Quando se fala em top model negra, a primeira imagem que vem à cabeça é dela, Naomi Campbell.
Barraqueira, temperamental, metida e linda, ela já declarou:
"Eu nunca faço dieta, fumo, não malho e bebo.Mas trabalho duro: eu valho cada milhão que me pagam".
É dela, talvez, o posto de modelo negra mais importante da história da moda.
Naomi foi a representante negra na era das supermodels, nos anos 90 - que também incluía as tops Linda Evangelista, Cindy Crawford, Claudia Schiffer e Christy Turlington.
A primeira top negra, contudo, apareceu na década de 60: Donyale Luna
Misturava a volúpia de Josephine Baker e os traços angulosos de Twiggy.
E por falar em Twiggy :
Lesley Hornby (aka Twiggy Lawson) é uma atriz e cantora britânica nascida na Inglaterra e considerada a primeira top model do mundo.
Sua imagem quase andrógina, magérrima, pequena, com cabelos loiros muito curtos e imensos olhos realçados com camadas de rímel e cílios postiços, tornaram Twiggy o ícone dos anos 60.
E por falar em Miss Baker:
Josephine Baker, nome artístico de Freda Josephine McDonald, (Saint Louis, 3 de Junho de 1906 — Paris, 12 de Abril de 1975) foi uma dançarina norte-americana, naturalizada francesa em 1937, e conhecida pelos apelidos de Vénus Negra, Pérola Negra e ainda a Deusa Crioula.
Josephine era filha de Carrie McDonald e Eddie Carson, músico. Teve uma infância pobre, no sul dos Estados Unidos, em Saint Louis, e às vezes dançava nas ruas para ganhar algumas moedas. Como a mãe e a irmã, trabalhou como lavadeira na casa de senhoras malvadas (uma delas chegou a escaldar-lhe as mãos porque tinha gasto muito sabão).
Aos 15 anos, casou-se com William Howard Baker e ganhou o seu sobrenome, mas deixou-o dois anos depois, quando saiu de St. Louis, devido à grande discriminação racial existente na cidade.
Aos 19, conseguiu uma vaga num show da Broadway. Achavam que ela fazia muitas caretas e que tinha olhos vesgos. Por sorte, foi selecionada para participar de "Revue Nègre" em Paris.
Desembarcou na cidade luz no ano de 1925 e na noite de estreia, no Teatro Champs Ellysées, tinha os artistas Léger e Jean Cocteau na plateia.
As atrações do show eram os bailados exóticos e os negros zulus. Josephine fazia uma dança selvagem, com as plantas do pé no chão e as pernas arqueadas, a expor os seios e com uma tanga de penas.
Atrevida e sexy, tornou-se estrela no ano seguinte, no Folies Bergères e no Casino de Paris, conquistando a fama logo de seguida.
A sua primeira performance foi a famosa dança da banana, em que se apresentava vestida somente com uma tanga feita com as frutas.
Ela rapidamente se tornou a favorita da França. Ficou casada algum tempo com Pepito di Abatino.
Além de Baker e Abatino, casou-se com Jean Lion, Joe Bouillon e Robert Brady.
A lista de admiradores incluía Georges Simenon, Pablo Picasso, Alexander Calder e outros.
A participação de Josephine na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e a sua luta contra o racismo valeu-lhe as duas mais altas condecorações da França, a Cruz de Guerra e a Legião de Honra.
A partir de 1950, começou a adotar crianças órfãs durante as suas turnês pelo mundo, passando a criá-las no seu castelo, Les Milandes, nas vizinhanças de Paris.
Também adotava animais, de todas as raças.
Chegou a passear por Paris com um leopardo (Chiquita) que, de vez em quando, escapava da coleira dentro de um teatro, quando ela insistia em levá-lo para assistir a uma peça.
No final dos anos 60, passou por dificuldades financeiras e parou de dançar em 1968.
A princesa Grace do Mônaco ofereceu-lhe uma casa no Principado, quando soube dos seus problemas. Baker apresentou-se então no Mônaco, com grande sucesso, em 1974.
No mesmo ano fez apresentações em Nova York. Preparava-se para comemorar, em Paris, os 50 anos de palco, quando entrou em coma e morreu aos 68 anos, no 12 de Abril de 1975.
