O Rap, oferece uma vantagem a seus simpatizantes: Não é preciso gastar uma fortuna em equipamentos ou montar uma banda profissional para se exercer esta arte e conseqüentemente, expressar um ponto de vista político ou social.
Basta apenas, usar a criatividade, pois o Rap depende mais da habilidade individual do artista em fazer seus comentários por meio de rimas do que, necessariamente, de lições de canto ou aparelhagens sofisticadas.
Além disso, o estilo é extremamente democratico, em termos de temática: pode-se fazer um Rap sobre injustiças sociais-e, também, para enaltecer uma vizinhança ou ainda para falar de amor e amizade.
Como o Rap infiltrou-se na cultura popular Norte-Americana?-No fim dos anos 70, um DJ Jamaicano, Kool Herc, mudou-se de Kingston para New York, estabelecendo-se no West Bronx.
Uma das inovações propostas por Herc foi a de improvisar versos sobre as 'bases' de certas músicas - no caso, os discos de Reggae.
Herc já fazia aquilo em seu país natal e achou que o público dos EUA se renderia imediatamente ao estilo.No entanto, apesar de não terem passado inteiramente despercebidas, as experiências músicais do DJ não obtiveram grande repercussão de imediato, pelo fato de o Reggae não estar 'em alta' em New York daquele período.
Assim, o DJ adaptou o seu estilo à nova realidade, fazendo suas improvisações verborrágicas sobre sessões instrumentais ou de percussão dos grandes sucessos do momento.
Infelizmente, o 'espaço' para essas improvisações era pequeno - os trechos instrumentais ocupavam um espaço limitado das partituras - e assim , Herc precisou lançar mão da tecnologia para virar o jogo a seu favor: utilizando um Mixer de áudio, o DJ conseguiu estender o tempo dessas sessões de modo indeterminado, ampliando consideravelmente a 'base' para suas mensagens.
No inicio, essas mensagens não eram muito sotisficadas ou complexas, Por exemplo, era comum os DJs valerem-se do recurso imaginado por Herc para anunciarem a presença de um convidado em uma festa de Hip-Hop.
Assim, durante os trechos instrumentais das músicas, eles eles inseriam breves discursos, como:
'É isso aí, galera, fulano de tal esta aqui esta noite, e vai agitar a festa pra vocês'
Com o tempo, uma ligeira inovação foi operada no estilo: Os DJs começaram a rimar seus discursos, que ganharam um tom mais descolado:
'É isso aí, galera! Fulano chegou pra arrasar...Alguém duvida que o homem é fera?'
E assim por diante.
Pouco a pouco, o Rap foi ganhando a cara que tem atualmente: Kool Herc prestou outra contribuição importante à evolução do gênero quando, ao notar que sua invenção havia 'pegado' junto à galera, passou a dividir trabalho com dois companheiros, Coke La Rock e Clark Kent, que respondiam pelos microfones.
Estava formado, assim, o primeiro 'grupo' de Rap: Kool Herc and The Herculoids.
Os efeitos da 'democratização' do Rap foram benéficos ao movimento Hip-Hop.
De um fênomeno isolado, restrito à juventude negra dos EUA, o Rap foi absorvido pelo mercado mainstream, conquistanto um número maior de adéptos.
A mensagem do Rap também passou a ser mais incisiva, do ponto de vista político: O grupo Public Enemy, por exemplo, reacendeu a polêmica da luta contra a segregação racial em músicas como 'Fight The Power'.
Hoje, o Hip-Hop é uma poderosa influência na formação de milhares de jovens, independentemente de fatores como raça ou condição social.
A cultura Hip-Hop trascendeu fronteiras e revolucionou a música popular, tornando-a mais sensível aos problemas das grandes cidades.
HISTÓRIA DO RAP NACIONAL
Tudo tem um começo!
A arte de mixar discos começou há muito tempo atrás e os pioneiros devem ser sempre lembrados. Conheça alguns deles.
Oswaldo Pereira - O primeiro DJ do Brasil
Oswaldo a esquerda e o equipamento rudimentar da época |
Já nos anos 50, haviam DJs desbravando o árduo caminho e preparando terreno para os que viriam nos anos 70, 80 e 90, rumo à consagração da atividade.
