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12 de set. de 2013

raras flores!!

Nunca... Nunca... Nunca mais olharei com os mesmos olhos para o Parque do Flamengo... 

Como disse a maravilhosa poeta Elisabeth Bishop , "treinemos o olhar"... Discreta, a poeta norte-americana não gostava de falar em público. 

A autora, que viveu de 1951 até o final da década de 1960 no Brasil, tampouco tinha coragem de recitar seus poemas. Acabou tendo a vida exposta no cinema.

"Flores Raras", longa do diretor brasileiro Bruno Barreto (gostei muito do filme ) retrata detalhes da vida íntima da poeta, como seu problema com o alcoolismo e seu relacionamento com a urbanista e paisagista (se dizia arquiteta) brasileira que fez toda a concepção do Parque, Lota de Macedo Soares que ingeriu antidepressivos na casa da poeta e morreu (1967)...

Essa mulher Maravilhosa , Bishop , era conhecida pelo perfeccionismo em relação ao seu trabalho. Ela contou, em entrevista à "Paris Review", em 1978, que nunca gostou do poema "O Alce", mesmo tendo levado mais de 20 anos para terminá-lo, em 1976.

Sou meio assim.. Nunca gosto muito do que escrevo...

A poesia e a pessoa desta americana meio Amy Winehouse - meio Augusto dos anjos me deixou tonto e nunca mais vou ver o Parque do Flamengo , que foi pensado por uma outra forte mulher , que bebeu da fonte da convivência ora trágica ora frenética da poeta , na época que pensou no Parque!!

Nunca mais olharei com os mesmos olhos o Parque do Flamengo!!

Pra terminar o post um pedaço do poema "O Alce" :

...From narrow provinces of fish and bread and tea, home of the long tides where the bay leaves the sea twice a day and takes the herrings long rides,

where if the river enters or retreats in a wall of brown foam depends on if it meets the bay coming in, the bay not at home;

where, silted red, sometimes the sun sets facing a red sea, and others, veins the flats' lavender, rich mud in burning rivulets...


Uma lista da BBC a colocou entre os cem poetas mais importantes do século 20. 
No Brasil, sua obra ainda é pouco conhecida e não totalmente traduzida. 
Ela morou no Rio e em Petrópolis. 
Sua estadia em Ouro Preto é quase ignorada...

Elizabeth dotou-se de uma poética feita das negativas de si mesma, de construções de personas, mas ainda assim insistentemente fincada no real.


Numa época (anos 50) em que a revolução sexual se preparava ainda para eclodir, foi (ou deveria ter sido) como uma ventania varrendo preconceitos e intolerâncias.

Alguns poemas , na versão original e na tradução :

http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13133.pdf

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