Nas pick-ups, com Fábio ACM
Ele é DJ da banda de rapcore Antizona, coordenador de projetos na Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), além de ser grande amigo e membro da Rede Enraizados. Juntamente com a Banda Antizona, esteve duas vezes em Cuba, onde teve contato com o cenário underground do Hip-Hop Cubano, e já publicou uma matéria aqui no Portal Enraizados falando sobre a primeira viagem. Confira a entrevista com o DJ Fábio ACM:
Marcão: Então Fábio, como foi o início da sua carreira de DJ?
Fábio: Influência direta do meu tio, Ricardo Pereira, que foi dono da Status Disco Dance, equipe de som que comandou os bailes funk da Rocinha até 1989. Eu comprava muitos LPs de Rock e MPB ao invés de ficar jogando bola e soltando pipa como os moleques lá do Lins. Ouvia muito os discos do meu pai, desde Beatles à Bossa Nova. O Ricardo meio que se incomodava com isso, ver seu sobrinho de 9 anos escutando BR-Rock anos 80, Chico Buarque e Originais do Samba. Daí o cara começou a botar aquela pilha de DJ da antiga. Quem tá ligado, sabe!
E o primeiro disco que ele me deu foi uma coletânea de Miami Bass que saiu em 1988. Nesse disco tinham músicas do 2 Live Crew, Gucci Crew, MC ADE… Conheci o Hip Hop assim, pelo Miami Bass. Dessa época vieram os rasteiros (as instrumentais de RAP que tocavam nos bailes do RJ). Até hoje eu tenho Original Concept, Fat Boys, Rodney O & Joe Cooley, The D.O.C. (projeto do Dr.Dre) e outras pérolas que custavam $10 dólares na mão dos DJs que vendiam discos no antigo malódromo no Largo da Carioca. Somente em 1993 eu consegui comprar meu primeiro par de toca-discos. Eram duas CCE TX-250 e um mixer AP-1. Vai vendo! A parada era pré-histórica, mas me deu a base para a mixagem e os scratchs. As MKs só vieram em 1994. Montei uma equipe de som com alguns amigos para fazer festinhas, mas durou pouco tempo. Nessa época eu tocava em festas de rua na ZN, fazia participações em bailes funk, como na equipe Live. Nessa última foram dois bailes: uma abertura tocando funk-melody no CCIP de Pilares e um baile no Clube dos Aliados em Campo Grande, Zona Oeste do RJ. Mas cheguei tarde. O baile já estava dominado pelos MDs e qualquer maluco virava DJ de equipe. Não tinha mais espaço para os vinys. Você poderia curtir um baile do DJ Adriano da LIVE 1 tocando com os vinys, mas era raro. O baile funk de vinyl era uma raridade neste período das montagens de funk. Somente em 1997 que eu conheci os Poetas de Ébano (grupo de RAP da Zona Norte do Rio, formado por BJ, Sancho e KMKZ), o ANTIZONA (banda que eu toco até hoje como DJ) e as rádios comunitárias. Neste mesmo período nasce a ZN Máfia, onde conheci muitos amigos como MR Bocca, DJ Machintal, Nação Crew, entre outros grandes artistas.
Já escutei alguns dos seus sets, e percebi uma diversidade muito grande de gêneros musicais, quais são suas influências?
Como é ser DJ no Rio de Janeiro?
O acesso à música e aos meios de produção e divulgação se tornou mais fácil, através da internet. Isso auxiliou a divulgação do seu trabalho como DJ?
Confira um dos remixes do DJ Fábio ACM:
Você também trabalha na Redeh (Rede de Desenvolvimento Humano), onde coordenou o projeto das coletâneas: “Hip Hop na Linha de Frente Contra o Tabaco”, “Hip Hop Mandando Fechado em Saúde e Sexualidade”, e “Hip Hop pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, fale um pouco sobre esses trabalhos…
Juntamente com a banda ANTIZONA, o MC Slow da BF e a cantora Lica Tito, você foi à Havana, em Cuba, onde teve contato com o Hip Hop cubano, e dirigiu um videoclipe da Antizona, como foi essa experiência?
Se você não seguisse a carreira de DJ, qual seguiria?
Quais são os projetos para 2011?
Na última semana, a banda Antizona novamente foi à Cuba, convidada à participar da premiação de Hip Hop Puños Arriba 2011, também em Havana, como foi visitar Cuba novamente?
Fábio, muito obrigado pela entrevista, gostaria que deixasse uma mensagem aos leitores do Portal Enraizados…
http://www.bandaantizona.com/
http://www.myspace.com/djfabioacm
http://soundcloud.com/fabioacm
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