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14 de jan. de 2011

hohoho e uma garrafa de rum...

O cinema, mais do que a literatura (mesmo considerando os best-sellers extraordinários de um passado recente, como as obras do J. K. Rowling e o seu pequeno mágico Harry Potter, assim como Dan Brown e o seu Código Da Vinci), é a mola que impulsiona o comércio da sociedade.

Um pirata é, grosso modo, um fora-da-lei. Mas, apesar das histórias de grande violência, assaltos e algumas violações, a verdade é que subsiste no ar uma ideia de considerar o pirata um “bom vilão”. Pode parecer antagonico, dado que um vilão é um termo que nada tem de positivo, mas a expressão pode ser utilizada na visão romanceada da pirataria.

Usando uma perna de pau, dado que a outra terá sido perdido em batalhas sanguinárias de luta por fantásticos tesouros ou até pela própria liberdade, o pirata é também conhecido por ter os dentes terrivelmente estragados, assim como um lenço a segurar os cabelos compridos e desgrenhados. Igualmente patente na figura típica do pirata é o tapa-olho, tapando o globo ocular danificado por uma espada inimiga.

Perseguições em alto mar, fugas miraculosas das mãos de exércitos inimigos, grandes recompensas pagas por nações de todo o mundo como remuneração por um serviço prestado, tudo isto faz parte do imaginário popular.

Também muito famosa é a célebre Jolly Roger, a bandeira típica dos piratas, sendo que a mais conhecida é, efectivamente, a de fundo preto com uma caveira, com os seus ossos cruzados, desenhada a branco, criando um efeito assustador. Reafirme-se, no entanto, que existiram inúmeras variantes desta Jolly Roger: em vez de ossos cruzados, por vezes são apostas duas espadas, ao passo que outros símbolos de morte e destruição podem ser desenhados na bandeira.

Mais assustadora que a negra era, porém, a vermelha, cujo esvoaçar no topo da embarcação significava, automaticamente, que os inimigos iriam ser tratados sem qualquer respeito ou misericórdia. