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7 de mai. de 2009

Dreadlocks,Bíblia e Sementes...


Assisti esta manhã,pela HBO, o documentário AFRIKA UNITE...


Um ótimo café da manhã, já que mais tarde estarei mandando uns versos numa festa na lapa regada a muito reggae e ramificações dessa árvore e dessa filosofia de vida ...




Fiquei muito impressionado com o documentário onde pude ver, além da família Marley, pessoas como Laura Hill e Danny Glover e entender um pouco da Etiópia e sua importância, no sonho de unidade Africana e com o concerto que aconteceu também.



Outra coisa que me fez muito feliz, foi ver, que a historia de Bob marley, continua, através de suas sementes vivas:

Sharon Marley (adotiva)

Imani Carole Marley

Robert Robbie Marley 

Karen Marley

Rohan Marley 

Stephanie Marley (adotiva)

Cedella Marley 

Makeda Marley

Julian Ricardo Marley 

Damian "Jr Gong" Marley 

Kymani Marley 

David Ziggy Marley 

Stephen Marley

Aqueles que conheciam o artista de reggae Bob Marley, sabiam que ele tinha uma afinidade especial com as crianças pequenas. 

Em muitas ocasiões, Bob parou o seu carro para brincar com as crianças pelo caminho. 

Ele se sentia reforçado por eles e abençoado por ter suas próprias crianças. 

As crianças são maravilhosas, dizia Bob. 
Duas das músicas de Bob fazem promessas aos seus filhos: “High Tide or Low Tide” and “So Jah Sey”. 

Nesta última, Bob jura que nenhuma das suas “sementes” terá de sentar-se na calçada e mendigar o pão. 

Seus filhos eram muito importantes para ele. Durante a sua doença, o pai de muitos reforçou que acima de qualquer outra coisa, seus bens eram para o cuidado e o bem-estar dos seus filhos.

Bob Marley, foi pai de muitas crianças e teve muitas amantes. 

Bob Marley se casou com Alpharita Anderson, mais conhecida como Rita Marley, em 10 de fevereiro de 1966. 

Rita já era mãe de uma filha que se chamava Sharon, e que depois veio a fazer parte do grupo Melody Makers, formado por filhos de Bob. 

Ela foi adotada, reconhecida, levou o seu sobrenome e foi criada como filha do futuro rei do reggae. 

Rita Marley sua esposa :

Neste sentido, ele tipifica o Rastaman que trata as mulheres como forma de gratificação sexual e escravas doméstica. 

No entanto, ele é atípico a sua própria crença, porque ele se responsabilizou financeiramente e afetivamente com as crianças que nasceram a partir de seus relacionamentos. 

Conforme evidenciado pelas obras escritas sobre Marley e sua influência sobre o mundo atual, Marley é uma lenda viva, seja por meio de seus filhos, ou por sua música e mensagens positivas, com certeza ele acertou mais do que errou.

Muitas pessoas me perguntam o que é ras tafari, porque me observam, quase sempre falando disso nos raps e frees que faço,bom, posso compartilhar coisas que sei do meu modo de entender que talvez não sejam os únicos modos de entender...

Ras significa “cabeça , príncipe” em aramaico e Tafari ,”Sem medo”.

Ras Tafari é um movimento pan-africano com apresentações e messiânicas, que se originaram no despertar de uma revelação profética feita pôr Marcus Garvey na Jamaica. 

Desde sua inserção na década de 30 o movimento cresceu de uma pequena localidade, em West Kingston à um movimento internacional de repatriação negra.

Durante esse período de transição na década de 60, um grande numero de descontentes e jovens da classe media juntaram-se aos miseráveis que moravam nas favelas, e dali formaram o esteio do movimento Ras Tafari I.

Esse crescimento acelerado foi acompanhado pela popularização da doutrina Rasta através da comunicação de massa e também artisticamente os ritimos de musica Ska, rocksteady e o reggae disseminaram nas décadas de 60 e 70 os valores e os sentimentos dos Dreadlocks (um dos termos empregados para identificas um Rastas) , como um apelo alternativo depois das épocas de pós-colonialismo.


Como um a cultura/ filosofia, Ras Tafari I é uma forma de Zionismo Negro que segue a leitura da Bíblia (na versão etíope Kebra Negasta- “Gloria dos Reis”, diferente da versão européia King James ) como credo milenar da redenção africana. 

Identificam-se a si próprios como os Israelitas do Velho Testamento, provendo uma seqüência de interpretações mítico-poéticas da História da Diaspora Negra. 

Capturados e vendidos dentro da escravidão pelos europeus, os Rastas vêem os africanos e seus descendentes no oeste como vivendo na moderna Babilônia, a sociedade branca e opressora que significou mais de 400 anos de perseguição e colonialismo.

No idioma de redenção dos Rastas , a única salvação para o negro do Oeste é se repatriar a seu lar ancestral : Etiópia – África . 