As famosas "orquestras invisíveis" tinham por trás a mão anônima de um DJ, que trabalhava apenas com uma vitrola e tinha que interromper a música para fazer a troca dos discos. O público, muito repeitosamente aguardava em silencio a troca dos discos para depois, voltar a dançar.
A orquestra invisível mais famosa era a "Hi-Fi-Let`s Dance" de Oswaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil. Oswaldo fazia tudo sozinho com sua vitrolinha holandesa e um amplificador de 100 watts que ele mesmo montou. Era muita potência para a época e o público não entendia como tanto som podia existir sem uma orquestra de verdade presente.
Oswaldo ficou em atividade de 1959 até 1968, quando começou a febre do samba-rock.
Monsieur Limá (Messiê Limá)
Um dos grandes nomes da discotecagem nos anos 70, era do carioca Monsieur Limá (pronunciava-se Messiê Limá). Limá foi um dos primeiros DJs brasileiros a ir para a televisão. Ele apareceu em vários programas da extinta TV Tupi até ganhar seu próprio programa.
Esse maranhense baixinho e de roupas espalhafatosas, sapatos plataforma e muita atitude ganhou fama com suas coletâneas de disco music.
Apesar de não ser um expert em mixagens ou viradas, Limá marcou pela ousadia e pela postura em frente ao público e à camera de TV. Monsieu Limá faleceu em 1993, aos 50 anos.
Alcir Black Power
O grande DJ carioca, radicado em São Paulo, Alcir Black Power. Muito do que sei hoje sobre funk, r&b e rap aprendemos ouvindo essa fera tocando suas fitas de rolo nos bons e velhos tape-decks Akai. Alcir só tocava música de qualidade e muita coisa que ele tinha ninguém mais tinha. Naquela época (início dos anos 80), as equipes de som tinham espiões que iam nos bailes das outras equipes checar o que eles estavam tocando. Quando Alcir rolava uma daquelas raridades que só ele sabia garimpar os olheiros ficavam loucos e não conseguiam descobrir que som era aquele. Alcir guardava tudo a sete chaves. Alcir abandonou a discotecagem, mas a saudade dos bailes ainda mexe com a alma funkeira desse mestre.
DJ Braguinha
Mister Sam e Braguinha |
Esse é outro grande nome das pick-ups que já passou para o outro lado.
Braguinha foi, entre outras coisas, DJ dos programas de rádio de Mister Sam. Ouvi muitas mixagens e "viradas" feitas por esse grande artesão da música que lançava clássicos no Brasil como Ya Mamma do Wuf Ticket ou Non stoppin` that rockin` do Instant Funk, por exemplo. Tudo que Braguinha tocava na sexta-feira, às 23h no programa de Mister Sam era ouvido no sábado e domingo seguintes nos sound sistems das equipes de som do início dos anos 80.
Mister Sam trouxe do exterior, nos anos 80, raridades e artistas underground como Sasha (nada a ver com a filhinha da Xuxa) e produzindo artistas brasileiros como Baby Face (Nahim), Gretchen, Bebeto, Black Juniors e dezenas de outros. Sam atuou como DJ em casas como Dancing, Soul Train, Be Bop, Latitude 3001, Station. Todas em São Paulo.
Sônia Abreu
A pioneira Sônia Abreu nos longinqüos anos 70 |
Essa foi a primeira mulher a assumir as pick ups, já nos longinqüos anos 70. Sônia, além de ser um exemplo de garra e persintência, foi também uma desbravadora, abrindo caminho para as mulheres no machista mundo dos djs.
Ela trabalhou na extinta rádio Excelsior AM, ainda nos anos 60, quando resolveu radicalizar e só tocar o que achava bom. Isso custou-lhe o emprego na rádio mas abriu outras possibilidades. Sônia foi para a boate Miragem, na rua Augusta, em São Paulo. Lá também teve que aguentar o preconceito do público e de alguns djs da casa.
