bicharre, Líbano – 10 de abril de
1931, Nova Iorque, Estados Unidos da América), também conhecido
simplesmente como Khalil Gibran, foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta,
conferencista e pintor de origem libanesa, cujos escritos, eivados de
profunda e simples beleza e espiritualidade, alcançaram a admiração do
público de todo o mundo.
Seu nome completo transliterado para línguas ocidentais (de base alfabética
predominantemente neo-latina), é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em
árabe. Em inglês (pois foi nos Estados Unidos da América que ele desenvolveu
a maior parte da sua atividade produtiva), preferiu a forma reduzida e
ligeiramente modificada de Khalil Gibran. E assim se conhece em todo o mundo
ocidental.
Em sua relativamente curta, porém prolífica existência (viveu apenas 48
anos), Khalil Gibran produziu obra literária acentuada e artisticamente
marcada pelo misticismo oriental, que — por essa razão — alcançou
popularidade em todo o mundo. Sua obra, acentuadamente romântica e
influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e
William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza,
entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas
e mística do autor. Sua obra mais conhecida é o livro O Profeta, que foi
originalmente publicado no idioma inglês e traduzido para inúmeros outros
idiomas mundo afora. Outro livro de destaque é Asas Partidas, em que o autor
fala de sua primeira história de amor.
Todos os seus livros foram traduzidos para o português por Mansour Challita.
Gibran Khalil Gibran faleceu em 10 de abril de 1931 (Nova Iorque, Estados
Unidos da América), causa mortis dita ser cirrose e tuberculose.
Fonte: Wikipedia
O Profeta
Khalil Gibran
Sexto sentido nº 13
Com uma vida dedicada a escrever e pintar, vivendo estritamente de
acordo com os preceitos contidos em sua obra, Gibran Khalil Gibran é
considerado um dos principais escritores do planeta e sua mensagem, eterna.
A pequena aldeia de Besharre, no Líbano, é tida como guardiã dos cedros
sagrados do Líbano e, segundo nos conta a história, foi de lá que o rei
Salomão obteve a madeira para construir o Templo de Jerusalém. A aldeia
também se situa nas proximidades das ruínas de Baalbeck, considerada uma das
cidades mais antigas do mundo. Próxima a Besharre estende-se a cidade de
Caná, onde Jesus realizou o milagre da transformação da água em vinho.
Foi nesse ambiente histórico repleto de referências religiosas
importantes que nasceu Gibran Khalil Gibran, no ano de 1883. Além de ser
considerado um dos artistas mais importantes do Líbano, seu nome é
respeitado em todo o mundo pela profundidade mística de sua obra, composta
de vários livros e pinturas. Sua principal criação, o livro O Profeta,
traduzido para mais de 30 idiomas e ainda hoje um dos maiores best-sellers
todo o planeta, teve grande influência na vida de milhões de pessoas,
independente de seus credos religiosos e tendências espirituais.
Gibran viveu na aldeia até os 11 anos, quando imigrou para os Estados
Unidos, retornando ao Líbano quatro anos depois para completar seus estudos
do árabe. Cursou os Colégio da Sabedoria, dos padres maronitas, e retornou à
América aos 19 anos. A carreira como um dos mais inspirados escritores e
pintores do século começou em 1905, com a publicação de A Música, sua
primeira obra — um panfleto em que ele ressalta a importância da melodia, em
particular a árabe. O poeta chamou o trabalho de a linguagem da alma e do
coração. No ano seguinte, publicou As Ninfas do Vale (Nymphs of the Valley)
em Nova York, uma coleção de três contos onde se destacam suas convicções
antifeudais e anticlericais.
Em 1908, além da publicação de As Almas Rebeldes (Spirits Rebellious),
outra coleção com quatro contos, Gibran foi para Paris estudar na Academie
Julien e na Academia de Belas Artes, onde pode desenvolver outra de suas
qualidades marcantes: a pintura. Inspirado por William Blake e Rodin, ele é
considerado um pintor visionário — qualidade muitas vezes atribuída também à
obra de Blake —, com telas repletas de símbolos e metáforas referentes à
busca humana e sua fé na vida, no homem e em Deus. Todos os seus livros em
língua inglesa foram ilustrados com suas pinturas, e muitas delas
encontram-se expostas no Gibran Museum, em sua aldeia natal.
Missão de Vida
Mais do que escrever um dos livros de maior importância para a
espiritualidade do século XX, Gibran sempre sentiu que possuía uma
capacidade que ia muito além do homem comum. Em uma das inúmeras cartas que
escreveu a amigos, ele dizia: “Sinto que há nas profundezas de meu coração
uma grande força que quer se manifestar, mas ainda é incapaz de fazê-lo”.
A composição de sua obra maior começou a ser esboçada ainda aos 15 anos,
quando o poeta delineou uma primeira versão de O Profeta, toda escrita em
árabe. Em 1910, já conhecido por outros livros escritos em árabe, começou a
redigir O Profeta em inglês, polindo a obra constantemente. Em inglês,
Gibran chegou a reescrever o texto cinco vezes, e apenas em 1923 entendeu
que tinha chegado à versão ideal, enviando-a a seu editor. Khalil Gibran
sentia que toda sua existência tinha como único sentido a produção daquele
trabalho. Numa carta a seu editor Emile Zeidan, antes de finalizar O
Profeta, o autor disse: “Os vinte anos que vivi como escritor e pintor foram
simplesmente uma época de preparação e desejo. Ainda não produzi nada que
mereça ficar à face do sol”.
Embora os críticos entendam que outras obras de Gibran mereçam lugar de
grande destaque, é com O Profeta que ele pode, enfim, dizer o que sempre
desejou, as verdades que estavam guardadas em sua alma. “Enfim,
pronunciei-a”, ele desabafou, “a palavra que carrego desde que nasci e que
vim a este mundo para pronunciar”. Seu entusiasmo com o livro é tamanho que
ele chegou a declarar que lamentava ter escrito tantos outros, já que tinha
vindo ao mundo para viver e escrever um único e pequeno volume.
Desde que foi publicado, O Profeta é considerada por muitos como uma das
obras mais profundas na história da literatura e da espiritualidade. Gibran
nunca se casou, jamais se interessou por negócios, sempre morou em
residências extremamente simples e, mesmo quando a venda de seus livros e
quadros atingiram cifras astronômicas, tornando-o milionário, ele em nada
alterou suas atitudes. O grande pensador sempre acreditou que tinha uma
missão a cumprir e viveu de acordo com essa fé.
Revolucionário
Um fato pouco conhecido da obra de Gibran no Ocidente, porém bastante
comentado no Oriente, é seu lado revolucionário, explícito no livro As Almas
Rebeldes, de 1908. O texto despertou a ira da Igreja e do império turco, que
o excomungou e exilou. Em quatro histórias de fundo filosófico, Gibran
defendia as classes menos privilegiadas contra seus exploradores.
O autor voltou a manifestar esse aspecto, que ele próprio considerava
extremista, em Temporais (The Tempests, 1920). Defendendo as posições
radicais e intolerantes que assumia, Gibran disse que “quem é moderado na
proclamação da verdade proclama somente a metade da verdade”. Nessas obras e
em outras, como As Ninfas do Vale e Asas Partidas, ficou bem clara sua
revolta contra a submissão da mulher, as violências do homem contra o homem
e todo tipo de injustiças.
A obra de Gibran também ficou marcada como uma das poucas que, nas
primeiras décadas do século XX, falava sobre a Criação como uma benção
original de Deus, sobre a dimensão feminina do Divino, sobre a unidade
transcendental da experiência religiosa, além de defender uma desobediência
civil orientada ou motivada pela religiosidade, algo que mais tarde foi
copiado pela Teologia da Libertação e por uma série de movimentos civis.
Ainda assim, Gibran rejeitava a religião organizada, interessando-se pelo
crescimento espiritual independente das convenções e da moralidade segundo
determinadas regras.
O grande escritor deixou o mundo em 1931, na cidade de Nova York, e seu
corpo foi levado de volta ao Líbano, para a capela de Mar Sarkis, um antigo
monastério encravado nas rochas, próximo à aldeia onde nasceu. Dois
trabalhos póstumos foram publicados: O Errante (The Wanderer, 1932) e O
Jardim do Profeta (The Garden of the Prophet, 1933), livro considerado o
‘adeus do Profeta’, com um texto repleto de confiança no ser humano e na
vida. Esta última obra foi deixada incompleta e terminada por outro
escritor. Sobre ela, Gibran escreveu: “Eu me vou. Contudo, se partir sem dar
voz a uma única verdade, esta verdade irá à minha procura e me juntará,
embora meus elementos estejam espalhados pelo silêncio da eternidade, e
novamente virei a vossa frente para falar com voz renascida do âmago desse
mesmo insondável silêncio. E, se algo houver de beleza que a vós não
declarei, então uma vez mais serei chamado, sim, pelo meu próprio nome,
Al-Mustafa, e um sinal vos darei, e sabereis que retornei para dizer
tudo que falta ser dito, pois Deus não irá tolerar ser escondido do homem;
nem que Seu trabalho fique encoberto no abismo do coração do homem”.
Segundo o clauriaudiente americano Jason Leen, essa declaração revelava
a origem Divina da escrita de Gibran. O mesmo Jason Leen psicografou A Morte
do Profeta, em 1979, o livro que completa a trilogia iniciada com O Profeta
e o Jardim do Profeta. Esse texto lhe foi entregue por Almitra, uma
sacerdotisa árabe que se materializou na casa do paranormal.
Al-Mustafá, O Profeta, falando sobre o amor:
Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor”.
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre
todos, e com uma voz forte, disse:
“Quando o amor vos chamar, segui-o, embora seus caminhos sejam agrestes e
escarpados, E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe, embora a
espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos. E quando ele vos falar,
acreditai nele, embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento
devasta o jardim.
Ele vos debulha para expor vossa nudez. Ele vos peneira para libertar-vos
das palhas. Ele vos mói até a extrema brancura. Ele vos amassa até que vos
torneis maleáveis/ Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no
pão místico do banquete divino.
O amor não dá nada senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio. O
amor não possui, nem se deixa possuir. Pois o amor basta-se a si mesmo.
Se contudo amardes e precisardes ter desejos, sejam estes os vossos desejos:
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia
de amor; de descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor;
de voltardes para casa à noite com gratidão; e de adormecerdes com uma prece
no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança.”
Al-Mustafá, O Profeta, falando sobre a dádiva:
“Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem
elogiados, e seu desenho secreto desvaloriza duas dádivas.
E há os que pouco têm e dão-no inteiramente. Esse confiam na vida e na
generosidade da vida, e seus cofres nunca se esvaziam.
E há os que dão com alegria, e essa alegria é sua recompensa.
E há os que dão com pena, e essa pena é seu batismo.
E há os que dão sem sentir pena nem buscar alegria e sem pensar na virtude:
dão como, o vale, o mirto espalha sua fragrância no espaço. Pelas mãos de
tais pessoas Deus fala; e através de seus olhos, Ele sorri para o mundo.
É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém, dar sem ser solicitado,
por haver apenas compreendido.
E existe alguma coisa que possais guardar? Tudo que possuís será um dia
dado.
Daí agora, portanto, para que a época da dádiva seja vossa e não de vossos
herdeiros.
Fonte:
Revista Sexto Sentido - numero 13
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Sócrates
(em grego antigo: Σωκράτης, transl. Sōkrátēs; 469–399 a.C.) foi um filósofo
ateniense, um dos mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental,
e um dos fundadores da atual Filosofia Ocidental. As fontes mais importantes
de informações sobre Sócrates são Platão, Xenofonte e Aristóteles (Alguns
historiadores afirmam só se poder falar de Sócrates como um personagem de
Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria.).
Os diálogos de Platão
retratam Sócrates como mestre que se recusa a ter discípulos, e um homem
piedoso que foi executado por impiedade. Sócrates não valorizava os prazeres
dos sentidos, todavia se escalava o belo entre as maiores virtudes, junto ao
bom e ao justo. Dedicava-se ao parto das idéias (Fedro) dos cidadãos de
Atenas, mas era indiferente em relação a seus próprios filhos.
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O
julgamento e a execução:
O julgamento e a execução
de Sócrates são eventos centrais da obra de Platão (Apologia e
Críton). Sócrates admitiu que poderia ter evitado sua condenação (beber o
veneno chamado cicuta) se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de
sua condenação, ele poderia ter evitado sua morte se tivesse escapado com a
ajuda de amigos. A razão para sua cooperação com a justiça da pólis e com
seus próprios valores mostra uma valiosa faceta de sua filosofia, em
especial aquela que é descrita nos diálogos com Críton.
Sócrates foi convidado
para o Senado dos quinhentos, e manifestou sua convicção de liberdade
combatendo as medidas que considerava injustas. A democracia estava se
implantando em Atenas, e Sócrates respondia qual era o melhor Estado, como
poderia se salvá-lo. Os homens mais sábios deviam governá-lo, pois eles
podem controlar melhor seus impulsos violentos e anti-sociais. Assim, nos
afastaríamos do comportamento de um animal. O Estado não confiava na
habilidade e reverenciava mais o número do que o conhecimento. Portanto,
Sócrates era aristocrático, pois há inteligência que baste para se resolver
os assuntos do Estado.
A reação do partido
democrático de Atenas não poderia ser outra. Em um juri de cinquenta
pessoas, foi acusado, condenado por negar os deuses do Estado e por
“perverter a juventude de Atenas”. Muitos jovens seguiam Sócrates, e
tornavam-se seus discípulos. Anito, um líder democrático, tinha um filho que
se tornou discípulo de Sócrates, ria dos deuses do pai, voltava-se contra
eles. Sócrates foi considerado, aos setenta anos, líder espiritual do
partido revoltoso. A verdadeira causa da morte de Sócrates é política, ele
ameaçava o partido democrático dominante. Foi condenado à morte, e teve de
ingerir cicuta (uma planta venenosa). Podia ter fugido da prisão, ou pedido
clemência, ou ter saído de Atenas, mas não quis. Quis cumprir as leis da
cidade. Assim, se tornou o primeiro mártir da filosofia. Não deixou nenhuma
obra escrita. Sua morte nos é contada por Platão, que foi um de seus
discípulos, e fiz aqui um resumo:
“(…) Ele se levantou e se
dirigiu ao banheiro com Críton, que nos pediu que esperássemos, e esperamos,
conversando e pensando (…) na grandeza de nossa dor. Ele era como um pai do
qual estávamos sendo privados, e estamos prestes a passar o resto da vida
orfãos. (…) A hora do pôr do sol estava próxima, pois ele tinha passado um
longo tempo no banheiro .(…) Pouco depois, o carcereiro entrou e se postou
perto dele, dizendo:
-A ti, Sócrates, que
reconheço ser o mais nobre, o mais delicado e o melhor de todos os que já
vieram para cá, não irei atribuir sentimentos de raiva de outros homens(…)
de fato, estou certo de que não ficarás zangado comigo, porque como sabes,
são os outros , e não eu o culpado disso. E assim, eu te saúdo, e peço que
suportes sem amargura aquilo que precisa ser feito, sabes qual é a minha
missão – e caindo em prantos, voltou-se e retirou-se.
Sócrates olhou para ele e
disse:
- Retribuo tua saudação,
e farei como pedes.- E então, voltando-se para nós disse:- Como é fascinante
esse homem; desde que fui preso, ele tem vindo sempre me ver,e agora vede a
generosidade com que lamenta a minha sorte. Mas devemos fazer o que ele diz;
Críton, que tragam a taça, se o veneno estiver preparado.(…)
Críton, ao ouvir isso fez
um sinal para o criado, o criado foi até lá dentro, onde se demorou algum
tempo; depois voltou com o carceireiro trazendo a taça de veneno. Sócrates
disse:
-Tu, meu bom amigo, que
tem expêriencias nesses assuntos, irá me dizer como devo fazer.
O homem repondeu:
- Basta caminhar de um
lado para outro, até que tuas pernas fiquem pesadas., depois deita-te e o
veneno agirá.-Ao mesmo tempo estendeu a taça a Sócrates, (..) que segurou-a
(…)
E então levando a taça
aos lábios, bebeu rápida e decididamente o veneno.
Até aquele instante a
maioria de nós conseguira segurar a dor; mas agora, vendo-o beber e vendo,
também que ele tomara toda a bebida, não pudemos mais nos conter; apesar de
meus esforços, lágrimas corriam aos borbotões. (…) Apolodoro, que estivera
soluçando o tempo todo, irrompeu num choro alto que transformou-nos a
todos em covardes. (…)
E então, o próprio
Sócrates apalpou as pernas e disse:
-Quando chegar ao
coração, será o fim.- (…) e disse aquelas que seriam as suas últimas
palavras:
- Críton, eu devo um galo
a Esculápio, vais lembrar de pagar a dívida?
-A dívida será paga –
disse Críton. (…)
Foi esse o fim de nosso
amigo, a quem posso chamar sinceramente de o mais sábio, mais justo e melhor
de todos que conheci. ”
Filosofia
Método socrático
O método socrático
consiste numa prática muito famosa de Sócrates, o filósofo, em que,
utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica (levar ou induzir uma
pessoa, por ela própria, ou seja, por seu próprio raciocínio, ao
conhecimento ou à solução de sua dúvida) e pela ironia, levava o seu
interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à
conclusão de que o seu conhecimento é limitado.
É atribuído a Sócrates, o
grande filósofo grego do século V a.C., devido ao seu uso constante,
registrado nos livros de Platão.
O método socrático é uma
abordagem para geração e validação de idéias e conceitos baseada em
perguntas, respostas e mais perguntas.
Também conhecido como
Maiêutica: "É o método que consiste em parir idéias complexas a partir de
perguntas simples e articuladas dentro de um contexto."
Idéias filosóficas
As crenças de Sócrates,
em comparação às de Platão, são difíceis de discernir. Há poucas diferenças
entre as duas idéias filosóficas. Conseqüentemente, diferenciar as crenças
filosóficas de Sócrates, Platão e Xenofonte é uma tarefa difícil e deve-se
sempre lembrar que o que é atribuído a Sócrates pode refletir o pensamento
dos outros autores.
Se algo pode ser dito
sobre as idéias de Sócrates, é que ele foi moralmente, intelectualmente e
filosoficamente diferente de seus contemporâneos atenienses. Quando estava
sendo julgado por heresia e por corromper a juventude, usou seu método de
elenchos para demonstrar as crenças errôneas de seus julgadores. Sócrates
acredita na imortalidade da alma e que teria recebido, em um certo momento
de sua vida, uma missão especial do deus Apolo Apologia, a defesa do logos
apolíneo "conhece-te a ti mesmo".
Sócrates também duvidava
da idéia sofista de que a arete (virtude) podia ser ensinada. Acreditava que
a excelência moral é uma questão de inspiração e não de parentesco, pois
pais moralmente perfeitos não tinham filhos semelhantes a eles. Isso talvez
tenha sido a causa de não ter se importado muito com o futuro de seus
próprios filhos. Sócrates freqüentemente diz que suas idéias não são
próprias, mas de seus mestres, entre eles Pródico e Anaxágoras de Clazômenas
.
Amor
No Simpósio, de Platão,
Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos
conhecimentos e na genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na origem
do conceito socrático-platônico do amor.
Conhecimento
Sócrates sempre dizia que
sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância (Só sei que nada sei.).
Ele acreditava que os atos errados eram conseqüências da própria ignorância.
Nunca proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a se
sentirem ignorantes de tanto perguntar, problematização sobre conceitos que
as pessoas tinham dogmas, verdades. De tanto questionar, principalmente os
sábios, começou arrebanhar inimigos.
Virtude
Sócrates acreditava que o
melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no próprio
desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material. Convidava outros a se
concentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que
esse era o melhor modo de se crescer como uma população. Suas ações são
provas disso: ao fim de sua vida, aceitou sua sentença de morte quando todos
acreditavam que fugiria de Atenas, pois acreditava que não podia fugir de
sua comunidade. Acreditava que os seres humanos possuíam certas virtudes,
tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais
importante de todas as coisas.
Política
Diz-se que Sócrates
acreditava que as idéias pertenciam a um mundo que somente os sábios
conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito
governante para um Estado. Se opunha à democracia aristocrática que era
praticada em Atenas durante sua época,essa mesma idéia surge nas Leis, em
Platão e Sócrates não deixou nenhum escrito,nem ao menos sobre política.Tudo
que sabemos sobre seus pensamento está na obra de Platão, seu discípulo.
Ruptura e Legado
Sócrates provocou
uma ruptura sem precedentes na história da Filosofia grega, por isso ela
passou a considerar os filósofos entre pré-socráticos e pós-socráticos. Os
sofistas, grupo de filósofos (embora seja negado por Platão) originários de
várias cidades, viajavam pelas pólis, onde discursavam em público e
ensinavam suas artes, como a retórica, em troca de pagamento. Sócrates se
assemelhava exteriormente a eles, exceto no pensamento. Platão afirma que
Sócrates não recebia pagamento por suas aulas.
Sua pobreza era prova de
que não era um sofista. Para os sofistas tudo deveria ser avaliado segundo
os interesses do homem e da forma como este vê a realidade
social(subjetividade). Isso significa que, segundo essa corrente de
pensamento, as regras morais, as posições políticas e os relacionamentos
sociais deveriam ser guiados conforme a conveniência individual. Para este
fim qualquer pessoa poderia se valer de um discurso convicente, mesmo que
falso ou sem conteúdo. Os sofistas usavam, de fato, complicados jogos de
palavras, no discurso para demonstrar a verdade daquilo que se pretendia
alcançar, este tipo de argumento ganhou o nome de sofisma.
Em resumo, a sofística
destruía os fundamentos de todo conhecimento, já que tudo seria relativo
(relativismo) e os valores seriam subjetivos, assim como impedia o
estabelecimento de um conjunto de normas de comportamento que garantissem os
mesmos direitos para todos os cidadãos da pólis. Tanto quanto os sofistas,
Sócrates abandonou a preocupação em explicar e se concentrou no problema do
homem. No entanto, contrariamente aos sofistas, Sócrates travou uma polêmica
profunda com estes, pois procurava um fundamento último para as
interrogações humanas ( O que é o bem? O que é a virtude? O que é a
justiça?), enquanto os sofistas situavam as suas reflexões a partir dos
dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de
um essência da virtude, da justiça do bem etc., a partir da qual a própria
realidade empírica pudesse ser avaliada.
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Os filósofos Pré-Socráticos foram:
-
Tales de Mileto
-
Anaximandro
-
Pitágoras
-
Xenófanes
-
Parmênides
-
Heráclito
-
Empédocles
-
Anaxágoras
-
Leucipo
-
Demócrito
Referências
1. Socrates. 1911 Encyclopaedia Britannica (1911). Página visitada em
14-11-2007.
Bibliografia
COTRIM, Gilberto.
Fundamento da Filosofia, 2000;
CHALITA, Ga briel.
Vivendo a Filosofia, 2005;
GUTHRIE,
William K. C.. Socrates.
Cambridge: University
Press, 1994;
MAGALHÃES-VILHENA, V. de.
O problema de Sócrates. O Sócrates histórico e o Sócrates platônico. Lisboa:
Gulbenkian, 1984;
MOSSÉ, Claude. O processo
de Sócrates. Tradução de Arnaldo Marques. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987;
SPINELLI, Miguel.
Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo: Loyola, 2006,
pp.45-186;
WOLFF, Francis. Socrate.
Paris: Presses Universitaires de France, 2000
Fonte:
Wikipédia
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Platão de Atenas
(Atenas,428/27– Atenas, 347 a.C.) foi um filósofo grego.
Discípulo de Sócrates,
fundador da Academia e mestre de Aristóteles. Acredita-se que seu nome
verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente,
fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou
os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de
diferentes temas. Πλάτος (plátos) em grego significa amplitude, dimensão,
largura. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão
ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria
do conhecimento.
Vida
Platão nasceu em Atenas,
provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C. um ano após a morte do
estadista Péricles. Seu pai, Aristão, tinha como ancestral o rei Codros e
sua mãe, Perictione, tinha Sólon entre seus antepassados. Inicialmente,
Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, um seguidor de Heráclito.
No entanto, por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo Sócrates e tornou-se
seu discípulo até a morte deste. Pouco depois de 399 a.C., Platão esteve em
Mégara com alguns outros discípulos de Sócrates, hospedando-se na casa de
Euclides. Em 388 a.C., quando já contava quarenta anos, Platão viajou para a
Magna Grécia com o intuito de conhecer mais de perto comunidades pitagóricas.
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Nesta ocasião, veio a
conhecer Arquitas de Tarento. Ainda durante essa viagem, Dionísio I convidou
Platão para ir à Siracusa, na Sicília. Platão partiu para Siracusa com a
esperança de lá implantar seus ideais políticos. No entanto, acabou se
desentendendo com o tirano local e retornou para Atenas.
Em seu retorno, fundou a
Academia. A instituição logo adquiriu prestígio e a ela acorriam inúmeros
jovens em busca de instrução e até mesmo homens ilustres a fim de debater
idéias. Em 367 a.C., Dionísio I morreu, e Platão retornou a Siracusa a fim
de mais uma vez tentar implementar suas idéias políticas na corte de
Dionísio II. No entanto, o desejo do filósofo foi novamente frustrado. Em
361 a.C. voltou pela última vez à Siracusa com o mesmo objetivo e pela
terceira vez fracassa. De volta para Atenas em 360 a.C., Platão permaneceu
na direção da Academia até sua morte, em 347 a.C.
O problema que Platão
propõe-se a resolver é a tensão entre Heráclito e Parmênides: para o
primeiro, o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e é uma ilusão
a estaticidade, ou a permanência de qualquer coisa; para o segundo, o
movimento é que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo
que não é não pode passar a ser; assim, não há mudança.
Por exemplo, o que faz com
que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer,
e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com
características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em
relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em
relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a
mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é
uma ilusão .
Platão resolve esse
problema com sua Teoria das Idéias. O que há de permanente em um objeto é a
Idéia; mais precisamente, a participação desse objeto na sua Idéia
correspondente. E a mudança ocorre porque esse objeto não é uma Idéia, mas
uma incompleta representação da Idéia desse objeto. No exemplo da árvore, o
que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a
despeito de sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras
árvores de outras espécies (e mesmo das árvores da mesma espécie) é a sua
participação na Idéia de Árvore; e sua mudança deve-se ao fato de ser uma
pálida representação da Idéia de Árvore.
Platão também elaborou uma
teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer
as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um
objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Idéia daquele
objeto que viu no mundo das Idéias. Para explicar como se dá isso, Platão
recorre a um mito (ou uma metáfora) segundo a qual, antes de nascer, a alma
de cada pessoa vivia em uma estrela, onde se localizam as Idéias. Quando uma
pessoa nasce, sua alma é "jogada" para a Terra, e o impacto que ocorre faz
com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de
diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se
recorda da Idéia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em
Platão, chama-se anamnesis.
A reminiscência
Uma das condições para a
indagação ou investigação acerca das Idéias é que não estamos em estado de
completa ignorância sobre elas. Do contrário, não teríamos nem o desejo nem
o poder de procurá-las. Em vista disso, é uma condição necessária, para tal
investigação, que tenhamos em nossa alma alguma espécie de conhecimento ou
lembrança de nosso contato com as Idéias (contato esse ocorrido antes do
nosso próprio nascimento) e nos recordemos das Idéias ao vê-las reproduzidas
palidamente nas coisas.
Deste modo, toda a ciência
platônica é uma reminiscência. A investigação das Idéias supõe que as almas
preexistiram em uma região divina onde contemplavam as Idéias. Podemos tomar
como exemplo o Mito da Parelha Alada, localizado no diálogo Fedro, de
Platão. Neste diálogo, Platão compara a raça humana a carros alados. Tudo o
que fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que fazemos de errado,
tira força das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas
que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos
no Mundo Sensível, onde vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos
condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Idéias.
Amor
No Simpósio, de Platão,
Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos
conhecimentos e na genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na origem
do conceito socrático-platônico do amor.
Conhecimento
Platão não buscava as
verdadeiras essências da forma física como buscavam Demócrito e seus
seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a verdade essencial
das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas,
pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o
filósofo busca a verdade plena, deve buscá-la em algo estável, nas
verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar e, se há uma
verdade essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as
pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior.
Como seu mestre Sócrates,
Platão busca descobrir as verdades essenciais das coisas. As coisas devem
ter um outro fundamento, além do físico, e a forma de buscar estas
realidades vem do conhecimento, não das coisas mas do além das coisas. Esta
busca racional é contemplativa. Isto significa buscar a verdade no interior
do próprio homem, não meramente como sujeito particular, mas como
participante das verdades essenciais do ser.
O conhecimento era o
conhecimento do próprio homem, mas sempre ressaltando o homem não enquanto
corpo, mas enquanto alma. O conhecimento contido na alma era a essência
daquilo que existia no mundo sensível. Portanto, em Platão, também a técnica
e o mundo sensível eram secundários. A alma humana enquanto perfeita
participa do mundo perfeito das idéias, porém este formalismo só é
reconhecível na experiência sensível.
Também o conhecimento tinha
fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim a forma
de conhecimento era um reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das
verdades que sempre possuíra e que o levavam a discernir melhor dentre as
aparências de verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um
caminho árduo e metódico.
Quanto ao mundo material, o
homem poderia ter somente a doxa (opinião) e téchne (técnica), que permitia
a sua sobrevivência, ao passo que, no mundo das idéias, o homem pode ter a
épisthéme, o conhecimento verdadeiro, o conhecimento filosófico,.
Platão não defendia que
todas as pessoas tivessem igual acesso à razão. Apesar de todos terem a alma
perfeita, nem todos chegavam à contemplação absoluta do mundo das idéias.
Política
Os males não cessarão para
os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao
poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se
a filosofar verdadeiramente." (Platão, Carta Sétima, 326b).
Esta afirmação de Platão
deve ser compreendida com base na teoria do conhecimento, e lembrando que o
conhecimento para Platão tem fins morais.
Todo o projecto político
platónico foi traçado a partir da convicção de que a Cidade-Estado ideal
deveria ser obrigatoriamente governada por alguém dotado de uma rigorosa
formação filosófica.
Platão acreditava que
existiam três espécies de virtudes baseadas na alma, que corresponderiam aos
estamentos da pólis:
A primeira virtude era a da
sabedoria, deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, o governante, pois
possui caráter de ouro e utiliza a razão.
A segunda espécie de
virtude é a coragem, deveria ser o peito do Estado, isto é, os soldados ou
guardiães da pólis, pois sua alma de prata é imbuída de vontade. E, por fim,
A terceira virtude, a
temperança, que deveria ser o baixo-ventre do Estado, ou os trabalhadores,
pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
O homem e a alma
O homem para Platão era
dividido em corpo e alma. O corpo era a matéria e a alma era o imaterial e o
divino que o homem possuía. Enquanto o corpo está em constante mudança de
aparência, a alma não muda nunca. Desde quando nascemos, temos a alma
perfeita, porém não sabemos. As verdades essenciais estão inscritas na alma
eternamente, porém, ao nascermos, nós as esquecemos, pois a alma é
aprisionada no corpo.
Para Platão a alma é divida em três partes:
1 Racional: cabeça;
esta tem que controlar as outras duas partes. Sua virtude é a sabedoria ou
prudência (phrónesis).
2 Irascível: tórax;
parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua virtude é a coragem (andreía).
3 Concupiscente:
baixo ventre; apetite, desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao libido. Sua
virtude é a moderação ou temperança (sophrosýne).
Platão acreditava que a
alma depois da morte reencarnava em outro corpo, mas a alma que
se ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era privilegiada com a morte do
corpo. A ela era concedida o privilégio de passar o resto dos seus tempos em
companhia dos deuses.
Por meio da relação de sua
alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Idéias e aspira ao
conhecimento e às idéias do Bem e da Justiça. A partir da contemplação do
mundo das Idéias, o Demiurgo, tal como Platão descreveu no Timeu, organizou
o mundo sensível. Não se trata de uma criação ex nihilo, isto é, do nada,
como no caso do Deus judaico-cristão, pois o Demiurgo não criou a matéria (Timeu,
53b) nem é a fonte da racionalidade das Idéias por ele contempladas. A ação
do homem se restringe ao mundo material; no mundo das Idéias o homem não
pode transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.
Reencarnação:
Platão,
especialmente, nos legou fortemente sua crença na
reencarnação,
como podemos ver, entre outros diálogos escritos por ele, no Fédon.
Na obra República, Platão apresenta uma
cena alegórica em que um gênio tira, de sobre os joelhos das parcas (as
deusas Cloto, Láquesis e Átropos, da mitologia grega, que determinavam o
curso da vida humana), os destinos e as diversas condições, e então brada:
"Almas divinas! Entrai em corpos Mortais; ide começar uma nova carreira. Eis
aqui todos os destinos da vida. Escolhei livremente: a escolha é
irrevogável. Se for má não acuseis por isso a Deus".
