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7 de jun. de 2009

Sempre preferi ser o lobo sem cercas, pulando os carneiros...

Ontem fui visitar o cinema sem saber qual filme estaria em cartaz, e pra minha bela surpresa lá estava O Exterminador do futuro parte sei lá quanta...

De cara pode ser que alguns narizes se torçam para esse tipo de filme ,até o meu , confesso , mais a torção foi atenuada por exemplo ao ver o ator Christian Bale no elenco...

Depois que assisti ao filme O Maquinista , onde esse maluco teve que perder milhares de kilogramas pra interpretar um lunático mas apaixonante personagem , eu me tornei fã incondicional ..Nem vou falar dele em Batman sei la qual , pois o maquinista é 100000 de vezes melhor que o morceguinho...Recomendo...


Bale é um operário de uma fábrica eu acho que não dorme há cerca de um ano. O seu peso, já diminuto, não pára de diminuir (sonho das modeletes globais em geral). Ele ainda é perseguido e ameaçado por um colega de trabalho, Ivan , se não me engano , e que mais ninguém ve. Entretanto, alguém fica invadindo a casa do batman magricela, deixando-lhe recados na geladeira, incluindo um enigmático jogo da forca.

Este filme mergulha no mais profundo da alma humana, explorando os seus tormentos. Tira-nos a respiração, choca-nos e assenta-nos um murro bem no meio do estômago ou da cara. Um filme noir onde a tensão e confusão do personagem transpiram para o espectador, graças a uma realização atenciosa e uma interpretação fulminante.


Bem , descobri que o diretor McG pediu ao Bale e ao elenco que lessem os livros "The Road", de Cormac McCarthy, e "Do Androids Dream of Electric Sheep?", de Philip K. Dick. O objetivo era que fosse melhor compreendida a desolação da realidade retratada no filme.


Fiquei sabendo também que o tal de Ridley Scott partiu do conto "Do Androids Dream of Electric Sheep?", de Philip K. Dick, para apresentar um mundo futuro exausto, denso, poluído e violento no filme Blade Runner.

Repararam no título ?


A história de contar carneirinhos para chamar o sono nunca me convenceu.
Recordo-me, desde sempre, que enquanto o sono não chegava utilizava a fantasia… Fosse a de estar num pequeno barco à vela num atol ou num recife, a de possuir a maior coleção de bolas de gude do mundo, a de ser maquinista de um trem que atravessasse toda a Baixada Fluminense, a de ser um cientista que descobrisse como dar cabo de bactérias sem dar cabo de células...tantas!!!!!!!!!

Quando me entretinha com um qualquer Revista Mad (lembra?) e surgia um qualquer simbolismo de sono, além do serrote do ressonar, frequentemente surgiam os carneirinhos saltando uma cerca. Recordo-me de me ter forçado a experimentar contá-los uma vez em que o sono custava a chegar, fosse por excitação fosse por ansiedade. Lembro-me de ainda ter ficado mais irritado, não bastava ter ido para a cama forçado, como ainda por cima aquela atividade maluca e sem qualquer objetivo de contar carneiros a saltar uma cerca, era a mãe de todas as insonias.

Sempre preferi ser o lobo pulando os carneiros...



Este "formato" dos carneiros não é compatível comigo. Sempre me interroguei de onde viriam aqueles carneiros, e para onde se dirigiam após cada salto, e mais: quem ou o que os submeteria à provação da obrigatoriedade de saltar aquela cerca!? Não sei se mais alguém se interrogou desta forma acerca daqueles carneiros. Não sei tão pouco qual o significado simbólico, ou a interpretação que se pode efetuar desta "metáfora" colectiva.

E uma simples visita ao cinema , me faz pensar em coisas maiores do que o filme em si , que não chega a ser fabuloso, como o maquinista ...Mas, me faz querer ver o filme THE ROAD e ler os livroS , e continuar a minha vida sabendo que nem tudo é em vão e que no fim da "road" pode ser que tenhamos uma surpresa legal...

Mas sei que Philip K. Dick conseguiu tocar em algo muito interessante ao colocar a questão de se os Andróides sonhariam com carneiros eléctricos.

Exterminadores , Batman e Maquinistas à parte, o título encerra em si todo um conjunto de questões muito interessantes.

Seres diferentes de nós, sonharão?

Se sonham, como se caracterizarão esses sonhos?

Se nós já somos tão diferentes uns dos outros, qual a validade desses "formatos" de sonho?

Afinal, estamos ou não numa sociedade de sonhos fabricados, imaginários e de objetos de afeto modeláveis?

Afinal...
Do Androids Dream of Electric Sheep?

Um comentário:

  1. Adorei esse filme com Bale,mas fico impressionada como o titulo do filme muda de pais para pais,aqui na Italia:"L'uomo senza sonno"(O homem sem sono),enfim acredito que vivemos em uma sociedade "Pré-moldada" diga-se de passagem.

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