Em 1977, vai para a aclamada Papagaio Disco Club e fica por lá por 2 anos. Nos anos 80, inovou ao fazer festas ao ar livre em um coreto na rua Augusta e logo em seguida montou o primeiro Sound System brasileiro com dj, em uma Kombi e depois em um barco.
Ousadia não faltava para essa garota que dedicou quase toda sua vida às pick ups e à música.
Um aviso! Sônia ainda está na ativa! Salve Sônia !
Na segunda metade dos anos 70, um novo tipo de música surgia, a Disco Music, que elegeu as Discotecas como seu reduto. Os caras que tocavam os discos para o pessoal desse bailes, nessa época, eram chamados de Discotecários. Existiram alguns famosos como os citados ai em cimacomo o alcir que apesar de ser carioca, criou fama em São Paulo com seus bailes regados a James Brown e George Clinton.No começo dos anos 80, surgiram várias equipes de bailes, as chamadas Equipes de Som, cada uma capitaneada por um DJs que não fazia grandes mixagens, porque na época vinil não chegava em todas cidades.
As importações eram proibidas e os bailes eram feitos com fitas de rolo piratas. Muitas delas, chegavam sem os nomes das bandas e das músicas, o que tornava impossível sua identificação, os DJs dessa época apenas rolavam o som. Eram poucos os que dominavam a arte de mixar duas músicas, as famosas viradas. As remixagens ou montagens como eram chamadas na época, eram feitas com gilette e fita adesiva.
Isso mesmo! As fitas eram gravadas, cortadas e coladas artesanalmente. Era um trabalho árduo e muito, muito difícil de se fazer.Os primeiros DJs eram verdadeiros artesões da músicfunk da época era chamado de "balanço". Termo cunhado pelas gravadoras que tentavam popularizar o ritmo que era taxado de música de negro pobre.
Em 1979, vimos surgir nas rádios e nos bailes um ritmo novo. Uma música batizada de "Melô do tagarela " que tornaria-se mania nos rádios e bailes e dominaria a cena por seis longos meses. Era o Sugarhill Gang, que acabará de lançar a música "Rapper`s Delight" com seus longos 14 minutos de duração. Um fenômeno para a época. Seguiu-se uma avalanche de grupos de rap no formato antigo, onde as letras falavam de festas e garotas. Não havia ainda a crítica social nas letras. Isso só veio a ocorrer em 1983, com o grupo Grandmaster Flash and The Furious Five, na música "The Message".
Mas Rapper Delight não foi o primeiro rap a ser gravado nos Estados Unidos.
Dois outros artistas gravaram raps antes do Sugarhill Gang.
O primeiro foi Pigmeat Markham em 1967. Isso mesmo, não há erro! Pigmeat gravou a música Here comes the judge em 1967.
O segundo artista a gravar um rap antes do Sugarhill Gang foi o rapper King Tim III ) com o auxílio do grupo Fatback Band. A música chamava-se Personality Joke.
Rap brasileiro na virada dos anos 70 para 80
Muito se diz sobre qual foi o primeiro rap feito no Brasil. Gerson King Combo, já em 1977, fazia um soul com falas que lembrava muito o rap, mas não podemos considerá-lo um rap na essência do termo. O showman Miele gravou em 1979, uma versão de "Rapper`s Delight" do Sugarhilll Gang chamada "Melô do Tagarela".
A rádio Cidade FM (Atual Sucesso FM) de São Paulo lançou um rap em comemoração a sua entrada no ar, em 1980. Posteriormente, regravaram o mesmo rap com outra letra, em São Paulo e Rio de Janeiro, em 1981. Essa nova versão foi lançada em um compacto chamado "Tema de Natal da Cidade" que era um belíssimo rap, com a voz de seus locutores (naquele tempo locutor de rádio tinha que ter boa voz).
O produtor, compositor, radialista, empresário e apresentador de TV Mister Sam produziu, em 1980, um disco de um cantor chamado Baby Face (primeiro pseudônimo do cantor Nahim) com um rap chamado Don`t push, dance, dance, dance.
O grupo de Break e rap Electric Boogies gravou Break Mandrake em 1983.