Obras
Diálogos
Platão escreveu,
principalmente, na forma de diálogos. Esses escritos, considerados
autênticos, são, em uma ordem cronológica provável :
1.Hípias (menor): trata do
agir humano;
2.Alcibíades (Primeiro):
trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
1.Alcibíades (Segundo):
trata do conhecimento;
3.Apologia de Sócrates:
relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
4.Eutífron: trata dos
conceitos de piedade e impiedade;
5.Críton: trata da justiça;
6.Hípias (maior): discussão
estética;
7.Laques: trata da coragem;
8.Lísis: trata da
amizade/amor;
9.Cármides: diálogo ético;
10.Protágoras: trata do
conceito e natureza da virtude;
11.Górgias: trata do
verdadeiro filósofo em oposição aos sofistas;
12.Mênon: trata do ensino
da virtude;
13.Fédon: relata o
julgamento e morte de Sócrates e trata da imortalidade da alma;
14.O Banquete: trata da
origem, as diferentes manifestações e o significado do amor sensual;
15.Fedro: trata da retórica
e do amor sensual;
16.Íon: trata de poesia;
17.Menêxeno: elogio da
morte no campo de batalha;
18.Eutidemo: crítica aos
sofistas;
19.Crátilo: trata da
natureza dos nomes;
20.A República: aborda
vários temas, mas todos subordinados à questão central da justiça;
21.Parmênides: trata da
ontologia. É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende a
teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides;
22.Teeteto: trata
exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
23.Sofista: diálogo de
caráter ontológico, discute o problema da imagem, do falso e do não-ser;
24.Político: trata do
perfil do homem político;
25.Filebo: versa sobre o
bom e o belo e como o homem pode viver melhor;
26.Timeu: trata da origem
do universo.
27.Crítias: Platão narra
aqui mito de Atlântida através de Crítias (seu avô). É um diálogo inacabado;
28.Leis: aborda vários
temas da esfera política e jurídica. É o último (inacabado), mais longo e
complexo diálogo de Platão;
29.Epidômite
30.Cartas (dentre as quais,
somente a de número 7 (sete) é considerada realmente autêntica)
Tetralogias
Há, na Antigüidade, duas
classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio,
e a tetralógica, de Trasilo. Segundo Diógenes Laércio, as 9 tetralogias são:
I. Eutífron, Apologia de
Sócrates, Críton, Fédon
II. Crátilo, Teeteto,
Sofista, Político
III. Parmênides, Filebo,
Banquete, Fedro
IV. Primeiro Alcibíades
(1), Segundo Alcibíades (2), Hiparco (2), Os amantes (2)
V. Theages (2), Carmides,
Laques, Lísis
VI. Eutidemo, Protágoras,
Górgias, Mênon
VII. Hipias (maior) (1),
Hípias (menor), Íon, Menéxenes
VIII. Clitófon (1), A
República, Timeu, Crítias
IX. Minos (2), Leis,
Epínomis (2), Sétima carta (1).
Muitos diálogos não
inclusos nas tetralogias de Trasilo circularam com o nome de Platão, ainda
que fossem considerados espúrios (notheuomenoi) até mesmo na Antigüidade.
Axíocho (2), Definições
(2), Demódoco (2), Epigramas, Eríxia (2), Halcyon (2), Da Justiça (2), Da
Virtude (2), Sísifo (2).
Os diálogos que estão
marcados com (1) nem sempre são atribuídos a Platão, e os marcado com (2)
são considerados apócrifos. Os que não estão marcados são de autoria certa.
O critério para a atribuição é variado, mas geralmente são consideradas
obras de Platão as que são citadas por Cícero ou Aristóteles, ou referidas
pelo próprio autor em outros textos.
Cronologia:
Linha do tempo
432 a.C. - Início da guerra
do Peloponeso.
428/27 a.C. - Nascimento de
Platão.
411 a.C. - Revolução
oligárquica aristocrata tira os democratas do poder em Atenas e impõe o
Conselho dos Quatrocentos.
404 a.C. - Liga do
Peloponeso, liderada por Esparta, derrota a Liga da Hélade, liderada por
Atenas, e tem início o governo dos Trinta Tiranos.
399 a.C. - Condenação de
Sócrates à morte pela Assembléia popular de Atenas.
387 a.C. - Platão funda, em
Atenas, a Academia.
384 a.C. - Nascimento de
Aristóteles, em Estagira, na Calcídica.
347 a.C. - Morte de Platão,
em Atenas. A Academia passa a ser dirigida por Espeusipo.
338 a.C. - Felipe da
Macedônia vence a batalha de Queronéia e conquista a Grécia.
Fonte:
Wikipedia
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René Descartes
(La Haye en Touraine, 31 de Março de 1596 — Estocolmo, 11 de Fevereiro de
1650), também conhecido como Renatus Cartesius (forma latinizada), foi
filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo por seu
trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve
reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria -
fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje
leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução
Científica.
Descartes,
por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da
matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e
influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e
várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a
partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente
influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de
Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde,
surgiria nas Ilhas Britânicas, um movimento filósofico que, de certa forma,
seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.
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Vida
René Descartes nasceu no ano de 1596 em La Haye
(hoje Descartes), no departamento francês de Indre-et-Loire. Com oito anos,
ingressa no colégio jesuíta Royal Henry-Le-Grand, em La Flèche. O curso em
La Flèche durava um triénio, tendo Descartes sido aluno do Padre Estevão de
Noel, que lia Pedro da Fonseca nas aulas de Lógica, a par dos Commentarii.
Descartes reconheceu que lá havia certa liberdade, no entanto no seu
Discurso sobre o método declara a sua decepção não com o ensino da escola em
si mas com a tradição Escolástica, cujos conteúdos considerava confusos,
obscuros e nada práticos. Em carta a Mersenne, diz que "os Conimbres são
longos, sendo bom que fossem mais breves. Crítica, aliás, já então corrente,
mesmo nas escolas da Companhia de Jesus". Descartes esteve em La Flèche por
cerca de nove anos (1606-1615) [1]. "Descartes não mereceu, como se sabe, a
plena admiração dos escolares jesuítas, que o consideravam deficiente
filósofo"[2]. Prosseguiu depois seus estudos graduando-se em Direito, em
1616, pela Universidade de Poitiers.
No entanto, Descartes nunca exerceu o Direito, e em
1618 alistou-se no exército do Príncipe Maurício de Nassau, com a intenção
de seguir carreira militar. Mas se achava menos um ator do que um
espectador: antes ouvinte numa escola de guerra do que verdadeiro militar.
Conheceu então Isaac Beeckman que o influenciou fortemente e compôs um
pequeno tratado sobre música intitulado Compendium Musicae (Compêndio de
Música).
Também é dessa época (1619-1620) o Larvatus prodeo (Ut
comœdi, moniti ne in fronte appareat pudor, personam induunt, sic ego hoc
mundi teatrum conscensurus, in quo hactenus spectator exstiti, larvatus
prodeo. [3] Esta declaração do jovem Descartes no preâmbulo das Cogitationes
Privatae (1619) é interpretada como uma confissão que introduz o tema da
dissimulação, e, segundo alguns, marca uma estratégia de separação entre
filosofia e teologia. Jean-Luc Marion, em seu artigo Larvatus pro Deo :
Phénoménologie et théologie refere-se à abordagem dionisíaca do homem
escondido diante de deus (larvatus pro Deo) como justificativa teológica do
filósofo que avança mascarado (larvatus prodeo).
Em 1619, viaja até a Alemanha, onde, no dia 10 de Novembro,
teve uma visão em sonho de um novo sistema matemático e científico. Em 1622,
ele retorna à França passando os seguintes anos em Paris.
Em 1628 compõe as Regulae ad directionem ingenii (Regras
para a Direção do Espírito) e parte para os Países Baixos onde viverá até
1649. Em 1629, começa a redigir o Tratado do Mundo, uma obra de Física, na
qual aborda a sua tese sobre o heliocentrismo. Porém, em 1633, quando
Galileu é condenado pela Inquisição, Descartes abandona seus planos de
publicá-lo. Em 1635 nasce Francine, filha de uma serviçal. A criança é
batizada no dia 7 de Agosto de 1635 mas morre precocemente em 1640, o que
foi um grande baque para Descartes.
Em 1637, publica três pequenos tratados científicos: A
Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria, mas o prefácio dessas obras é que faz
seu futuro reconhecimento: o Discurso sobre o método.
Em 1641, aparece sua obra filosófica e metafísica mais
imponente: as Meditações Sobre a Filosofia Primeira, com os primeiros seis
conjuntos de Objeções e Respostas. Os autores das objeções são: do primeiro
conjunto, o téologo holandês Johan de Kater; do segundo, Mersenne; do
terceiro, Thomas Hobbes; do quarto, Arnauld; do quinto, Gassendi; e do sexto
conjunto, Mersenne.
'Cogito, ergo sum’.
Em 1642, a segunda edição das Meditações incluía uma sétima
objeção, feita pelo jesuíta Pierre Bourdin, seguida de uma Carta a Dinet.
Em 1643, o cartesianismo é condenado pela Universidade de
Utrecht. Descartes inicia a sua longa correspondência com a Princesa Isabel
(1618 – 1680), filha mais velha de Frederico V e de Isabel da Boémia. A
correspondência deverá durar sete anos, até a morte do filósofo, em 1650.
Também no ano de 1643, Descartes publica Os
Princípios da Filosofia, onde resume seus princípios filosóficos que
formariam "ciência". Em 1644, faz uma visita rápida a França onde encontra
Chanut, o embaixador francês junto à corte sueca, que o põe em contato com a
rainha Cristina da Suécia. Nesta ocasião, Descartes teria declarado que o
Universo é totalmente preenchido por um "éter" onipresente. Assim, a rotação
do Sol, através do éter, criaria ondas ou redemoinhos, explicando o
movimento dos planetas, tal qual uma batedeira. O éter também seria o meio
pelo qual a luz se propaga, atravessando-o pelo espaço, desde o Sol até nós.
Em 1647 Descartes é premiado pelo Rei da França com
uma pensão e começa a trabalhar na Descrição do Corpo Humano. Entrevista
Frans Burman em Egmond-Binnen (1648), resultando na Conversa com Burman. Em
1649, vai à Suécia, a convite da Rainha Cristina. Seu Tratado das Paixões,
que ele dedicou a sua amiga Isabel da Boêmia, fora publicado.
René Descartes
morreu de pneumonia no dia 11 de Fevereiro de 1650, em Estocolmo, onde
estava trabalhando como professor a convite da Rainha. Acostumado a
trabalhar na cama até meio-dia, há de ter sofrido com as demandas da Rainha
Christina, cujos estudos começavam às 5 da manhã. Como um católico num país
protestante, ele foi enterrado num cemitério de crianças não batizadas, na
Adolf Fredrikskyrkan, em Estocolmo. Em 1667, os restos de Descartes foram
repatriados para a França e enterrados na Abadia de Sainte-Geneviève de
Paris. Um memorial construído no século XVIII permanece na igreja sueca.
Embora a Convenção, em 1792, tenha projetado a
transferência do seu túmulo para o Panthéon, ao lado de outras grandes
figuras da França, desde 1819, seu túmulo está na Igreja de
Saint-Germain-des-Prés, em Paris.
A vila no vale do Loire onde ele nasceu foi renomeada La
Haye-Descartes e, posteriormente, já no final do século XX, Descartes.
Em 1667, depois de sua morte, a Igreja Católica Romana
colocou suas obras no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros
Proibidos).
Pensamento
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma
sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda
era muito forte e quando ainda não existia uma tradição de "produção de
conhecimento". Para a sociedade feudal, o conhecimento estava nas mãos da
Igreja. Aristóteles tinha deixado um legado intelectual que o clero se
encarregava de disseminar.
Descartes
viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre Protestantes e
Católicos na Europa - a Guerra dos Trinta Anos. Viajou muito e viu que
sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Aquilo
que numa região é tido por verdadeiro, é considerado ridículo, disparatado e
falso em outros lugares.
Descartes
viu que os "costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural"
influenciam a forma como as pessoas pensam naquilo em que acreditam.
O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: todos
pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de se contentar nas
outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que têm.
O primeiro
pensador moderno
Descartes
é considerado o primeiro filósofo moderno. A sua contribuição à
epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais por ter
estabelecido um método que ajudou o seu desenvolvimento. Descartes criou, em
suas obras Discurso sobre o método e Meditações - ambas escritas em francês,
em lugar do latim, língua tradicionalmente utilizada nos textos eruditos de
sua época - as bases da ciência contemporânea.
O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico -
que nada tem a ver com a atitude cética: duvida-se de cada idéia que não
seja clara e distinta. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos,
que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir,
ou porque assim deve ser etc., Descartes instituiu a dúvida: só se pode
dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar
indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio
eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo
sou) e de Deus.
Também consiste o método de quatro regras básicas:
verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca
do fenômeno ou coisa estudada;
analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas
unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;
sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades
estudadas em um todo verdadeiro;
enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim
de manter a ordem do pensamento.
Em relação à Ciência, Descartes desenvolveu uma
filosofia que influenciou muitos, até ser superada pela metodologia de
Newton. Ele sustentava, por exemplo, que o universo era pleno e não poderia
haver vácuo. Acreditava que a matéria não possuía qualidades secundárias
inerentes, mas apenas qualidades primarias de extensão e movimento.
Ele dividia a realidade em res cogitans (consciência,
mente) e res extensa (matéria). Acreditava também que Deus criou o universo
como um perfeito mecanismo de moção vertical e que funcionava
deterministicamente sem intervenção desde então.
Matemáticos consideram Descartes muito importante
por sua descoberta da geometria analítica. Até Descartes, a geometria e a
álgebra apareciam como ramos completamente separados da Matemática.
Descartes mostrou como traduzir problemas de geometria para a álgebra,
abordando esses problemas através de um sistema de coordenadas.
A Teoria de Descartes forneceu a base para o Cálculo
de Newton e Leibniz, e então, para muito da matemática moderna. Isso parece
ainda mais incrível tendo em mente que esse trabalho foi intencionado apenas
como um exemplo no seu Discurso Sobre o Método.
Não basta termos um bom espírito. O mais importante é
aplicá-lo bem.
Geometria
O interesse de Descartes pela matemática surgiu
cedo, no “College de la Flèche”, escola do mais alto padrão, dirigida por
jesuítas, na qual ingressara aos oito anos de idade. Mas por uma razão muito
especial e que já revelava seus pendores filosóficos: a certeza que as
demonstrações ou justificativas matemáticas proporcionam. Aos vinte e um
anos de idade, depois de freqüentar rodas matemáticas em Paris (além de
outras), já graduado em Direito, ingressa voluntariamente na carreira das
armas, uma das poucas opções “dignas” que se ofereciam a um jovem como ele,
oriundo da nobreza menor da França. Durante os quase nove anos que serviu em
vários exércitos, não se sabe de nenhuma proeza militar realizada por
Descartes. É que as batalhas que ocupavam seus pensamentos e seus sonhos
travavam-se no campo da ciência e da filosofia.
A Geometria analítica de Descartes apareceu em 1637
no pequeno texto chamado A Geometria como um dos três apêndices do Discurso
do método, obra considerada o marco inicial da filosofia moderna. Nela, em
resumo, Descartes defende o método matemático como modelo para a aquisição
de conhecimentos em todos os campos.
Citações
René Descartes."Descartes deseja ser ao nível da cognição um
self-made-man. Ele é o Samuel Smiles do empreendimento cognitivo" - Ernest
Gellner, "Reason and Culture", Oxford 1992, p. 3. "Penso,
logo existo!" - René Descartes
Obras importantes
Regras para a direção do espírito (1628?) - obra da
juventude inacabada na qual o método aparece em forma de numerosas regras
O Mundo ou Tratado da Luz (1632-1633) - obra contém algumas
das conquistas definitivas da física clássica: a lei da inércia, a da
refração da luz e, principalmente, as bases epistemológicas contrárias ao
que seria denominado de princípio da ciência escolástica, radicada no
aristotelismo.
Discurso sobre o método (1637)
Geometria (1637)
Meditações (1641) - expande o método cartesiano exposto em
"Discurso sobre o método"
ROSACRUZ:
É reconhecido que figuras
eminentes da História humana pertenceram a Ordem Rosacruz. É o caso
de Leonardo da Vinci, Paracelso, Francis Bacon, Isaac Newton, Rene
Descartes, Robert Fludd, Giordano Bruno, Leibniz, Alessandro Cagliostro,
Johann Wolfgang von Goethe, Victor Hugo, Rudolf Steiner, Herman Hesse e
vários outros.
Bibliografia:
António R. Damásio, O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o
Cérebro Humano, São Paulo, Companhia das Letras, 1996.
SPINELLI, Miguel. "A Matemática como paradigma da
construção filosófica de Descartes". In: Revista Cadernos de História e
Filosofia da Ciência. Unicamp, Campinas, v.2, n.1, 1990, pp. 5-15.
DESCARTES, Œuvres, édition Charles ADAM et Paul TANNERY, Léopold Cerf,
1897-1913, 13 volumes ; nouvelle édition complétée, Vrin-CNRS, 1964-1974, 11
vol. (edição de
referência).
Fonte: Wikipedia
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É
considerado um dos maiores filósofos de todos os tempos.
O Filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C. e morreu em 322 a.C. Seus
pensamentos filosóficos e idéias sobre a humanidade tem influências
significativas na educação e no pensamento ocidental contemporâneo.
Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas obras
influenciaram também na teologia medieval da cristandade.
Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos, onde conheceu Platão,
tornando seu discípulo. Passou o ano de 343 a.C. como preceptor do imperador
Alexandre, o Grande, da Macedônia. Fundou em Atenas, no ano de 335 a.C, a
escola Liceu, voltada para o estudo das ciências naturais. Seus estudos
filosóficos baseavam-se em experimentações para comprovar fenômenos da
natureza.
O filósofo valorizava a inteligência humana, única forma de alcançar a
verdade. Fez escola e seus pensamentos foram seguidos e propagados pelos
discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do conhecimento:
política, lógica, moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didática,
poética, retórica, física, antropologia, psicologia e biologia. Publicou
muitas obras de cunho didático, principalmente para o público geral.
Valorizava a educação e a considerava uma das formas crescimento intelectual
e humano. Sua grande obra é o livro Organon, que reúne grande parte de seus
pensamentos.
Pensamento de Aristóteles sobre a educação:
"A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces". Aristóteles (D.L.
5, 18).
Frases de Aristóteles:
"O verdadeiro discípulo é aquele que consegue
superar o mestre."
"A principal qualidade do estilo é a clareza."
"O homem que é prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto
diz."
"O homem livre é senhor de sua vontade e somente escravo de sua própria
consciência."
"Devemos tratar nossos amigos como queremos que eles nos tratem."
"O verdadeiro sábio procura a ausência de dor, e não o prazer."
Fonte:
http://www.suapesquisa.com/aristoteles/
Pitágoras
de Samos (do grego Πυθαγόρας) foi um filósofo e matemático grego que nasceu
em Samos entre cerca do ano 570 a.C. e 571 a.C. e morreu em
Metaponto entre cerca do ano 496 a.C. ou 497 a.C.
A sua biografia está envolta em lendas. Diz-se que o nome
significa altar da Pítia ou o que foi anunciado pela Pítia, pois mãe ao
consultar a pitonisa soube que a criança seria um ser excepcional.
Pitágoras
foi o fundador de uma escola de pensamento grega denominada em sua homenagem
de pitagórica.
A escola de Pitágoras:
Segundo o pitagorismo, a essência, que é o princípio
fundamental que forma todas as coisas é o número. Os pitagóricos não
distinguem forma, lei, e substância, considerando o número o elo entre estes
elementos. Para esta escola existiam quatro elementos: terra, água, ar e
fogo.
Assim, Pitágoras e os pitagóricos investigaram as
relações matemáticas e descobriram vários fundamentos da física e da
matemática.
O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.
O símbolo utilizado pela escola era o pentagrama, que, como descobriu
Pitágoras, possui algumas propriedades interessantes. Um pentagrama é
obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; pelas intersecções
dos segmentos desta diagonal, é obtido um novo pentágono regular, que é
proporcional ao original exatamente pela razão áurea.
Pitágoras descobriu em que proporções uma corda deve ser
dividida para a obtenção das notas musicais no início, sem altura definida,
sendo uma tomada como fundamental (pensemos numa longa corda presa a duas
extremidades que, quando tangida, nos dará o som mais grave - e a partir
dela, gerar-se-á a quinta e terça através da reverberação harmônica. Os sons
harmônicos. Prendendo-se a metade da corda, depois a terça parte e depois a
quinta parte conseguiremos os intervalos de quinta e terça em relação à
fundamental. A chamada SÉRIE HARMÔNICA. À medida que subdividimos a corda
obtemos sons mais altos e os intervalos serão diferentes. E assim
sucessivamente. Descobriu ainda que frações simples das notas, tocadas
juntamente com a nota original, produzem sons agradáveis. Já as frações mais
complicadas, tocadas com a nota original, produzem sons desagradáveis.
O nome está ligado principalmente ao importante teorema que
afirma: Em todo triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é
igual ao quadrado da hipotenusa.
Além disto, os pitagóricos acreditavam na
esfericidade da Terra e dos corpos celestes, e na rotação da Terra, com o
que explicavam a alternância de dias e noites. A filosofia baseou uma
doutrina chamada Filosofia explanatória Cristo-Pitagorica.
A escola pitagórica
era conectada com concepções esotéricas e a moral pitagórica enfatizava o
conceito de harmonia, práticas ascéticas e defendia a metempsicose.
Durante o século IV a.C., verificou-se, no mundo grego, uma
revivescência da vida religiosa. Segundo alguns historiadores, um dos
fatores que concorreram para esse fenômeno foi a linha política adotada
pelos tiranos: para garantir o papel de líderes populares e para enfraquecer
a antiga aristocracia, os tiranos estimulavam a expansão de cultos populares
ou estrangeiros.
Dentre estes cultos, um teve enorme difusão: o Orfismo
(de Orfeu), originário da Trácia, e que era uma religião essencialmente
esotérica. Os seguidores desta doutrina acreditavam na imortalidade da alma,
ou seja, enquanto o corpo se degenerava, a alma migrava para outro corpo,
por várias vezes, a fim de efetivar a purificação. Dioniso guiaria
este ciclo de reencarnações, podendo ajudar o homem a libertar-se dele.
Pitágoras
seguia uma doutrina diferente. Teria chegado à concepção de que todas as
coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um
esforço basicamente intelectual. A purificação resultaria de um trabalho
intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas e torna, assim, a
alma como uma unidade harmônica. Os números não seriam, neste caso, os
símbolos, mas os valores das grandezas, ou seja, o mundo não seria composto
dos números 0, 1, 2, etc., mas dos valores que eles exprimem. Assim,
portanto, uma coisa manifestaria externamente a estrutura numérica, sendo
esta coisa o que é por causa deste valor.
A Escola Pitagórica ensejou forte influência na
poderosa verve de Euclides, Arquimedes e Platão, na
antiga era cristã, na Idade Média, na Renascença e até em nossos dias com o
Neopitagorismo.
Pensamentos de Pitágoras
1.Educai as crianças e não será preciso punir os homens.
2.Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
3.Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece
justo.
4.O que fala semeia; o que escuta recolhe.
5.Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a
carregues.
6.Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo
e tudo fazer bem.
7.Todas as coisas são números.
8.A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar,
é aproximar-se de Deus.
9.A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo,
a Unidade é a Lei de Deus.
10.A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e
sai-se.
11.A sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os
homens podem desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos.
Importância para o Direito
Pitágoras foi o primeiro filósofo a criar uma definição que
quantificava o objetivo final do Direito: a Justiça.
Ele definiu que um ato justo seria a chamada "justiça
aritmética", na qual cada indivíduo deveria receber uma punição ou ganho
quantitativamente igual ao ato cometido.
Tal argumento foi refutado por Aristóteles, pois ele
acreditava em uma justiça geométrica, na qual cada indivíduo receberia uma
punição ou ganho qualitativamente, ou proporcionalmente, ao ato cometido; ou
seja, ser desigual para com os desiguais a fim de que estes sejam igualados
com o resto da sociedade.
Pitágoras, o grande filósofo e
matemático grego, que estudou durante 30 anos no Egito, acreditava na
reencarnação. Essa também era a crença de um grande número de filósofos
antigos, entre eles Sócrates, Platão (considerados precursores
da doutrina cristã e do Espiritismo)
Bibliografia:
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros
Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª Ed., Porto Alegre: Edipucrs,
2003
Atribui-se a Tales a afirmação de que "todas as coisas
estão cheias de deuses", o que talvez pode ser associado à idéia de que o
imã tem vida, porque move o ferro. Essa afirmação representa não um retorno
a concepções míticas, mas simplesmente a idéia de que o universo é dotado de
animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo).
Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações
do Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos
(exemplo: teorema de Pitágoras). Tales viajou por várias regiões, inclusive
o Egito, onde, segundo consta, calculou a altura de uma pirâmide a partir da
proporção entre sua própria altura e o comprimento de sua sombra: essa
proporção é a mesma que existe entre a altura da pirâmide e o comprimento da
sombra desta. Esse cálculo exprime o que, na geometria, até hoje se conhece
como teorema de Tales.
Tales foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm
por trás de si um princípio físico, material, chamado arqué. Para Tales, o
arqué seria a água. Tales observou que o calor necessita de água, que o
morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os
alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. Com
essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui autonomia
alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular é
passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento.
Tales com essa afirmação queria descobrir um elemento físico que fosse
constante em todas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos
os seres.
Principais fragmentos:
“... a água é o princípio de todas as coisas...”.
“... todas as coisas estão cheias de deuses...”.
“... a pedra magnética possui um poder porque move o
ferro..."
Milesiano. Para ele a Physis era o apeiron (o
ilimitado ou o indeterminado). Anaximandro viveu em Mileto no século VI
a.C.. Foi discípulo e sucessor de Tales. Anaximandro achava que nosso mundo
seria apenas um entre uma infinidade de mundos que evoluiriam e se
dissolveriam em algo que ele chamou de ilimitado ou infinito. Não é fácil
explicar o que ele queria dizer com isso, mas parece claro que Anaximandro
não estava pensando em uma substância conhecida, tal como Tales concebeu.
Talvez tenha querido dizer que a substância que gera todas as coisas deveria
ser algo diferente das coisas criadas. Uma vez que todas as coisas criadas
são limitadas, aquilo que vem antes ou depois delas teria de ser ilimitado.
É evidente que esse elemento básico não poderia ser algo
tão comum como a água. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um
elemento particular; todas as coisas são limitadas, e o limitado não pode
ser, sem injustiça, a origem das coisas. Do ilimitado surgem inúmeros
mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese das coisas a partir do
ilimitado é explicada através da separação dos contrários em conseqüência do
movimento eterno. Para Anaximandro o princípio das coisas - o arqué - não
era algo visível; era uma substância etérea, infinita. Chamou a essa
substância de apeíron (indeterminado, infinito). O apeíron seria uma “massa
geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários.
Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e
o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto o
elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser
um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível.
Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o
primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo
cósmico totalmente. De acordo com ele para que o vir-a-ser não cesse, o ser
originário tem de ser indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e
garantindo, por isso, a eternidade e o curso do vir-a-ser. O seu fragmento
refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as coisas e à qual
retornam todas as coisas. Anaximandro recusa-se a ver a origem do real em um
elemento particular. Do ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a
multiplicidade; a gênese das coisas a partir do ilimitado é explicada
através da separação dos contrários em conseqüência do movimento eterno.
Principais fragmentos:
“... o ilimitado é eterno...”
“... o ilimitado é imortal e indissolúvel...”
O terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes (c. 570—526
a.C.). Ele pensava que a origem de todas as coisas teria de ser o ar ou o
vapor. Anaxímenes conhecia, claro, a teoria da água de Tales. Mas de onde
vem a água? Anaxímenes acreditava que a água seria ar condensado. Acreditava
também que o fogo seria ar rarefeito. De acordo com Anaxímenes, por
conseguinte, o ar("pneuma") constituiria a origem da terra, da água e do
fogo. Conclusão - Os três filósofos milésios acreditavam na existência de
uma substância básica única, que seria a origem de todas as coisas. No
entanto, isso deixava sem solução o problema da mudança. Como poderia uma
substância se transformar repentinamente em outra coisa? A partir de cerca
de 500 a.C., quem se interessou por essa questão foi um grupo de filósofos
da colônia grega de Eléia, no sul da Itália, por isso conhecidos como
eleatas
O mais importante dos filósofos eleatas foi Parmênides (c.
530-460 a.C.). “Nada nasce do nada, e nada do que existe se transforma em
nada”. Com isso quis dizer que “tudo o que existe sempre existiu”.
Sobre as transformações que se pode observar na natureza:
”Achava que não seriam mudanças reais”. De acordo com ele, nenhum objeto
poderia se transformar em algo diferente do que era.
Início do racionalismo
Percebia, com os sentidos, que as coisas mudam. Mas sua
razão lhe dizia que é logicamente impossível que uma coisa se tornasse
diferente e, apesar disso, permanecesse de algum modo a mesma. Quando se viu
forçado a escolher entre confiar nos sentidos ou na razão, escolheu a razão.
Essa inabalável crença na razão humana recebeu o nome de racionalismo. Um
racionalista é alguém que acredita que a razão humana é a fonte primária de
nosso conhecimento do mundo.
Um contemporâneo de Parmênides foi Heráclito (c. 540-480
a.C.), que era de Éfeso, na Ásia Menor. Heráclito propunha que a matéria
básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou
o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez
dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia.
Tudo flui, disse Heráclito. Tudo está em fluxo e movimento constante, nada
permanece. Por conseguinte, “não entramos duas vezes no mesmo rio”. Quando
entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos.
Problema: Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos
principais diametralmente opostos. Parmênides dizia:
a) nada muda,
b) não se deve confiar em nossas percepções sensoriais.
Heráclito, por outro lado, dizia:
a) tudo muda (“todas as coisas fluem”), e
b) podemos confiar em nossas percepções sensoriais.
Quem estava certo? Coube ao siciliano Empédocles (c.
490-430 a.C.) indicar a saída do labirinto.
Como estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo
era a origem das coisas naturais.
Ele achava que os dois estavam certos:
1. A água não poderia,
evidentemente, transformar um peixe em uma borboleta. Com efeito, a água não
pode mudar. Água pura irá continuar sendo água pura. Por isso, Parmênides
estava certo ao sustentar que “nada muda”.
2. Mas, ao mesmo tempo, Heráclito também estava certo em
achar que devemos confiar em nossos sentidos. Devemos acreditar naquilo que
vemos, e o que vemos é precisamente que a Natureza muda.
3. Solução - Empédocles concluiu que o que precisava ser
rejeitado era a idéia de uma substância básica única. Nem a água nem o ar
sozinhos podem se transformar em uma roseira ou uma borboleta. Não é
possível que a fonte da Natureza seja um único “elemento”. Empédocles
acreditava que a Natureza consistiria em quatro elementos, ou “raízes”, como
os denominou. Essas quatro raízes seriam a terra, o ar, o fogo e a água.
A - Como ou por que acontecem as transformações que
observamos na natureza?
1. todas as coisas seriam misturas de terra, ar, fogo e
água, mas em proporções variadas. Assim as diferentes coisas que existem
seriam os processos naturais gerados pela aproximação e à separação desses
quatro elementos.
2. Quando uma flor ou um animal morrem, disse Empédocles,
os quatro elementos voltam a se separar. Podemos registrar essas mudanças a
olho nu. Mas a terra e o ar, o fogo e a água permaneceriam eternos,
“intocados” por todos os componentes dos quais fazem parte. Dessa maneira,
não é correto dizer que “tudo” muda.
3. Basicamente, nada mudaria. O que ocorre é que os quatro
elementos se combinariam e se separariam - para se combinarem de novo, em um
ciclo. B - O que faria esses elementos se combinarem de tal modo que
fizessem surgir uma nova vida? E o que faria a “mistura”, digamos, de uma
flor se dissolver de novo? Empédocles pensava que haveria duas forças
diferentes atuando na Natureza. Ele as chamou de amor e discórdia. Amor
uniria as coisas, a discórdia as separaria.
A Teoria Atômica
Para Demócrito, as transformações que se pode observar na
natureza não significavam que algo realmente se transformava. Ele acreditava
que todas as coisas eram formadas por uma infinidade de "pedrinhas
minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e
indivisível". A estas unidades mínimas deu o nome de ÁTOMOS. Átomo significa
indivisível, cada coisa que existe é formada por uma infinidade dessas
unidades indivisíveis. "Isto porque se os átomos também fossem passíveis de
desintegração e pudessem ser divididas em unidades ainda menores, a natureza
acabaria por diluir-se totalmente". Exemplo: se um corpo – de uma árvore ou
animal, morre e se decompõe, seus átomos se espalham e podem ser
reaproveitados para dar origem a outros corpos.
