A cura da chamada doença da invisibilidade sentimental ou da arrebatação das emoções não é tarefa simples e não depende da intervenção diária de blogs ou da ingestão de pílulas de humanidade de qualquer doutor "casa" do Souza Aguiar.
A verdadeira causa desta falha psicológica-física ou espiritual-fisíologica não será eliminada com o aconselhamento profissional por hiper-textos ou de medicamentos encantados, de quem padece do mesmo mal e não sabe como combatê-las em si mesmo.
Essa é uma das contradições da pedagogia-urbanizada e da psicologia-asfáltica moderna: o escritor ou o poeta-rapper-artísta pretende ajudar a outros no enfrentamento de dificuldades pessoais sem antes tê-las superado em suas próprias vidas.
A invisibilidade sentimental ou a arrebatação das emoções são umas propensões mentais e almaticas provenientes do ócio verborrágico e de abstrações estéreis das vozes que ouvimos no fundo do ouvido. A rotina sem risos e o automatismo mental do trabalho por dinheiro tornaram o ser humano distraído , como um pássaro na gaiola e desatento como uma gaiola num pássaro.
A invisibilidade sentimental ou a arrebatação das emoções tornam as pessoas ingênuas e inseguras; joguetes nas mãos de espertalhões que escrevem coisas na web ou publicam livros pelo mundo. Talvez por isso, a cultura atual seja tão voltada para as distrações de todo gênero, o ócio e a inatividade mental.
A atenção a fala liliputiana dos homenzinho verdes que temos no ombro que se metem em tudo o que se faz , sem o concurso da madame de cabelos pretos que nos alerta de tudo que pensamos errado , é inoperante. No entanto, a felicidade humana com pequenitas coisas anda muito inativa, escondida, deprimida.
Num mundo azul onde grandes mentiras verdes são tidas como verdades amarelas, a ampliação da gargalhada fica impossibilitada, e a síndrome da invisibilidade sentimental ou da arrebatação das emoções alastram-se em proporções assustadoras feito o cara fofoqueiro que fala OK-OK e tem cabelo armado.
Tempo é dinheiro. Ter é poder. Onde falta dinheiro, falta felicidade. Essas são algumas das inúmeras faces da Grande Mentira escrita em letras invísiveis nos nossos cartões de crédito e contas bancarias que compram a alma humana para sacrificá-la como o diabo descrito por Goethe.
O mecanismo da risada deve ser regido pela semi-loucura bonita de se ver e não por remédios charlatonescos, tratamentos em clínicas suspensas da Babilonia ou aconselhamento virtual-espiritual duvidoso pelos blogs e afins esquizzzzzzzzzitos , então tente ser sangue-bom.
"Mas slow , o que que significa ser sangue-bom?" me perguntam agora milhares de leitores deste blog...
A sangueboniçe pressupõe o exercício de diversas funções mentais escolhidas pelos fofão da turma do balão mágico que podem se complementar em mútua colaboração:
Recordar as cantigas da Luluzinha, observar as lagartixas gemeas do deserto de gobi, refletir nas caretas do Seu Madruga, pensar nas músicas dos repentistas, julgar as invençoes de Umberto Eco, raciocinar com os ursos da Colombia, imaginar as madeixas das gueixas cheias de queixas, combinar com o senado uns 2 dias só por semana para roubarem os cofres públicos .
A sangueboniçe é a faculdade maior que se resume no funcionamento harmônico das mencionadas para o bem e superação total em cada mínimo aspecto do indivíduo, o que, em geral, não acontece.
A cultura global,recordatal ,bandeirantal e Silviosantal que recebemos de nossos antepassados aparelhos de TV está voltada, quase que exclusivamente, para a utilização da lágrima e da falta de imaginação. Nas escolas do RJ as crianças são massacradas com uma infinidade de informações que devem ser memorizadas em detrimento das outras funções , como soltar pipa nos fios do cabelo da mãe , ler nas penugens dos canarios amarelinhos ou escrever nas asas de mosquitos. Essa memorização absurda será necessária para o vestibular(isola 3 vezes) que exigirá do jovem um enciclopedismo inútil que mais tarde servira para...para...ée ..para ..ah deixa prá lá...
O alegrismo não desenvolvido faz com que a pessoa aceite, passiva e ingenuamente, versões absurdas sobre a realidade fornecidas pelos bbbs e ídolos, fantasias de toda a índole que se opõem à verdade, acorrentando o espírito guerreiro comanche - potencialmente inteligente - no claustro de crenças absurdas nos deuses Faustões e Gugus. O desenvolvimento da sangueboniçe exige o adestramento da observação das letras que não existem, do juízo do que não se julga, da razão que desacelera a terra, do entendimento das palvras do Mutley (pegue o pombo), do pensar nas viagens de Gulliver.
O ser humano não pode se transformar num papagaio chamado José repetidor de falas criadas por outros, nem num ser que vive a matar coisas que nunca deu vida como os Wagneres monteres da mídia. A sangueboniçe deve ser desenvolvida na realização das principais tarefas de sua vida: evoluir e colaborar com as outras pessoas nesse sentido. Ser sangue-bom implica ser humano, saber conviver com as pessoas, buscar e ir encontrando a felicidade através da vida.
A sangueboniçe é um dom divino que nem todos recebem ao nascer para este mundo matrixiano mas que pode ser desenvolvida sem as capsulas de cartilagem de tubarão ou os comprimidos das conchas de ostras. Blog algum haverá de substituir essa capacidade cognoscitiva e criativa que alguns têm e que nos faz feliz.
Ser mais sangue-bom significa ser mais humano, interessar-se pelo próprio futuro dos risos sem controle e o dos demais insetos sem nome da Ama"zona", estar atento ao que ocorre na própria vida, no dia-a-dia, com o intuito de aperfeiçoar a conduta e facilitar a convivência com as outras pessoas.
Se ao invés de ter lido, eu tivesse ouvido esse discurso/desabafo, dito em voz alta, a minha primeira reação, ao final do mesmo, seria A P L A U D I R: Plá, plá, plá, plaplaplaplaplaplaplaplaplaplaplaplaplaplapla
ResponderExcluirBravo!