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8 de mai. de 2010

IGOR..O HERCULOIDE E O CINEASTA

Cinema Mito

Por que a gente faz cineclubismo? - essa coisa maluca que é exibir, louvar, discutir, pensar e imaginar imagens em movimento?

É Porque quando a gente dança de olhos fechados, sozinhos em meio a uma pista de dança qualquer, nós vemos imagens! Imagens que nos cantam ao pé do ouvido: imagens, imagens e imagens.

E de onde vem essa necessidade? Você vê os músicos, eles também ouvem a sina de sua arte em seus ouvidos, eles também experimentam dessa angústia.

Mas o ofício deles existe a milhões de anos. As pessoas praticamente nascem cantando. Imagine um músico que um dia acorda achando que nada tem sentido, vendo a vida como aquilo mesmo e decidindo pela inércia. Para se salvar, ele pode evocar uma ancestralidade fudida.

Ele pode evocar o toque que Bach deu em Deus, ele pode cantar e chamar as cantadoras de coco de Sergipe para si; se for com fervor, o bater de um tambor pode fazer cair o Maranhão naquele corpo descrente, e as células rítmicas originárias daquela terra vão fazer presente a África, com seus bandos errantes, em pleno festival da Carne.

Mas e nós cineastas? Nossa arte tem cem anos, ainda não nos distanciamos o suficiente para que criemos mitos, símbolos e lendas. Ainda é possível imaginar um papo com Glauber no boteco da esquina.

Há quem podemos recorrer quando tudo ficar muito pequeno? E por que as imagens não param de dançar em nossos ouvidos? De onde elas vêm?

Voltemos então ao nosso bando Neanderthal errante e nômade:

Estamos na África a aproximadamente 40 mil anos atrás. Depois de um dia duro de caminhada e de um honesto rango, um silêncio instaura-se em volta da fogueira, apenas o barulho do estalar dos galhos no fogo fazem companhia ao pequeno que recebe carinho da mãe e aos que admiram as infinitas estrelas deitados na relva.

Um dos mais velhos olha a fogueira em profundidade, suspira e, rompendo o silêncio e a escuridão, começa a contar uma história que um velho ancião contava quando ele era apenas um moleque. Uma história de tempos imemoriais…

O pequeno, protegido pela mãe, perde o olhar marejado pelo cansaço na fogueira. Sob o som hipnótico da narrativa o pequeno vai longe, vai para muito longe dali.

Então é isso caros cineclubistas/cineastas: temos peso, história e carga. Temos a quem evocar quando tudo parecer simulado. O imagético já está no ar há muito tempo.

E quer saber a verdade? Não existem cineclubistas, cineastas, artes plásticas, músicos e teatros.

Não existe Mate com Angu,Anticinema ,Cinerock, Cachaça, Curta o Curta, Nós do Cinema, Beco do Rato, Vídeovídeo, Cine Guandu, Cinema com Batuque, Sobrado Cultural, Atacadão, Malditos Filmes Brasileiros, Cavídeo e tantos outros.

Tudo isto são apenas botons presos a uma jaqueta que um dia estará fora de moda.

O que existe é este bando errante e metamorfoseante de uma mesma malha de afinidades.
E é o brilho no olhar, o mesmo tesão e o mesmo amor que te faz integrante!
A idéia é que nossa atividade seja a fogueira em meio à savana escura.
Somos um festival de liberdade e de algo a mais.



Igor Barradas
Cineclube Mate Com Angu
Cinema para uma melhor digestão



Esse Igor é um cara muito legal ,é muito falante e muito calmo , e sempre dava um jeito de melhorar meu astral ,sempre que seus filmes invadem minha retina ,via mate com angu ou iguacine ,no meu véio cine clube...





E esse outro Igor ?? Esse também é muito legal,é meio caladão e um pouco nervoso e sempre dava um jeito de melhorar meu astral ,sempre que invade a tela , via Band , da minha véia TV...

2 comentários:

  1. salve Slow!
    Deu brilho nos olhos esse seu texto. Principalmente ao terminar de aprontar uma sessão Cine Parede aqui em casa. O filme: Quarto 666 do Wim Wenders, com abertura de "De Volta ao Quarto 666", do Gustavo Spolidório... por que além de pensar cinema, existe a revolução cinema. Salve!

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  2. Slw Slow!
    Espero que tua ida pra saens pena tenha sido tranks! Foi muito forte a vibe de hoje! Deixo as sinceras de ter sido muito positiva a presença tua e do Marcio lá na Session XV! O Break é a casa! 1 braço - Poeta Xandu

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