Originário da Jônia, viveu no sul da Itália. Precursor do
pensamento dos Eleatas. Para ele a Physis era a terra. Escreveu em estilo
poético. Defendeu a idéia de um Deus único. Tinha influência Pitagórica.
Outros Filósofos:
Apolônio, Empédocles, Catão e Cícero.
Bibliografia:
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros
Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª Ed., Porto Alegre: Edipucrs,
2003
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Waldo Vieira (Monte Carmelo, 12 de abril de 1932) é um lexicógrafo,
odontólogo, médico e médium brasileiro.
Biografia:
Pós-graduado em Plástica e Cosmética, em Tóquio (Japão), pesquisador
independente e propositor das ciências Projeciologia e Conscienciologia,
autor de três tratados, mais de vinte livros e centenas de artigos, membro
da Society for Psychical Research, de Londres (Reino Unido), e da American
Society for Psychical Research, de Nova Iorque (Estados Unidos), co-fundador
do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC),
Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC), International Academy
of the Consciousness (IAC), Associação Internacional para Evolução da
Consciência (ARACÊ), Organização Internacional de Consciencioterapia (OIC) e
Associação Internacional de Inversão Existencial (ASSINVÉXIS). Foi o mais
conhecido médium parceiro de Chico Xavier. Hoje é o mais conhecido
dissidente espírita e pesquisador brasileiro da projeção da consciência.
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Na
juventudade se radica em Uberaba (MG), onde se gradua em Odontologia e
Medicina.
Quando estudante de Medicina, conhece o médium Chico Xavier e juntos
desenvolvem nos anos 1950-60 trabalho mediúnico em conjunto na Comunhão
Espírita Cristã, que resulta na publicação de diversos livros e estudos
espíritas, notadamente a Coleção André Luiz. Na primeira metade da década de
1960 chega a ser presidente da Federação Espírita Brasileira.
Como médium espírita, psicografa sozinho as seguintes obras: Conduta
Espírita, de André Luiz (FEB, 1960), Bem-Aventurados os Simples, de Valerium
(FEB, 1962), Cristo Espera por Ti, de Honoré de Balzac (IDE, 1965), De
Coração Para Coração, de Maria Celeste (FEB, 1962), Seareiros de Volta, de
diversos espíritos (FEB, 1966), Sonetos de Vida e de Luz, também de diversos
espíritos (IDE, 1966), Sol nas Almas, de André Luiz (CEC, 1964) e Técnicas
de Viver, de Kelvin van Dine (CEC, 1967).
Em 1966, vai para o Município do Rio de Janeiro e se torna dissidente do
Espiritismo para se dedicar à pesquisa da experiência fora-do-corpo ou
projeção da consciência, fenômeno que considera a chave para o
desenvolvimento integral da consciência.
Em 1979, lança o livro Projeções da Consciência: Diário de Experiências
Fora do Corpo Humano, atraindo a atenção dos interessados na
Projeciologia.
Em 1981, co-funda o Centro da Consciência Contínua para pesquisar as
experiências fora-do-corpo e os estados alterados de consciência, em bases
mais universalistas.
Em 1986, lança o tratado Projeciologia:
Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano, com a
primeira edição, de 5000 exemplares, distribuída gratuitamente entre
pesquisadores e bibliotecas do país e do exterior. Com 1907 referências
bibliográficas procedentes de 37 países, o tratado chancelou o estudo sério
e científico sobre o assunto, hoje considerado a principal obra acadêmica
brasileira sobre projeções da consciência, por meio da qual Vieira
fundamentou a ciência da Projeciologia e propôs a ciência da
Conscienciologia.
Em 1988, co-funda no Município do Rio de Janeiro (RJ) o
Instituto Internacional de Projeciologia e
Conscienciologia (IIPC), até 1994 chamado Instituto Internacional de
Projeciologia (IIP), organização sem fins
lucrativos voltada ao ensino e pesquisa da consciência em abordagem
integral, holossomática e multidimensional da personalidade. Foi o primeiro
presidente do IIPC (1988-1999).
Desde então ministra diversos cursos no Brasil e no exterior, publicando 20
obras (inclusive 3 tratados) no âmbito da Conscienciologia.
Em 1994 lança o tratado 700 Experimentos de Conscienciologia, onde
fundamenta a ciência da Conscienciologia.
Atualmente (2007), reside em Foz do Iguaçu, Paraná, onde trabalha, em tempo
integral, na produção da Enciclopédia da Conscienciologia, no Centro de
Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC), do qual foi co-fundador. Várias
obras escritas por Waldo Vieira na área de Conscienciologia e
Projeciologia foram e estão sendo
traduzidas para o inglês, espanhol e mandarim. O mais recente tratado de
Waldo Vieira se chama Homo Sapiens Pacificus (Foz do Iguaçu: Editares,
segundo semestre de 2006, edição princeps), que oferece novos subsídios
sobre Cosmoética ou Ética cósmica. Ainda no final do primeiro semestre de
2006 lança o primeiro volume da Enciclopédia da Conscienciologia (Foz do
Iguaçu: Editares).
Bibliografia espírita (obras solo)
-
Bem-Aventurados os Simples (1962)
-
Conduta Espírita (1960)
-
Cristo Espera por Ti (1965)
-
De Coração Para Coração (1962)
-
Seareiros de Volta (1966)
-
Sol nas Almas (1964)
-
Sonetos de Vida e de Luz (1966)
-
Técnicas de Viver (1967)
Bibliografia projeciológica e conscienciológica:
-
Projeções da Consciência: Diário de
Experiências Fora do Corpo Humano (1979)
-
Projeciologia: Panorama das Experiências
da Consciência Fora do Corpo Humano (1986)
-
700 Experimentos da Conscienciologia
(1994)
-
O que é a Conscienciologia (1994)
-
Manual da Tenepes: Tarefa Energética
Pessoal (1995)
-
A Natureza Ensina (1996)
-
Máximas da Conscienciologia (1996)
-
Minidefinições Conscienciais (1996)
-
Nossa Evolução (1996)
-
Conscienciograma: Técnica de Avaliação da
Consciência Integral (1996)
-
100 Testes da Concienciometria (1997)
-
200 Teáticas da Conscienciologia (1997)
-
Manual da Dupla Evolutiva (1997)
-
Manual da Proéxis: Programação Existencial
(1997)
-
Manual da Redação da Conscienciologia
(1997)
-
Temas da Conscienciologia (1997)
-
Homo sapiens reurbanisatus (2003)
-
Enciclopédia da Conscienciologia, v. 1
(2006)
-
Homo sapiens pacificus (2007)
-
Manual dos Megapensenes Trivocabulares
(2009).
Fonte: Wikipedia
|
Wagner d'Eloy Borges
(Rio de Janeiro, 23 de setembro de 1961) é um médium e projetor
brasileiro, sendo considerado na comunidade espiritualista brasileira
como o principal divulgador do espiritualismo universalista no Brasil
-
Projetor-pesquisador,
professor, conferencista e escritor.
-
Ex-colaborador do
Prof. Waldo Vieira no extinto Centro da Consciência Contínua e na
confecção da primeira edição do tratado Projeciologia: panorama das
experiências fora do corpo, de 1986.
-
Fundador do Instituto
de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas - IPPB.
-
Colaborador das
Revistas "Sexto Sentido", "Espiritismo e Ciência", "Revista Cristã de
Espiritismo" e "UFO", bem como do "Jornal de Umbanda Sagrada".
-
Membro do Conselho
Editorial da Revista UFO.
-
Colunista de vários
sites da Internet e produtor e apresentador do programa "Viagem
Espiritual", na Rádio Mundial de São Paulo – 95,7 FM.
-
Instrutor de cursos
de Projeção da Consciência (Viagem Astral), Bioenergia (aura e chacras),
Hinduísmo, Taoísmo, Hermetismo, Mediunidade, Obsessão e Desobsessão,
Espiritualidade Celta, Espiritualidade Xamânica e temas espirituais em
geral.
|
|
Produção literária
Parcela majoritária dos textos conscienciais escritos por
Wagner Borges se relaciona direta ou indiretamente com o fenômeno da
projeção da consciência. Além disso, há reflexões espiritualistas e
espirituosas sobre vida após a morte, espiritualismo universalista, Ética
universal, fanatismo religioso, autoconhecimento e qualidade de vida.
É um estilo coloquial, direto, sem rodeios e bem-humorado.
Mescla poesia com assertivas contundentes, porém otimistas.
Há recorrente e acentuada alusão a conceitos filosóficos
extraídos do hinduísmo e do espiritualismo laico. Também notamos nos
artigos, crônicas e poemas de Wagner Borges inspiração em idéias e valores
colhidos da doutrina espírita, da Conscienciologia, da Projeciologia, do
esoterismo cristão, do budismo, do taoísmo e do misticismo oriental da Idade
Antiga, a exemplo do hermetismo.
Bibliografia:
-
Viagem Espiritual (v. 1 a 3)
-
Falando de Espiritualidade
-
Falando de Vida Após a Morte
-
Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos
-
Compania do Amor (v. 1 e 2)
-
Na Luz de Krishna
-
Flama Espiritual.
Fonte: Wikipedia
|
Sylvan Muldoon - Nasceu em 18 de fevereiro de 1903 - Faleceu em Outubro
de 1969) foi um escritor americano sobre o tema da projeção Astral, um
paranormal ou ocultista termo que geralmente se refere a um projetista
consciente que produz voluntariamente projeções do corpo astral induzidas
pela vontade ou seja VIAGENS ASTRAIS CONSCIENTES VOLUNTÁRIAS.
Ele alegou ter o seu primeiro viagem astral (OBE) quando tinha apenas 12
anos e, muitas vezes, num estado de catalepsia. As experiências continuaram
em sua vida adulta.
|
|
Em 1927 ele
contatou Hereward Carrington depois de ler um livro de Carrington
havia escrito sobre a projeção astral, na carta que ele afirma "O que me
confunde mais é que você faça a observação de que M. Lancelin disse
praticamente tudo o que é conhecido sobre o assunto. Porque, Sr. Carrington,
nunca leu Lancelin do trabalho, mas se você tiver dado a essência do que em
seu livro, então eu posso escrever um livro sobre as coisas que Lancelin não
sei! ". Isto resultou em uma parceria e de trabalho sobre a projeção do
Corpo Astral, que apareceu em 1929 e passou a ser considerado como o
clássico no campo.
Descrição da obra por Susan Blackmore:
"Em meados
dos anos 1920 Hereward Carrington havia escrito muitos livros sobre pesquisa
psíquica e tinha mencionado mais de uma vez o fenômeno da projeção astral,
mas ele condensado principalmente o trabalho dos outros e deu pouca
informação que seria do interesse de alguém que teve uma OBE espontânea.
Depois, em Novembro de 1927, ele recebeu uma carta de um jovem americano
chamado Sylvan Muldoon, dizendo-lhe, em termos inequívocos, o que ele
pensava do seu livro. Muldoon escreveu, 'O que me confunde mais é que você
faça a observação de que M. Lancelin disse praticamente tudo o que é
conhecido sobre o assunto. Por que, Senhor Carrington, nunca leu Lancelin do
trabalho, mas se você tiver dado a essência do que em seu livro, então eu
posso escrever um livro sobre as coisas que Lancelin não sei! " Muldoon
passou a esboçar uma riqueza de detalhes sobre o mundo astral, o cordão de
prata, e à formação e circulação do fantasma. Naturalmente, Carrington da
curiosidade foi despertada. Ele contactou Muldoon, e juntos eles escreveu
dois livros. A primeira foi a projeção do Corpo Astral e foi principalmente
uma conta de Muldoon's próprias experiências. O segundo os fenômenos do
projeção Astral continha uma coleção de casos.
Muldoon da primeira projeção consciente ocorreram quando ele tinha 12 anos.
Ele acordou no meio da noite para encontrar-se consciente, mas não saber
onde ele estava, e, aparentemente, incapaz de se mover, uma condição que ele
mais tarde chamado catalepsia astral. Gradualmente a sensação de flutuação
assumiu e, em seguida, uma rápida ascensão e as vibrações e uma enorme
pressão na parte de trás da cabeça. Fora deste pesadelo de sensações do
menino começou a regressar gradualmente audiência e, em seguida, sua visão,
por que ele podia ver que estava flutuando no quarto acima do seu leito.
Alguns vigor apoderou dele e puxou-lhe a partir de horizontal para vertical.
Ele viu seu duplo calmamente dormindo na cama, e entre os dois deles
esticado como um cabo elástico que aderiram à volta da cabeça de sua própria
consciência, para um local entre os olhos do corpo físico deitado na cama,
cerca de dois metros de tão longe. Vacilantes e puxando o cabo contra
Muldoon tentou caminhar para um outro quarto para acordar alguém, mas
descobriu que ele passou pela porta direita, e através dos órgãos de outras
pessoas. Assustado, ele rodeou em volta da casa para o que parecia quinze
minutos e, em seguida, lentamente o cordão puxa ele de volta para seu corpo.
Tudo correu em sentido inverso. Ele viravam costas para a horizontal, mais
uma vez se tornou cataléptico, sentiu a mesma vibração e, em seguida, com
sem entender o que estava acontecendo, desceu de volta para o corpo. Ele
estava acordado e vivo novamente.
Muldoon passou a experiência mais centenas projeções, mas ele não estava
plenamente consciente em todos eles do princípio ao fim como ele estava na
primeira. Esta uma é especialmente interessante porque incluía muitas das
características que foram para formar uma parte de seus últimos escritos. Em
primeiro lugar, há a catalepsia astral. No início de uma projecção a
catalepsia dura até o fantasma assumiu uma posição vertical, sobre o
qual torna-se livre para mover novamente.
A
aparência e efeito do cabo, ou cabo, varia muito de acordo com Muldoon.
Quando o astral está muito perto do físico do cordão é sobre o diâmetro de
um dólar de prata, embora a sua aura em torno olhar torna maior. Quando é
espessa como este que exerce uma poderosa força 'magnética a puxar' o corpo
astral, em seguida, no que Muldoon chama de “Faixa de atividade do Cordão
astral”.
Em suas
experiências de projeção que ele descobriu que este intervalo varia entre
cerca de 8 pés para 15 pés, e isso depende de vitalidade física. Quando o
corpo físico é saudável o cabo exerce o maior efeito e durante o maior
intervalo. Com efeito, em muitos casos, se torna impossível projeção. Quando
o corpo está debilitado, de alguma forma, a atividade da saída do corpo é
correspondentemente mais fraca e mais fácil a projeção do corpo astral. Esta
é a razão por doença ou deficiência física, bem como jejum, são propícios à
projeção, levando até o final projeção - a morte. Por isso, é significativo
que tanto Fox, como Muldoon e foram muitas vezes mal. Quando o corpo astral
consegue puxar longe do físico e fora da faixa de atividade do Cordão astral
torna-se livre para mover-se na vontade e, em seguida, o cabo é esticado
para o seu mais fino, com a espessura das linhas para costurar.
Uma vez afastado do físico ao astral é suposto ter que se deslocam três
velocidades. Na sua mais lento que simplesmente caminha, ou se move como um
corpo físico seria. Na velocidade intermédia o projetor sente e vê ainda
tudo ir passando para trás. Faixas de luz jogado fora pelo corpo astral
nota-se o tracejamento das imagens. Finalmente em supernormal velocidade do
fantasma pode cobrir grandes distâncias sem estarem cientes deles, mais
rápido que a mente pode imaginar. Abrangendo essas distâncias podem pensar
que um corpo astral poderia ter-se perdido, mas nega categoricamente esta
possibilidade Muldoon. Enquanto o cordão astral está intacto, pode sempre
puxar o projetor de volta.
Muldoon alega que a projeção do corpo astral, pelo menos parcial, é comum ao
homem do povo, mais do que a maioria de nós pensamos. Quando recebemos um
choque no plano físico, pode ocorrer a projeção do corpo astral
temporariamente separando-se, sob os efeitos da anestesia ou acidentes, como
batidas, desmaios que, embora geralmente não venha a recordar-se do
ocorrido, o corpo astral deixa o corpo temporariamente.
Ele ainda
sugere que se o corpo físico é parado de repente, por exemplo, em um carro,
então o corpo astral pode continuar por um momento, conduzindo assim a
sensação de separação. Todo o tipo de sentimento estranho, desmaio,
respiração, tendo sensações, de deslocamento antes de adormecer, são
atribuídos a separação parcial do duplo (corpo astral).
Mais
importante, porém, é projeção durante o sono. No sono natural, reclama
Muldoon, o corpo astral separa-se um pouco para ser alimentada com "energia
cósmica". A maioria de nós não percebem isto e permanecer inconsciente
durante todo o processo, mas em queda, voando, e outros dispositivos
especiais sonhos que podem experimentar apenas uma parte do corpo astral da
noite de tempo de viagens.
Em suas experiências Muldoon descobertos muitos outros recursos. Como ele
descobriu que Fox envolvimento emocional em nada iria encerrar a projeção.
Desejo sexual ele encontrou um fator negativo, mas alguns tipos de estresse
poderia ajudar na indução de projeção. Quando o corpo é imobilizado no sono,
por exemplo, se houver um forte desejo de algo que o astral pode tentar sair
para buscá-la.
Alguns dos
mais interessantes relatos de Muldoon experimentou são aqueles em que ele
tenta, em seu corpo astral, para afetar objetos materiais. Isto não é fácil.
O motivo, ele explica, é que o corpo astral tem uma taxa mais elevada de
vibração quando está longe da esfera física, e maior a taxa de vibração, a
menos que possa interagir com objetos de uma baixa taxa de vibração. Isto é
necessariamente assim, ele alega, porque se o corpo astral não foram
superiores a este estado de vibração nunca poderia passar por objetos
materiais, e se fosse sempre a taxa mais elevada, em seguida, outro astral
entidades não seriam capazes de passar através dela sobre as suas viagens, o
que é que pode. Isto leva à conclusão de que o corpo astral ganhos maiores
vibrações, uma vez que ainda se move a partir da física e, conseqüentemente,
torna-se menos capazes de afetar objetos materiais.
Além Muldoon argumenta que a vontade consciente não pode mover objetos no
astral, mas apenas o subconsciente, ou a mente cripto-consciente. Em uma
ocasião, quando ele estava muito doente ele tentou chamar pela sua mãe, mas
não conseguiu acordá-la. Saiu da cama ele rastejou pelo piso até a porta,
mas desmaiou, e só o seu corpo astral subiu as escadas. Sua consciência, em
seguida, deslocada, mas próximo sabia, ele encontrou a mãe e irmão pequeno
entusiasmo discutir a forma como o colchão tinha levantado e jogado
quase-las para fora da cama. Embora outras explicações podem ser sugeridas,
Muldoon atributos para o efeito o cripto-consciente vontade. Em outra
ocasião ele produziu PAR que foram ouvidos por outras pessoas quando ele
estava sonhando com a sua produção, mas em muitas ocasiões, não tocar ou
mover objetos físicos quando projetados.
Um dos fatos Muldoon salienta a importância do pensamento no astral.
Pensamento realiza-se o corpo astral, para quando se caminha sobre um piso,
ele poderia facilmente passar afundar o pé nele, é o hábito de pensamento.
Na realidade tudo é pensado no mundo astral. Críticos, ele percebeu, estaria
preocupada com a roupa do fantasma (corpo astral). Porque é que o corpo
astral se atém aos fatos terrenos, pijamas e vestidos, como tantos têm
relatado? A resposta, ele explicou, é que «pensamento cria no astral, e
aparece um para os outros como ele está na mente. Na verdade, todo o mundo
astral é regido pelo pensamento. "
Muitos leitores encontrarão nas obras de Muldoon descrições de
difícil compreensão. Ele não dá descritiva simples como Fox fez. Em cada
relato está mergulhada na teoria por ele tão laboriosamente desenvolvida.
Algumas de suas constatações, tais como o poder do pensamento no mundo
astral, e os métodos de movimentação, são familiares de outros relatos, mas
a sua descrição pormenorizada do cabo astral e da sua atividade é bastante
idiossincrático, como são os seus métodos e posição do salientes.
Muldoon constantemente experimenta por si, talvez a única maneira de
aprender muitas coisas sobre projeção astral.
Talvez a
mais importante descoberta até agora é que o “pensamento cria no astral".
Como uma pessoa do pensamento difere da outra, por isso, pode esperar seu
EFC (experiências fora do Corpo) a divergir."
Bibliografia:
-
Muldoon, Sylvan and
Carrington, Hereward. The Projection of the Astral Body (London:
Rider & Co., 1929) em Portugues: Projeção do Corpo Astral
-
--. The Phenomena
of Astral Projection (London: Rider & Co., 1951)
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Robert Allan Monroe (Lexington, Kentucky, 1915 – 1995) foi um pesquisador
psíquico norte-americano e autor de Viagens fora do corpo (título original:
Journeys Out of the Body), obra que popularizou a expressão "experiências
fora do corpo".
Robert A. Monroe, que estuda a Consciência e a Percepção há mais de
30 anos e tem membros espalhados pelo mundo, representando o seu trabalho,
em 46 países!
Este trabalho tem respaldo científico, pois vem sendo testado e comprovado
não apenas em seu próprio Laboratório, mas também em conjunto com Escolas,
Universidades, Centros de Pesquisa, Hospitais, Clínicas Médicas e
Psicológicas, e pesquisadores independentes, tanto nos Estados Unidos, como
em outros países (vide pesquisas no site do Instituto Monroe em inglês) .
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Robert A. Monroe, começou a ter experiências extra-corpóreas, na
década de 1950. Tudo começou, quando viu-se saindo de seu corpo físico, para
explorar "Locais" não determinados pelos conceitos convencionais de tempo e
espaço. Começou a pesquisar o assunto, e percebeu que até aquela data, nada
ainda havia sido escrito a respeito. Pediu a ajuda de outros estudiosos,
visitou alguns Institutos de Pesquisa, sem muito sucesso, e resolveu
conduzir ele mesmo uma rigorosa investigação científica sobre o assunto.
Como era Engenheiro de Som, iniciou sua exploração com determinados estados
de consciência provocados por alguns tipos de sons, o que culminou na
fundação do Instituto Monroe. Lá em seu Laboratório, acabou desenvolvendo um
processo auditivo que equilibrava as ondas elétricas dos dois hemisférios
cerebrais. Registrou suas diversas aplicações e patenteou todo o seu
trabalho (este processo possui três patentes) . Este processo de
sincronização das ondas elétricas dos dois hemisférios cerebrais chama-se "Hemi-Sync"
.
Toda a experiência e trajetória de Robert A. Monroe, acha-se
documentada para o público, em seus três livros, já publicados em 8 idiomas:
Bibliografia:
1) "Viagens fora do corpo" (Editora Record)
2) "Viagens além do Universo" (Editora Record)
3) "A Última Jornada" (Editora Record / Nova Fronteira)
4) Há também inúmeras publicações, fruto de várias teses, em diversos
países, provando a eficácia e as mais variadas aplicações do processo "Hemi-Sync".
Hemi-Sync (Sincronização
Hemisférica) é uma marca comercial de um processo desenvolvido pelo
Instituto Monroe, que faz a sincronização das ondas elétricas cerebrais
dos dois hemisférios, através do áudio
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Saulo Nasceu em Santos - SP em
13/07/77, e foi para Salvador com 6 anos de idade, onde fundou o
Instituto
Viagem Astral, e hoje começa a engatinhar a sua jornada de trabalho:
palestras, cursos, livros entre outros...
Saulo é um projetor experiente e um dedicado pesquisador das EFCs. O
objetivo do IVA é pesquisar as experiências fora do corpo e partilhar seus
estudos com o público, sob a forma de palestras, cursos e workshops. A idéia
central é estudar em profundidade as EFCs e divulgá-la, utilizando uma
linguagem simples acessível a todos os tipos de público. Dessa forma, o IVA
procura, na medida do possível, adaptar a linguagem de seus trabalhos às
comunidades às quais está se dirigindo no momento.
Sua jornada na Projeção Consciente começou quando tinha 7 anos. Reclamava a
sua mãe que quando deitava via ele como se estivesse num espelho, saía do
corpo e ficava andando pela casa e vizinhança. Durante toda a sua
adolescência "sofreu" com a catalepsia projetiva, até aprender a dominar
melhor a mesma.
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310.9 - CRISTÃOS
FAMOSOS:
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Martine Lutero (Martin ou Martinho Luther - Nasceu
em Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de
fevereiro de 1546) foi um monge agostiniano alemão, teólogo,
professor universitário, "Pai do Protestantismo e reformista da Igreja
Católica, cujas idéias influenciaram a Reforma Protestante e mudaram o curso
da Civilização ocidental.
Preocupado com a salvação, o jovem Martinho
Lutero decidiu tornar-se monge. Durante seu estudo, sempre o acompanhava a
pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?" Lutero foi
descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus
ninguém precisava castigar-se ou fazer boas obras, mas somente ter fé em
Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando
pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja
naquele momento.
Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e
elaborou 95 teses, reunindo o mais importante de sua (re)descoberta
teológica, e fixou-as na porta da igreja do castelo de Wittenberg, no dia 31
de outubro de 1517. Ele pretendia abrir um debate para uma avaliação interna
da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do
Evangelho de Jesus Cristo.
Segue a vida e obra desse líder religioso tão
importante para o Cristianismo:
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Primeiros anos de
vida:
Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin
Luther ou Luder, era filho de Hans Luther e Margarethe
Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia várias minas de
cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu filho viesse
a se tornar um funcionário público; melhorando, assim, as condições da
família. Com esse objetivo, enviou o jovem Martinho para escolas em Mansfeld,
Magdeburgo e Eisenach.
Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na
Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e recebeu o apelido de "O
filósofo". O jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu o
mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete candidatos. Seguindo os
desejos paternos, inscreveu-se na escola de Direito da mesma Universidade.
Mas tudo mudou após uma grande tempestade com descargas elétricas, ocorrida
naquele mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava passando,
ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, gritou então:
"Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!"
Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu
todos os seus livros, com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos
Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.
Vida monástica e
acadêmica:
Lutero com a tonsura monástica. O jovem Martinho
Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em
realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao próximo através de
orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às
autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às peregrinações e à
confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta
de seus pecados.
Johann von Staupitz, o superior de Lutero, concluiu que o
jovem necessitava de mais trabalhos, para afastar-se de sua excessiva
reflexão. Ordenou, portanto, ao monge que iniciasse uma carreira acadêmica.
Em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, começou a lecionar
Teologia na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu
bacharelado em Estudos bíblicos a 19 de março de 1508. Dois anos depois,
visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado.
Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se
Doutor em Teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi "recebido no Senado
da Faculdade Teológica" com o título de "Doutor em Bíblia". Em 1515, foi
nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios.
Durante esse período, estudou grego e hebraico, para
aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras
- conhecimentos que logo utilizaria para a sua própria tradução da Bíblia.
A teologia da
graça de Lutero:
O desejo de obter títulos acadêmicos levaram Lutero a
estudar as Escrituras em profundidade. Influenciado por sua formação
humanista a buscar "ad fontes" (nas fontes), mergulhou nos estudos sobre a
Igreja Primitiva. Devido a isso, termos como "penitência" e "honestidade"
ganharam novo significado para ele.
Já convencido de que a Igreja havia distorcido sua visão
acerca de várias das verdades do Cristianismo ensinadas nas Escrituras -
sendo a mais importante delas a doutrina da chamada "Justificação" apenas
pela fé; ele começou a ensinar que a Salvação era um benefício concedido
apenas por Deus, dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido
apenas por meio da fé.
Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da
distinção própria entre a Torá (Pentateuco, ou Lei Mosaica) e os Evangelhos,
que reforçavam sua teologia da graça. Em conseqüência, Lutero acreditava que
seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo
das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e
dos Evangelhos, era a causa da incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus
pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava pela criação e
fomento de muitos erros acerca de princípios teológicos fundamentais.
A controvérsia
acerca das indulgências:
Além de suas atividades como professor, Martine Lutero
ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na
cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos
os Santos" - porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por
Frederico II de Sabóia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se
deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como
se esses fossem fregueses, poderiam acarretar.
A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo
temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo
qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer
para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel
fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo
Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de
financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que
poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências,
deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu,
então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a
tradição, a 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas.
Essas teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso, e
pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para
todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a
autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e
amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado
por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro
episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilita
a distribuição simples e ampla de qualquer documento.
A resposta do
Papado:
Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria
um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver
sóbrio mudará de opinião" o Papa Leão X ordenou, em 1518, ao professor de
teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este
denunciou que Lutero se opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo
Pontífice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um
herege e escreveu uma refutação acadêmica às suas teses. Nela, mantinha a
autoridade papal sobre a Igreja e condenava cada "desvio" como uma
apostasia.
Lutero replicou de igual forma (academicamente),
dando assim início à controvérsia.
Enquanto isso, Lutero tomava parte da convenção dos
agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do
homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as
indulgências, o debate se elevou até ao ponto de duvidar do poder absoluto e
autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e
"Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforçar a doutrina e venda
e das indulgências, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus", de 1343,
do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposição a esta doutrina, Lutero foi
qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo os
seus pontos de vista, ordenou que ele fosse chamado a Roma, viagem que
deixou de ser realizada por motivos políticos.
Lutero, que anteriormente professava a obediência
implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava
para que fosse realizado um Concílio. Também declarava que o papado não
formava parte da essência imutável da Igreja original.
Desejando manter relações amistosas com o protetor de
Lutero, Frederico, o Sábio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcançar
uma solução pacífica para o conflito. Uma conferência com o representante
papal Karl von Miltitz em Altenburg, em janeiro de 1519, levou Lutero a
decidir guardar silêncio, tal qual seus opositores. Também escreveu uma
humilde carta ao Papa e compôs um tratado demonstrando suas opiniões sobre a
Igreja Católica. A carta nunca chegou a ser enviada, pois não continha
nenhuma retratação; e no tratado que compôs mais tarde, negou qualquer
efeito das indulgências no Purgatório.
Quando Johann Eck desafiou um colega de Lutero, Andreas
Carlstadt, para um debate em Leipzig, Lutero juntou-se à discussão
(27 de junho-18 de julho de 1519), no curso do qual negou o direito divino
do solidéu papal e da autoridade de possuir o "as chaves do Céu" que,
segundo ele, haviam sido outorgados à Igreja (como congregação de fé). Negou
que a salvação pertencesse à Igreja Católica ocidental sob a autoridade do
Papa, mas que esta se mantinha na Igreja Ortodoxa, do Oriente. Depois do
debate, Eck afirmou que forçara Lutero a admitir a semelhança de sua própria
doutrina com a de João Huss, que havia sido queimado na fogueira da
Inquisição.
Aumenta a cisão
Lutero durante os
acontecimentos:
Martinho Lutero não parecia haver esperanças de
entendimento. Os escritos de Lutero circulavam amplamente, alcançando
França, Inglaterra e Itália, em 1519, e os estudantes dirigiam-se a
Wittenberg para escutar Lutero que, naquele momento, publicava seus
comentários sobre a Epístola aos Gálatas e suas "Operationes in Psalmos"
(Trabalho nos Salmos).
As controvérsias geradas por seus escritos levaram
Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo, e o seu "Sermão sobre
o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas
Irmandades", ampliou o significado da Eucaristia para incluir também o
perdão dos pecados e ao fortalecimento da fé naqueles que a recebem. Além
disso, ele ainda apoiava a realização de um concílio a fim de restituir a
comunhão.
O conceito luterano de "igreja" foi desenvolvido em seu
"Von dem Papsttum zu Rom" (Sobre o Papado de Roma), uma resposta ao ataque
do franciscano Augustin von Alveld, em Leipzig (junho de 1520). Enquanto o
seu "Sermon von guten Werken" (Sermão das Boas Obras), publicado na
primavera de 1520, era contrário à doutrina católica das boas obras e dos
atos como meio de perdão, mantendo que as obras do crente
Os tratados de 1520:
A Nobreza alemã
A disputa havida em Leipzig, em 1519, fez com que Lutero
travasse contato com os humanistas, especialmente Melanchthon, Reuchlin e
Erasmo de Roterdã, que por sua vez também influenciara ao nobre Franz von
Sickingen. Von Sickingen e Silvestre de Schauenbur queriam manter Lutero sob
sua proteção, convidando-o para seus castelos na eventualidade de não
ser-lhe seguro permanecer na Saxônia, em virtude da proscrição papal.
Sob essas circunstâncias de crise, e confrontando aos
nobres alemães, Lutero escreveu "À Nobreza Cristã da Nação Alemã" (agosto de
1520), onde recomendava ao laicado, como um sacerdote espiritual, que
fizesse a reforma requerida por Deus, mas abandonada pelo Papa e pelo clero.