Um dos grupos surgidos no início dos anos 80, que trilhou um caminho diferente, foi o Eletro Rock. Formado por jovens de classe média de São Paulo e Santo André, no ABC paulista, falavam em suas músicas de festas, garotas e esportes radicais. Um exemplo é a música Surf, de 1985. Um dos integrantes do Eletro Rock era o rapper Catito, que posteriormente fez parte de coletâneas de equipes de bailes como Kaskatas e Chic Show, cantando sozinho.
Depois disso, surgiram avalanches de grupos reivindicando o título de número um. Mas Miele ainda é considerado o primeiro artista brasileiro a gravar um rap no Brasil. E isso foi há mais de 25 anos. Recentemente, foi lançado na Inglaterra, um LP duplo chamado BLACK RIO, que tenta mapear o fenômeno black no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, nos anos 70. A música "Melô do Tagarela" está nesse disco, em sua versão instrumental. Mielle foi o primeiro artista a gravar um rap, mas Miele não era um rapper e sim um compositor e apresentador de TV.
O primeiro grupo genuíno de rap a gravar um disco, nascido no movimento hip hop americano e formado no Brasil foi o Electric Boogies. Dois de seus membros moraram nos Estados Unidos no início dos anos 80, e tiveram contato direto com a fonte e a cultura hip hop que moldava-se na época, em Nova York.
Em 1982, um núcleo de criação de rap foi formado em Santo André, no ABC paulista. Alguns amigos, que se conheceram em bailes e rodas de break, encontraram-se informalmente na casa de um deles para trocar informações e músicas Naquela época, não havia mp3, não havia cds, não havia internet, nem revistas especializadas. As informações passavam de boca a boca.
Esse grupo era formado por Rogério "Vermelho" Riese (dono da casa onde se reuniam), Marcio "MC L" Eufrosino, Marcelo "MC Mike" Rodrigues e Antonio "MC Brown" Cabrera.
No início, os raps eram criados apenas por brincadeira, geralmente fazendo piada de alguma situação. Todos contribuiam com suas letras e as músicas eram gravadas em um gravador caseiro Sanyo com microfone embutido. "Vermelho"era o DJ oficial. Posteriormente o sistema de gravação melhorou e passaram a usar tape decks, pick ups e microfones melhores.
O primeiro rap a ser criado foi escrito por Marcelo e chamava-se "Black Papa". Em seguida, vieram outros raps em inglês que utilizavam a música "The breaks" de "Kurtis Blow" como base instrumental e também "The invasion" do raper "T Ski Valley".
Em 1983, Marcelo e Cabrera gravaram sobre a base de "The breaks" um rap em comemoração ao aniversário da danceteria "Clube Xadrez", localizada no Vila Assunção, em Santo André. O DJ da casa era o lendário "DJ Zapp" que topou tocar a música na festa de aniversário da danceteria. Muita gente que dançava parou para ouvir um rap em português.
Em 1985, o "Xadrez" fechou suas portas e a galera mudou de endereço. Todos começaram a freqüentar o "CEV - Clube esportivo da Vila Vitória", também em Santo André. Alí, Marcelo, já utilizando o pseudônimo MC Mike, conseguiu convencer os DJs da casa a gravar com ele o tema da equipe "Tamantaurus". A base instrumental utilizada era "If I ruled the world" de "Kurtis Blow". A discotecagem da casa era ruizinha mas, como havia falta de opção para quem curtia black music, o pessoal ficou por alí uns tempos, até surgirem novas locais.
De São Paulo, MC Pepeu aparecia com sua versão da música "Big Butt" de "Bob Jimmy" que ganhou o título de "Pipoca".
Mike e Pepeu se juntaram e gravaram uma fita demo, com o auxílio do lendário "DJ Gege" da extinta danceteria "Sunshine". O nome da música era "Bastião" e utilizava como base a música "Fly guys" do grupo "Magic Trick".
Surgia em 1984, o grupo "Electric Boogies" formado por dançarinos de break de Santo André que gravaram o single "Break mandrake".