O seu funeral foi em Paris e ela foi enterrada no Mônaco.
Mas voltemos ...
Donyale Luna
Nascida em 1949, em Detroit, ela foi a primeira afro-americana a fazer uma capa de Vogue, para a versão inglesa da publicação.
Donyale era a única negra a fazer parte do clã de Andy Warhol.
Ela morreu aos 33 anos, de overdose, no Reveillon de 1979.
Depois disso, os anos 70/80 foram dominados por Iman / Grace Jones / Beverly Johnson - esta última a primeira negra a ser capa da Vogue America, em 1974.
O visual masculino de Grace Jones, que inclui vestimentas, maneiras e estatura (1,79m), foi uma grande influência no movimento "power dressing" dos anos 80, e também em artistas como Cher, Annie Lennox, Claudie Fritsch-Mmentrop.
Ela também exemplificou o corte de cabelo em "caixa" dos anos 70, que seria usado em seguida por muitos negros da América na próxima década. Manteve uma carreira de atriz em paralelo com a sua música.
Sua forte presença e visual foram levados ao seu trabalho de palco rapidamente:
Suas performances mostraram diversas personagens com roupas peculiares e forte atitude.
Um bom exemplo disso foi a sua colaboração com o artista visual Keith Haring, que pintou o seu corpo com símbolos tribais e a vestiu com uma armadura de fios.
E tem gente querendo imitar a Grace...
A modelo e namorada do xarope do Kanye West, Amber Rose, se arriscou a re-encenar uma foto icônica da diva Grace Jones.
A foto, que foi publicada no novo blog de Kanye, mostra Rose tentando alcançar a beleza escultural de Jones. Ela não conseguiu.
Amber Rose imitando Grace Jones
Grace Jones na foto original
Quando completou 82 anos, a Vogue America fez história ao colocar Beverly Johnson na capa.
A mais influente publicação para mulheres ricas americanas tinha uma negra na sua capa.
Depois disto, o rosto de Beverly esteve em quase 500 outras capas de revista.
Nesta época, cada grande criador de moda americano tinha uma modelo negra no seu casting.
Em seguida, ela começou uma carreira de atriz da TV, participando de diversas séries, como “Law & Order” e ”Lois & Clark: The New Adventures of Superman”.
Recentemente, ela esteve por duas temporadas no reality series “She’s Got The Look”, onde 36 mulheres acima dos 35 anos competem pelo título de Super model “acima dos 35″.
Como sua colega, Naomi, Beverly também lançou uma bem-sucedida linha de perucas, chamada Beverly Johnson Hair Collection
(será que este será o destino de Naomi?).
Em 2006, ao lado de Tina Turner, Coretta Scott King e Rosa Parks, Beverly foi uma das premiadas no “Oprah Winfrey’s Legends Ball” – que anualmente homenageia mulheres negras que se destacaram no campo do entretenimento, direitos civis e artes.
O New York Times a nomeou como uma das mais influentes pessoas da moda no século XX.
No Brasil, a representante afro-descendente era Veluma, uma das personalidades mais interessantes das passarelas brasileiras.
Linda, negra, exótica, talentosa, mas, principalmente, doce e simpática.
Um luxo de mulher!
Que fez carreira internacional e nos últimos anos dedicou-se a dar cursos de modelo.
Do Brasil, algumas que fizeram sucesso foram Luana de Noailles e a já citada Veluma ...
Mas a primeira capa da Vogue com uma negra só veio em janeiro deste ano com a angel Emanuela de Paula.
Aliás, esta é uma edição histórica:
foram bookadas apenas modelos negras.
Voltemos a Luna!!
Donyale Luna foi a primeira modelo negra na capa de uma grande publicação americana.
Era a edição de janeiro de 1965 da Harper’s Bazaar.
Um ano depois, ela estaria na capa da edição de março da Vogue Britânica.
De acordo com o jornal The New York Times, Donyale tinha um contrato de exclusividade com o fotógrafo Richard Avedon.
Num artigo da revista Time, publicado em 01 de abril de 1966, o título “The Luna Year” deixava bem claro o sucesso da moça.