Pela primeira vez Lutero referiu-se ao Papa como o Anticristo.
As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a
questões doutrinárias, mas também aos abusos eclesiásticos:
a diminuição do número de cardeais e outras exigências da
corte papal;
a abolição das rendas do Papa;
o reconhecimento do governo secular;
a renúncia da exigência papal pelo poder temporal;
a abolição dos Interditos e abusos relacionados com a
excomunhão;
a abolição das peregrinações nocivas;
a eliminação dos excessivos dias santos;
a supressão dos conventos para monjas, da mendicidade e da
suntuosidade; a reforma das universidades;
a abrogação do celibato do clero;
a união dos boêmios;
e, finalmente, uma reforma geral na moralidade pública.
Muitas destas propostas refletiam os interesses da nobreza
alemã, revoltada com sua submissão ao Papa e, principalmente, com o fato de
terem que enviar riquezas a Roma.
O cativeiro
babilônico
Lutero gerou muitas polêmicas doutrinárias com seu
"Prelúdio no Cativeiro Babilônico da Igreja", em especial no que diz
respeito aos sacramentos.
Eucaristia - apoiava que fosse devolvido o "cálice" ao
laicado; na chamada questão do dogma da transubstanciação, afirmava que era
real a presença do corpo e do sangue do Cristo na eucaristia, mas refutava o
ensinamento de que a eucaristia era o sacrifício oferecido por Deus.
Batismo - ensinava que trazia a justificação apenas se
combinado com a fé salvadora em o receber; de fato, mantinha o princípio da
salvação inclusive para aqueles que mais tarde se convertessem.
Penitência - afirmou que sua essência consiste na palavra
de promessa de desculpas recebidas com fé.
Para ele, apenas estes três sacramentos podiam assim ser
considerados, pois sua instituição era divina e a promessa da salvação de
Deus estava conexa a eles. Contudo, em sentido estrito, apenas o batismo e a
eucaristia seriam verdadeiros sacramentos, pois apenas eles tinham o "sinal
visível da instituição divina": a água no batismo e o pão e vinho da
eucaristia. Lutero negou, em seu documento, que a confirmação (Crisma), o
matrimônio, a ordenação sacerdotal e a extrema-unção fossem sacramentos.
Liberdade de um
Cristão
Da mesma forma, o completo desenvolvimento da doutrina de
Lutero sobre a salvação e a vida cristã foi exposto em "A Liberdade de um
Cristão" (publicado em 20 de novembro de 1520, onde exigia uma completa
união com Cristo mediante a palavra através da fé, e a inteira liberdade do
cristão como sacerdote e rei sobre todas as coisas exteriores, e um perfeito
amor ao próximo).
As duas teses que Lutero desenvolve nesse tratado são
aparentemente contraditórias, mas, em verdade, são complementares:
"O cristão é um senhor libérrimo sobre tudo, a ninguém
sujeito";
"O cristão é um servo oficiosíssimo de tudo, a todos
sujeito".
A primeira tese é válida "na fé"; a segunda, "no amor".
A excomunhão:
A 15 de junho de 1520, o Papa advertiu Lutero, com a bula "Exsurge
Domine", onde o ameaçava com a excomunhão, a menos que, num prazo de
sessenta dias, repudiasse 41 pontos de sua doutrina, destacados pela Igreja.
Em outubro de 1520, Lutero enviou seu escrito "A Liberdade
de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa:
"Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de
Deus".
Enquanto isso, um rumor chegara de que Johan Ech saíra de
Meissem com uma proibição papal, enquanto este se pronunciara realmente a 21
de setembro. O último esforço de paz de Lutero foi seguido, em 12 de
dezembro, da queima da bula, que já tinha expirado há 120 dias, e o decreto
papa de Wittenberg, defendendo-se com seus "Warum des Papstes und seiner
Jünger Bücher verbrannt sind" e "Assertio omnium articulorum". O Papa Leão X
excomungou Lutero a 3 de janeiro de 1521, na bula "Decet Romanum Pontificem".
A execução da proibição, com efeito, foi evitada pela
relação do Papa com Frederico III da Saxônia, e pelo novo imperador, Carlos
I de Espanha (Carlos V de Habsburgo), que julgou inoportuno apoiar as
medidas contra Lutero, diante de sua posição face à Dieta.
A Dieta de
Worms
O Imperador Carlos V inaugurou a Dieta real a 22 de janeiro
de 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus ditos e foi-lhe
outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro deslocamento.
A 16 de abril, Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann
Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de
cópias de seus escritos. Perguntou-lhe, então, se os livros eram seus e se
ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para
pensar em sua resposta, o que lhe foi concedido. Este, então, isolou-se em
oração e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no
dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck
pediu a Lutero que respondesse explicitamente à seguinte questão:
"Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?"
Lutero, então, respondeu:
"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e
claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos
concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a
si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a
minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero
retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem
saudável."
De acordo com a tradição, Lutero, então, proferiu as
seguintes palavras:
"Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que
Deus me ajude![14]
Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências
privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse
tomada, Lutero abandonou Worms. Durante seu regresso a Wittenberg,
desapareceu.
O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521,
declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.
Processo Romano:
Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, em 1557Em Junho de
1518, foi aberto o processo contra Lutero, com base na publicação das suas
95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia.
Nas aulas que ministrava na Universidade de Wittenberg, espiões registravam
seus comentários negativos sobre a excomunhão. Depois disso, em agosto de
1518, o processo foi alterado para heresia notória. Lutero foi convidado a
ir a Roma, onde teria que desmentir sua doutrina.
Lutero recusou-se a fazê-lo, alegando razões de saúde; e
pretendeu uma audiência em território alemão. O seu pedido baseava-se no
argumento (Gravamina) da Nação Alemã. Seu pedido foi aceito, ele foi
convidado para uma audiência com o cardeal Caetano de Vio (Tomás Caetano),
durante a reunião das cortes (Reichstag) imperiais de Augsburg. Entre 12 e
14 de outubro de 1518, Lutero falou a Caetano. Este pediu-lhe que revogasse
sua doutrina. Lutero recusou-se a fazê-lo.
Do lado romano, o caso pareceu terminado. Por causa da
morte de Imperador Maximiliano I (Janeiro de 1519), houve uma pausa de dois
anos no andamento do processo. O Imperador tinha decidido que o seu sucessor
seria Carlos (futuro Carlos V). Por causa das pertenças de Carlos em Itália,
o papa renascentista Leão X receava o cerco do Estado da Igreja e procurava
evitar que os príncipes-eleitores alemães (Kurfürsten) renunciassem a
Carlos.
O papel de protetor de Lutero assumido por Frederico, o
sábio, levou a que Roma pedisse que Karl von Miltiz intercedesse junto ao
príncipe por uma solução razoável. Após a escolha de Carlos V como imperador
(26 de junho de 1519), o processo de Lutero voltaria a ser alvo de
preocupações e trabalhos.
O selo de Lutero.Em junho de 1520, reapareceu a ameaça no
escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum
Pontificem" excomungou Lutero. Seguiu-se, então, a ameaça oficial do
imperador (Reichsacht).
Notável é, no entanto, que Lutero foi, mais uma vez,
recebido em audiência, o que também deixou claras as diferenças entre o
papado e o império. Carlos foi o último rei (após uma reconciliação) a ser
coroado imperador pelo papa. Nos dias 17 e 18 de Abril de 1521 Lutero foi
ouvido na Dieta de Worms (conferência governativa) e, após ter negado a
revogação da sua doutrina, foi publicado o Édito de Worms, banindo Lutero.
Exílio no Castelo de Wartburg
O seqüestro de Lutero durante a sua viagem de regresso da
Dieta de Worms foi arranjado. Frederico, o sábio ordenou que Lutero fosse
capturado por um grupo de homens mascarados a cavalo, que o levaram para o
Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde ele permaneceu por cerca de um ano.
Deixou crescer a barba e tomou as vestes de um cavaleiro, assumindo o
pseudônimo de Jörg. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou
na sua célebre tradução da Bíblia para o alemão.
Martinho Lutero pregando no Castelo Wartburg, quadro de
Hugo VogelCom o início da estadia de Lutero em Wartburg, começou um período
muito construtivo de sua carreira como reformista. Em seu "Deserto" ou "Patmos"
(como ele mesmo chamava, em suas cartas) de Wartburg, começou a tradução da
Bíblia, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522.
Em Wartburg, ele produziu outros escritos, preparou a
primeira parte de seu Guia para Párocos e "Von der Beichte" (Sobre a
Confissão), em que nega a obrigatoriedade da confissão, e admite como
saudável a confissão privada voluntária. Também escreveu contra o Arcebispo
Albrecht, a quem obrigou, com isso, a desistir de retomar a venda das
indulgências. Em seus ataques a Jacobus Latomus, avançou em sua visão sobre
a relação entre a graça e a lei, assim como sobre a natureza revelada pelo
Cristo, distinguindo o objetivo da graça de Deus para o pecador que, por
acreditar, é justificado por Deus devido à justiça de Cristo, pois a graça
salvadora reside dentro do homem pecador. Ainda mostrou que o "princípio da
justificação" é insuficiente, ante a persistência do pecado depois do
batismo - pela inerência do pecado em cada boa obra.
Lutero, amiúde, escrevia cartas a seus amigos e aliados,
respondendo-lhes ou perguntando-lhes por seus pontos de vista e
respondendo-lhes aos pedidos de conselhos. Por exemplo, Felipe Melanchthon
lhe escreveu perguntando como responder à acusação de que os reformistas
renegavam a peregrinação e outras formas tradicionais de piedade. Lutero
respondeu-lhe em 1 de agosto de 1521:
"Se és um pregador da misericórdia, não pregues uma
misericórdia imaginária, mas sim uma verdadeira. Se a misericórdia é
verdadeira, deve penitenciar ao pecado verdadeiro, não imaginário. Deus não
salva apenas aqueles que são pecadores imaginários. Conheça o pecador, e
veja se os seus pecados são fortes, mas deixai que tua confiança em Cristo
seja ainda mais forte, e que se alegre em Cristo que é o vencedor sobre o
pecado, a morte e o mundo. Cometeremos pecados enquanto estivermos aqui,
porque nesta vida não há um só lugar onde resida a justiça. Nós todos, sem
embargo, disse Pedro (2ª Pedro 3:13), estamos buscando mais além um novo céu
e uma nova terra onde a justiça reinará".
Seu quarto no castelo de Wartburg, em Eisenach.Enquanto
isso, alguns sacerdotes saxônicos haviam renunciado ao voto de castidade, ao
mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos. Lutero, em
seu De votis monasticis (Sobre os votos monásticos), aconselhava-os a ter
mais cautela, aceitando, no fundo, que os votos eram geralmente tomados "com
a intenção da salvação ou à busca de justificação". Com a aprovação de
Lutero em seu "De abroganda missa privata (Sobre a abrogação da missa
privada), mas contra a firme oposição de seu prior, os agostinianos de
Wittenberg realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as
missas. Sua violência e intolerância certamente desagradaram Lutero que, em
princípios de dezembro, passou alguns dias entre eles. Ao retornar para
Wartburg, escreveu "Eine treue Vermahnung... vor Aufruhr und Empörung" (Uma
sincera admoestação por Martinho Lutero a todos os cristãos para que se
resguardem da insurreição e rebelião). Apesar disso, em Wittengerg,
Carlstadt e o ex-agostiniano Gabriel Zwilling reclamavam a abolição da missa
privada e da comunhão em duas espécies, assim como a eliminação das imagens
nas igrejas e a abrogação do celibato.
Regresso a Wittenberg e os Sermões Invocavit
No final do ano de 1521, os anabatistas de Zwickau se
entregam à anarquia. Contrário a tais concepções radicais e temendo seus
resultados, Lutero regressou em segredo a Wittenberg, em 6 de março de 1522.
Durante oito dias, a partir de 9 de março (domigo de Invocavit) e concluindo
no domingo seguinte, Lutero pregou outros tantos sermões que tornaram-se
conhecidos como os "Sermões de Invocavit".
Nessas pregações, Lutero aconselhou uma reforma cuidadosa,
que leve em consideração a consciência daqueles que ainda não estivessem
persuadidos a acolher a Reforma. A consagração do pão foi restaurada por um
tempo e o cálice sagrado foi ministrado somente àqueles do laicado que o
desejaram. O cânon das missas, devido ao seu caráter imolatório, foi
suprimido. Devido ao sacramento da confissão ter sido abolido, verificou-se
a necessidade que muitas pessoas ainda tinham de confessar-se em busca do
perdão. Esta nova forma de serviço foi dada a Lutero em "Formula missæ et
communionis" (Fórmula da missa e Comunhão), de 1523. Em 1524 surgiu o
primeiro hinário de Wittenberg, com quatro hinos.
Como aquela parte da Saxônia era governada pelo Duque
Jorge, que proibira seus escritos, Lutero declarou que a autoridade civil
não podia promulgar leis para a alma. Fez isso em sua obra: "Über die
weltliche Gewalt, wie weit man ihr Gehorsam schuldig sei" (Autoridade
Temporal: em que medida deve ser obedecida).
Matrimônio e
família:
Em abril de 1523, Lutero ajudou 12 freiras a escaparem do
cativeiro no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se
Catarina von Bora, filha de nobre família , com quem veio a se casar, em 13
de junho de 1525. Dessa união nasceram seis filhos: Johannes, Elisabeth,
Magdalena, Martin, Paul e Margaretha.
O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense
incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a
Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
A guerra dos
camponeses:
A guerra dos camponeses (1524-1525) foi, de muitas
maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores.
Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres
(1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras
hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII. Mas muitos
camponeses julgaram que os ataques verbais de Lutero à Igreja e sua
hierarquia significavam que os reformadores iriam igualmente apoiar um
ataque armado à hierarquia social. Por causa dos fortes laços entre a
nobreza hereditária e os líderes da Igreja que Lutero condenava, isso não
seria surpreendente.
Já em 1522, enquanto Lutero estava em Wartburg, seu
seguidor Thomas Münzer, comandou massas camponesas contra a nobreza
imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e
sem propriedade privada[15], Lutero por sua vez defendia que a existência de
“senhores e servos” era vontade divina[15], motivo pelo qual eles
romperam[16]. Lutero, desde cedo, argumentou com a nobreza e os próprios
camponeses sobre uma possível revolta e também sobre Müntzer,
classificando-o como um dos "profetas do assassínio" e colocando-o como um
dos mentores do movimento camponês. Lutero escreveu a "Terrível História e
Juízo de Deus sobre Tomas Müntzer", inaugurando essa linha de pensamento.
Na iminência da revolta (1524), Lutero escreveu a "Carta
aos Príncipes da Saxônia sobre o Espírito Revoltoso", mostrando a tirania
dos nobres que oprimiam o povo e a loucura dos camponeses em reagir através
da força e a confiar em Müntzer como pregador. Houve pouca repercussão sobre
esse escrito.
Ainda em 1524, Müntzer mudou-se para a cidade imperial de
Mühlhausen, oferecendo-se como pregador. Lutero escreveu a "Carta Aberta aos
Burgomestres, Conselho e toda a Comunidade da Cidade de Mühlhausen", com o
propósito de alertar sobre as intenções de Müntzer. Também esse escrito não
teve repercussão, pois o conselho da cidade se limitou a pedir informações
sobre Müntzer na cidade imperial de Weimar.
O principal escrito dos camponeses eram os "Doze Artigos",
onde suas reivindicações eram expostas. Neles havia artigos de fundo
teológico (direito de ouvir o Evangelho através de pregadores chamados por
eles próprios) e artigos que tratavam dos maus tratos (exploração nos
impostos, etc.) impostos a eles pelos nobres. Os artigos eram fundamentados
com passagens bíblicas e dizia-se que se alguém pudesse provar pelas
Escrituras que aquelas reivindicações eram injustas, eles as abandonariam.
Entre aqueles que se consideravam dignos de fazer tal coisa estava o nome de
Martinho Lutero.
De fato, Lutero escreveu sobre os "Doze artigos" em seu
livro "Exortação à Paz: Resposta aos Doze artigos do Campesinato da Suábia",
de 1525. Nele, Lutero ataca os príncipes e senhores por cometerem injustiças
contra os camponeses e ataca os camponeses pela rebelião e desrespeito à
autoridade.
Também esse escrito não teve repercussão e, durante uma
viagem pela região da Turíngia, Lutero pôde testemunhar as revoltas
camponesas, o que o motivou a escrever o "Adendo: Contra as Hordas
Salteadoras e Assassinas dos Camponeses", onde disse: “Contras as hordas de
camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente,
relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um
rebelde”.[15] Tratava-se de um apêndice de "Exortação à Paz...", mas que,
rapidamente, tornou-se um livro separado. O Adendo foi publicado quando a
revolta camponesa já estava no final e os príncipes cometiam atrocidades
contra os camponeses derrotados, de modo que o escrito causou grande revolta
da opinião pública contra Lutero. Nele, Lutero encorajava os príncipes a
castigarem os camponeses até mesmo com a morte.
Essa repercussão negativa obrigou Lutero a pregar um sermão
no dia de pentecostes, em 1525, que se tornou o livro "Posicionamento do Dr.
Martinho Lutero Sobre o Livrinho Contra os Camponeses Assaltantes e
Assassinos", onde o reformador contesta os críticos e reafirma sua posição
anterior.
Como ainda havia repercussão negativa, Lutero novamente se
posicionou sobre a questão no seu "Carta Aberta a Respeito do Rigoroso
Livrinho Contra os Camponeses", onde lamenta e exorta contra a crueldade que
estava sendo praticada pelos príncipes, mas reafirma sua posição anterior.
Por fim, a pedido de um amigo, o cavaleiro Assa von Kram,
Lutero redigiu "Acerca da Questão, Se Também Militares Ocupam uma Função
Bem-Aventurada", em 1526, com o propósito de esclarecer questões sobre
consciência do cristão em caso de guerra e sua função como militar.
A discordância
com João Calvino:
No movimento reformista (também chamado de Reforma), Lutero
não concordou como o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero
queria reformar a Igreja Primitiva, enquanto João Calvino, acreditava que a
Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se
propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em
alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu
reformá-la, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas
apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam
presos a convenções ou épocas. A doutrina luterana está explicitada no
"Livro de Concórdia", e não muda, embora os costumes e formas variem de
acordo com a localidade e a época.
Obras
importantes:
Foi o autor de uma das primeiras traduções da Bíblia para
alemão, algo que, naquela época, não era permitido pela Igreja católica sem
especial autorização eclesiástica. Lutero, contudo, não foi o primeiro
tradutor da Bíblia para alemão. Já havia traduções mais antigas. A tradução
de Lutero, no entanto, suplantou as anteriores porque, além da qualidade da
tradução, foi amplamente divulgada em decorrência da sua difusão por meio da
imprensa, desenvolvida por Gutenberg, em 1453.
O latim, língua do extinto Império Romano, permanecia a
língua franca européia, imediatamente conotada com o passado romano
glorioso, uma era de ciência, de progresso econômico e civilizacional, sendo
também a língua dos textos sagrados, tal como tinham sido transmitidos às
províncias do Império. Por mais longínquas que fossem, nos menos de cem anos
que separam a oficialização da religião cristã pelo Imperador Romano
Teodósio I em 380 d.C. e a deposição do último imperador de Roma pelo
Germânico Odoacro, em 476 d.C.(data avançada por Edward Gibbon e
convencionalmente aceita como ano da queda do Império Romano do Ocidente),
toda a região, de forma mais ou menos homogênea, se cristianizou. O fim da
perseguição à religião cristã pelo império romano se deu em 313 d.C. (Ver:
Édito de Milão, Concílio de Niceia, Constantino I, A história do declínio e
queda do império romano, Santo Jerónimo).
No entanto, o domínio do latim era, no século XVI, no fim
da Idade Média (terminada oficialmente em 1453, com a tomada de
Constantinopla pelos Otomanos) e princípio da chamada Idade Moderna, apenas
o privilégio de uma percentagem ínfima de população instruída, entre os
quais os elementos da própria Igreja. A tradução de Lutero para o alemão foi
simultaneamente um ato de desobediência e um pilar da sistematização do que
viria a ser a língua alemã, até aí vista como uma língua inferior, dos
servos e ignorantes. É preciso adicionar que Lutero não se opunha ao latim,
e chegou mesmo a publicar uma edição revisada da tradução latina da Bíblia
(Vulgata). Lutero escrevia tanto em latim como em alemão. A tradução da
Bíblia para o alemão não significou, portanto, rejeição do latim como língua
acadêmica.
Foi também autor da polêmica obra "Sobre os judeus e suas
mentiras". Pouco conhecida, mas muito apreciada pelo próprio Lutero, foi sua
resposta a "Diatribe" de Erasmo de Roterdã intitulada De servo arbitrio
(Título da publicação em português: Da vontade cativa).
fonte: Wikipedia
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João Calvino nasceu
em Noyon, 10 de Julho de 1509 — Faleceu em Genebra, 27 de Maio de 1564 foi
um teólogo cristão francês. Calvino teve uma influência muito grande durante
a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. Portanto, a
forma de Protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecido por alguns pelo
nome Calvinismo, mesmo se o próprio Calvino teria repudiado contundentemente
este apelido. Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em
países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do, Inglaterra,
Escócia e Estados Unidos da América.
Nascido na Picardia, ao
norte da França, foi batizado com o nome de Jean Cauvin. A tradução do
apelido de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvin",
pelo qual se tornou conhecido.
Calvino foi
inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu
afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto,
gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e
acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das
perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde
faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do
protestantismo Europeu e João Calvino permanece até hoje uma figura central
da história da cidade e da Suíça.
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Martinho Lutero
escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha oito anos de idade.
Para muitos, Calvino terá sido para a língua francesa aquilo que Lutero foi
para a língua alemã - uma figura quase paternal. Lutero era dotado de uma
retórica mais direta, por vezes grosseira, enquanto que Calvino tinha um
estilo de pensamento mais refinado e geométrico, quase de filigrana. Citando
Bernard Cottret, biógrafo (francês) de Calvino: "Quando se observa estes
dois homens podia-se dizer que cada um deles se insere já num imaginário
nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se dirige com
palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o filósofo
pré-cartesiano, percursor da língua francesa, de uma severidade clássica,
que se identifica pela clareza do estilo"
Notas
biográficas:
Noyon
O avô de João Calvino
trabalhava numa cantina em Point-l'Évêque, nas proximidades de Noyon. Teve
três filhos: Richard (Ricardo), que foi serralheiro e se instalou em Paris,
Jacques (Jaime ou Tiago), igualmente serralheiro e, finalmente, Gérard
(Geraldo) Cauvin, pai de João Calvino, que foi aquele que talvez mais se
destacou dos três, tendo feito carreira em Noyon como funcionário
administrativo.
Gérard Cauvin
estabeleceu-se em Noyon em 1481. Foi inicialmente um simples secretário da
chancelaria. Seria, depois, advogado representante do bispado de Nyon; mais
tarde, funcionário relacionado com a cobrança de impostos e, finalmente, o
promotor (representante) do bispado, antes de entrar em conflito com este.
Faleceu em 1531 após uma disputa com o bispado, pela qual foi excomungado. A
autorização para o seu funeral seria deveras dificultada devido a esta
querela.
A mãe de Calvino, Jeanne Le
Franc, de seu nome de solteira, era filha de um dono de uma hospedaria em
Cambrai, que tinha enriquecido. Jeanne faleceu em 1515, quando João Calvino
tinha apenas 6 anos de idade.
Gérard e Jeanne tiveram
quatro filhos:
Charles (Carlos) - o mais
velho, foi padre. Faleceu em 1536.
João Calvino.
Antoine (Antônio) - iria
mais tarde viver em Genebra, junto do irmão.
François (Francisco) -
morreu ainda em tenra idade.
Haveria ainda duas irmãs,
que nasceram do segundo casamento de Gérard. Uma chamou-se Marie (Maria) e
iria também viver em Genebra. Da outra irmã sabe-se pouco.
João Calvino nasce a 10 de
julho de 1509, nos últimos anos do reinado de Luís XII. Frequentou
inicialmente o "Collège des Capettes" em Nyon, onde adquiriu conhecimentos
básicos de latim.
Em 1 de Janeiro de 1515 o
rei Francisco I de França (François, roi des françois), sucedeu a Luís XII.
Inicialmente moderado em matéria de religião, a postura deste rei foi
endurecendo ao longo do seu reinado, terminando na perseguição declarada dos
protestantes.
Pela Concordata de Bolonha,
assinada no início do seu reinado, o papa Leão X concedia ao rei da França o
direito a nomear os titulares dos rendimentos da igreja. Em contrapartida, o
Papa via reforçados os seus direitos sobre a Igreja em França
Paris
Em 1521, com doze anos,
João Calvino ganhou o direito a uma "benefice", ou seja, um rendimento anual
que era concedido a elementos e familiares da hierarquia da igreja. No seu
caso, consistia numa determinada quantia anual de cereais pagos por uma
comunidade de La Gésine.
Em 1521 ou 1523 (data
incerta) o pai enviou-o a Paris. Terá provavelmente vivido inicialmente com
o tio Richard, na zona de Sain-Germain-l'Auxerrois. Calvino começa por
frequentar o Collège de la Marche, onde foi aluno de Maturin Cordier, um
grande pedagogo do tempo. Estabeleceu, aí, amizade com as crianças da
família d'Hangest, do bispo de Noyon, que se assumia, de certa forma, como
protector dos Cauvins. Os seus amigos eram Joachin (Joaquim), Yves (Ivo) e
Claude (Cláudio), a quem mais tarde dedicaria o seu comentário a "De
Clementia" de Séneca, um autor conhecido pelo seu estoicismo.
Foi, de seguida, admitido
no Collège Montaigu, uma escola de má reputação, conhecida pela sua rigidez,
pelas sovas e má comida. A lista de professores em Montaigu, nesta época,
incluía o espanhol Antonio Coronel e o escocês John Mair (que foi professor
de Inácio de Loyola), mas não há provas definitivas de que eles tenham sido
professores de Calvino.
Em fevereiro de 1525, o rei
Francisco I foi encarcerado temporariamente em Pavia pelas tropas do
imperador Carlos V. Com a intervenção do papa Clemente VII a favor de
Francisco, a influência papal junto do rei de França aumenta
consideravelmente. Numa bula de 17 de Maio de 1525 dirige-se a Francisco
para que tome providências contra o crescente número de "blasfemos" em
França e contra os ataques a imagens religiosas.
Em 1 de Junho de 1528 teve
lugar em Paris o caso da Rue des Roisiers. Uma figura de madeira situada
nessa rua (uma madona) foi decapitada por desconhecidos. O rei reage de
forma veemente, organizando procissões, que passaram a ser repetidas
anualmente. O incidente ainda era lembrado no século XIX.
Matrimônio:
Em Estrasburgo, Calvino
casa-se em Agosto de 1540 com a viúva Idelette de Bure, que tinha sido
previamente adepta do anabaptismo. Traz duas crianças do seu prévio
casamento. Calvino tem 31 anos de idade. A cerimónia do casamento foi
dirigida por Guillaume Farel. Em 1541 a peste negra (ou peste bubónica)
recrudesce em Estrasburgo. Idelette e as duas crianças procuram abrigo em
casa de um irmão dela, nas redondezas.
Publicações
de Calvino:
De Clementia - Obra
anotada de Séneca (1532)
Psychopannychia
(1534)
Institutos da Religião
Cristã
publicado em Latim: 1536
publicado em Francês: 1541
Catéchisme de l'Église
de Genève (1542)
Calvino também publicou
vários volumes de comentários sobre a Bíblia
Fonte: Wikipédia
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Aurélio Agostinho
(em latim: Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona, ou
Santo Agostinho,
nasceu em Tagaste, 13 de Novembro de 354 — falece em Hipona, 28 de Agosto de
430, foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo, padre e Doutor da Igreja
Católica.
Aurélio Agostinho
destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os
Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles,
e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em
Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu
sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter
especulativo da patrística grega.
Agostinho é uma das figuras mais importantes no
desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Agostinho foi muito
influenciado pelo neoplatonismo de Plotino. Ele criou o conceito de pecado
original e guerra justa. Quando o Império Romano do Ocidente começou a se
desintegrar, Agostinho desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade
espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material
do homem. Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem
medieval. A igreja se identificou com o conceito de Cidade de Deus de
Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.
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Agostinho nasceu na cidade de Tagaste, atual Souk Ahras,
Argélia, e sua mãe, católica, se chamava Mônica. Foi educado no Norte da
África e resistiu aos pedidos da mãe para se tornar cristão. Vivendo como um
intelectual pagão, ele tomou uma concubina e se tornou um maniqueísta.
Posteriormente se converteu para a Igreja Católica, se tornou um bispo, e se
opôs às heresias, como a crença que as pessoas possuem a habilidade de
escolher fazer um bem tão forte que poderia merecer a salvação sem receber a
ajuda divina (pelagianismo).
Na Igreja Católica Romana, e na Igreja Anglicana, é um
santo, e um importante doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa
agostinha; seu memorial é celebrado no dia 28 de agosto. Muitos
protestantes, especialmente calvinistas, o consideram como um dos pais
teólogos da Reforma Protestante ensinando a salvação e a graça divina. Na
Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15
de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege,
principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido
como a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho
Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado".
Biografia:
Agostinho nasceu na cidade de Tagaste, a atual Souk Ahras,
uma província romana da cidade no Norte de África, na Argélia, filho de pai
pagão, Patrício e mãe católica, Santa Mônica. Foi educado no Norte de África
e resistiu aos ensinamentos de sua mãe para se tornar cristão.
Agostinho era de ascendência berbere. Com 11 anos de idade,
foi enviado para a escola em Madaura, uma pequena cidade da Numídia. Lá ele
tornou-se familiarizado com a literatura latina, bem como práticas e crenças
pagãs. Em 369 e 370, ele permaneceu em casa.
Durante esse período ele leu o diálogo Hortensius de Cícero
(hoje perdido), que deixou uma impressão duradoura sobre ele e despertou-lhe
o interesse pela filosofia e passou a ser um seguidor do maniqueísmo.
Com 17 anos, graças à generosidade de um concidadão
Romaniano, o pai de Agostinho pode enviá-lo para Cartago para continuar sua
educação na retórica. Vivendo como um pagão intelectual, ele tomou uma
concubina; numa tenra idade, ele desenvolveu uma relação estável com uma
mulher jovem em Cartago, com a qual teve um filho, Adeodato.
Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em
Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de
professor da cadeira municipal de retórica, e permanecerá lá durante os
próximos nove anos.
Desiludido pelo comportamento indisciplinado dos alunos em
Cartago, em 383, mudou-se para estabelecer uma escola em Roma, onde ele
acreditava que os melhores e mais brilhantes retóricos ensinaram. No
entanto, Agostinho ficou desapontado com as escolas romanas, que ele
encontrou apática. Quando chegou o momento para os seus alunos para pagar os
seus honorários eles simplesmente fugiram.
Amigos maniqueístas apresentaram-lhe o prefeito da cidade
de Roma, Symmachus, que tinha sido solicitado a fornecer um professor de
retórica imperial para o tribunal provincial em Milão. Agostinho ganhou o
emprego e ocupou o cargo no final de 384.
Obras:
Agostinho foi um autor prolífico em muitos géneros -
tratados filosóficos, teológicos, comentários de escritos da Bíblia, além de
sermões e cartas.
Dele restaram algumas centenas de cartas (Epistulae) e de
sermões (Sermones) considerados autênticos. Além disso, deixou 113 obras
escritas.
Santo Agostinho é chamado de o "Doutor da Graça",
por sua compreensão sobre o tema.
Textos autobiográficos:
As suas Confissões (Confesiones), escritas entre os anos
397-398, são geralmente consideradas como a primeira autobiografia.
Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até à sua então relação com
Deus, e termina com um longo discurso sobre o livro do Génesis, no qual ele
demonstra como interpretar as escrituras. A consciência psicológica e
auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.
No fim da sua vida, Agostinho revisitou os seus trabalhos
anteriores por ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma
diferente numa obra intitulada Retratações, que nos daria uma imagem
considerável do desenvolvimento de um escritor e os seus pensamentos finais.
Filosóficos:
Diálogos:
Solilóquios, (Soliloquiorum libri duo), etc..
Contra acadêmicos (Contra academicos, em que combate o
ceticismo).
Disciplinarum libri (é uma vasta enciclopédia com o fim de
mostrar como se pode e se deve ascender a Deus a partir das coisas
materiais. Não está acabada).
Apologéticos:
Da vida religiosa livro I (De vera religione liber I),
etc..
A Cidade de Deus, (iniciado c. de 413, terminado 426, uma
de suas obras capitais, nela nos oferece uma síntese de seu pensamento
filosófico, teológico e político.). O De civitate Dei libri XXII.
Dogmáticos:
Entre 399-422, escreveu A Trindade, uma das principais
obras que apoia a crença na Santíssima Trindade de Deus. O De Trinitate
libri XV.