Miele já havia gravado um rap em 1979, mas era apenas uma brincadeira sobre a sucesso "rappers delight" do "Sugarhill Gang". Miele não era um rapper de verdade.
O "DJ Gege" da "Sunshine" juntou-se ao rapper "Toninho Ray" e gravou a música "I wanna happy birthday Sunshine" em homenagem ao aniversário da danceteria Sunshine com a base instrumental da música "Tie me up" do grupo "Mtume".
Mike, em seguida, gravou o tema de abertura do programa Super Special em 1985 que era apresentado por Serginho Caffé. No mesmo ano, participou de uma coletânea, com uma nova versão de "Bastião" com o novo título "Sebastian boys rap ". A produção foi do DJ Grego .
Por outro lado, em 1986, Cabrera compôs "Falando Macio" e participou ao lado e Marcio "MC L" do concurso de rap da danceteria "Club House", antiga "Kaskatas". Era a primeira letra engajada do rap nacional. Não ganhou o concurso que foi vencido por "Fresh Puma" e seu fenomenal "human beat box".
No mesmo ano, Cabrera formou o grupo "Heroína Verbal" ao lado de Puma e seu irmão.
Eliel "Mr Théo" Sobral, começou a cantar uma música de Cabrera chamada "Roleta Russa" com letra agressiva e politizada que fazia grande sucesso em seus shows. Theo já era conhecido nacionalmente pela música "Cerveja", uma versão de "Go see the doctor" de "Kool Moe Dee". Posteriormente lançou uma versão rap do samba-rock 16 toneladas, ao lado do rapper Billy. Em seguida lançou a música Vida ao lado do rapper MC Clau.
Mike apareceu com mais uma demo com a música "O Trem" que participou de uma coletânea, já no estilo Miami Bass.
Em 1998, Cabrera fez um show como DJ, junto com o grupo 'A Fúria", substituindo o DJ do grupo. Um guitarrista de nome "Russo", irmão do "MC Bacana" participou do show que foi marcado pelo estilo Miami Bass, típico do grupo "A Fúria".
Ainda em 1998, Cabrera foi ser DJ de uma nova casa noturna em Santo André, ao lado dos amigos Roberto, Marcelo e Toninho onde aperfeiçoou sua técnica de scratch, transformer schatch e mixagem.
Em 1989, Cabrera abandonou a discotecagem, só participando de festas exporádicas com seus amigos da "Good Time Team" e dedicou-se a sua carreira profissional como psicólogo e posteriormente como webdesigner, escritor e radialista.
Mike, desde os início dos anos 90, dedicou-se ao "Miami Base" e ao "Funk Carioca" , lançando 12 discos nesse estilo.
Mr Théo abandonou a música e nos últimos anos atuava como alfaiate em Santo André.
Rogério Riese, formou-se em engenharia, mudou-se para o sul do país e, desde então, não envolveu-se mais com música.
Puma é grafiteiro profissional já tendo realizado diversos trabalhos e exposições.
BLACK JUNIORS
Quarteto infanto-juvenil de Break criado pelo produtor Mister Sam e integrado por Laércio (voz), Adilson (voz), Francisco (voz) e Roberto (voz). Conjunto.banda fenômeno da música negra no Brasil nos anos 80, que tocava rap romântico e groover´s, com requintes de street dance.Lançado por Mister Sam pela gravadora RGE, o “Black Juniors” tornou-se sucesso nacional e o disco atingiu a vendagem de mais de 1.500.000.000 cópias ganhando então discos de ouro.
ENTENDENDO UM POUCO...
Os primeiros talentos tupiniquins, Nelsão Black Soul ou Nelsão Triunfo dançando break, conhecido também como “homem árvore” e sua turma o “Funk Cia.”, que inclusive fizeram à abertura da novela Partido Alto, na Rede Globo, sem esquecer que o Funk Cia. já vinham de muito tempo atrás; desde a época do Black Power dançando Funk no bailes de São Paulo.