No ano seguinte, o fabricante de manequins de loja, Adel Rootstein, criou um modelo feito a imagem de Donyale – um ano antes a modelo Twiggy serviu de inspiração.
Paralela a carreira de modelo, Donayle era atriz e participou de alguns filmes de Andy Warhool, Federico Fellini, Otto Preminger e em 1972 protagonizou “Salome”, dirigido pelo italiano Carmelo Bene.
Sete anos depois, Donayle morre de overdose. Estava com 34 anos.
Outra modelo que teve muito destaque foi Naomi Sims...
Depois de se formar psicóloga pela New York University, bateu na porta de várias agências de modelo, recebendo negativas, com a justificativa que “sua pele era muito escura”.
Até que um fotógrafo decidiu coloca-la na capa do Fashion of the Times, suplemento de moda do jornal The New York Times, de 1967.
Mesmo assim, sua carreira não decolava.
Aí… Ela conheceu Wilhelmina Cooper, uma ex-modelo que acabara de abrir uma agência, que mandou cópias da capa da Fashion of the Times para diversas agências de publicidade.
O resultado foi estrelar a campanha nacional da empresa de telefonia AT&T (usando roupas do estilista Bill Blass).
Um ano depois, Naomi ganhava U$1.000 por semana.
Ela se tornou a primeira super model negra na história da moda, aparecendo em outras diversas publicações de moda e outras de apelo mais popular.
Em Novembro de 1968, ela apareceu na capa da revista Ladies’ Home Journal e ainda ganhou artigo no The New York Times afirmando que Naomi era o melhor retrato do movimento “Black is Beautiful”.
No ano seguinte, ela foi a capa de outubro da Life - a mais famosa publicação da época, que declarava que Naomi era a modelo do ano.
Em 1972, Hollywood mostrou interesse que ela estrelasse o filme “Cleopatra Jones”.
Contudo, depois de ler o roteiro, ela se negou, afirmando que era muito racista.
Em 1976, ela lança uma linha de perucas para as mulheres negras, a Naomi Sims Collection.
O sucesso foi tanto, que ela abriu uma bem-sucedida empresa.
Além das perucas, ela criou produtos para pela, cabelos e maquiagem para mulheres negras, vendidos com sucesso até hoje.
Naomi morreu de câncer no seio.
Ela estava com 61 anos.
E a Webb??
O nome Veronica Webb é mais associado ao fato de ser a primeira modelo negra a assinar um contrato exclusivo com uma grande marca de maquiagem, a Revlon.
Mas ela fez muito mais, numa carreira de modelo, atriz e jornalista.
Nas passarelas, ela desfilou para Chanel, Azzedine Alaia, Isaac Mizrahi, Todd Oldham e Victoria’s Secret.
Foi capa da Vogue, Essence e Elle e por cinco anos, foi colunista da revista Paper.
Também escreveu para a Details, Esquire, The London Sunday Times e The New York Times Syndicate.
Como atriz, participou dos dois mais importantes filmes do cineasta Spike Lee “Malcom X” e “Febre na Selva”.
Na TV, ela apresentou programas na:
MTV, VH1, E! Entertainment, Fashion TV e Fox Entertainment, além correspondente para a HBO News, ”Good Morning America” e da BBC.
Fechando com chave de ouro o reinado de modelos negras : Iman...
Seu primeiro contrato como modelo foi na Vogue, em 1976.
Em seguida, apareceu em diversas publicações mundiais, estrelou campanhas para Gianni Versace, Calvin Klein, Donna Karan e Yves Saint Laurent e se tornou um dos nomes mais importantes da moda da década de 80.
Durante seus 14 anos como modelo de sucesso, Iman trabalhou com os principais fotógrafos de moda, como Helmut Newton, Richard Avedon, Irving Penn e Annie Leibovitz.
Quando se casou com o roqueiro inglês, David Bowie, em 1987, lentamente começou a se afastar das passarelas.
Tentou a carreira como atriz de TV (apareceu na série cult da década de 80 “Miami Vice") e no cinema (“Sem Saída”, ao lado de Kevin Costner e “Entre Dois Amores”, ao lado de Meryl Streep e Robert Redford), mas não decolou.
Em 1994, ela lançou uma linha de maquiagem, produtos de pele e perfumes, a Iman Cosmetics.