Enquirídio (Enchiridion, ad Laurentium o De fide, spe et
caritate liber I, é um manual de teologia segundo o esquema das três
virtudes teológicas. Contém uma explicação do Credo, da Oracão do Padre
Nosso e dos Preceitos Morais da Igreja Católica).
Da fé e do credo livro I (De fide et símbolo liber I),
etc..
Morais e pastorais:
Contra mendacium, Da Catequese dos não instruídos livro I
(De catechizandis rudibus liber I), Da continência livro I (De continentia
liber I), Da paciência livro I (De patientia liber I), etc..
Monásticos:
Regula ad servos - a mais antiga das regras monásticas do
ocidente.
Exegéticos:
A Sagrada Escritura teve um papel decisivo para Agostinho.
Se pode destacar:
Da Doutrina Cristã livro IV (De doctrina christiana libri
IV (é uma síntese dogmática que servirá de modelo para as Sententiae os
pensadores da Idade Média), De Genesi ad litteram libri XII, Da harmonia dos
evangelhistas livro IV (De consensu Evangelistarum libri IV, (foram escritos
em resposta aos que acusavam os evangelistas de contradizer-se e de haver
atribuído falsamente a Cristo a divinidade), etc..
Tratados:
Tratados sobre o Evangelho de João, (In Iohannis evangelium
tractatus), As enarrações, ou exposições, dos Salmos, (Enarrationes in
Psalmos), etc.
Polêmicos:
Muitas de suas obras tem caráter polêmico por causa dos
conflitos que ele enfrentou. Isso levou São Posídio a classificá-las
conforme os adversários combatidos: pagãos, astrológos, judeus, maniqueus,
priscilianistas, donatistas, pelagianos, arianos e apolinaristas.
De natura boni liber I, Psalmus contra partem Donati, De
peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvolorum ad Marcellium
libri III (de 412, primeira teología bíblica da redencão, do pecado original
e da necessidade do batismo), De gratia et libero arbitrio liber I (de 426,
em que demonstra a necessidade da graça, da existência do livre arbitrío),
De haeresibus, etc..
Pensamento
Ver artigo principal: Augustinologia
O Problema do Mal
Em seu livro 'O Livre-arbítrio', Santo agostinho tenta
provar de forma filosófica de que Deus não é o criador do mal. Pois, para
ele, tornava-se inconcebível o fato de que um ser tão bom, pudesse ter
criado o mal.
A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na
teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro
ser, o bem. O mal é aquilo que “sobraria” quando não existe mais a presença
do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia
ter criado o mal.
No diálogo com seu amigo Evódio, Agostinho tenta
explicar-lhe de que a origem do mal esta no Livre-Arbítrio concedido por
Deus. Deus em sua perfeição, quis criar um ser que pudesse ser autônomo e
assim escolher o bem de forma voluntária. O homem, então, é o único ser que
possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por esta
forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e na
natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da
vontade de Deus) e algo mal (a prevalência da vontade das paixões humanas).
Entretanto, por ter em si mesmo a carga do pecado original
de Adão e Eva, estaria constantemente tendenciado a escolher praticar uma
ação que satisfizesse suas paixões (a ausência de Deus em sua vida). Deus,
portanto, não é o autor do mal, mas é autor do livre-arbítrio, que concede
aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não praticar o bem.
É largamente devido à influência de Agostinho que o
cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original. Os
teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que
Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro
do universo criado.
O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação
da visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da
natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a
fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo
portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das
escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em
cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro
bíblico do Génesis, como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico",
iriam influenciar fortemente a Igreja medieval, que teria uma visão mais
interpretativa e menos literal dos textos sagrados.
Tomás de Aquino
tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento
filosófico grego e do cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram
influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen.
Referências
1.↑
Wells, J. (2000). Longman Pronunciation Dictionary, 2, New York: Longman.
2.↑
(1997) The American Heritage College Dictionary. Boston: Houghton Mifflin
Company.
3.↑
(2005) “Platonism”, Cross, Frank L. and Livingstone, Elizabeth: The Oxford
Dictionary of the Christian Church. Oxford Oxfordshire: Oxford University
Press.
4.↑
Durant, Will (1992). Caesar and Christ: a History of Roman Civilization and
of Christianity from Their Beginnings to A.D. 325. New York: MJF Books.
5.↑
Wilken, Robert L. (2003). The Spirit of Early Christian Thought. New Haven:
Yale University Press.
6.↑
Thagaste na Catholic Encyclopedia
7.↑
Archimandrite [now Archbishop] Chrysostomos. "Book Review: The Place of
Blessed Augustine in the Orthodox Church".
Orthodox Tradition II (3&4): 40–43.
8.↑
"'Abençoado', aqui, não significa que ele é menos que um santo, porém é um
título concedido a ele como sinal de respeito."
"Blessed
Augustine of Hippo: His Place in the Orthodox Church: A Corrective
Compilation".
Orthodox Tradition XIV (4): 33–35.
Bibliografia
DILMAN,
Ilham. Free Will: An Historical and Philosophical Introduction. Florence,
KY, USA: Routledge, 1999.
SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Nova Cultural,
1999. (Coleção "OS PENSADORES"). Tradução de J. Oliveira Santos, S.J., e A.
Ambrósio de Pina, S.J.
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São Tomás de Aquino
OP (Roccasecca, 1225 — Fossanova, 7 de Março 1274) foi um frade dominicano,
teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado
Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica.
Biografia:
Tomás de Aquino
que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios.
Nasceu em família nobre em março de 1225 no castelo de Roca-Seca, perto da
cidade de Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu
pai, conde de Landulfo d'Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino
onde recebeu a educação, a sua família esperava que viesse a ser monge
beneditino e tinha a esperança de um dia vir a ser o abade daquele mosteiro.
Aos 19 anos fugiu de casa para, contra o desejo dos pais,
se juntar aos dominicanos mendicantes, entrando na Ordem fundada por São
Domingos de Gusmão. Estudou filosofia em Nápoles e depois em Paris, onde se
dedicou ao ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas. Estudou
teologia em Colônia e em Paris se tornou discípulo de Santo Alberto Magno
que o "descobriu" e se impressionou com a sua inteligência. Por este tempo
foi apelidado de "boi mudo". Dele disse Santo Alberto Magno: "Quando este
boi mugir, o mundo inteiro ouvirá o seu mugido."
Foi mestre na Universidade de Paris no reinado de Luís IX
da França morrendo, com 49 anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia
para Lião a fim de participar do Concílio de Lião, a pedido do Papa.
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Filosofia:
Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão
aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na
Idade Média, na escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a
obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o
materialismo de Aristóteles. Em suas duas "Summae", sistematizou o
conhecimento teológico e filosófico de sua época : são elas a "Summa
Theologiae", a "Summa Contra Gentiles".
A partir dele, a Igreja tem uma teologia (fundada na
revelação) e uma filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se
fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum
rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela
teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição
entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom,
por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e
a essência do mal é a privação ou ausência do bem.
Além da sua Teologia e da Filosofia, desenvolveu também uma
Teoria do Conhecimento e uma Antropologia, deixou também escrito conselhos
políticos: Do governo do Príncipe, ao rei de Chipre, que se contrapõe, do
ponto de vista da ética, ao "Príncipe" de Maquiavel.
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de
Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração:
Primeira via
Primeiro Motor Imóvel: Tudo o que se move é movido por
alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento
dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo
há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por
ninguém foi movido.
Segunda via
Causa Primeira: Decorre da relação "causa-e-efeito" que se
observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por
ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do
contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa
sequência infinita.
Terceira via
Ser Necessário: Existem seres que podem ser ou não ser
(contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o
mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a
existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada
em nenhum outro ser.
Quarta via
Ser Perfeito: Verifica-se que há graus de perfeição nos
seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe uma
parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de
perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres.
Quinta via
Inteligência Ordenadora: Existe uma ordem no universo que é
facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se
chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que
dispôs o universo na forma ordenada.
A verdade:
Obra:
As obras do Aquinate dividem-se em quatro grupos:
1. Comentários: à lógica, à física, à metafísica, à ética
de Aristóteles; à Sagrada Escritura; a Dionísio pseudo-areopagita; aos
quatro livros das sentenças de Pedro Lombardo.
2. Sumas: Suma Contra os Gentios, baseada substancialmente
em demonstrações racionais; Suma Teológica, começada em 1265, ficando
inacabada devido à morte prematura do autor.
3. Questões: Questões Disputadas (Da verdade, Da alma, Do
mal, etc.); Questões várias.
4. Opúsculos: Da Unidade do Intelecto Contra os Averroístas;
Da Eternidade do Mundo, entre outros.
Bibliografia:
ALARCÓN, E.; FAITANIN, P. Atualidade do Tomismo. Rio de
Janeiro: Sétimo Selo, 2008 ISBN 978-85-99255-07-0.
CHESTERTON, G.K.. Santo Tomás de Aquino. Braga: Livr. Cruz,
1957.
FAITANIN, P. A Sabedoria do Amor: Iniciação à Filosofia de
Santo Tomás de Aquino. Cadernos da Aquinate n. 2. Niterói: Instituto
Aquinate, 2008 ISSN 1982-8845.
Idem. O Ofício do Sábio: o modo de estudar e ensinar
segundo Santo Tomás de Aquino. Cadernos da Aquinate n. 3. Niterói: Instituto
Aquinate, 2008 ISSN 1982-8845.
MARTINS FILHO, Ives Gandra. Manual esquemático de história
da filosofia. São Paulo: LTr, 1997. ISBN 85-7322-302-2
|
310.9.5 -
Madre Teresa de Calcutá
Madre Teresa de Calcutá,
cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, Nasceu em Skopje, 27 de Agosto
de 1910 — Faleceu em Calcutá, 5 de Setembro de 1997 - foi uma missionária
católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada
indiana beatificada pela Igreja Católica.
Madre Teresa de Calcutá.
Considerada a missionária do século XX, concretizou o projeto de apoiar e
recuperar os desprotegidos na Índia. Através da sua congregação
"Missionárias da Caridade", partiu em direção à conquista de um mundo que
acabou rendido ao seu apelo de ajudar o mais pobre dos pobres.
Biografia:
Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasceu em 27 de agosto de 1910, em
Skopje, na Macedônia, filha de pais albaneses, numa família de três filhos,
sendo duas moças e um rapaz. Freqüentou uma escola não católica.
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Aos 12 anos, ouviu um jesuíta que era missionário na Índia
dizer: “Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho”. Tais
palavras a impressionaram e se determinou a dar um sentido à sua vida, a
entregar-se a serviço dos outros: fazer-se missionária. E já nesta idade
procurou o referido jesuíta para saber como fazer isso, ao que o prudente
homem respondeu que aguardasse a confirmação do tempo e da “voz de Deus”.
Seis anos mais tarde, cada vez mais convicta de sua
vocação, solicitou a admissão na Congregação das Irmãs do Loreto que
trabalhava em Bengala, mas teve primeiro de aprender a língua inglesa em
Dublim. De Dublim foi enviada para a Índia em 1931 a fim de iniciar seu
noviciado em Darjeeling no colégio das Irmãs de Calcutá.
No dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa, e
emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência tomando o
nome de "Teresa". A origem da escolha deste nome residiu no fato de ser em
honra à monja francesa Teresa de Lisieux, padroeira das missionárias,
canonizada em 1927 e conhecida como Santa Teresinha.
De Darjeeling passou para Calcutá, onde exerceu, durante os
anos 30 e 40, a docência em Geografia no colégio bengalês de Sta Mary,
também pertencente à congregação de Nossa Senhora do Loreto. Impressionada
com os problemas sociais da Índia, que se refletiam nas condições de vida
das crianças, mulheres e velhos que viviam na rua e em absoluta miséria, fez
a profissão perpétua a 24 de maio de 1937.
Com a partida do colégio, tirou um curso rápido de
enfermagem, que veio a tornar-se um pilar fundamental da sua tarefa no
mundo.
Em 1946, decidiu reformular a sua trajetória de vida. Dois
anos depois, e após muita insistência, o Papa Pio XII permitiu que
abandonasse as suas funções enquanto monja, para iniciar uma nova
congregação de caridade, cujo objetivo era ensinar as crianças pobres a ler.
Desta forma, nasceu a sua Ordem – As Missionárias da Caridade. Como hábito,
escolheu o sári, nas cores — justificou ela — "branco, por significar pureza
e azul, por ser a cor da Virgem Maria". Como princípios, adotou o abandono
de todos os bens materiais. O espólio de cada irmã resumia-se a um prato de
esmalte, um jogo de roupa interior, um par de sandálias, um pedaço de sabão,
uma almofada e um colchão, um par de lençóis, e um balde metálico com o
respectivo número.
Começou a sua atividade reunindo algumas crianças, a quem
começou a ensinar o alfabeto e as regras de higiene. A sua tarefa diária
centrava-se na angariação de donativos e na difusão da palavra de alento e
de confiança em Deus.
No dia 21 de dezembro de 1948, foi-lhe concedida a
nacionalidade indiana. A partir de 1950 empenhou-se em auxiliar os doentes
com lepra.
Em 1965, o Papa Paulo VI colocou sob controle do papado a
sua congregação e deu autorização para a sua expansão a outros países.
Centros de apoio a leprosos, velhos, cegos e doentes com HIV surgiram em
várias cidades do mundo, bem como escolas, orfanatos e trabalhos de
reabilitação com presidiários.
Servindo ao mundo
Ao primeiro lar infantil ou "Sishi Bavan" (Casa da
Esperança), fundada em 1952, juntou-se o "Lar dos Moribundos", em Kalighat.
Mais de uma década depois, em 1965, a Santa Sé aprovou a
Congregação Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua
presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá,
Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália,
antiga União Soviética, China, etc.
O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se
com o Templeton Prize, em 1973, e com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro
de 1979.
Morreu em 1997, aos 87 anos, mas o seu trabalho missionário
continua através da irmã Nirmala, eleita no dia 13 de março de 1997 como sua
sucessora. Tratado como um funeral de Estado, vários foram os representantes
do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem. As
televisões do mundo inteiro transmitiram ao vivo durante uma semana, os
milhões que queriam vê-la no estádio Netaji. No dia 19 de outubro de 2003, o
Papa João Paulo II beatificou Madre Teresa.
Um de seus pensamentos
era este: “Não
usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a
compaixão. A paz começa com um sorriso”.
Enfim,ela realmente mostrou um amor abnegável ao próximo.
No entanto, se todos tivessem esta mesma atitude viveríamos num mundo bem
simples e melhor.
A "noite escura" de Madre
Teresa:
Uma coleção de cartas dirigidas a uns poucos conselheiros
espirituais e recolhidas no livro "Madre Teresa venha, seja minha luz" (Mother
Teresa: Come Be My Light) publicado em 4 de setembro de 2007, traduzido e
publicado no Brasil pela editora Thomas Nelson, organizado pelo Padre Brian
Kolodiejchuk, postulador da causa da sua canonização revelaram, segundo
alguns, dúvidas profundas de madre Teresa sobre sua fé em Deus, provocando
discussões sobre uma possível posição agnóstica.
Madre Teresa, em suas cartas, descreveu como sentia falta
de respostas de Deus. Em 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ...
repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu
não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele
apesar de tudo." Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não
houver alma então, Jesus - Você também não é real."
Uma de suas cartas ao Padre Neuner dizia: "Pela primeira
vez ao longo de 11 anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito
que é parte, uma parte muito, muito pequena da escuridão e da dor de Jesus
neste mundo. O Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de
sua obra', como escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que
Jesus já não pode passar pela agonia - mas que quer passar por mim. -
Abandono-me a Ele mais do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à
disposição."
No entanto, o texto de suas cartas não deve afetar a
campanha por sua santificação, já que a Igreja defende que outros santos
também demonstraram dúvidas em relação a sua fé, como por exemplo São Tomé.
A crise espiritual:
Segundo o postulador da causa da canonização de Madre
Teresa e autor do livro, a sua crise espiritual começou nos anos 50, logo
após a fundação da ordem das Missionárias da Caridade; a partir daí "viveu
uma grande fase de escuridão interior que se prolongou até a sua morte".
"Sabia que estava unida a Deus, mas não conseguia sentir nada"[2] Este
fenômeno é conhecido na tradição e na teologia mística cristã, e foi São
João da Cruz quem o chamou de noite escura do espírito, o que considera uma
etapa no caminho de alguns santos no caminho de identificação com Deus.
Silêncio divino:
Bento XVI comentando as cartas disse que este silêncio
serve para que os crentes percebam a situação daqueles que não acreditam em
Deus. Falando sobre as experiências místicas da beata disse que "tudo aquilo
que já sabíamos se mostra agora ainda mais abertamente: com toda a sua
caridade, a sua força de fé, Madre Teresa sofria com o silêncio de Deus".[3]
Antídoto contra o
sentimentalismo:
Kolodiejchuk enxerga na atitude da beata um antídoto contra
o sentimentalismo: "A tendência em nossa vida espiritual, e também na
atitude mais geral relativamente ao amor, é que o que conta são os nossos
sentimentos. Assim a totalidade do amor é o que sentimos. Mas o amor
autêntico a alguém requer o compromisso, fidelidade e vulnerabilidade. Madre
Teresa não "sentia" o amor de Cristo, e poderia ter cortado, mas
levantava-se às 4:30 h. cada manhã por Jesus e era capaz de escrever-lhe:
Tua felicidade é o único que quero. Este é um poderoso exemplo, inclusive em
termos não puramente religiosos."[4]
Santa da escuridão:
O jornal New York Times em editorial de 5 de setembro de
2007 assinala que Madre Teresa em uma de suas cartas afirma que se alguma
vez chegarei a ser santa, seguramente o serei da escuridão. O editorial cita
a jornalista e escritora Flannery O’Connor, católica, que passou por uma
difícil enfermidade de natureza degenerativa, que escreveu que existem
pessoas que "pensam que a fé é um grande cobertor elétrico, quando é com
certeza a cruz". O artigo procura estabelecer um paralelismo entre o
sofrimento dessas duas mulheres quando considera que "ambas não falaram
sobre o seu próprio sofrimento e continuaram a trabalhar. "Madre Teresa,
enferma de nostalgia por um sentido do divino, manteve a fé com os enfermos
de Calcutá", conclui o editorial.[5]
Michael Gerson, colunista do Washington Post, a respeito da
"noite escura" de Madre Teresa, escreve que este fato interior e o contraste
externo de sua alegria e sorriso não podem ser considerados como se fosse
hipocrisia. Afirma que "Há uma espécie de valentia na perda da ilusão sem
perder o coração" e que "a santidade tem que ver mais com obediência que com
sentimentos espirituais, que a fé pode coexistir com o sofrimento e a
dúvida, que a santidade pode ser mais áspera e mais difícil do que
imaginamos"
Referências:
Trotta, Daniel (24 de Agosto de 2007). Cartas revelam
dúvidas de madre Teresa sobre sua fé em Deus. [1]
Entrevista de Kolodiejchuk ao La Stampa
Papa comenta "noite escura"
Entrevista de Kolodiejchuk
New York Times, Editorial (em inglês) Visitado em
21.out.2007
The
Torment of Teresa by Michael Gerson.
Wikipédia
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Karol
Józef Wojtyla, conhecido como João Paulo II desde sua eleição
para o papado, em Outubro de 1978, nasceu em Wadowice, uma pequena cidade 50
km. de Cracóvia, em 18 de maio de 1920. Foi o mais pequeno dos três filhos
de Karol Wojtyla e Emilia Kaczorowska. Sua mãe morreu em 1929. Seu irmão
mais velho Edmund (médico) morreu em 1932 e seu pai (oficial militar) em
1941. Sua irmã Olga morreu antes que ele nasceu.
Ele foi batizado pelo padre Franciszek Zak em 20 de junho de 1920 na igreja
paroquial de Wadowice, a 9 anos, foi a Primeira Comunhão, e em 18 foi
confirmada. Completado estudos na escola secundária de Marcin Wadowita
Wadowice, ele matriculados em 1938 na Universidade Jagiellonski de Cracóvia
e um teatro escola.
Quando a ocupação nazista forças encerrada a universidade em 1939, o jovem
Karol teve que trabalhar em uma pedreira e depois em uma fábrica química (Solvay)
para ganhar a vida e evitar a deportação para a Alemanha.
|
|
Desde
1942, quando ele se sente a vocação ao sacerdócio, aulas de educação
continuada do seminário clandestino de Cracóvia, liderada pelo Arcebispo de
Cracóvia, Cardeal Adam Stefan Sapieha. Ao mesmo tempo, foi um dos promotores
do "Teatro rhapsodes", também clandestino.
Após a Segunda Guerra Mundial, ele continuou seus estudos no seminário maior
de Cracóvia, uma vez mais aberto, e da Faculdade de Teologia da Universidade
Jagiellonski, até a sua ordenação sacerdotal em Cracóvia, em 1 de novembro
de 1946 mãos do Arcebispo Sapieha.
Ele foi enviado para Roma, onde, sob a direção do francês Dominicana,
GARRIGOU Lagrange, em 1948 obteve um doutoramento em teologia com uma tese
sobre o tema da fé nas obras de São João da Cruz (Doctrina de fide apud
sanctum Ioannem a cruz). Naquele momento teve sua licença para exercer o
ministério pastoral entre os imigrantes polacos da França, Bélgica e
Holanda.
Em 1948, ele retornou à Polônia e foi vigário de diversas paróquias de
Cracóvia e capelão da universidade até 1951, quando retomou seus estudos de
filosofia e teologia. Apresentado em 1953 na Universidade Católica de Lublin
uma tese intitulada "Avaliação da possibilidade de fundar uma ética católica
sobre o sistema ético de Max Scheler". Mais tarde se tornou professor de
Teologia Moral e Ética Social no seminário maior de Cracóvia e na Faculdade
de Teologia de Lublin.
Em 4 de julho de 1958 por Pope Pius XII foi nomeado bispo titular de
Cracóvia Olmi e Assistente. Recebeu ordenação episcopal em 28 de setembro de
1958 na Catedral Wawel (Cracóvia), nas mãos do Arcebispo Eugeniusz Baziak.
Em 13 de janeiro de 1964, foi nomeado arcebispo de Cracóvia por Pope Paul
VI, que se tornou o Cardeal 26 de junho de 1967, sob o título em San Cesareo
Palati, Diaconia elevada pro illa vice ao título presbiteral.
Além de participar no Concílio Vaticano II (1962-1965), com uma contribuição
significativa na elaboração da Constituição Gaudium et spes, o cardeal
Wojtyla participou nas cinco assembléias do Sínodo dos Bispos antes de seu
pontificado.
Os cardeais reunidos em conclave ele eleito Papa em 16 de outubro de 1978.
Levou o nome João Paulo II em 22 out. Solenemente e começou seu ministério
petrino como o sucessor de São Pedro 263. O seu pontificado foi um dos mais
longos na história da igreja e já dura quase 27 anos.
João Paulo II exerceu o seu ministério petrino com um incansável espírito
missionário, dedicando toda a sua energia, impulsionado pela "Sollicitudo
omnium ecclesiarum" aberto e caridade para toda a humanidade. Conduzido 104
viagens apostólicas fora da Itália, e 146, através do interior deste país.
Além disso, como Bispo de Roma que ele visitou 317 das 333 paróquias
romanas.
Mais do que todos os seus antecessores estavam com o povo de Deus e com os
líderes das nações: mais de 17.600.000 peregrinos participaram na Geral 1166
Audiências realizadas às quartas-feiras. Esse número não inclui as outras
audiências especiais e cerimônias religiosas [mais de 8 milhões de
peregrinos durante o Grande Jubileu do ano 2000] e os milhões de fiéis que
conheceu o Papa durante a visita pastoral feita na Itália e no resto do
mundo. Devemos também lembrar as inúmeras personalidades governo com quem se
reuniu durante 38 visitas oficiais e as 738 audiências ou encontros com
chefes de Estado e 246 audiências e reuniões com os primeiros-ministros.
Seu amor para a juventude o levaram a iniciar em 1985 Jornadas Mundiais da
Juventude. Nas 19 edições das Jornadas Mundiais da Juventude realizada em
todo o seu pontificado, reuniu milhares de jovens ao redor do mundo. Além
disso, a sua atenção para a família revelou o Encontro Mundial das Famílias,
inaugurado por ele em 1994.
João Paulo II promoveu o diálogo com os judeus e com os representantes de
outras religiões, apelando, em diversas ocasiões para reuniões oração pela
paz, especialmente em Assis.
Sob a sua orientação, a igreja se aproximou do terceiro milénio e celebrou o
Grande Jubileu do ano 2000, ao longo das linhas indicadas por ele na Carta
Apostólica Tertio Millennio Adveniente, e depois veio para a nova época, que
recebe as suas instruções na Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, o que
mostrou a forma como os fiéis das futuras tempo.
Com o Ano da Redenção, o Ano Mariano eo Ano da Eucaristia, ele promoveu a
renovação espiritual da Igreja.
Made canonizations numerosas e beatifications para mostrar inúmeros exemplos
de santidade, hoje, que poderia servir para incentivar os homens do nosso
tempo, comemorou 147 beatificação cerimónias em que se proclamou 1338 beatos
e 51 canonizations para um total de 482 santos. Proclamada Santa Teresa do
Menino Jesus um doutor da Igreja.
Cresceu significativamente, o Colégio dos Cardeais, criando 231 Cardeais
(mais um "in pectore", cujo nome não foi tornado público antes de sua morte)
9 consistories. Além disso, convocou 6 reuniões plenárias do Colégio dos
Cardeais.
Presidiu 15 Assembléias do Sínodo dos Bispos: 6 ordinárias geral (1980,
1983, 1987, 1990, 1994 e 2001), 1 extra grande (1985) e 8 especiais (1980,
1991, 1994, 1995, 1997, 1998 (2) e 1999).
Entre seus principais documentos incluem 14 encíclicas, 15 exortações
apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.
Promulgado o Catecismo da Igreja Católica, à luz da revelação,
autoritariamente interpretada pelo Concílio Vaticano II. Alterar o Código de
Direito Canônico e do Código dos Cânones das Igrejas Orientais, e
reorganizou a Cúria Romana.
Também publicou cinco livros como um médico: "Cruzando o Limiar da
Esperança" (outubro 1994), "dom e mistério: Sobre o quinquagésimo
aniversário da minha ordenação sacerdotal (Novembro 1996)," Tríptico romano
- Meditações ", livro de poemas (março 2003), "Arise! Vamos lá! "(Maio 2004)
e" Memória e Identidade "(fevereiro 2005).
João Paulo II morreu em 2 de abril de 2005, em 21,37, e concluiu no sábado,
e tinha entrado no oitavo domingo de Páscoa e Divina Misericórdia.
A partir dessa noite até abril 8, o dia do funerais realizaram-se do
falecido Pontífice, com mais de três milhões de peregrinos prestou homenagem
ao Pope John Paul II, até 24 horas de fila para o acesso à basílica de San
Pedro.
Em 28 de abril de Pope Benedict XVI desculpada tempo esperando cinco anos
após a morte para começar a causa de beatificação e canonização de João
Paulo II. O processo aberto oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini,
vigário-geral para a diocese de Roma, em 28 de junho de 2005.
Fonte:
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310.10 - ALQUIMISTAS:
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Paracelso,
pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln,
17 de dezembro de 1493 — Salzburgo, 24 de setembro de 1541) foi um famoso
médico, alquimista, físico e astrólogo suíço.
Seu pseudônimo significa "superior a Celso (médico
romano)". Entre todas as figuras erráticas do renascimento, a de
Paracelso está pontada pela agitação da sua vida e pela a incoerência
das suas opiniões e doutrinas. No estudo da sua biografia, facto tem sido
gradualmente separado da fantasia, mas nenhum acordo foi alcançado no que
respeita bem quanto à natureza e sentido de seu ensino. Ele é considerado
por muitos como um reformador do medicamento. Outros elogiam suas
realizações em Química e como fundador da Bioquímica. Ele aparece entre
cientistas e reformadores como Andreas Vesalius, Copérnico e Agricola, e,
portanto, é visto como um moderno. Por outro lado, sempre possuiu uma aura
de místico e até mesmo obscura reputação de mágico.
Paracelso,
pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln,
17 de dezembro de 1493 — Salzburgo, 24 de setembro de 1541) foi um famoso
médico, alquimista, físico e astrólogo suíço.
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Seu pseudônimo significa "superior a Celso (médico
romano)". Entre todas as figuras erráticas do renascimento, a de
Paracelso está pontada pela agitação da sua vida e pela a incoerência
das suas opiniões e doutrinas. No estudo da sua biografia, facto tem sido
gradualmente separado da fantasia, mas nenhum acordo foi alcançado no que
respeita bem quanto à natureza e sentido de seu ensino. Ele é considerado
por muitos como um reformador do medicamento. Outros elogiam suas
realizações em Química e como fundador da Bioquímica. Ele aparece entre
cientistas e reformadores como Andreas Vesalius, Copérnico e Agricola, e,
portanto, é visto como um moderno. Por outro lado, sempre possuiu uma aura
de místico e até mesmo obscura reputação de mágico.
Durante séculos o seu trabalho tem sido criticado como
não-científico, fantástico e na fronteira com a demência sendo que muitas de
suas obras são puramente religiosas, sociais e éticas de caráter.
Infância
Paracelso
nasceu em Einsiedeln, uma pequena localidade da Suíça. Era suábio e sua mãe
era suíça. Filho de Wilhelm Bombast, médico e alquimista, e neto de Georg
Bombast von Hohenheim, grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros de São João, o
jovem de baixa estatura, gago e corcunda, aos três anos de idade, foi
atacado por um porco que lhe mutilou o genital, fato que somado a sua
aparência física, proporcionou-lhe um complexo de inferioridade que seguiu
por toda a vida. Na infância, Paracelso acompanhava seu pai viajando
pelos povoados da terra natal, observando a manipulação das ervas usadas
para curar doentes daquela região. Dessa forma, passou a apreciar a
atividade paterna. As primeiras noções sobre Teologia, Alquimia e Latim
foram transmitidas por seu pai. Ainda muito jovem, foi enviado à escola de
Beneditinos do Mosteiro de Santo André. Lá, conheceu o notável alquimista
Eberhard Baumgartner.
-Formações
acadêmicas:
Foi educado na Áustria e quando jovem trabalhou em minas
como analista. Formou-se em Medicina na Universidade de Viena em 1510,
quando tinha dezessete anos. Especula-se que ele tenha feito o seu doutorado
na Universidade de Ferrara.
-Viagens:
Viajou para vários lugares do mundo, em busca de novos
conhecimentos médicos e insatisfeito com o ensino tradicional que recebeu na
academia. Foi para o Egito, Terra Santa, Hungria, Tartária, Arábia, Polônia
e Constantinopla procurando alquimistas de quem pudesse aprender algo. Ao
passar pela Tartária, conhecido como Reino do Grande Khan, Paracelso
conseguiu curar o seu filho.
-Regresso
à Europa:
No retorno de Paracelso à Europa, seus conhecimentos
em tratamentos médicos tornaram-no famoso. Ele não seguia os tratamentos
convencionais para feridas, que consistiam em derramar óleo fervente sobre
elas; se as feridas estivessem em um membro (braço ou perna), esperava-se
que elas ficassem em gangrena para então amputar o membro afetado.
Paracelso acreditava que as feridas se curariam sozinhas se o pus fosse
evacuado e a infecção fosse evitada.
Ele rejeitava as tradições gnósticas, mas manteve muitas
das filosofias do Hermetismo, do neoplatonismo e de Pitágoras; de qualquer
modo, a ciência Hermética tinha tantas teorias aristotélicas que a sua
rejeição do Gnosticismo era praticamente sem sentido. Em particular,
Paracelso rejeitava as teorias mágicas de Agrippa e Flamel. Ele não se
achava um mago e desprezava aqueles que achavam que fosse.
Paracelso
foi um astrólogo, assim como muitos (se não todos) dos físicos europeus da
época. A Astrologia foi uma parte muito importante da Medicina de
Paracelso. Em um de seus livros, ele reservou várias seções para
explicar o uso de talismãs astrológicos na cura de doenças. Criou e produziu
talismãs para várias enfermidades, assim como talismãs para cada signo do
Zodíaco. Ele também inventou um alfabeto chamado "Alfabeto dos Reis Magos" e
esculpiu nos talismãs nomes angelicais.
-Visão e
doutrina:
A distinta natureza da filosofia de Paracelso é
consequência da visão cosmológica, teológica, filosofia natural e medicina à
luz de analogias e correspondências entre macrocosmos e microcosmos. As
especulações acerca dessas analogias tinham seriamente empenhado a mente
humana desde o tempo pré-Socrático e Platônico e durante toda a Idade Média.
Paracelso foi o primeiro a aplicar essas especulações para o
conhecimento da natureza sistemática.