Enquanto opiniões dentro do movimento divergem como precisamente a repatriação ocorrerá e sua natureza , espiritual ou física, Ras Tafari I reconhece que isso será iminente e sinalizará a total inversão da estrutura de poder vigente no mundo.

Ao contrario de outras formações culturais pan-africanas ; pôr exemplo, Santeira em Cuba, Vudu no Haiti, Candomblé no Brasil e Xangô em Trinidade, Ras Tafari I é um fenômeno do seculo XX sem antecedente cultural no Oeste ou herança da cultura central – africana.


Os rituais Rastas mantêm uma continuidade na identidade africana e nas tradições associadas como pôr exemplo rituais de dança e tambores, praticas de cura e crença no poder mágico das palavras – “word/sound &Power” (“Palavra/Som &Poder).

Imagens da realeza Etíope, eventos e personagens do Velho Testamento, uma forma ritualística de se falar e o uso de longos cabelos, chamados de Dread Locks têm sido adotados e transformados nos símbolos e na tradição dos Rastas . 

No contexto da Diáspora, essa tradição é melhor entendida como uma resposta a ideologia da raça dominante.

Essa etnia se refere à auto – conscientização da cultura com o intuito de disseminar uma nova mensagem, juntamente com sua simbologia e religiosidade. 

O Etiopianismo anunciou uma nova fase dos rituais jamaicanos , onde os Rastas identificaram-se como “crianças”, tanto no sentido espiritual como genealógico, como que mantendo o parentesco com os antigos Israelitas que seguiram Moisés através do Mar Vermelho séculos atrás.

As crônicas bíblicas do “Exílio” e do “Retorno a Terra Prometida” serviram como documento mítico para a prisão dos escravos no Novo Mundo , e de seu anseio pôr redenção fora da escravidão. 

O uso de velhos materiais para a criação de uma nova estrutura profética fez com que surgisse a imagem da Etiópia- Israel como sendo uma nação negra. 

Faz parte da tradição Rasta , pôr Exemplo , cantar e agradecer o “Sagrado Monte Sião”(HOLY MOUNT ZION) que é reconhecido pela fé como sendo o lar de Jah Ras Tafari I.

Esse processo serviu para cristalizar a soberania e a legitimidade africana numa aparência político- religiosa única.

Através de referencias bíblicas à Etiópia, por exemplo no salmo 68:31, “Etiópia logo estenderá Suas mãos a Deus”, e nos Atos dos Apóstolos 8:27, pessoas de descendência africana aprendam a reconhecer seu país perdido e a herança nas referencia a Etiópia e etíopes. 

Assim, os Rastas começaram a tratar com carinho todas as referências etíopes na bíblia, pois ali havia a promessa libertadora , e que , quando contrastava com a indignidade da escravidão nas plantações, mostravam o negro numa luz humana e digna.

Para Garvey ser negro significava ser africano, “em casa ou no estrangeiro”, e a identidade racial estipulava direitos nacionais. 

Sob o título “África para os Africanos” , Garvey relançou a tradição etíope dentro de um programa politico para a libertação dos negros. 

A visão de Garvey da ‘redenção africana’ foi e permanece radical no sentido que, pela primeira vez na historia, o povo negro era reconhecido universalmente como Africanos no contexto de um movimento de massa com popularidade internacional.

O que é único aos Rastas da Jamaica , na tradição emancipadora africana é sua direta identificação com o Estado Teocrático da Etiópia, sob a regência “eterna” do Imperador Haile Selassie I , intitulado Jah Ras Tafari I. Modelando-se como a reincarnação dos antigos Israelitas, os Rastas usam o passado bíblico da teocracia judaica para formar sua etnia como uma família , uma nação .

A frase profética mais notável atribuída a Marcus Massiah Garvey afirma, “Olhem para a África! Quando um Rei for coroado, o dia da redenção estará nas mãos”. 

A coroação em 2 de novembro de 1930 do imperador Haile Selassie I da Etiópia, formalmente intitulado Ras Tafari I foi interpretada como a confirmação da profecia.


Na fé dos Rastas, Haile Selassie é reverenciado como Jah Ras Tafari I, o Messias, o Cristo Negro que ascendeu ao Trono do Rei Davi em Adis Ababa, oficializando a promessa de uma nova ordem espiritual. 

Como defensor do Trono contra o ataque fascista de Mussolini em 1935, como um dos chefes- arquitetos do nacionalismo pan-africano através da fundação da OAU em Adis Ababa em 1963, mais tarde como monarca – embaixador do Estado independente mais velho da Africa, a Etiópia, o Imperador Selassie conseguiu o respeito de inumeráveis negros e foi reconhecido como o defensor de união e liberdade africana.

Haile Selassie é um nome sagrado, que traduzido significa “Poder da Trindade”. 

Em todas as antigas religiões encontra-se a mesma analogia à Primeira Lei de Deus: 
ação – reação – equilíbrio. 

No cristianismo essa mesma fórmula é reconhecida no Pai - Filho - Espirito santo
no hinduismo, vishnu - krishna - brahma

Porem , o que autenticava a força verdadeira do Ras Tafari era a personificação da Primeira Lei em uma só pessoa, Haile Selassie I.

