BREAK...
Em 198... surgia algo novo, diferente, contagiante. O break chegava ao Brasil, ao som de "Buffalo Gals" de Malcoln McLaren.
Também apareceram o Art of Noise com a música "Break Dance", Afrika Bambaataa com "Looking for the Perfect Beat" entre dezenas de outros.
Afrika Bambaataa já havia entrado para a história em 1982, com seu hit "Planet Rock" que usava as bases da música "Trans Europe Express" do grupo alemão Krafwerk. A febre do break durou curtos 12 meses e trouxe grupos nacionais para os discos: Black Juniors, com a sua "Mas que linda estás" e o Electric Boogie, com o single "Break Mandrake" que não vingou.
Na TV, viamos no programa de Murilo Nelly (SBT), nas noites de quarta-feira e no de Barros de Alencar, (Record) aos sábados, os grupos de dança disputarem palmo a palmo o título de melhores do break. Entre eles havia um grupo invencivel. "Os Cobras"
(na Record) que ficaram para a história, juntamente com os Electric Boogies (no SBT) como melhores grupos de break do Brasil.
No rastro desses dois grupos surgiram outros como Bufallo Girls e Gang de Rua,
(do dançarino Marcelo Cirino, conhecido na época como Minhoca e que nos anos 90 formaria o Dança de Rua, de Santos).
O break deixou de ser mania em 1984, quando uma nova onda surgia...
a New Wave com B-52`s, Devo, General Public e grupos nacionais como Gang 90, Kiko Zambianchi, Telex, Doutor Silvana, entre muitos.
Em 1985, Iraí Campos traria para as rádios paulistas direto de Nova York um novo ritmo, a House Music, nascida do clube de Chicago,Warehouse, o que deu origem ao seu nome. Virou uma febre que durou até o final dos anos 80.
De outro lado, o rap crescia no Brasil com a visita de vários grupos americanos como MC Cooley C, Whodini, Kurtis Blow, Kool Moe Dee e o grupo de tecno funk Zapp.
O rap nacional dava as caras com os Racionais Mc`s, Radicais do Peso, Mr Theo & Billy, Thaide & DJ Hum, MC Jack, entre muitos.
Contemporizando...
Vivemos hoje a era da velocidade da informação. Em alguns segundos ficamos sabendo de algo que acontece no Japão ou Holanda. Mas, nos anos 70 e 80, não era bem assim. A informação demorava anos para chegar aqui, isso quando chegava.
Com o break não foi diferente. O estilo surgiu nos Estados Unidos na virada dos anos 60 para os anos 70. Grupos lendários como Electric Boogaloos, Zulu Nation e Rock Steady Crew já detonavam a cena novaiorquina no meio dos anos 70.
Em terras tupiniquins, o estilo de dançar que aliava movimentos de lutas marciais com malabarismo e muito estilo chegou em 1983. E para piorar, veio como uma moda e não como uma tendência. De uma hora para outra, todo garoto, seja ele adepto da black music ou não, resolveu dançar break.
O que se via nas danceterias,domingueiras e programas de TV era um bando de gente que não tinha a menor idéia da origem daquela dança se aventurando a dar seus "passinhos quebrados".
Talvez por culpa disso, criou-se, na época, um preconceito grande pelo estilo de dança. Médicos iam à tv dizer que a dança fazia mal à coluna, à saúde. Para piorar, vários acidentes aconteceram com garotos que não tinham nem informação, nem orientação para dançar o break.
Isso culminou com duas mortes, uma delas, devido à tentativa de um garoto de girar de cabeça para baixo. Resultado: quebrou o pescoço.
Um dos pioneiros do break no Brasil foi Nelson Triunfo, um veterano da dança e que já no início dos anos 80, fazia shows dançando soul music,no melhor estilo James Brown em clubes e danceterias de São Paulo e interior do estado. Outro lendário dançarino e pioneiro na arte da dança e Nino Brown.
Nino, um fã incondicional de James Brown, incorporou o sobrenome do ídolo e fez muito pela dança de rua brasileira. Fez parte do grupo Funk Cia e , ao lado de Triunfo, pos ordem na cena dançante brasileira. Nino é responsável atualmente pela Zulu Nation Brasil.
Thaide, Gerson King Combo e Nino Brown.
A pressão sobre os dançarinos aumentava, a polícia coibia qualquer roda de break no Metrô ou nas ruas. E os programas de TV se deliciavam com a audiência dos concursos de break e da ousadia dos dançarinos. Se quebrassem o pescoço em rede nacional, melhor para a audiência do programa. O curioso é que nunca houve um acidente em programa de TV.
Programas como os de Barros de Alencar (TV Record) e Murilo Neri (SBT), organizavam competições acirradas entre grupos de várias partes de São Paulo e Rio de Janeiro.
No SBT, os reis do break eram os "Electric Boogies" e na Record eram "Os Cobras".
O Electric Boogies tinham em seu elenco garotos que acabavam de chegar de Nova York e que traziam a dança em sua bagagem. Foram os primeiros a fazerem o "moinho e vento", passo em que o dançarinho roda com as costas no chão, simulando uma hélice em movimento.
Já os Cobras eram mestres no estilo "Electric Boogallo" que simulava movimentos robóticos e "quebrados".
Mas os verdadeiros amantes da arte de rua continuaram dançando o break e atravessaram os anos 80 e 90, dançando e passando a cultura de rua a frente.
Graças a esses embaixadores do break, você encontra dançarinos desse estilo no Brasil atualmente.
Conheça alguns grupos e dançarinos importantes do movimento
Brasil
Electric Boogies - originários de Santo André, no ABC paulista.
Os Cobras - vindos da periferia de São Paulo
Bufallo Girls - primeiro grupo feminino de break
Back Spin - o rapper Thaide era um de seus membros
Nelson Triunfo - pioneiro de black dance e break, está na ativa ainda
Black Juniors - gravaram um lp e fizeram sucesso, aparecendo até no Fantástico
Master Crew - breakers da nova geração paulista.
Gbcr - grupo do Rio de Janeiro.
DF zulu - grupo de Brasília.
Gringos
Zulu Nation - grupo formado por Afrika Bambaataa nos anos 70
Electric Boogallos - grupo de break dos anos 70
Poppin Pete - membro do Electric Boogallos
Rock Steady Crew - os rivais da Zulu nation
Crazy Legs - membro lendário do Rock Steady Crew, ainda na ativa
Mr. Wave - outro lendário breaker americano.
Mr. Wiggles - Steffan Clemente é um dos mais conhecidos dançarinos de rua, principalmente por sua habilidades popping
Popmaster Fabel - Jorge "FABEL" Pabon nasceu e cresceu no Harlem, Nova Iorque.
Ken Swift -nascido Kenneth James Gabber é um b-boy de NY.
É isso hiphop é mais do que: yo, mtv rap
slow
Salveee! Realmente, quase toda semana tenho uma boa aula por aqui. Outro txt de prima, Slow, de primeiríssima mesmo.
ResponderExcluir1 braço
Poeta Xandu