Thaíde e o Humberto, ou melhor, o DJ Hum, MC Jack que também é DJ, Pepeu, Racionais Mc's. General G.,Considerado um dos melhores vocais e uma das melhores levadas de Rap, MC Mattar, nome artístico (pseudônimo) utilizado por Marcelo Cirino, Mister Theo, Ndee Naldinho, Geração Rap, Sampa Crew, Dynamic Duo,
Os irmãos Metralhas, também apareciam no cenário.
Esses nomes mencionados acima, embora alguns desconheçam e ignoram o fato, foram os primeiros RAPPERS a gravar disco de vinil.
Na época existia um concurso nacional de Break, o inesquecível Programa de auditório Barros de Alencar, que apresentou os grandes Poppers como Os Cobras e as Buffalo Girls e a grande final entre Os Dragon’s Breaker’s versus Gang de Rua (de Santos).
O Gang de Rua, foi fundado por Marcelo Cirino, e contava com mais três integrantes: Tijolo, Jorge Paixão e Daniel Paixão ( o rapper da gravadora Trama: Criminal D.).
Depois da febre de 85, surgiram nomes como: Back Spin, Jabaquaras Breakers, Red Crazy Crew, Street Warrior’s e Nação Zulu, que mantiveram vivo a arte do B.Boy.
Toda essa galera dançavam na Rua 24 de Maio, mas foram perseguidos por lojistas e policiais; depois foram para a São Bento e lá se fixaram. Houve um período de divisão entre os breakers e os rappers, os primeiros continuaram na São Bento, os outros foram para a Praça Roosevelt.
rap no Rio de Janeiro
No Rio um bonde ficava na praça Saens Pena e outro no Largo da Carioca no meio dos anos 80 , gente como Def Yuri , Suave , M.F.C. , Lord Sá ( em memória) Tito e outros e na Baixada Fluminense (Mesquita , Caxias , Nova iguaçu , Relford roxo) um montão de manos como por exemplo:Mad , Luck , Genaro , Mocassin de Caxias e outros...
Em 1985, o Dj Marlboro apareceu em São Paulo para vários bailes e trouxe consigo algumas fitas com demos de grupos de rap cariocas. Já naquela época, o estilo miami bass era o mais utilizado pelos rappers do Rio.
Um dos melhores rappers cariocas dessa época era "Afrika Batata" que cantava uma música autobiográfica, com letra cômica, sobre seu nascimento até a estréia como rapper. O rapper MC Tito (Tito Gomes) fazia parte dessa banda lendária.
Também havia um grupo chamado "Funk Firmeza". Tito continua em atividade e é um dos rappers mais criativos do RJ, nos últimos anos.
Marlboro produziu um rap sobre a base instrumental da música "O quê?" dos Titãs. A letra dessa música falava de preconceito contra as pessoas que curtiam funk na época. O vocal ficava a cargo do rapper Move (Marcelus), membro do Africa Batata.
Exemplos como os citados aqui ocorreram no país inteiro e ao mesmo tempo, portanto, é quase impossível identificarmos onde realmente o rap nacional eclodiu pela primeira vez.
MC Slow é fonte rara no H2 History!
ResponderExcluirBom, Poeta Xandu, como ouvinte, leitor e esbarrador de sua presença - tb tenho minhas obs.
Ops! Realmente, a levada do Carne de Porco e ainda mais o Rei Tim 3º - são levadas comuns no RAP. Mas, francamente, essa levada do Pig é comum no blues, e o Tim faz funk music mesmo. Sem querer agredir sua pesquisa - afinal são levadas comuns no rap.
Mas o RAP, q eu acho, é fazer em cima da base alheia - a tal beleza que é não precisar de banda como vc disse. No "roubo", nem o Sugar Hill Gang foi pioneiro... mas o mix é fundamental, o DJ com uso de obras rock-soul-funk alheias, e a levada com base nesse estilo que vc colocou é o próprio RAP. Usando banda, no lugar de DJ - Sugar Hill Gang é LP pioneiro. Sim, o Cool Herc, pioneiro nas ruas - nunca ouvi dizer q ele usava base de reggae... xápralá
Não vou me acompridar +
Sem contradições!
A pesquisa foi show de bola!
1 braço - Poeta Xandu