Isso associado com a singular posição que ele assume no que
diz respeito à teoria e à prática de aquisição de conhecimentos em geral,
quebrou longe do ordinário lógico, antigo e medieval e moderno, seguindo as
suas próprias linhas, e é nisto que muito do seu trabalho naturalista
encontra explicação e motivação.
Segundo Paracelso[carece de fontes?], se o homem, o
clímax da criação, une em si mesmo todos os componentes do mundo em torno
dele como minerais, plantas, animais e corpos celestes, ele pode adquirir
conhecimento da natureza de modo muito mais directo e "interna" do que a
forma externa de consideração dos objetos pela mente racional. O que é
necessário é um ato de atração simpática entre o interior representativo de
um determinado objeto, na própria constituição do homem e o seu homólogo
externo. A união com o objeto é então o soberano meio de adquirir
conhecimento íntimo e total. Esta não é alcançada pelo cérebro, a sede da
mente racional. E é num nível mais profundo, à pessoa como um todo, que é
dado o conhecimento. É o seu corpo astral que ensina o homem. Por meio do
seu corpo astral o homem comunica com a supraelementrariedade do mundo
astral. Astrum é o contexto que denota não só o corpo celestial, mas a
virtude ou atividade essencial de qualquer objeto. Isto no entanto não é
atingido num estado racional de pensamento, mas sim em sonhos e transes
fortificados por força de vontade e imaginação.
O que parece ser original em Paracelso, então, não é
a teoria microcósmica em si mesma, nem a busca da união com o objeto, mas o
emprego consistente desses conceitos como a ampla base de um elaborado
sistema de correspondências na filosofia e medicina natural.
-A
morte:
Voltou para Salzburgo em 1540, convidado pelo bispo da
cidade. Faleceu em 24 de setembro de 1541 com apenas 47 anos, em um
hospital, onde enlouqueceu afirmando ter fabricado o Elixir da Vida. A causa
de sua morte não foi esclarecida. Uma hipótese é que tenha sido vítima de
feridas infectadas, originadas quando, embriagado, sofreu uma queda numa
taberna. O corpo foi velado na igreja de São Sebastião e, de acordo com o
seu último desejo, foram entoados os salmos bíblicos 1, 7 e 30.
A fama de Paracelso aumentou com as suas curas
milagrosas e, após sua morte, a sua fama cresceu ainda mais. Um século
depois, centenas de textos paracelsianos foram publicados, referindo-se
quase todos a medicamentos químicos. No final do século XVI, existia já uma
imensa literatura sobre a nova matéria médica. Devido ao facto de a
abordagem médica de Paracelso diferir tanto daquilo que era aceitável
até então, estabeleceu-se uma enorme confrontação entre os paracelsianos e o
sistema médico oficial em vigor até então, confrontação aguçada pelo impacto
provocado pelos humanistas, que desdenhavam das obras de Dioscorides e de
Plínio, ambos muito populares no final da Idade Média, e enalteciam
trabalhos menos conhecidos, especialmente os tratados de fisiologia e
anatomia de Galeno. Muitos médicos seguidores de Paracelso eram
alemães; na França, a confrontação foi mais agravada pelo facto de muitos
médicos paracelsianos serem huguenotes (protestantes, partidários de
Calvino); na Inglaterra, tal confrontação foi menos tempestuosa, tendo sido
adotados os medicamentos químicos, que eram utilizados simultaneamente com
medicamentos tradicionais galénicos.
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Nicolas Flamel
(Pontoise, França, 1330 — Paris, 22 de março de 1418) foi um dos maiores
alquimistas da história. Casado com Dame Perrenele Flamel. Segunda a lenda
teria fabricado a pedra filosofal, o elixir da longa vida e realizado a
transmutação de metais em ouro por meio de um livro misterioso.
Vida
Parece que após a morte de seus pais Flamel foi
trabalhar em Paris como escrivão. Em 1364 casou-se com Dame Perrenelle, que
era viúva. Conseguiu algum dinheiro e passou a dedicar-se ao estudo da
alquimia.
Segundo a lenda, em torno de 1370, Flamel encontrou
um antigo livro que continha textos intercalados com desenhos enigmáticos, a
história de sua vida poderia ser resumida na guarda deste livro, mesmo após
muito estudá-lo, Flamel não conseguiria entender do que se tratava. Segundo
a lenda, ele teria encontrado um sábio judeu em uma estrada em Santiago, na
Espanha, que fez a tradução do livro, que se tratava de cabala e alquimia,
possuindo a fórmula para a pedra filosofal.
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Flamel,
a partir de 1380, começou a se dedicar à alquimia prática. Segundo conta-se,
conseguiu produzir ouro[1]em torno de 1382 e depois finalmente a
transmutação em ouro. Cerca de dez anos mais tarde do início dos
experimentos, começou a realizar um grande número de obras de caridade como
a construção de hospitais, igrejas, abrigos e cemitérios e os decora com
pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos e muito ouro.
Escreveu "O Livro das Figuras Hieroglíficas" em 1399, "O
Sumário Filosófico" em 1409 e "Saltério Químico" em 1414.
Misteriosos símbolos alquímicos na tumba de Nicholau Flamel
na Igreja dos Santos Inocentes em ParisSegundo parece tanto Flamel como sua
esposa gozavam de uma saúde invejável e não aparentavam a idade que tinham,
segundo alguns devido aos conhecimentos alquímicos dele.
Flamel
faleceu em 22 de março de 1418, com mais de 80 anos, e sua casa foi saqueada
por caçadores de tesouros e gente ávida por encontrar a pedra filosofal ou
receitas concretas para sua preparação. A lenda conta que, na realidade,
ambos, Flamel e Perrenelle, não morreram, e que em suas tumbas foram
encontradas apenas suas roupas em lugar de seus corpos, [1] eles teriam
vivido graças ao elixir da longa vida, ao qual, Flamel também teria
fabricado.
Flamel
deixou um testamento escrito a seu sobrinho, em que revelava os segredos que
descobrira sobre a alquimia. O "Testamento de Nicholas Flamel" foi
compilado na França no final dos anos 1750 e publicado em Londres em 1806. O
documento original foi escrito de próprio punho por Nicholas Flamel
em um alfabeto codificado e criptografado que consistia em 96 letras. Um
escrivão Parisiense chamado Father Pernetti o copiou e um Senhor de Saint
Marc pôde finalmente quebrar o código em 1758.
Curiosidades
"Auberge Nicholas Flamel"; Mansão de Nicolas Flamel,
atualmente um restaurante e uma das mais antigas de Paris.A casa de
Flamel em Paris, construída em 1407, ainda existe. Situa-se 51 rue de
Montmorency, e é hoje um restaurante.
É citado na série Harry Potter como tendo realmente
conseguido produzir a pedra filosofal. Ele a teria destruído no final do
primeiro livro da série, "Harry Potter e a Pedra Filosofal", pelo fato de
Voldemort, o vilão da história, querer possuir o objeto e conseguir a vida
eterna. Mesmo com sua destruição, Flamel alegara que já tinha vivido
bastante e ainda dispunha de bastante elixir da vida para viver bem mais,
muito mais anos.
É citado também no livro O Código Da Vinci como sido um dos
grão-mestres do Priorado de Sião.
Também citado em "A alquimia do Unicórnio"
Citado também no livro "A Profecia Voynich - Criança
Índigo"
É citado também no livro O Manual do Bruxo de Allan Zola
Kronzek e Elisabeth Kronzek.
Tem um papel bastante importante no livro "O Alquimista -
Os segredos de o Imortal Nicholas Flamel", de Michael Scott, no qual é
mencionado como protetor do Livro de Abraão - o Mago, onde se encontra o
segredo da Imortalidade e da destruição do mundo. O segundo volume deste
livro foi editado em português em Abril, 2009.
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Albert Poisson
Alberto, O Grande
Basilio Valentim
Eugene Canseliet
D. Afonso V
Francis Bacon
Fulcanelli
Geber
Isaac Newton
Johann Conrad Dippel
John Dee
Ge Hong
Wei Boyang
Lavoisier
Maria, a Judia
Michael Maier
Michael Sendivogius
Nicolas Flamel
Nostradamus
Paracelso
Roger Bacon
Samael Aun Weor
José Manuel Anes
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310.11 - CIENTISTAS:
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Emanuel
Swedenborg (Suécia, 29 de Janeiro de 1688 - 29 de Março de 1772), foi um
polímata e espiritualista sueco.
Filho de Sarah e
Jesper Swedberg, um pastor Luterano e capelão real que foi, mais tarde,
Bispo de Skara. Formou-se em Engenharia de Minas e serviu ao seu país
durante muitos anos como Assessor Real para assuntos de mineração. Após a
morte do pai, sua família foi elevada à nobreza pela Rainha Ulrica, pelos
méritos do Bispo Swedberg. O sobrenome familiar foi então mudado para
Swedenborg e, assim, Emanuel, como filho mais velho, passou a ter lugar no
Parlamento sueco, onde teve destacado papel durante muitos anos.
Foi catedrático de
Matemática na Universidade de Uppsala, ao mesmo tempo em que pesquisava a
fundo áreas tão distintas quanto anatomia e geologia, astronomia e
hidráulica.
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Quando
dominava o assunto, publicava obras sobre suas conclusões, obtendo o
respeito de outros especialistas e autores das diversas áreas. Vários
conceitos emitidos por Swedenborg, nesses estudos, são considerados
como pioneiros. Em razão dessas realizações, Swedenborg passou a ser
considerado um dos heróis nacionais na Suécia, razão porque seu retrato se
encontra no hall da Academia de Ciências daquele país e seu túmulo entre os
de reis suecos, numa catedral de Estocolmo.
Famoso pelas suas obras e rico por herança materna, esse homem dominou
praticamente todas as ciências de seu tempo, até que, aos 56 anos, relata
que um fato espantoso mudou sua vida. Afirma que foi designado pelo Senhor,
que a ele apareceu em 1744, para a missão de ser o porta-voz da revelação do
sentido interno ou espiritual da Bíblia, até então oculto. Ao ser revelado
esse sentido, também foram abertos os segredos do "o Céu, e as Suas
maravilhas, e o Inferno", como descreveu, e tornou-se, também, testemunha
ocular dos eventos que constituíram o Juízo Final. Mais tarde, Swedenborg
reconheceu que foi, aliás, por causa dessa missão espiritual que ele fora
preparado pelo Senhor desde a infância, e progrediu nos conhecimentos
naturais sem nunca olvidar a fé no Criador.
Os Escritos admiráveis que foram publicados a partir desse período têm
influenciado mentes de homens, mulheres e crianças, tanto pessoas humildes
quanto da realeza, anônimos ou lustres famosos, como Carlyle, Ralph Waldo
Emerson, Baudelaire, Balzac, William Blake, Helen Keller e Jorge Luís
Borges. No entanto, esses mesmos escritos teológicos e espirituais são
motivo para que se façam julgamentos parciais e de interesses, lançando
dúvida sobre a sanidade mental do autor e sua reputação científica anterior.
Por causa de sua teologia, Swedenborg sofreu censura e forte perseguição por
parte de religiosos cristãos em seu país, onde seus livros foram proibidos.
De fato, a doutrina por ele exposta abala as bases da crença tradicional do
cristianismo, a saber, em um Deus dividido em três pessoas, num sacrifício
sanguinário de uma pessoa (o Filho), para aplacar a ira da outra pessoa (o
Pai).
Por confrontarem à teologia cristã atual, suas obras foram tidas como
heréticas, embora ele tenha sempre se declarado um servo do "Senhor Jesus
Cristo". A teologia exposta por Swedenborg juntamente com o relato das
experiências tão vivas no plano espiritual desconcertam muitos religiosos,
os que, teoricamente, mais deviam saber sobre o espírito e a vida após a
morte, pois que estas coisas foram dadas muitos desses indivíduos,
sentindo-se ameaçados, reajam contra essa nova abertura da revelação e,
especialmente, contra o autor, fazendo circular boatos difamadores a
respeito de sua sanidade. Em virtude disso, também a sua reputação anterior
de grande cientista e filósofo ficou comprometida.
Mas Swedenborg continuou a escrever e a trabalhar como antes, sem se
importar com as críticas, convicto de que sua obra seria para um futuro
distante, com a serenidade dos que sabem o que estão fazendo, serenidade que
o acompanhou até a sua morte física, em 29 de março de 1772, a qual ele
também tinha previsto com semanas de antecedência.
A partir de seus escritos teológicos, fundou-se a Nova Igreja.
Atuação na vida
acadêmica, científica e social:
Cientista
Estudou e publicou várias obras que abrangiam áreas tão diversas como:
química, óptica, matemática, magnetismo, hidráulica, acústica, metalurgia,
anatomia, hidrostática, fisiologia, pneumática, geologia, mineração,
cristalografia, cosmologia, cosmogonia, dinâmica, astronomia, álgebra,
mecânica geral e outras.
Filósofo
Além de publicar diversos tratados de filosofia, formulou e desenvolveu as
doutrinas filosóficas sobre o influxo, os graus, as formas, as séries e a
ordem.
Na área da psicologia, publicou, entre outros, os tratados: Psicologia
Empírica (1733), um estudo sobre a obra de Chirstian Wolff, e Psicologia
Racional (1742), contendo muitos princípios filosóficos e observações
inéditas baseados nas suas observações sobre anatomia.
Teólogo
Nos últimos 27 anos de sua vida, escreveu mais de 40 títulos de exegese
bíblica, Cristologia, escatologia e doutrina geral, expondo, por meio da
Ciência das Correspondências, o sentido interno ou espiritual que jazia
oculto na Palavra. Assim, restaurou os fundamentos primitivos do
cristianismo, a saber, a fé em Jesus Cristo como Deus que Se fez carne, bem
como outras doutrinas básicas, sobre a fé, a caridade, a vida, a Escritura
Santa, o casamento etc.
Inventor
Fez esboços, em 1714, de uma "máquina de voar", que foi considerada pela
Academia Real Britânica de Aeronáutica como o primeiro projeto racional de
um avião. Inventou vários outros artefatos e instrumentos mecânicos; alguns
construiu, outros deixou apenas em esquemas, como uma bomba hidráulica; um
dique para construção naval; um guindaste; um compressor a mercúrio; uma
carreta mecânica com guindaste; um máquina de parafusar; um instrumento de
sopro; uma metralhadora; uma máquina elevadora para extração de minério; um
"navio capaz de submergir com a sua tripulação e assim escapar da esquadra
inimiga " (o submarino!) além de outros.
Descobridor pioneiro, foi o primeiro a propor a hipótese nebular da criação
do universo, meio século antes de Kant e Laplace; fez descobertas que
deram origem à ciência da cristalografia; desenvolveu teorias sobre a
natureza da energia; descobriu que o cérebro funciona em sincronia com os
pulmões; deduziu o uso do fluido cerebro-espinal; foi pioneiro no estudo do
magnetismo; apresentou a teoria de galáxias serem constituídas por estrelas
com sistemas planetários.
Político
Foi membro atuante do Parlamento por vários anos, tendo apresentado muitas
propostas para o desenvolvimento industrial, financeiro e social da Suécia.
Artífice
Praticou as artes da música (como organista), criou instrumentos musicais,
aprendeu a fazer encadernação de livros, técnicas de relojoaria, gravação de
metal, marmoraria, polimento de lentes, jardinagem etc.
Literato
Além das obras científicas e teológicas relacionadas nesta página,
Swedenborg publicou a primeira álgebra na língua sueca, escreveu poemas e
fábulas, editou um jornal científico intitulado Daedalus Hyperboreus,
escreveu biografias e histórias.
Poliglota
Falava sueco, holandês, inglês, francês, alemão, hebraico, grego, latim e
italiano.
As obras teológicas de Swedenborg têm sido traduzidas, no todo ou em
parte, do original latim para as seguintes línguas: alemão, árabe, birmanês,
chinês, dinamarquês, espanhol, esperanto, filipino, finlandês, francês,
gujarati, hindu, holandês, inglês, islandês, italiano, japonês, magiar,
norueguês, polonês, português, russo, servo-croata, sueco, tamil, tcheco,
welsh e zulu.
Relatos sobrenaturais
Diversas ocorrências marcantes de habilidade considerada mediúnica foram
relatadas sobre Swedenborg. Três delas foram as mais famosas, tendo sido
analisadas por Immanuel Kant, concluindo tratarem-se de lendas.
A primeira foi quando, durante um jantar em Gothenburg, ele, excitadamente,
contou aos presentes às seis horas da tarde que estava havendo um incêndio
em Estocolmo (a 405 km de onde estavam) e que ele consumia a casa de um
vizinho seu, estando a ameaçar a sua própria. Duas horas mais tarde, ele
exclamou, com alívio, que o fogo tinha parado a três portas da sua casa.
Dois dias mais tarde, relatórios confirmaram cada declaração que ele tinha
feito a ponto de coincidir com exatidão quanto à hora em que Swedenborg
tinha recebido sua primeira impressão.
A segunda foi quando ele visitou a Rainha Louisa Ulrika da Suécia, que lhe
pediu que contasse a ela algo sobre seu irmão falecido, o Príncipe Augustus
William da Prússia. No dia seguinte, Swedenborg cochichou algo em seu
ouvido, o que fez a Rainha ficar pálida, tendo ela explicado tratar-se de
algo de que somente ela e seu irmão podiam ter conhecimento.
A terceira foi uma mulher que tinha perdido algo importante e veio a
Swedenborg perguntando se uma pessoa morta poderia dizer a ele onde estava o
objeto, o que ele também fez na noite seguinte.
Immanuel Kant, então no início de sua carreira, ficou impressionado com tais
relatos e fez investigações para saber se eram verdadeiros. A princípio, ele
não encontrou falha nos relatos, mas, em 1765, ele concluiu que dois deles
tinham "nenhum outro fundamento que não a lenda popular" (gemeine Sage). Ver
Träume eines Geistersehers, de Kant.
Estes acontecimentos são qualificáveis como sendo o que o Espiritismo chama
de acontecimentos mediúnicos. Outros relatos apontam que conversava com os
espíritos, como mostram dois relatos seus reproduzidos por Conan Doyle:
Falando da morte de Polhem, disse Swedenborg: Ele morreu
segunda-feira e falou comigo quinta-feira. Eu tinha sido convidado para o
enterro. Ele viu o coche fúnebre e presenciou quando o féretro baixou à
sepultura. Entretanto, conversando comigo perguntou porque o haviam
enterrado, se estava vivo. Quando o sacerdote disse que êle se ergueria no
Dia do Juízo, perguntou por que isso, se êle agora já estava de pé.
Admirou-se de uma tal coisa, ao considerar que, mesmo agora, estava vivo. (Doyle,
pg 40)
Brahe foi decapitado às 10 horas da manhã e falou comigo às 10 da noite.
Esteve comigo, quase que ininterruptamente durante alguns dias. (Doyle, pg
41)
Em sua primeira visão, Swedenborg fala de "uma espécie de vapor que
se exalava dos poros do meu corpo. Era um vapor aquoso muito visível e caía
no chão sobre o tapete" (Doyle, pg, 37). Tal descrição corresponde àquilo
que os espíritas e outras tradições espiritualistas chamam de ectoplasma,
substância produzida pelos médiuns em todos os fenômenos ditos de efeitos
físicos. Logo, dentre as habilidades mediúnicas de Swedenborg, além
de clarividência (estado sonambúlico), vidência mediúnica (estado de
vigília) e audiência mediúnica, soma-se a de efeitos físicos.
Desde o dia da sua primeira visão até a sua morte, vinte e sete anos depois,
esteve ele em contínuo contato com o outro mundo (Doyle). Na mesma noite,
disse Swedenborg, o mundo dos espíritos, do céu e do inferno,
abriu-se convincentemente para mim, e aí encontrei muitas pessoas de meu
conhecimento e de todas as condições. Desde então diariamente o senhor abria
os olhos do meu espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava
no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e
espíritos. (Doyle, pg. 36).
Principais
invenções e descobertas:
Cérebro e pulmões
Swedenborg descobriu que o cérebro tem um movimento regular
igual ao do coração. O fluido espiritual ou espírito animal, tal como
aprendemos, tem sua origem no cérebro e é enviado a todas as partes do corpo
pelos impulsos do cérebro. "O movimento do cérebro é denominado animação; e
a ação do fluido espiritual depende dele (Parte I, nº 279). Toda vez que o
cérebro se anima, seus fluidos são bombeados para as fibras e os nervos; tal
como o coração, a cada sístole e diástole, bombeia o sangue através de seus
vasos (ibid. nº 483). Imaginar a circulação do fluido sem uma força motriz e
uma expansão ou constrição reais como a causa propulsora, seria o mesmo que
conceber a circulação do sangue vermelho através das artérias e veias sem o
coração (Parte II, nº 169). A circulação desse fluido merece ser chamada de
círculo vital (ibid., nº 168)". (A Economia Regni Animalis, E. Swedenborg).
Máquina elevadora de minério
Inventada por Swedenborg para uso na indústria de mineração, a
máquina elevadora era movida por uma roda d´água e composta de um sistema de
eixos e mancais, servindo para trazer à superfície pequenas caçambas de
minério. Vários outros equipamentos e sistemas foram projetados e
construídos por Swedenborg para desenvolver a indústria de mineração
sueca, e a mineralogia foi assunto de algumas de suas publicações, inclusive
contendo descobertas para aperfeiçoamento dos processos químicos.
Durante uma guerra, no evento conhecimento como um cerco de Frederikstad, a
esquadra da Suécia ficou sitiada e impossibilitada de alcançar alto mar.
Swedenborg, então, projetou e construiu um sistema de guindastes e
trilhos, pelo qual fez transportar uma esquadra de 8 barcos de guerra, por
terra, de Strömstad a Iddefjord, numa distância de 14 milhas inglesas,
através de uma península, pondo a esquadra novamente em condição de combate.
Alto-forno
Projeto de Swedenborg para um alto-forno para a siderurgia de minério de
ferro.
Teoria atômica
Dr.Thomas French, da Universidade de Cincinnati, EUA, afirmou que Swedenborg,
em seu livro Principia, publicado em 1734, enunciara os fundamentos das
seguintes teorias da ciência moderna: a teoria atômica; a origem solar da
Terra e dos planetas; a teoria ondulatória da luz; a hipótese nebular (cuja
validade foi enfaticamente atestada pelo Professor Holden, ex-membro do
Observatório Naval dos Estados Unidos da América, em artigo publicado na
revista The North American Review, de outubro de 1880); a propriedade motora
do calor; a relação entre magnetismo e eletricidade; a eletricidade sob
forma de motricidade etérea e as forças moleculares como ação de um meio
etéreo.
Hipótese nebular
A teoria que Swedenborg publicou em seu Principia, em 1734, "explica a
formação do sistema solar por partículas hipotéticas se projetando do sol em
espirais e se juntando para formar os planetas. Esta teoria é de particular
importância na história da ciência, visto que foi apropriada por um
astrônomo inglês, chamado Thomas Wright, de Durham. A obra de Wright serviu
de base para a obra de Immanuel Kant, "A História Geral da Natureza e a
Ciência dos Céus". A obra de Kant foi, por sua vez, incorporada por Laplace,
em 1792, à publicação que hoje é conhecida como "Teoria nebular de Kant e
Laplace". E a obra de Laplace é citada como sendo a origem da cosmologia
moderna". (Robert H. Kirven, Ph.D, na obra A Continual Vision, Swedenborg
Foundation, NY).
Máquinas de transporte e içamento
Para uso industrial e militar, Swedenborg projetou máquinas de transporte e
içamento pesados. Os modelos das fotos ao lado foram construídos a partir de
alguns desses projetos.
Estrutura da mente
"Num manuscrito de 1740, intitulado Psychologia Rationalis, Swedenborg
descreve a mente (mens) como a parte consciente e pensante. A mente está em
comunicação com o "animus", mas é distinto deste, que envolve as sensações
físicas e o controle motor, e a "anima", que se refere às afeições e
motivações. Embora não seja precisamente igual ao esquema de Freud de id,
ego e superego, essa estrutura antecipa em quase 150 anos a distinção
freudiana entre o consciente e o subconsciente".(Robert H. Kirven, Ph.D, na
obra A Continual Vision, Swedenborg Foundation, NY).
"Máquina de voar nos ares"
Em 1714, projetou uma máquina que foi considerada pelo órgão Journal of the
Royal Aeronautical Society, da Inglaterra, ser "primeira proposta racional
de um aeroplano", porque previa superfície abaulada para sustentação pela
diferença de pressão atmosférica, um sistema propulsor e trem de pouso. Este
invento foi assunto do livro "Swdenborg´s 1714 Airplane", (Swedenborg
Foundation, NY) de Henry Sorderberg, que contou com o apoio do Rei Carlos
XVI, da Suécia, e da companhia aérea SAS. Swedenborg nunca construiu um
modelo de sua máquina voadora, talvez desestimulado por seu amigo e mestre,
Chistopher Polhem. Este argumentou que "voar por meios artificiais seria tão
difícil quanto achar o ‘moto perpetuo’ ou produzir ouro artificialmente,
embora, à primeira vista, isso possa parecer fácil e viável".
Método astronômico
Recém-formado em Engenharia, Swedenborg desenvolveu um método para
determinar a longitude da Terra com base na Lua, pelas paralaxes. Hoje, é
tido como a mais significativa de suas primeiras descobertas. Embora não
tenha sido bem acolhido pelos sábios da época, Swedenborg sempre insistia
que seu método era "o único que pode ser enunciado, o mais fácil e, de fato,
o correto". Sua confiança nele era tanta, que o republicou, por diversas
vezes, entre 1718 e 1766, em latim e sueco. Esse tratado recebeu crítica
favorável da Acta Literaria Sueciae, de 1720. O editor afirmava que o
tratado de Swedenborg era superior a todos os que tinham sido formulados até
àquela data. O Acta Eruditorum, de 1722, publicado em Leipzig, também faz
muitos elogios à sua invenção.
Estruturas cerebrais
"No manuscrito Cerebro, publicado postumamente, ele localizou o processo do
pensamento no córtex do cerebelo e identificou aquilo que mais tarde se
chamou de 'células piramidais' como sendo ligadas umas às outras e a todas
as partes do corpo, para funcionar como receptoras dos sentidos e diretoras
dos movimentos. Esta descoberta se deu meio século antes de vir a ser do
conhecimento da comunidade médica. Poucos anos mais tarde, nos Arcanos
Celestes, observou, em vários contextos, que os hemisférios direito e
esquerdo do cérebro desempenham funções específicas e distintas, o esquerdo
estando envolvido com os processos racionais e intelectuais, e o direito com
as afeições e intenções". Robert H. Kirven, Ph.D, na obra "A Continual
Vision, Swedenborg Foundation, NY.
Outras invenções
Entre outras de suas invenções, destacam-se ainda: o "projeto de um
navio que podia mergulhar com sua tripulação ao fundo do mar e causar
grandes danos à armada inimiga"; um sistema de comportas nas docas para
suspender navios cargueiros; um sistema de moinhos impulsionados pela ação
do fogo sobre a água; uma metralhadora pneumática capaz de dar de sessenta a
setenta tiros, sem recarregar.
Bibliografia
CARNEIRO, Victor Ribas. ABC do Espiritismo (5a. ed.). Curitiba (PR):
Federação Espírita do Paraná, 1996. 223p. ISBN 85-7365-001-X p. 205-209.
DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo. São Paulo: Editora Pensamento,
1995
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Livio Vinardi,
fundador da BioPsicoEnergética (BPE), nasceu em 1930, em Buenos
Aires.
Doutor em ciências
físicas e engenheiro eletrônico, foi professor durante cerca de trinta
anos, nos níveis universitário e médio, exercendo as cátedras de microondas,
eletrônica, radiação, física e eletroacústica.
É membro da Sociedade
Científica Argentina, enciclopedista, vencedor de concursos nacionais e
internacionais na área de planejamento de ensino.
Ex assessor do governo argentino na área de pesquisas
técnicas.
Doutor em Física e
Engenheiro em Eletrônica, o Dr. Livio Vinardi foi
Professor durante 30 anos no ensino superior, nas cátedras de Eletrônica,
Física, Eletroacústica, Microondas e Radiação, atividade exercida em âmbitos
docentes civis e militares.
Dirigiu durante
10 anos (1980-1990), em colaboração com a Universidade Estatal de São
Francisco (Califórnia), um projeto de medição objetiva do campo energético
humano.
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Estruturou a
Biopsicoenergética (BPE)
na Argentina em 1971, que em seguida difundiu-se pela América do Sul, USA e
Europa. Em 1993 Vinardi fundou a IBUNA – 'International Biopsychoenergetics
University of North América', cuja finalidade é ensinar disciplinas
integradas a nível acadêmico, operando em âmbito internacional.
Musicólogo e
pianista concertista, atuou em recitais por 15 anos como solista. Fundador
da Agrupação Livre das Artes (1962, Buenos Aires, Argentina).
Atualmente
morando no Brasil desde 2003, o Dr. Vinardi além de ocupar-se de IBUNA,
continua dando cursos e conferências sobre Biopsicoenergética e Arte
Objetiva, seja em toda a América como na Europa; simultaneamente dirige
viagens de estudos e experiências práticas, com exercícios e técnicas para a
integração energética humana com as fontes planetárias.
Dr. Livio Vinardi, fundador da Biopsicoenergética, nasceu em Buenos Aires,
Argentina.
Doutor em Física e Engenheiro em Eletrônica, foi professor durante trinta
anos, nos níveis educativos de ensino universitário e superior nas cátedras
de Eletrônica, Física, Eletroacústica, Micro-ondas e Radiação; atividade
desenvolvida em âmbitos docentes civis e militares.
Membro da Sociedade Científica Argentina. Enciclopedista e ganhador de
concursos internacionais na área de Planejamento de Ensino (Unesco).
Assessor durante vários anos do Governo Argentino e da Presidência no âmbito
de investigações científicas. Conselheiro do Instituto de Biopsicossíntese
da Universidade Argentina "John F. Kennedy". Diretor Geral da Associação
Pan-americana para o Avanço da Psicotrônica, com sede em Bogotá, Colômbia.
Membro Honorário de diversas instituições no âmbito internacional, das quais
se mencionam algumas: Sociedade Alemã de Parapsicologia (Hamburgo);
Instituto Ely de Biorritmos (Paris); Instituto de Parapsicologia do Rio de
Janeiro; Fundo Privado para o Avanço da Ciência (Buenos Aires).
Membro Fundador da IBRA - Associação Internacional para a Investigação do
Biorritmo (Atlanta, Geórgia); Diretor Honorário do Laboratório de
Investigações sobre Biorritmos Humanos (Tenerife, Espanha); Presidente de
Honra Permanente dos Colóquios Brasileiros de Parapsicologia (São Paulo,
Brasil).
Presidente da IBUNA (1993) - International Biopsychoenergetics University of
North America, a qual tem como finalidade distribuir conhecimentos no mais
alto nível acadêmico de disciplinas integradas. Opera a nível internacional.
No presente, compõe-se de duas Escolas: Healing e Biorritmo, cada uma delas
com seus graus de Bacharelado, Mestrado e PhD.
Como referência, citam-se alguns centros acadêmicos onde o professor Vinardi
realizou conferências e seminários: Universidades de Buenos Aires, Bogotá,
Carabobo (Venezuela), São Paulo, Rio de Janeiro, Madri, Barcelona,
Heidelberg, Berlim, Hamburgo, Viena, Bremen e Roma.
Musicólogo e concertista de piano; atuou durante 15 anos em recitais como
solista. É fundador do Agrupamento Livre das Artes (Argentina).
Em relação aos conhecimentos internos, foi discípulo do sábio Mestre japonês
Kenkichi Sakurai, com o qual estudou e praticou o Sistema Esotérico, mal
conhecido como Quarto Caminho. Durante vários anos, o professor Vinardi
viajou por todo o âmbito sul e centro-americano, estudando as energias
planetárias em forma prática, assim como centros e focos iniciáticos
(Cordilheira dos Andes, Amazonas, Mato Grosso etc.).
Em 1980 começou sua turnê pelos Estados Unidos da América. Em
colaboração com a Universidade Estatal de São Francisco (Califórnia),
dirigiu até 1990 o Projeto de Medição de Potencial Bioplásmico nas Escolas
de Física e Biologia. Este projeto utilizou equipamentos eletromagnéticos
inventados pelo Dr. Vinardi para a objetivação da aura humana. Atualmente
vive no Brasil.
Além de dirigir a IBUNA, atualmente o Dr. Vinardi continua com suas
conferências e cursos sobre Biopsicoenergética, Biorritmologia, Healing,
Astroenergética, Arte Objetiva e Sistema Isotérico, tanto nas Américas como
na Europa, dirigindo, além disso, viagens de estudos e experiências práticas
de exercícios e técnicas para a integração energética humana com as fontes
planetárias, em apropriados pontos e focos do continente.
