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26 de jan. de 2010

TEMA - O FREESTYLE

Meu nome é Slow, faço rima há um bom tempo, já passei da casa dos 30, então já tô há um bom tempo rimando. Comecei na verdade fazendo funk ou Miami Bass , minha origem principal.

Do funk eu fui conhecendo o hip hop e descobri no começo do hip hop que o Freestyle era a parte fundamental das festas e existia muito improviso porque ainda não tinha muita gente escrevendo. Isso nos primórdios dos primórdios...

Então tinha uma galera que agitava... Não era nem uma letra, nem um Freestyle complexo, era mais um lance de "get up!", "diga HOW", "say how", "faça barulho!"
Isso foi o Freestyle primórdio que os caras foram gritando as palavras de ordem.

Daí eu já fui fazer mais uma rima, foi incentivando, tipo pelos caras mais cascudos. Então eu sabia que isso fazia parte da cultura. Nunca vi isso como uma moda que começou na Lapa em 2000, 1999...

Eu sei que isso é uma parada muito mais antiga e muito mais séria do que parece porque é a capacidade nata de um MC conseguir fazer rap sem estar escrevendo esse rap. Então é uma parada que tem que ser perpetuada por que faz, não deve ser discriminada nem achar que é uma coisa de moda porque realmente isso não é.

A moda é uma coisa que aparece. Tá na moda fazer Freestyle mas não quer dizer que isso seja uma moda. Eu faço Freestyle porque eu acredito que consigo transmitir alguma coisa além do que escrevo.

Eu participei da primeira Liga dos MC´s, eu nunca tinha entrado na Batalha do Real. Entrei e não sabia como era a regra direito, nunca tinha visto nenhum filme e cheguei ao final. O Bob X hoje, o cara nunca batalhou na vida dele e nenhum tipo de batalha e chegou à final em outra batalha que aconteceu.

Então isso mostra que o MC, ele não tem que ser programado pra fazer rima, ele tem só que chegar lá e fazer. O cara nunca rimou e chegou à final... Nunca tinha participado de batalhas e cheguei a várias finais e ganhei algumas...

Não que chegar à final seja uma coisa muito importante, o lance é você demonstrar o seu talento, a sua verdade e mostrar que você pode fazer tão bem uma coisa escrita quanto uma coisa improvisada. É muito chato quando você consegue somente escrever uma coisa boa ou você só consegue fazer um Freestyle bom e não consegue escrever bem. Claro que ninguém é perfeito, mas o ideal é que todo MC se aprimorasse nas duas vertentes: o rap escrito e o rap improvisado.

Porque isso aí não é mérito, não é ego. É qualidade. Então tudo que você faz na vida tem que ser com qualidade, independente se for Freestyle, rap, seja break, graffiti, produção.

Quando você usa qualidade aliado ao coração, tem que sair bom, vai sair bom e sai bom! Essa é a parada, Slow da BF saindo fora e aquele abraço.

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