A “conversa Rasta” a forma ritual de se falar , praticada em diferentes graus no movimento , é especialmente proeminente entre os aderentes da Ordem Nyahbinghi. 

Considerando o movimento messiânico e também milenar Ras Tafari I encaixe-se na discriminação “anti sociedade” , “uma sociedade estabelecida dentro de outra sociedade” como uma alternativa consciente. 

É um modo de resistência ao mercado ainda “escravista” da moderna babilonia.

“I and I” (Eu e Eu) é usado seja onde um pronome aparecer no discurso; substitui ‘você e eu’. 

O uso obliquo do pronome expressa a igualdade presumida entre os Rastas. “I and I” significa a identidade comum dos oradores como filhos de Haile Selassie I. 

Os nomes proferidos pelos Rastas exemplificam a associação do homem e Deus. 

A enunciação de “I”(eu) quando pronunciado “Jah Ras Tafari I” ou “Haile I SelassieI” conecta a intenção pessoal com a vibração divina.

“Quem é você ? não há nenhum você. Há somente Eu, Eu e Eu. Eu é você, Eu é Deus, Deus é Eu. Deus é você mas não há nenhum você, porque você é Eu, então Eu e Eu é Deus. Nós somos todos cada um e um com Deus porque é a mesma energia de Vida que flui em todos nós”.

Justificações ideológicas para o ritual de consumo da ganja (maconha) são comuns entre os Rastas. 

Eu queria pular essa parte , neste momento , só pra tentar manter um foc, mais com minha cara, não é nada pessoal ...

O Dreadlock, distintamente despenteado e com a barba e o cabelo longo é outra apresentação da identidade cultural dos Rastas. 

Muitos jamaicanos inclusive, freqüentemente consideram a aparência desleixada dos Dreads como uma indicação de falta de padrões de limpeza. 
Eles incorretamente dizem que os Rastas nunca lavam seus cabelos.

Aqueles com dreadlocks são estigmatizados como loucos pela sociedade jamaicana em geral. Os Rastas também são conhecidos como “Knotty Dread” (Dread barbudo) ou na linguagem que freqüentemente usam- “Natty Dread”. 

Eles são rejeitados à empregos basicamente pôr suas aparências. 

Na sociedade jamaicana colonial e pós – colonial , a policia em muitas ocasiões cortava os cabelos dos Rastas (dreadlocks) como um ato de rejeição pública e controle social sobre o movimento.


Os Rastas crêem no poder místico dos Dreadlocks são entendidos de acordo com a interpretação bíblica como o “voto dos Nazarenos” e também como prova de serem eles os “escolhidos” durante esse tempo de julgamento. 

Finalmente, eles fundamentalizam o crescimento dos dreads como um estado natural de aparência do Homem , sancionado pôr Deus. 

“O brilho dos dreads é o brilho da luz negra, um ato feito para chamar as forças do Julgamento para fazer o coração perverso cair fora da Criação, para destruir e paralisar todos os depressores”. 

Dentre outras argumentações apresentadas pelos Rastas com relação ao dreadlock, a mais conhecida é que a barba e os cabelos compridos representam a juba do leão, símbolo da filosofia Rasta.

Entre os Rastas é muito comum a interpretação das passagens bíblicas. A versão bíblica do rei James da Inglaterra é tida como contendo apenas metade do “livro da Vida”

Os próprios Rastas costumam lembrar que “a outra metade nunca foi contada”

Os Rastas usam a versão Macabeus de origem etíope, considerado o livro integral da Revelação. Entre revelações encontra-se o segredo e o significado dos Sete Selos do Rei Salomão.

“E Eu chorei muito pôr nenhum homem ser merecedor de abrir o livro nem soltar os Sete Selos"

E um dos anciões disse, “Não chore, contemple o Leão da tribo de Judá. 
A raiz de Davi foi capaz de abrir o Livro e soltar os Sete Selos e Eu contemplei e no meio do trono, no meio dos anciões ,um cordeiro foi morto pô sete chifres, de sete olhos e dos sete espíritos de Jeová eterno, enviado adiante pôr toda a terra e Ele veio e tomou o livro na mão direita de Sua Majestade Jah Ras Tafari I que está sentado no Trono”. 

E o sétimo Selo foi libertado. 
O Sétimo Selo é conhecido como Haile Selassie I o Primeiro da Etiópia”.

QUE DEUS ESTEJA NOS NOSSOS CORAÇÕES ...

OUÇA :www.myspace.com/slowdabf

2 comentários:

  1. Oiieee.. Gostei muito da repostagem de vocês.
    Acredito que, tentando explicar a origem e ideologia dos dreads, as pessoas entendam por que e como é bonito mantê-los e sem preconceito

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  2. Fiquei completamente sem palavras, o reggae é vida, luz, crenças, sabias são as palavras do pai BOB MARLEY, que ele estaj sempre conosco, forte abraço a todos os regueiros deste mundo...

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