Livros:
Vinardi, Livio - Anatomia Energetica: Las Sutiles
Dimensiones Del Cuerpo Humano
Vianrdi, Livio; Goldsmidt,Graciela -
Biopsicoenergetica: El Ser Humano Como Medida
Vinardi, Livio - BIOPSICOENERGÉTICA I
226 páginas; 21x14 cms
Esta obra trata de esclarecer la conexión entre el ser
humano, la naturaleza y el cosmos. El autor introduce los aspectos
fundamentales en el proceso de gestación y después de la muerte, y los
mecanismos básicos de la percepción extrasensorial, así como las influencias
ambientales y las energéticas de los sonidos y colores.
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Vinardi, Livio - BIOPSICOENERGÉTICA - TOMO I -
TOMO II - TOMO III
246 páginas; 21 x 14 cms.
La Biopsicoenergética trata de esclarecer la conexión entre
el ser humano, la naturaleza y el cosmos. El autor introduce los aspectos
fundamentales de los tratamientos sanadores más avanzados: biomagnetismo,
autoarmonización, crono y sonoenergética...
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310.12 - OUTROS:
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Martinez de
Pasqually
Jacques de Livron
Joachin de la Tour de la Casa Martinez de Pasqually (Grenoble, França, 1727
- Santo Domingo, 1779) foi um maçom francês.
Seu pai tinha uma patente emitida pelo Rei Charles Stuart, do Reino Unido,
na data de 20 de maio de 1738, outorgando-lhe o cargo de Grão-Mestre
Delegado, com autoridade para levantar templos para o Grande Arquiteto do
Universo, e para transmitir a Carta Patente a seu filho mais velho. A
patente e os poderes foram transmitidos depois de sua morte a seu filho
Martinez de Pasqually que contava então com a idade de 28 anos.
Escreveu o livro: Tratado da Reintegração dos Seres, onde comenta o
Pentateuco.
Foi fundador de uma ordem não maçônica, mas composta exclusivamente por
maçons, a "Ordem dos Cavaleiros Elus Cohen do Universo - Ordem dos
Cavaleiros Maçons, Sacerdotes Eleitos do Universo". (Cohen quer dizer
Sacerdote - do hebraico: Pastor).
Esta Ordem complementava os tradicionais três graus maçônicos (Aprendiz,
Companheiro e Mestre), com sistema de Altos Graus.
De todas as ordens maçônicas iluministas que afloraram em França, durante o
século XVIII, nenhum tem influência comparável com o nome de
Martinismo.
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Desfraldando sua doutrina, conseguiu adeptos nas Lojas de Marselha, Avinhão,
Montpellier, Narbonne, Foix e Toulouse. Finalmente, em 1762 se estabelece em
Bordéus.
Em Bourdéus, Martinez ingressa na Loja Francesa, que era a única das quatro
lojas simbólicas ativas na cidade.
Martinez se iniciou em reviver todos estudos maçônicos de Bordéus
garantindo a cooperação de diversos maçons, escreveu para Ótimo Loja da
França em 1763: "Estabeleci um apaziguamento em Bourdéus para a Glória do
Ótimo Arquiteto, contendo as cinco ordens perfeitas que administro abaixo de
a constituição de Converses Stuart, rei de Escócia, Irlanda e Inglaterra,
Ótimo Instrutor de todas as lojas regulares esparramadas em a área de a
país, e que estão hoje abaixo de a proteção de Jorge III do Reino Unido, rei
da Grã-Bretanha".
Fonte: Wikipedia
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Moisés
(em hebraico, Moshe, משה), profeta israelita da Bíblia Hebraica (conhecida entre os cristãos
como Antigo Testamento), da Tribo de Levi. De acordo com a tradição
judaico-cristã, Moisés foi o autor dos 5 primeiros livros do Antigo
Testamento (veja também Pentateuco). É encarado pelos judeus como o
principal legislador e um dos principais líderes religiosos. Para os
muçulmanos, Moisés (em ár. Musa, موسى)
foi um grande profeta.
Segundo o Livro do Êxodo, Moisés foi adotado pela filha do
Faraó Hatshepsut que o encontrou enquanto se banhava no rio Nilo e o educou
na corte como o princípe do Egito. Aos 40 anos, após ter matado um feitor
egípcio levado pela "justa" cólera, é obrigado a partir para exílio, a fim
de escapar à pena de morte. Fixa-se na região montanhosa de Midiã, situada a
leste do [Golfo de Acaba]. Por lá acabou casando-se com Séfora e com ela
teve um filho chamado de Gérson. Quarenta anos depois, no Monte de Horebe,
ele depara-se com uma sarsa ardente que queimava mas não se consumia e assim
é finalmente "comissionado pelo Deus de Abraão" como o "Libertador de
Israel".
Moisés foi educado na civilização mais adiantada daquele
tempo. O seu treinamento foi projetado para o preparar para um alto cargo,
ou até mesmo o trono do Egito. Ele ficou familiarizado com a vida na corte
de Faraó, com toda a pompa e grandeza da adoração religiosa egípcia.
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Foi educado na escrita
e nas literatura do seu tempo. Também aprendeu a administração e a justiça.
Quando tinha 40 anos, Moisés se indginou com um feitor egípcio que estava
batendo em um escravo hebreu; e ele matou o egípcio e o enterrou na areia
(Ex. 2:12). Quando isto ficou conhecido, ele temeu por sua própria vida, e
fugiu do Egito para a terra do deserto de Midiã, onde ele se casou uma das
filhas de Jetro, passando então a cuidar dos rebanhos de Jetro.
Depois de aproximadamente 40 anos, Deus falou a Moisés de
uma sarça que ardia, mas não se consumia. Deus mandou Moisés de volta para o
Egito, para resgatar os hebreus da escravidão, para a terra prometida a
Abraão. Deus demonstrou o Seu poder para Moisés e revelou a Ele o Seu Santo
Nome "YHVH " ou " Yaweh " (Jeová se tornou uma pronuncia popular no 16º
século por tradutores alemães, embora não há nenhum som para o " J " em
Hebraico).
Deus ungiu Arão para ir com Moisés, para ser o seu
porta-voz. Eles, então, convenceram o povo de Israel para os seguir, mas,
Faraó não lhes deixaria ir.
Então Deus enviou as 10 pragas aos egípcios. A última praga
foi a morte dos primogênitos em toda casa, cujas portas não estavam marcadas
com o sangue. Quando as pragas do juízo foram todas lançadas, o Egito estava
devastado. As pragas não só escarneceram do orgulho dos egípcios, mas também
escarneceu dos seus deuses, porque nenhum lhes podia ajudar. A 10ª praga
golpeou os egípcios.
Veja as pragas na sequência:
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A primeira praga, transformar as águas do Rio Nilo em
sangue, foi lançada por Aarão. Êxodo 7:19-20;
-
A segunda praga, a das rãs, foi também lançada por Aarão.
Êxodo 8:1-2;
-
A terceira praga, a dos piolhos, novamente foi lançada por
Aarão. Êxodo 8:12-13;
-
A quarta praga, as AROVIN - criaturas daninhas (uns
interpretam por insetos, outros por feras selvagens), foi lançada
diretamente por D´us. Êxodo 8:17-20;
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A quinta praga, a epidemia, foi lançada diretamente por
D´us. Êxodo 9:1-6;
-
A sexta praga, a das úlceras, sobre os homens e os animais,
que foi gerada por cinza do forno, Moisés e Aarão encheu seus punhos,
porém foi MOISÉS que lançou para cima. Êxodo 9:8-10.
-
A sétima praga, a praga dos granizos, esta foi feita por
Moisés. Êxodo 9:22-23;
-
A oitava praga, a dos gafanhotos, foi lançada por Moisés.
Êxodo 10:12-13;
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A nona praga, a praga da escuridão, foi lançada por Moisés.
Êxodo 10:21-22;
-
A décima e decisiva praga, a morte dos primogênitos, foi
realizada diretamente por Deus. Êxodo 11: 29.
Todas as outras pragas reunidas não lançaram fora os hebreu
da escravidão, mas a décima praga tocou em todo o Egito, e matou à
meia-noite os seus primogênitos, inclusive o de Faraó.
Ele conduziu o povo de Israel até ao limiar de Canaã, a
Terra Prometida a Abraão. No início da jornada, acurralados pelo Faraó,
que se arrependera de te-los deixado partir, ocorre um dos fatos mais
conhecidos da Bíblia: A divisão das águas do Mar Vermelho, para que o
povo, por terra seca, fugisse dos egípcios, que tentando o mesmo, se
afogaram. Logo no início da jornada, no Monte de Horebe, na Península do
Sinai, Moisés recebeu as Tábuas dos Dez Mandamentos do Deus de
Abraão, escritos "pelo dedo de Deus". As tábuas eram guardadas na Arca do
Concerto. Depois, o código de leis é ampliado para cerca de 600 leis. É
comumente chamado de Lei Mosaica. Os judeus, porém, a consideram como a Lei
(em hebr. Toráh) de Deus dada a Israel por intermédio de Moisés. Em seguida,
os israelitas vagaram pelo deserto por 40 anos até chegarem a Canaã.
Durante 40 anos (segundo a maioria dos historiadores, no
período entre 1250 a.C. e 1210 a.C.), conduz o povo de Israel na
peregrinação pelo deserto. Moisés morre aos 120 anos, após contemplar
a terra de Canaã no alto do Monte Nebo, na Planície de Moabe. Josué, o
ajudante, sucede-lhe como líder, chefiando a conquista de territórios na
Transjordânia e de Canaã.
No Cristianismo, Moisés prefigura o "Moisés Maior", o
prometido Messias (em grego, o Cristo). O relato do Êxodo de Israel, sob a
liderança por Moisés, prefigura a libertação da escravidão do pecado,
passando os cristãos a usufruir a liberdade gloriosa pertencente aos filhos
de Deus.
Na Igreja Católica e Igreja Ortodoxa, é venerado como
santo, sendo a festa celebrada em 4 de setembro.
Nome de Moisés:
de origem do nome Moisés é controversa. As evidências
apontam para a origem egípcia do nome sem o elemento teofórico. Més (ou na
forma grega, mais divulgada, Mósis), deriva da raiz substantiva ms (criança
ou filho), correlata da forma verbal msy, que significa "gerar" (note-se que
na língua egípcia, à semelhança de outras do Próximo Oriente, a escrita
renunciava ao uso das vogais). Més significa assim "gerado", "nascido" ou
"filho". Tome-se como exemplo os nomes dos faraós Ahmés (Amósis), que
significa "filho de [deus] Amon-Rá", Tutmés (Tutmósis), significando ("filho
de [deus] Tut), ou ainda Ramsés, com o significado de "filho de [deus] Rá".
De acordo com Êxodo 2:10 (ALA), é explicado que "quando o
menino era já grande, ela [a mãe natural] o trouxe à filha de Faraó, a qual
o adoptou; e lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o tirei." Para os
judeus, o nome Moisés, em hebr. Móshe (מֹשֶׁה), é associado homofonicamente ao verbo hebr. mashah, que têm o
significado de "tirar". Na etimologia judaica popular, têm o significado de
"retirado [isto é, salvo]" da água. Veja também Antiguidades Judaicas,
Flávio Josefo, Livro II, Cap. 9 § 6.
Estudiosos da História acreditam que o período que Moisés
passou entre os egípcios serviu para que ele aprendesse o conceito do
"Monoteísmo", criado pelo faraó Akhenaton, o faraó revolucionário, levando
tal conceito ao povo judeu.
Identidade de Moisés:
Família:'Coaraixitas, da Tribo de Levi Nome: Moisés
Significado: Mósis, em egípcio, significa "filho".
Para os judeus, significa "retirado" das àguas.
Avô: Coate, 2.º filho de Levi
Mãe: Joquebede, Tia de Abraão
Pai: Abraão, filho de Coate
Esposa: Ziporá,ou Seforá(em hebraico tzipora)
Sogro: Jetro
Irmãos: Miriã / Aron (Aron ou Abraão)
Filhos: Gersom / ElMoisés (em hebraico, Moshe,
משה), profeta israelita da Bíblia Hebraica (conhecida entre os cristãos
como Antigo Testamento), da Tribo de Levi.
Sobrinhos: Nadabe / Abíu / Eleazar / Itamar
Local de Nascimento: Egito
Localização Temporal: 1500 a.C.
Tempo de Vida: 120 anos
Motivo de Morte: Não há relatos específicos da morte
Local de Morte: Monte Nebo, Planíce de Moabe.
Fonte: Diversos sites e Bíblia
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(Personagem Mítico)
Lobsang Rampa,
(1910-1981) era o pseudónimo de Cyril Hoskins, escritor que alegava ser foi
um Lama Tibetano; com 20 livros publicados.
No seu livro chamado A
Terceira Visão, apresenta uma capa com um olho no centro da testa. Muitas
polêmicas cercam o autor.
Viveu a maior parte da
sua vida no Tibete, onde adquiriu conhecimento suficiente para poder
transmitir-nos nas suas obras.Suas obras relatam toda a sua trajetória de
vida, tudo é revelado pela "Transmigração" (a alma de um Lama se apossara do
seu corpo físico, quando adulto, tomando a sua individualidade). Este foi o
caso de Cyril Henry Hoskins e após a Transmigração, Sacerdote Lama Tibetano,
chamado T. Lobsang Rampa.
Seus livros popularizaram assuntos relacionados ao Lamaísmo
Tibetano, viagem astral e o poder da mente...
Livros de
Lobsang Rampa:
A Terceira Visão (The
Third Eye, 1956)
Numa narrativa entremeada por detalhes sobre a vida no
Tibete - os costumes e rituais populares que resiste á ocupação chinesa -,
ele descreve sua experiência mística e os dons paranormais despertados após
sua iniciação religiosa.
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Minha Visita a Vênus (My
Visit to Venus, 1957)''
'Pela primeira vez editado no Brasil em 2009.
Relata sua abdução á outro planeta.
O Médico de Lhasa (Doctor
from Lhasa, 1959)
No livro, o autor afirmava ter nascido em Lhasa, capital do
Tibete, onde recebeu o preparo para tornar-se sacerdote-cirurgião, sob as
bênçãos do XIII Dalai Lama. Ainda jovem, sofreu uma operação especial para a
abertura do seu "terceiro olho", que lhe deu poderes de clarividência. Anos
mais tarde, após uma série de livros publicados, estudantes tibetanos da
Inglaterra divulgaram a "descoberta" da verdadeira identidade de Rampa:
Cyril Henry Hoskins, um pesquisador das ciências ocultas nascido em Devon,
na Inglaterra. Questionado, Cyril declarou que seu corpo fora tomado pelo
espírito de Rampa e que todas as informações contidas eram absolutamente
verdadeiras. Polêmicas à parte, é evidente o conhecimento que o autor
demonstra sobre os temas abordados em suas obras. Em "O Médico de Lhasa",
continuação de sua autobiografia, Lobsang Rampa narra sua fantástica
aprendizagem na arte de curar, suas experiências e descobertas na China
ocidental e suas aventuras na Segunda Guerra Mundial, quando caiu nas mãos
dos japoneses e conseguiu sobreviver às torturas afligidas por seus
inimigos.
Entre os Monges do Tibete
(The Rampa Story, 1960)
A Caverna dos Antigos
(Cave of the Ancients, 1963)
O jovem Rampa narra sua visita acompanhado de seus mestres
a uma caverna onde estão guardados diversos objetos que pertenceram a uma
civilização antiga desaparecida.
Minha Vida com o Lama
(Living with the Lama, 1964)
Uma parte da biografia de Rampa, narrada por sua gata de
estimação, com a qual ele dizia poder comunicar-se.
Você e a Eternidade (You
Forever, 1965)
A Sabedoria dos Lamas (Wisdom of the Ancients, 1965)
Trata-se de um dicionário sobre assuntos relacionados ao
ocultismo.
O Manto Amarelo (The
Saffron Robe, 1966)
Capítulos da Vida
(Chapters of Life, 1967)
Além do 1º Decimo (Beyond
The Tenth, 1969)
Neste livro, Lobsang Rampa diz que o ser humano tem apenas
um décimo de sua personalidade iluminada por sua consciência e os outros
nove décimos por tudo que é chamado de "subconsciente". Este livro é sobre
as capacidades ocultas destes nove décimos da mente.
A Chama Sagrada (Feeding
the Flame, 1971)
O Eremita (The Hermit, 1971)
Rampa escreve neste livro a história narrada por um monge
cego que conheceu em sua juventude. Este diz ter conhecido os "Jardineiros
da Terra", um grupo de extraterrestres que tem como missão espalhar a vida e
cuidar das bases sociais pelo universo. Os Jardineiros mostram ao Eremita a
formação da vida na Terra.
A Décima Terceira Vela (The
Thirteenth Candle, 1972)
Luz de Vela (Candlelight,
1973)
Sol Poente (Twilight,
1975)
Foi Assim!
(As It
Was, 1976)
A Fé Que
Me Guia (I Believe, 1976)
Três Vidas (Three Lives,
1977)
O Sabio do Tibete (Tibetan
Sage, 1980)
Estranhas Maquinas Revelam o Passado, o Presente e o Futuro
ao Atônito Noviço Lobsang Rampa. o Leitor de o Sábio do Tibete Comungara de
sua Perplexidade, Numa Viagem Fascinante, mas Absolutamente Verdadeira.
Texto a seguir de Luiz
Otávio Zahar:
“Tudo
na vida tem um começo, certo? Pois é, este cara aí de cima foi o meu começo
no estudo das viagens astrais, o "monge tibetano" Lobsang Rampa.
Tinha 15 anos quando li "A terceira visão". Fiquei passado
com o que descobria a cada página. Que podia sobreviver à morte, que poderia
sair do corpo conscientemente durante o sono, que poderia ver a aura das
plantas, animais e pessoas.
Mais tarde descobri que o "monge" era inglês, carteiro
aposentado e se chamava Cyril Hoskins. Sem problemas o Lobsang já tinha
transformado a minha vida.
Outros autores vieram na sua cola: Robert Monroe, Leadbetter,
Anie Besant, Blavatsky e outros tantos, mais modernos.
Fica
aqui a minha homenagem ao Cyril Hoskins / Lobsang Rampa, que com suas
histórias bondianas do espírito, ajudou milhares de pessoas a se interessar
pelas viagens astrais e pela vida espiritual.”
Fonte: Diversos sites
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Michel de Nostredame ou Miquèl de Nostradama, mais
conhecido sob o nome de NOSTRADAMUS, (14 de dezembro de 1503 ou 21 de
dezembro de 1503[2] –-2 de julho de 1566) Foi um apotecário e pretenso
médico da Renascença que praticava a astrologia e a alquimia (como muitos
dos médicos do século XVI). Ficou famoso por sua suposta capacidade de
vidência. Em 1555, escreveu e lançou um livro de centúrias (As Profecias),
versos codificados que seriam previsões do futuro. Nasceu em 14 de dezembro
de 1503 em Saint-Rémy-de-Provence.
Sofria de Epilepsia psíquica, de gota e de insuficiência
cardíaca. Morreu em 2 de julho de 1566 em Salon-de-Provence, vítima de um
edema cárdio-pulmonar.
Biografia:
Infância e Origens:
Michel de Nostredame nasceu no dia 14 de dezembro de 1503
(ou 21 de dezembro de 1503)[2] em Saint-Rémy-de-Provence, no sul da França.
Seus pais eram Jaumet (ou Jacques) de Nostredame e Reynière (ou Renée) de
Saint-Rémy. Filho mais velho do casal (eram 8 filhos), seu Nostredame vem de
seu avô (judeu), que escolheu o nome de Pierre de Nostredame quando da sua
conversão ao catolicismo. Reyniére era filha de René de Saint-Rémy (filho de
Jean V de Saint-Rémy e Silete) e Béatrix Tourrel (filha de Jacques Tourrel).
Já Jaumet era filho de Pierre de Nostredame, nascido Pierre de Vélorgues
(filho de Amauton de Vélorgues) e Blanche de Sante-Marie (filha de Pierre de
Sante-Marie e da senhora de Labia).
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Época de Estudante
Quando tinha 15 anos, Nostredame entrou na Universidade de
Avignon para cursar o bacharelado. Depois de pouco mais de um ano, quando
ele estava estudando o Trivium (gramática, retórica e lógica), teve que sair
de lá por causa de uma epidemia de peste negra. Depois de deixar Avignon ele
viajou pelo país por oito anos, de 1521 a 1529, em busca de ervas
medicinais. Em 1529, após alguns anos como apotecário (farmacêutico), ele
entrou na Universidade de Montpellier para cursar doutorado em medicina. Em
1530, ele foi expulso da universidade porque eles descobriram que ele era
apotecário (e isso era proibido segundo os estatutos da universidade).[3] O
documento de expulsão (BIU Montpellier, Register S 2 folio 87) ainda se
encontra na biblioteca da universidade.[4] Depois da expulsão, Nostredame
voltou a ser apotecário e se tornou famoso por criar uma "pílula rosa" que
supostamente protegia as pessoas daquela praga por conter altas doses de
vitamina C.
Casamento:
Em 1531, Nostredame foi convidado por Julius Caesar
Scaliger, um líder polímata, para ir a Agen.[6] Lá ele casou-se com uma
mulher de nome ainda incerto (provavelmente Henriette d'Encausse), e teve
dois filhos com ela.[7] Em 1537, sua esposa e os dois filhos morreram
supostamente por causa da peste negra. Então viajou pela França e
provavelmente pela Itália.[6]
Em 1545, ele ajudou o físico Louis Serre para combater um
surto da praga em Marselha e depois em Salon-de-Provence e Aix-en-Provence.
Depois, em 1547, casou-se com uma viúva chamada Anne Ponsarde Gemelle e teve
seis filhos com ela (três filhos e três filhas).
Carreira como Vidente:
Com seus conhecimentos sobre o ocultismo e com a sua
habilidade de prever o futuro, começou a escrever uma série de almanaques
anuais, sendo o primeiro lançado em 1550, e passou a utilizar o seu nome em
latim, de Nostredame para Nostradamus. Quando ele lançou o livro Les
Propheties (As Profecias), muitas pessoas passaram a pensar que ele era o
demônio e o chamavam de herege. Mas outras classes sociais aprovaram a
publicação, porque suas centúrias inspiravam profecias espirituais. Então o
livro chamou a atenção de Catarina de Médicis, esposa de Henrique II de
França, que era uma grande admiradora de Nostradamus, e depois ela o chamou
para Paris para perguntar a ele qual seria o futuro de seus filhos através
do horóscopo.
As Profecias de Nostradamus encontram-se ligadas à
história do catolicismo, e, em prefácios ele aponta esta preocupação
claramente. Foi considerado como homem erudito, além de seu tempo e
aliava-se ao fato de conhecer o latim e talvez o grego , que o possibilitava
a obter conhecimentos de fontes importantes. Sua grande erudição,
conhecimentos de astrologia e astronomia, aliados a intuição o permitiam um
raciocínio bastante acurado a respeito do futuro. De qualquer forma, gerou
um impacto em milhões de pessoas, que vem se pondo em contato com seus
escritos nesses quase quinhentos anos.
Teve contatos com três reis da França Rei Henrique II , Rei
Francisco II e Rei Carlos IX ), graças à rainha Catarina de Médicis, esposa
do primeiro e mãe dos seguintes.
Profecias:
Centurias impressas em Turim em 1720.Suas profecias
compõem-se de quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de
cem, dai o nome de centúrias. Foram publicadas em várias ocasiões; uma
pequena parte em 1555, outra em 1557, sendo que das três últimas centúrias
conhecemos apenas edições póstumas. Devido à fama que Nostradamus
veio obtendo ao longo do tempo, muitos charlatões tentaram falsificar
quadras e versos para fazer dinheiro. Na biblioteca de Paris, existem alguns
livros escritos entre 1600 e 1900 que usam descaradamente seu nome. O grupo
NRG só reconhece como originais estas citadas. Infelizmente, o dinheiro foi
o rumo que procuraram muitas obras que falam do sábio e de sua obra, sem se
importarem realmente em descobrir quem era Nostradamus e o que
desejava de fato.
Durante cerca de dez anos, ele publicou um almanaque anual,
com fatos astrológicos, informações variadas e milhares de presságios.
Alguns presságios escritos em versos - mais precisamente cento e quarenta e
um - foram estudados em separado por serem muito similares às quadras das
Profecias, mas eles são em muito pequeno número em relação ao todo. Exegetas
que estudaram esta parte de seu trabalho afirmam que se tratavam de
acontecimentos na sua época ou próximos, e, portanto, de pouco valor para a
época presente.
Segundo os entusiastas, Nostradamus teria previsto,
entre outras coisas, a queda da União Soviética na quadra em que diz: "Um
dia serão amigos os dois grandes chefes...". No entanto, os céticos apontam
que essas "previsões" só são interpretadas corretamente depois dos fatos,
nunca antes.
Últimos Anos e Morte:
Tumba de NOSTRADAMUS no Collégiale St-Laurent, Salon.Em
1566, a gota se transformou em edema. Em 1 de Julho, um dia antes de morrer,
Nostradamus supostamente previu a sua própria morte, dizendo à sua
secretária Jean de Chavigny: "Você não me achará vivo ao amanhecer". No dia
seguinte, ele foi encontrado morto próximo de sua cama e de um banquinho
(Presságio 141 [originalmente 152] em Novembro de 1567, que foi postumamente
editado por Chavigny para adaptação).[8][4] Ele foi enterrado em uma capela
local Franciscana (parte da capela foi depois incorporada ao agora
restaurante La Brocherie) e depois foi novamente enterrado no Collégiale
St-Laurent durante a Revolução Francesa, onde está enterrado até os dias de
hoje.
Livros:
R. Baschera, E. Cheynet, Il Grande Libro Delle Profezie (MEB)
1995
Boscolo Renuccio, Nostradamus, l'enigma Risolto (Mondadori),
1988
Hewitt
V.J., Lorie Peter, Nostradamus, The End of the Millennium, Prophecies: 1992
to 2001 (Bloomsbury), 1991
Ionescu Vlaicu, Nostradamus Aveva Ragione, (Corbaccio)
Lemesurier, Peter. The Nostradamus Enciclopedy ISBN 0-312-19994-5
Leoni
Edgar, Nostradamus and his Prophecies, (1961, r.2000) ISBN 0-486-41468-X
Patrian Carlo, Le Profezie, (Mediterranee), 1978
Ramotti O. Cesare, Le Chiavi di Nostradamus, (Mediterranee)
1987
Ramotti O. Cesare, Nostradamus: O código que abre os
secredos do principal profeta , ISBN 0-89281-915-4
Randi,
James, The Nostradamus Mask.
Daniel Ruzo, O Testamento Autêntico de Nostradamus ISBN
970-05-0770-X
Manuel Sánchez, Caesarem de Nostradamus 2005 ISBN
978-84-935672-1-7
David
Ovason, Nostradamus: Prophecies for America, 2001.
David
Ovason, The Secrets of Nostradamus: A Radical New Interpretation of the
Master's Prophecies. 2002.
Fonte: Wikipédia
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Edgar Evans Cayce - Nasceu em Hopkinsville, Kentucky, faleceu em 18
de Março de 1877 — Virginia Beach, 3 de Janeiro de 1945.
Foi um clarividente norte-americano que teria canalizado respostas para
questões que tratam sobre espiritualidade, imortalidade, reencarnação,
saúde, dentre outras.
Cayce teria sido um dos maiores clarividentes da História. Era
chamado pela mídia norte-americana como "O Profeta Adormecido", porque
predizia eventos futuros e prescrevia medicamentos com os olhos fechados,
relaxado sobre um divã e ao lado de uma taquígrafa realizando as anotações,
em um suposto estado de "transe".
Entre algumas predições que teria
realizado, estão a previsão do início e do fim dos conflitos da I e II
Guerras Mundiais, o surgimento do Nazismo, os conflitos raciais dos EUA
desde o início dos anos 20, as datas dos falecimentos de dois dos
Presidentes dos EUA à época, a extinção da Liga da Nações (organização
que antecedeu a ONU em princípios e objetivos), a Grande Depressão
Econômica (1929-1934) dos EUA, o fim do comunismo na Rússia e o
surgimento da China como grande potência econômica e cultural.
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Entre as predições que não se realizaram, está a III Guerra Mundial, que
surgiria do conflito entre a Líbia, Egito, na Síria e em regiões remotas na
Indonésia, Golfo Pérsico e Austrália. Outros eventos como transformações do
clima, geologia e geografia da Terra, como o aumento do nível dos oceanos, a
volta à atividade de falhas sísmicas e vulcões, a submersão da Califórnia, o
desaparecimento de Nova York, dentre outros, ainda estão por se confirmar
parcial ou inteiramente.
Edgar Evans Cayce era filho de agricultores e suas habilidades
psíquicas começaram a aparecer em sua infância. É alegado que Edgar Cayce
poderia ver e falar com o espírito de seu avô, dentre outros espíritos e
ainda criança podia memorizar livros dormindo sobre eles.
Na área da saúde, teria predito o aparecimento de doenças modernas, como
stress, tensão arterial alterada e o aumento de doenças cardíacas.
Além das profecias, realizou também um detalhado relato sobre o mítico
continente da Atlântida.
Edgar Cayce
(1877-1945) foi chamado o "profeta adormecido", o "pai da medicina
holística", e os mais documentados psíquica do século 20. Por mais de 40
anos de sua vida adulta, Cayce deu psíquico "leituras" para milhares
de desempregados, enquanto em um estado inconsciente, diagnosticar doenças e
revelando vidas viveu no passado e profecias ainda para vir.
Mas quem,
exatamente, foi Edgar Cayce?
Cayce nasceu em uma fazenda no Hopkinsville, Kentucky, e suas
habilidades psíquicas começaram a aparecer logo em sua infância. Ele foi
capaz de ver e falar com seu falecido avô do espírito e, muitas vezes,
jogado com "amigos imaginários" quem disse foram espíritos do outro lado.
Ele também exibido um uncanny capacidade de memorizar as páginas de um livro
por simplesmente dormir sobre ela. Estes dons marcados os jovens Cayce
como estranho, mas todos Cayce realmente queria era para ajudar os
outros, especialmente as crianças.
Mais tarde na vida, Cayce iria achar que ele tinha a capacidade de
colocar-se em um sono - como pelo estado deitado sobre um sofá, fechando os
olhos, e dobrar suas mãos sobre o seu estômago. Neste estado de relaxamento
e meditação, ele foi capaz de colocar sua mente em contacto com todos os
tempo e espaço - a consciência universal, também conhecido como o
super-mente consciente. De lá, ele poderá responder a perguntas tão amplo
como, "Quais são os segredos do universo?" e "Qual é meu propósito na vida?"
para o mais específico como, "O que posso fazer para ajudar a minha
artrite?" e "Como foram construídas as pirâmides do Egito? Suas respostas a
estas questões passaram a ser chamados de" leituras ", e suas perspectivas
oferecer ajuda e conselhos práticos para os indivíduos ainda hoje.
Embora Cayce tenha falecido a mais de 60 anos atrás, a atualidade do
material nas leituras - com temas como a forma de descobrir a sua missão na
vida, desenvolvendo a sua intuição, explorando antigos mistérios, e
assumindo a responsabilidade pela sua saúde - é comprovado pelas centenas de
livros que foram escritos sobre os diferentes aspectos deste trabalho, bem
como a dúzia de títulos enfocando Cayce da própria vida. Juntos,
esses livros contêm informação tão valioso que, mesmo Edgar Cayce próprio
poderia ter hesitado em prever seu impacto sobre o mundo contemporâneo. Em
1945, ano da sua passagem, que poderiam ter tido conhecimento de que termos
como "meditação", "Akashicos registros", "crescimento espiritual", "auras",
"soul mates", e "saúde holística" tornar-se-ia palavras para uso doméstico
milhões?
A maioria das leituras de Edgar Cayce lidar com holística da saúde e
do tratamento da doença. Como era no momento em que estava a dar Cayce
leituras, ainda hoje, pessoas de todas as esferas da vida e de crença
receber isenção de doenças físicas ou doenças através de informações
prestadas nas leituras - algumas leituras foram dadas já em 100 anos atrás!
No entanto, apesar de mais conhecido por este material, a dormir Cayce
não parecem estar limitadas às preocupações com o corpo físico. De fato, na
sua totalidade, a um espantoso 10000 leituras discutir diferentes temas.
Este vasto leque de assuntos podem ser estreitada para baixo em um grupo
mais restrito de temas que, quando compilado em conjunto, lidar com as
seguintes cinco categorias: (1) Informações relacionadas com a saúde; (2)
Filosofia e Reencarnação; (3) Sonhos e suas Interpretações; (4) PES e
fenômenos psíquicos, e (5) Crescimento Espiritual, meditação e oração.
Maiores detalhes de Cayce da vida e de trabalho são exploradas no
clássico livro, há um rio (1942), por Thomas Sugrue, disponível em livro de
capa dura, livro, livros áudio ou versões.
