Trata-se de um disco de material plástico (normalmente cloreto de polivinila, ou PVC), usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, as quais podem ser reproduzidas através de um toca-discos.
O disco de vinil possui micro-sulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. Este sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).
O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora). A poeira é um dos piores inimigos do vinil, pois funciona como um abrasivo, a danificar tanto o disco como a agulha.
O Primeiro DJ do Mundo???? (DIZEM...)
Klaus Quirini alega que foi o primeiro DJ do mundo. Obviamente esta é uma afirmação extremamente duvidosa que nunca ninguém vai conseguir provar, mas até agora ninguém se queixou, portanto vamos ter de aceitar. E por que não?
Reza a lenda que uma noite Klaus se deparou por acaso com uns toca-discos, adotou a alcunha de DJ Heinrich e deu início à uma nova era. Já que não fazemos ideia do que era entretenimento na Alemanha do pós-guerra e estamos interessados em saber o que um cara de 67 anos tem a dizer sobre o que é ser o pai da cultura DJ, encontramos com ele para uma conversinha.
Como foi a sua primeira noite como DJ?
Quirini: Foi em 1953. Na época trabalhava como jornalista. Tinha acabado de fazer 18 anos e fui até um clube de dança (a palavra “discoteca” ainda não tinha sido inventada). De acordo com a lei eu ainda era menor, mas estava bêbado de uísque. O cara da Ópera de Colônia que estava cuidando da música nessa noite era muito chato, por isso eu e os meus amigos estávamos causando uma certa confusão. O dono do clube veio falar com a gente e disse que podíamos cuidar da música, já que achávamos que conseguíamos fazer melhor. E foi isso que fizemos.
E o que aconteceu depois?
Comecei a minha performance com as palavras, “Senhoras e Senhores, agora vamos inundar esse lugar” e toquei uma música sobre navios. As pessoas adoraram e aplaudiam tudo o que tocava. No fim da noite, o dono veio falar comigo e me ofereceu 800 marcos alemães por mês. Era muito dinheiro para época, isso foi logo depois da guerra. O meu pai me disse para arranjar um nome artístico, já que ele era um dos fundadores do Deutsche Bank e não queria o nome Quirini associado a esse tipo de coisa. Foi por isso que me apelidei de DJ Heinrich.
Quanto tempo demorou até os primeiros caras te copiarem?
Cerca de um ano. A palavra “disco” surgiu do nada e assim de repente já tinham 42 discotecas em Aachen, o que é impressionante para uma cidade com 250.000 pessoas. Hoje só restam quatro discotecas.
Os DJs de Aachen já eram baladeiros como os DJ de hoje?
Completamente. Eu dançava todas as músicas, às vezes até ia para o meio da multidão. Era por isso que tinha sempre duas toalhas junto à minha mesa, você pode imaginar o calor que eu sentia tocando música de terno e gravata. O dress code era muito importante, muito mais do que hoje em dia, claro. Uma das coisas em que reparo é que os jovens de hoje se vestem muito pior do que antigamente. Se prestassem mais atenção àquilo que vestem, garanto que iam ter mais sorte com as mulheres.
E você, tinhas muita sorte com as mulheres?
Os tempos eram outros. Me casei aos 22 anos. Às quatro da manhã já estava satisfeito por aquilo ter acabado e poder ir para casa. A mentalidade também era diferente. Eu me via mais como um substituto para artistas, ou um fornecedor de serviços que tinha uma responsabilidade com a sua audiência, como um garçom que serve uma garrafa de champanhe.
Chegou a aprender os truques mais recentes dos DJs? Tipo remixes e scratching e essas coisas?
Não, isso já foi muito depois do meu tempo. Deixo isso para o Sven Väth e outros caras assim. O que me interessou mesmo na época foi quando começaram a aparecer os primeiros efeitos visuais, nos anos 70. A música dos discos é algo morto, sem vida, que tem de ser ressuscitado pelo DJ. Nos anos 70, as coisas começaram a se desenvolver mais para o lado dos efeitos. Os efeitos de luz e efeitos visuais eram mais interessantes do que falar com a audiência. O scratching só começou nos anos 80, e vem depois de todo esse movimento.
E quais são os seus hábitos musicais, hoje em dia?
Nós crescemos com a música, mas ainda gosto dos Beatles, dos Stones, da música da minha juventude, entende? Muita gente continua a me mandar discos, mas eu nem ouço a maioria deles. Há uns tempos atrás um jovem músico, cujo nome já não me lembro, veio falar comigo e eu disse para ele, “Olha, cara, a música que você faz é péssima”. Uns meses depois ele era disco de platina. Realmente os tempos mudam.
Qual foi o pior pedido que te fizeram enquanto DJ?
Na verdade não me lembro de nada assim muito maluco. Acho que tem a ver com a época, antes as pessoas me respeitavam muito e eram sempre simpáticas comigo, assim como eu era com elas - nunca neguei um pedido de música. Eu estava provendo um serviço, não podia negar, entende?
PS: Aqui mais algumas fotos antigas que o Klaus nos forneceu da vida noturna alemã nos anos 50 e 60 (a gente acha que tem algumas dos anos 70 também)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SUA PALAVRA TÁ??