Dez anos depois, a empresa se tornou parceira da Proctor And Gamble, mantendo Iman como diretora executiva.
Iman é embaixadora oficial do projeto “Mantenha uma Criança Viva”, que distribui medicamentos para crianças portadoras do HIV/AIDS na África e Índia.
Estas moças foram as precursoras de uma carreira muito difícil, com direito a muitas negativas, situações constrangedoras de racismo, mas, por talento e muita sorte, elas sobreviveram e se tornaram figuras de sucesso.
Elas abriram as portas para gente como Tyra Banks, Liya Kebebe, Alek Week, Chanel Iman e outras...
O chato é saber que a história das modelos negras apenas começou no Brasil.
E as modelos negras brasileiras que estão fazendo sucesso aqui e lá fora?
Nomes como Rojane, Samira , Ana Bela , Carmelita e Emanuela??
Ana Bela
1,78 m de altura, olhos castanhos.
Uma Bela Negra.
Ana Bela começou sua carreira em dezembro de 2000, depois de procurar a agência para um teste e com seu perfil, logo passou a integrar o casting da Marilyn.
Ana estreou no Brasil como estrela da campanha da grife Einstein Jeans (2001), ilustrou editoriais das revistas Capricho, Raça, Io Donna, Vogue Brasil, Elle, Atrevida e Mundo Mix e logo embarcou para a primeira temporada internacional, em Nova York.
A beleza negra da modelo ficou registrada em diversas campanhas. Um dos trabalhos de maior destaque foi a campanha da M. Officer.
SAMIRA CARVALHO
Samira Carvalho 19 anos, paulista foi lançada profissionalmente como modelo em uma capa da revista Raça e tem agora uma promissora carreira internacional
ROJANE
Quando posava para estas fotos, Rojane recebeu a notícia do falecimento de Davi Azulay, o criador da Blue Man que revolucionou a moda praia ao criar o e o de lacinho.
Não foi uma notícia qualquer para a moda, muito menos para Rojane Fradique.
Nascida em Salvador no primeiro dia do ano de 1986 - verões depois de a Blue Man ter surgido, em 1973 -, a modelo considerava Davi quase como um padrinho.
Em vez de louras de cabelão, Davi colocava Rojane, negra e “careca”, para fechar seus desfiles – prestigio reservado para tops!
“Tenho a grande felicidade de ter feito, por cinco anos, todos os seus desfiles”, diz Rojane.
“Serei eternamente apaixonada por ele, porque tenho na minha memória aquele homem grande, educado, sorridente.”
Ela pedia conselhos ao mestre até mesmo sobre jogar vôlei de praia. “Não sei se tínhamos afinidades, mas ríamos muito quando nos encontrávamos”, lembra-se.
E pensar que antes de virar modelo, em 2003, a baiana, filha de um porteiro de escola com uma cabeleireira, trabalhava como manicure.
Seu sonho era desfilar para a Victoria’s Secret.
"É o sonho de toda modelo”, explica.
Rojane poderia ser mesmo o segredo de Victória, mas por hora, segue a vida de biquíni.
E que biquínis!
Rojane mostra que não basta ter 1,82m de altura. É preciso abusar!
Por isso a moda praia brasileira é o que é, da Blue Man à Lenny, do engana-mamãe ao cortininha…
EMANUELA DE PAULA
Emanuela de Paula é encantadora...
Viveu em Nova York e desde os 10 ela já pensava em ser modelo e fazia cursos em Recife – ela é de Cabo de Santo Agostinho, a 40 minutos da capital pernambucana.
Fez campanha para GAP e M.A.C em Nova York e está no editorial de capa da revista de Paulo Borges, a MAG!.
CARMELITA
Medidas perfeitas e um corpo de tirar o fôlego, 89 cm de quadril, 60 cm de cintura, 88cm de busto e 1, 78m de altura.
Começou a carreira de modelo em 2005 e não parou mais.
Assim como a top também itabirana, Ana Beatriz Barros, Carmelita está em grande ascensão, com a sua agenda lotada, várias campanhas, editoriais e mais de 40 desfiles nesta temporada de moda no Brasil.
E ainda os racistas gritam por suas bocas malditas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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