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Carlos Castaneda ou Carlos Aranha Castaneda (Castañeda)
- Nasceu em 25 de dezembro de 1925 — Faleceu em 27 de abril de 1998, foi um
escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia (UCLA);
notabilizou-se após a publicação, em 1968, de sua dissertação de mestrado
intitulada The Teachings of Don Juan - a Yaqui way of knowledge, lançado no
Brasil como A Erva do Diabo.
Em 1973 revê os conceitos apresentados na primeira obra em uma versão de sua
tese de Phd intitulada Journey to Ixtlan - Lessons of Don Juan (Viagem a
Ixtlan). Sua obra consiste em onze livros autobiográficos no qual relata
as supostas experiências decorrentes de sua associação com o brujo conhecido
por Don Juan Matus, índio da tribo Yaqui do deserto de Sonora, no México. Um
12° livro chamado Magical Passes (Passes Mágicos) foi lançado, mas destoa do
conjunto da obra, se aproximando mais de um manual prático de aplicação de
exercícios corporais.
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A Erva do Diabo se tornou um best-seller entre os jovens do movimento
hippie e da contracultura, que rapidamente elegeram Castaneda um guru
da nova era e formaram legiões de admiradores que queriam, por conta
própria, reviver as experiências descritas no livro.
Uma controvérsia se formou em torno de sua figura tanto por parte de
admiradores, que queriam encontrar Don Juan pessoalmente e de alguma forma
fazer parte do processo de aprendizado, quanto de céticos, que queriam
encontrar motivos para desacreditá-lo academicamente, argumentando que o
testemunho fornecido em seus escritos era ficional e apontando a escassez de
fontes documentais sobre sua pesquisa de campo junto ao mestre indígena.
Castañeda narrado em primeira pessoa o que ele alegou foram suas
experiências sob a tutela de um índio xamã chamado Don Juan Matus
quem ele conheceu em 1960. Castañeda escreveu que ele foi
identificado por Don Juan Matus como tendo a configuração de um
enérgico "nagual", que, se o espírito escolheu, poderia se tornar um líder
de um grupo de videntes. Ele também usou o termo "nagual" para significar
que uma parte da percepção que está na esfera do desconhecido ainda
alcançável pelo homem, o que implica que, para seu partido dos videntes, Don
Juan foi de alguma forma uma ligação para o desconhecido. Castañeda muitas
vezes se referia com este reino desconhecido.
Em junho de 1998, foi
divulgada, muito discretamente, a notícia da morte de Carlos
Castañeda, ocorrida supostamente dois meses antes, em função
de um câncer.
Livros
-
A Erva do Diabo
(The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge -
1968)
-
Uma Estranha
Realidade (A Separate Reality:
Further Conversations with Don Juan - 1971)
-
Viagem a Ixtlan
(Journey to Ixtlan: The Lessons of Don Juan - 1972) -
Esse livro foi a tese de PhD de Castaneda na UCLA em
1973 com o título: "Sorcery: A Description of the World"
-
Porta Para o
Infinito (Tales of Power -
1975)
-
O Segundo Círculo
do Poder (The Second Ring of
Power - 1977)
-
O Presente da
Águia (The Eagle's Gift -
1981)
-
O Fogo Interior
(The Fire from Within - 1984)
-
O Poder do
Silêncio (The Power of Silence:
Further Lessons of Don Juan - 1987)
-
A Arte do Sonhar
(The Art of Dreaming - 1993)
-
Readers of
Infinity: A Journal of Applied Hermeneutics - 1996
- Diários do trabalho de Castaneda com suas discípulas
ainda não traduzido.
-
Passes Mágicos
(Magical Passes: The Practical Wisdom of the Shamans of
Ancient Mexico - 1998)
-
O Lado Ativo do
Infinito (The Active Side of
Infinity - 1999)
-
Roda do Tempo
(The Wheel Of Time : The Shamans Of Mexico - 2000) - uma
antologia de citações comentadas.
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Eu morri há dez anos atrás
Há dez anos, o Brasil perdia Raul Seixas, o maluco-beleza,
o mentor da Sociedade Alternativa e guru de milhões.
Hoje, poeira assentada sobre o túmulo, já é possível
enxergar a verdade por trás da fachada mística de Raulzito.
Profeta? Messias? Bruxo? Ou simplesmente um personagem
criado pela imaginação dos fãs? A história de Raul é mais
bizarra que qualquer livro de magia
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O início
A chave para decifrar o enigma Raul Seixas mantém-se à margem do mercado, escondido numa
pequena chácara na zona rural da cidade de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro. Cláudio Roberto
Azeredo conheceu Raul aos 11 anos, através de uma namorada, a escritora Heloísa Seixas.
Compuseram a primeira música juntos em 1964, "I Don't Really Need You Anymore", só gravada 25
anos depois. Juntos, compuseram cerca de 30 canções e muitos sucessos, como "Aluga-se",
"Cowboy Fora-da-Lei", "Quando Acabar o Maluco Sou Eu", "Coisas do Coração" e "Rock das Aranha",
além de todo o LP O Dia em que a Terra Parou. "Raul era uma pessoa muito difícil",
admite Cláudio, com a sinceridade a que só os amigos próximos têm direito.
Cláudio e Raul mantiveram contato distante até que, em 1968, Raul resolveu tentar a sorte
de sua banda, Os Panteras, no Rio de Janeiro. A iniciativa foi frustrada. Raul voltou para
Salvador, casou-se, abandonou a música por alguns meses e só fixou residência no Rio de
Janeiro dois anos depois, quando arrumou emprego de produtor na CBS, onde trabalhou com
artistas como Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps, Leno e Jerry Adriani. Foi expulso da
gravadora em julho de 1971, depois de haver produzido, por baixo do pano, um disco
absolutamente experimental, Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez,
influenciado por Frank Zappa.
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RAUL ENCONTRA O ALQUIMISTA
Certo dia, Raul leu uma matéria sobre discos voadores na revista 2001, editada no Rio
de Janeiro pelo mochileiro bicho-grilo Paulo Coelho. Raul convidou Paulo para um jantar em seu
apartamento e mostrou algumas músicas que havia feito – bem diferentes das que costumava
compor para os contratados da CBS - e propôs a Paulo que fizesse a letra para algumas delas.
A partir de então, passaram a preparar alguns temas para o primeiro disco solo de Raul,
Krig-Há-Bandolo, que seria lançado em julho de 1973.
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No mesmo ano, Raul foi levado por Paulo a conhecer uma sociedade secreta de
que o escritor fazia parte, conhecida como Argentum Astrum, AA. Era uma organização filosófica
anti-religiosa e cheia de rituais, baseada nos ensinamentos do bruxo inglês Aleister Crowley
(1875 - 1947).
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Em sua época, Crowley foi marginalizado pela moral vitoriana, chegando a ser
chamado de "o homem mais perverso do mundo". Autodenomidado a "Besta 666", seu trabalho
consistia basicamente em revelar segredos de livros mágicos e propor, a partir desses
segredos, uma nova ordem social (não é à toa que Crowley entrou na moda durante os
revolucionários anos 60/70). Sua obra central chamava-se O Livro da Lei. Dizia
basicamente que cada homem é seu próprio deus e, por isso, os fortes se sobrepunham aos
fracos.O material que emergia da parceria de Paulo e Raul foi muito influenciado por Crowley.
Algumas músicas chegam a copiar os textos do bruxo, como "Sociedade Alternativa" e "Liber Oz"
(gravada 14 anos depois, com o nome de "A Lei"). Na verdade, todo o repertório do segundo disco
de Raul seria colocado "a serviço daquela sociedade secreta", conforme revelou Paulo Coelho no
livro Confissões de um Peregrino (editora Objetiva).
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O compacto com a faixa "Gita" (cuja letra foi inspirada no Bhagavad-Gita
, a mais popular das escrituras sagradas da Índia antiga) foi lançado em julho de 1974 e
vendeu 600 mil cópias, dando a Raul seu primeiro disco de ouro. O LP foi lançado logo em
seguida, também com grande sucesso. Conforme ia crescendo a popularidade da dupla, Raul e
Paulo passaram a realmente acreditar na viabilidade da Sociedade Alternativa. Chegaram a
divulgar a construção da Cidade das Estrelas, em Minas Gerais, que funcionaria como o
quartel-general da seita. "Vivíamos no mais profundo negrume da ditadura", lembra Pena
Schmidt. "Mas Raul propunha o oposto daquilo, numa saída individual, que era um tipo de
discurso poderoso mas tolerado pelos manipuladores de informação da Censura". A partir de
"Gita", Raul passou a ser visto pelos fãs como uma espécie de conselheiro, de guru. Mães
começaram a trazer seus filhos doentes para que ele os curasse.
|
Rita Lee acredita que a imagem mística que Raul assumiu nesta época pouco
tinha a ver com temor religioso. "Me parece que depois que Paulo Coelho entrou na vida de Raul
como parceiro de trabalho e de aventuras no mundo da magia, Raul praticamente neutralizou sei
jeito Presley de ser e mudou, feliz, para o papel de Profeta Apocalíptico. O fã radical de
Elvis ingeriu uma overdose de misticismo e se transformou num guru". Cláudio Roberto acha que
o que falou mais alto foi o business: "Era algo do tipo 'oba, isso dá fama e dinheiro, é nessa
que eu vou', era show". Ele confessa que viu com desconfiança a aproximação de Raul e Paulo
Coelho. "Raul abraçou toda a megalomania, todo o sonho de poder de Paulo, e isso fez muito mal
a ele", acredita. "Esse dedo em riste na capa do Gita foi definitivo numa ferida já
aberta, porque mostrava Raul assumindo uma coisa que ele sabia não ser ele, algo falso".
|
Em maio de 1974, a polícia apreendeu e incinerou a maioria dos 20 mil exemplares do
gibi-manifesto A Fundação de Krig-Há (patrocinado pela Philips), considerado material
subversivo. Raul e Paulo Coelho foram presos e torturados. Raul exilou-se nos Estados Unidos,
apoiado pela família americana de sua esposa. Voltou logo depois, mas dali em diante as coisas
já seriam diferente.
|
Paulo Coelho abandonou a AA depois de ser surpreendido por uma
personificação do demônio. Raul continuou por mais alguns meses. O relacionamento entre os
dois já havia esfriado, assim como a fase de sucesso de Raul. Tentaram restabelecer a parceria
três anos depois, alugando quatro suítes em um hotel em Campos do Jordão. Mas não se falavam,
apenas trocavam anotações por baixo da porta. Depois de cinco dias trancado no quarto, Raul
foi encontrado desmaiado, vítima de inanição.
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Passados 25 anos, ainda pouco se sabe sobre a sociedade de que participaram
- Paulo nem sequer pronuncia o nome dela. Raul nunca mais tocou no assunto, mas sabe-se que
tanto ele quanto sua esposa na época, Gloria Vaquer, abandonaram os rituais após visões
desesperadoras que misturavam demonismo e alucinação psicodélica.
|
O disco Novo Aeon, lançado em outubro de 1975, marcava nitidamente a
transição pessoal do cantor. Nas entrevistas de divulgação do disco, Raul tentava dissociar-se
da imagem de pregador, dizendo que a verdade estava em cada um e que tentar doutrinar seu
público havia sido um erro. "Não sei se ele estava preparado para gerenciar seu próprio
carisma", pondera Marcelo Nova. "Essa idolatria, essa coisa de 'Raul sabe-tudo', era perigoso.
Nas entrelinhas das canções, ele tentava dizer que não sabia de nada: 'faça você', procure seu
caminha', 'eu sou é raulseixista', mas nem todo mundo entendia". Cláudio Roberto, que estreara
como parceiro em vinil justamente no disco Novo Aeon, tenta analisar a dubiedade do
sucesso que, acredita, acabou por seduzir o amigo: "o sucesso é apenas o fenômeno de preencher
uma lacuna do mercado na hora certa", sentencia. "O real talento de um artista só pode ser
medido pela sua capacidade em não se deixar manipular pelo momento do sucesso. E Raul não teve
essa capacidade".
|
Apesar de todos os esforços de Raul, a imagem patrocinada pela indústria do
disco falou mais alto e, até hoje, muitos fãs buscam orientação espiritual na obra do cantor.
Segundo Cláudio Roberto, quem mais precisava de conselhos era o próprio Raul. "Ele era
extremamente ambíguo e indefeso, uma pessoa muito sensível", afirma. "Tinha um senso de humor
agudo, mas ao mesmo tempo era muito sério e formal, e isso tornava tudo muito sensível",
afirma. "Tinha um senso de humor agudo, mas ao mesmo tempo era muito sério e formal, e isso
tornava tudo muito mais difícil para ele. Raul era uma criança, morreu dizendo que havia
entrevistado John Lennon, até mesmo para mim, quando isso era mentira - ele era absolutamente
autêntico dentro dessa falta de autenticidade, o que me faz amá-lo muito mais e absolvê-lo por
isso".
|
Em 1977, Cláudio sobrevivia dando aulas de inglês e vendendo mocassins nas
feiras hippies da cidade, quando Raul o convidou para, juntos, comporem seu primeiro disco na
gravadora WEA. "Nos discos que lançou pela WEA ele buscou a absolvição pelos erros do passado",
avalia Cláudio. "O sucesso fez muito mal a ele, ele bebeu o sucesso todo. Eu, que o conhecia
desde antes da bebida, convivi com uma pessoa cerimoniosa, que nunca perdia a linha. Virávamos
noites compondo em hotéis, eu de cueca, detonando, e ele de terno e gravata, absolutamente
formal".
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Cláudio e Raul passaram três meses trabalhando no novo repertório.
O Dia em que a Terra Parou foi lançado com todas as regalias que um artista poderia
querer. Curiosamente, diz Cláudio, foi a partir deste disco que teve início a decadência
pessoal e artística de Raul. "Ele descobriu que poderia usufruir de uma maneira 'light' de
compor, mesmo sendo verídica. Mas era preciso fazer uma reavaliação muito grande de valores
- imagine, uma pessoa tão solapada por tantos vícios, não só químicos como mentais e
posturas..."
|
Na opinião de Cláudio, o sucesso da faixa "Maluco Beleza"
("Enquanto você se esforça pra ser / um sujeito normal / e fazer tudo igual / eu do meu lado,
aprendendo a ser louco / maluco total / na loucura real") teria muito a ver com esse
preocesso. "Esta faixa foi, provavelmente, o primeiro hit dele que não era um chiste, uma
provocação. Ao contrário, é uma música autêntica, melancólica - é a história de um cara
assumindo que não tem controle sobre sua loucura, é foda isso. Mas quando você constrói uma
vida em cima de determinados vícios de postura, aí, malandro, é muito difícil. Mas Raul teve a
chance de mudar isso, e não quis. Talvez por haver passado tanto tempo sendo um mistificador,
ele tenha subestimado a força da autenticidade e superestimado a sua capacidade de manipulação.
Mas o tempo julga pela verdade, pela causa e efeito do que você faz, não pelo sentimento do fã,
que age apenas pela emoção". Depois desse disco, acredita Cláudio, Raul ficou "artisticamente
em cima do muro".
|
"RAUL JÁ NÃO ERA ELE MESMO"
Os dois amigos, no entanto, continuaram compondo até a morte do cantor.
Chegaram a planejar um novo LP em 1978, mas brigaram depois que Cláudio o acusou de haver
registrado uma música da dupla em nome de Oscar Rasmussem - a faixa seria "Por Quem os Sinos
Dobram".
|
Cláudio só voltou a ver Raul no início dos anos 80, mas encontrou outra
pessoa. "Ele já havia se entregado, o corpo estava cansado de tanta luta inglória - 'é preciso
sobreviver, é com isso que eu vou', sabe? O problema dele era lutar até alcançar, depois a
motivação desaparece - 'eu me pergunto e daí, foi tão fácil conseguir' (da letra 'Ouro de
Tolo'), isso é o resumo de sua vida", acredita. "Vi um show, em 1980, em que Raul enfrentou
uma platéia absolutamente gelada, que estava lá para colocar a última pá de cal sobre seu
cadáver insepulto. Até o meio da segunda música, ele tocou completamente ensandecido, numa
performance que eu nunca havia visto. A audiência não resistiu e foi ao delírio - foi o que
bastou para Raul começar a esquecer a letra, tropeçar e fazer uma merda de show. A impressão
era a de que ele não suportava conseguir, conquistar".
|
Mas já era tarde, Raul Seixas já havia conseguido e conquistado. Isso
consumiu sua vida, é verdade, mas seu trabalho atravessa as décadas como a voz oficial de uma
raça que nunca se extingue: a dos malucos. Mesmo que fosse uma "criança" curiosa, como define
"Cláudio Roberto, e não o filósofo onipotente, como o próprio Raul acreditou ser nos tempos de
"Gita". A perenidade de seu trabalho foi posta à prova e será mais uma vez nestes dez anos de
sua morte: a WEA planeja relançar seu disco Por Quem os Sinos Dobram em CD, incluindo
letras, notas biográficas e o encarte original. Depois de tudo, só nos resta a música de Raul
para ouvir. E já esta de bom tamanho.
|
O Meio
Os anos 80 foram cruéis para Raul. "Naquela época, ele não atendia
telefones nem respondia a qualquer tentativa de aproximação", lembra Rita Lee. "Ele se
cercou de vampiros que lhe sugaram até a última gota de sangue." Ao mesmo tempo, Raul era
considerado persona non grata por produtores de shows, de eventos e por gente de
gravadora. "Havia muitas ramificações ao redor dele, gente que tentava armar show
com banda que Raul desconhecia, gente que vendia shows no interior em nome dele sem que
ele soubesse, gente que tomava adiantamento de apresentações que ele nunca marcou",
diz Marcelo. "Lembro que, certa vez, a secretária de Raul me ligou em casa, dizendo
que havia um cara na casa dele, ameaçando-o de morte porque ele não queria fazer uma
temporada de banquinho e violão no Amazonas e em Belém do Pará."
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CARATECAS, DROGAS E TIROS
Na verdade, o inferno astral de Raul começou ainda no final dos anos 70,
quando lançou um disco sem repercussão chamado Por Quem os Sinos Dobram, escrito ao lado de um
novo parceiro, Oscar Rasmussen, com quem dividia o apartamento na época. Raul costumava
agregar a seu redor os tipos mais estranhos e sombrios, numa versão tropical da "máfia de
Memphis" que acompanhava Elvis Presley. Em 1979, ele teve a inacreditável idéia de contratar
uma equipe de caratecas argentinos como seguranças. Tanto ele e Oscar quanto os seguranças
varavam as noites em festas regadas a álcool e drogas das mais variadas. Numa transação
obscura entre os caratecas e traficantes, o faixa preta Hugo Amorrotu foi assassinado a
tiros, dentro do apartamento de Raul, num evento que demonstra o grau de descontrole que
sua vida havia tomado. O corpo de Raul sentiu as pancadas do destino: o cantor foi
internado, retirou metade do pâncreas no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e
passou alguns meses hospedado na casa dos pais na Bahia. No ano seguinte, voltou à
gravadora CBS (atual Sony Music), onde trabalhara como produtor nos anos 60. O disco que
gravava, Abre-te Sésamo, foi, verdadeiramente, o último espasmo do cantor implacável e
rebelde dos anos 70. O repertório, inspirado, era sua grande aposta.
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PRINCESA DIANA, NÃO!
No entanto, Abre-te Sésamo
foi, do início ao fim, um disco marcado por problemas e coincidências infelizes.
Primeiramente por conta da Censura, que implicou com a balada "Baby" e o verso
"por que esconder o vermelho/ do sangue tingido o lençol?", que virou "a
mancha do batom vermelho/ por que esconder no lençol?". Depois, novamente censurado por conta
da faixa "Rock das Aranha" (composta como piada e gravada como molecagem). Logo depois da
gravação, a diretoria da CBS mudou e o disco foi mal
divulgado e pessimamente distribuído. Aparentemente, a gravadora de Roberto Carlos e
Amelinha não estava gostando muito da idéia de ter um encrenqueiro do calibre de Raul
Seixas em seu cast. Aproveitando a relação desgastada, a gravadora propôs ao cantor que
compusesse algo tendo o casamento da princesa Diana e príncipe Charles como tema. Raul
respondeu com o pedido de rescisão de contrato.
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Sem trabalho, Raul passou a divulgar planos mirabolantes, como filmar em
Hollywood, candidatar-se a deputado federal e lançar um livro infantil. Pretendia prensar um
disco pirata, chamado The Pirate Record (sic), com gravações raras de sua antiga banda
Os Panteras, feitas nos anos 60. O assassinato de John Lennon tornou o cantor, normalmente
avesso aos shows, ainda mais recluso. Um show na cidade de Caieiras, em São Paulo, foi
desastroso: Raul foi confundido com um impostor e por pouco não foi linchado pelo público.
Acabou levado à delegacia, onde foi esbofeteado e encarcerado.
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Eventos assim só desgastavam sua imagem e o empurravam ainda mais para o
alcoolismo. Seu vício foi progredindo de maneira proporcional à sua falta de atividade
profissional. Sua esposa na época, Kika Seixas,
passou a utilizar de seus contatos como assessora de imprensa para tentar reerguer a
carreira do cantor. Depois de dois anos de tentativas, finalmente uma boa notícia: Raul
foi chamado por Augusto César Vanucci para estrelar um especial infantil da TV Globo
chamado Plunct Plact Zum, interpretando o personagem Carimbador Maluco. Animado,
ele compôs um tema infantil, inspirado pela filha Vivian, de 2 anos. O sucesso da
inocente canção rendeu seu segundo disco de ouro. Os fãs buscaram nos versos da
canção alusões ao anarquismo, mas a música tratava mesmo de um personagem infantil
- tanto que, em dezembro, Raul, vestido de Carimbador Maluco, cantou no estádio do
Maracanã, na festa de chegada do Papai Noel, ao lado da Turma do Balão Mágico, Didi,
Dedé, Mussum e Zacarias.
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O cansaço físico e profissional falou mais alto que a boa fase "família" do
cantor. Raul voltou a beber, e muito. Kika deixou-o em 1984. "Minha filha já estava crescendo
e o pai dela bebendo o tempo todo", lembra. "Nos últimos anos Raul não tomava mais banho,
estava sempre deprimido, não comia mais alimentos sólidos, se urinava sempre. Mas nunca
perdeu a força de vontade, sempre de bom humor, fazendo planos para o futuro". Wanderléa,
que conheceu Raul nos anos 60 e chegou a dividir com ele os vocais da faixa "Eu Quero
Mais" (do LP Raul Seixas, de 1983), lembra que Raul passava os dias sozinho, trancado
em seu apartamento: "De meias, chinelos, às vezes de luvas, assistindo a horas e
horas de vídeos de seus heróis de adolescência, Jerry Lee Lewis, Little Richard, Elvis
Presley". O mesmo cantor que bradava contra a nostalgia em 1975 transformava-se em um
personagem saudoso e reacionário. "A partir de determinado momento, aqueles vídeos
passaram a ser a única relação dele com o ambiente que amava, que um dia o motivara a
cantar", lembra.
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Do início ao fim, a década de 80 viu Raul entregando-se a seus excessos,
deixando-se devorar pelo monstro que se formava ao
redor de seu nome. Desistindo de viver. "Ele perdeu o interesse pela carreira",
analisa Marcelo Nova. "O que o desmotivou, eu não sei. Ele era muito popular, e isso
implica muita solidão, porque todo mundo te conhece, mas você não conhece
ninguém", cogita. "Ele era muito simples e as pessoas abusavam um pouco disso.
Mas o que o teria desanimado dessa forma ainda é uma incógnita".
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O Fim
Raul dos Santos Seixas morreu aos 49 anos, de parada cardíaca. Já vivia
havia nove anos sem dois terços do pâncreas. Diabético, driblava como podia as injeções de
insulina ("Odeio injeção, por isso nunca fui junkie", dizia), mas não dispensava chocolate.
Alcoólatra, seu café da manhã consistia de um copo de vodca com suco de laranja no bar
mais próximo de casa, seguido de doses paulatinas de éter ao longo do dia. Separado de
sua quinta esposa, Lena Coutinho, desde 1988 morava sozinho num pequeno flat alugado no
Centro de São Paulo. Num destes cavalos-de-pau que o destino dá, um homem que odiava
apresentar-se ao vivo e digladiava-se com gravadoras morreu descansando de uma maratona de
50 shows realizados ao lado do fã e último parceiro, Marcelo Nova. Naquela mesma semana,
chegaria às lojas A Panela do Diabo, disco da dupla lançado pela multinacional WEA. E
mais shows estavam programados até dezembro, quando a turnê seria encerrada com uma
festa no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
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"Muita gente dizia que esta turnê não daria em nada: 'ah, o porralouca do
Marcelo e o cachaceiro do Raul', mas Raul excursionou, fez 50 shows e não faltou em nenhum,
mesmo quando estava com crise de diabetes", lembra Marcelo. "Por que, eu não sei. Raul só
fazia o que queria e não havia ninguém no mundo para convencê-lo do contrário."
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Amigos desde 1984, a relação entre Raul e Marcelo Nova (ex-membro do grupo
de rock baiano Camisa de Vênus) cresceu inicialmente movida pela paixão comum pelo blues e o
rock dos anos 50. A parceria musical surgiu quatro anos depois, quando Marcelo decidiu visitar
o amigo e deu-se conta do estágio terminal de sua vida e sua carreira. "Na verdade, não havia
mais carreira. Ele estava parado há quatro anos, longe de seu público. Um dia cheguei em sua
casa e ele estava sem um dente, abatido, bêbado, pesando 55 quilos.
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Alguma coisa precisava ser
feita, não dava para assistir aquilo de braços cruzados. Levei Raul ao médico da minha família,
que o examinou do cabelo à unha do pé e me disse que a única coisa a receitar era trabalho, já
que ele se recusava a parar de beber", lembra.
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"O esforço do indivíduo Raul Seixas em estar presente naquela turnê sempre
foi subestimado", acredita Marcelo. "Já li muito sobre o 'andar trôpego e cambaleante' de Raul,
mas, independentemente disso, ele pegava o microfone e, bem ou mal, com energia ou sem, subia
no palco e cantava. Quem sabia dos problemas pessoais e físicos que ele enfrentava, sabe que se
tratava de um esforço quase heróico".
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Durante as gravações de A Panela do Diabo, o esforço de Raul atingiu
seu ponto mais alto de emoção e simbolismo, como bem lembra o produtor Pena Schimidt: "O ritmo
das gravações obedecia ao ritmo de Raul. Gravávamos uma estrofe de manhã, parávamos à tarde,
retornávamos no dia seguinte e assim foi durante o tempo todo". Este ritmo seria seguido até o
momento de gravar o número solo de Raul no LP, uma faixa chamada "Nuit", que ele havia composto
em 1981 e, inexplicavelmente, mantinha inédita.
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Pena lembra que, neste dia, ele se viu diante
do velho Raul Seixas hipnótico e poderoso que conhecera no Festival de Saquarema, em 1975.
"Ele pediu para que todas as luzes fossem desligadas e exigiu gravar os vocais numa tacada só,
sem retoques", lembra. "E assim foi, apesar de Raul Ter perdido a voz nos últimos versos.
Quando as luzes se acenderam, todos no estúdio estavam com os olhos rasos d'água, porque
entendiam que aquela letra era um bilhete de despedida". Versos como "quão longa é a noite/ a
noite eterna do tempo/ se comparada ao curto sonho da vida" não deixam dúvidas - e os motivos
que levaram a canção a permanecer reservada por tanto tempo foram finalmente esclarecidos.
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ON THE ROAD
E mesmo na estrada, nos quase 12 meses de duração da turnê, a dupla
manteve-se constantemente nos limites do imaginário rock'n'roll. Marcelo, num misto de
sensibilidade histórica, ingenuidade adolescente e filantropia rocker; Raul, agarrando-se no
fio de possibilidade que ainda lhe restava para provar, para si próprio, que a velha
metamorfose ambulante poderia gingar feito Elvis. "Acredito que a turnê tenha dado motivação
para o homem, não para o artista, que este não precisava", conta Marcelo. "Havia uma parte do
meu coração querendo devolver um pouco de inspiração que ele havia me dado quando eu queria
montar um grupo de rock na Bahia, aos 16 anos. Todos estavam muito motivados: no camarim, a
banda era capaz de parar de beber para que Raul não visse que havia uísque, e ir lá conversar
com ele, animá-lo, distraí-lo. Muitas vezes tivemos que tirar neguinho do quarto do Raul na
porrada, porque os caras entravam lá no hotel com sacos enormes de cocaína, como presente para
ele". No final, eram 18 pessoas trabalhando para que Raul Seixas "fosse aplaudido, como foi",
depois de anos e anos à margem da cultura pop brasileira.
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A Morte
O escritor Paulo Coelho fazia sua segunda peregrinação depois da conversão ao cristianismo, o
Caminho de Roma, também conhecido como Caminho Feminino. Era manhã de segunda-feira, 21 de
agosto de 1989, quando Paulo interrompeu sua caminhada em um pequeno vilarejo perdido na
cadeia montanhosa dos Pirineus, na França, e ligou para a esposa, Cristina Oiticica, no Rio de
Janeiro. Com apenas três moedas no bolso, precisava falar rápido. "Olha, Paulo,
não sei se devo te estragar o dia com notícias ruins", dizia a mulher do outro lado
da linha, depois das necessárias saudações e troca de carinhos. "Pode falar, mas
fala logo que a ligação vai cair", ele pediu com urgência. Cristina disse: "O
Raul morreu". E a ligação caiu.
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ALEGRIA NA MORTE
Paulo já havia escrito dois de seus grandes sucessos, Diário de um Mago e O
Alquimista, mas muito de sua fama ainda se devia aos primeiros anos da década de 70, quando,
ao lado de Raul Seixas, escreveu 65 canções, entre elas alguns dos maiores clássicos da música
pop brasileira, como "Sociedade Alternativa", "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e
"Medo da Chuva". "Quando a linha caiu, fiquei sem saber por que meu parceiro havia morrido,
sem saber em que circunstâncias - só poderia ligar de volta à noitinha - mas senti uma
profunda alegria, uma sensação muito positiva, como se Raul estivesse bastante feliz por haver
morrido."
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Durante o sono, às 5 horas da manhã daquela segunda-feira, Raul encerrava a
luta que travava consigo mesmo havia mais de dez anos. Preso no emaranhado de mitos e lendas
que ele próprio havia criado, o cantor passou toda a década de 80 deixando-se consumir pelo
cansaço da batalha. Ao morrer, terminava uma história secreta, muito mais melancólica do que a
que fora registrada em suas canções. Magia e rock'n'roll e carisma e insegurança e fanatismo e
fraquezas alimentaram a trajetória mais estranha que o Brasil já presenciou - e que jamais
procurou entender.
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O DIA EM QUE A TERRA PAROU
CHORO E HISTERIA COLETIVA NO VELÓRIO DE RAUL. SUMIRAM ATÉ COM A LÁPIDE.
O descontrole emocional da multidão, que Raul tanto temia em vida, viu-se
multiplicado em muito no dia de sua morte. Como forma de homenagear o cantor, a gravadora WEA
reservou o salão nobre do Palácio das Convenções do Anhembi para a despedida do público. Às
dez horas daquele 21 de agosro, milhares de fãs tomaram os espaços do local gritando em
uníssono: "Raul não morreu!" enquanto outros, de violão em punho, lembravam sucessos do
cantor. Um fã mais ousado tentou beijar o rosto do músico, perdeu o equilíbrio e acabou
quebrando o vidro do caixão.
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As celebridades não apareceram, com exceção de Kiko Zambianchi, Marcelo Nova, do Maestro Miguel
Cidras e Kid Vinil. Neste dia, Raul era do povo. Quando os bombeiros chegaram para levar o
caixão para o aeroporto, a confusão começou. Alguns garotos se penduraram nas alças, outros
jogavam bilhetes sobre o ataúde. Todos gritavam "Raul! Raul!". Na tentativa de chegar mais
perto do ídolo, fãs quebraram os vidros do aeroporto de Congonhas.
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Já na Bahia, além da família, apenas dois fãs aguardavam o avião - e um deles declarou que
esperava ver o cantor levantar-se do esquife e pregar mais uma peça no "sistema". Multidão
mesmo estava reunida no Cemitério Jardim da Saudade, esperando pela visitação pública ao
caixão, que ficou na capela. Três horas depois, a missa de copo presente exigia que a capela
fosse fechada, o que deu início a um tumulto e a nova tentativa de invasão.
Um ano depois do enterro, um fã de 21 anos, com o rosto de Raul tatuado no braço, roubou a
lápide do cantor para transformá-la em item maior do "santuário" que montava em casa, ao lado
de discos, cartazes, recortes e fotos. Uma nova tentativa de furto ocorreria dois anos depois.
A direção do cemitério, cansada dos furtos, finalmente decidiu pregar a lápide com concreto.
Hoje Raul descança em paz.
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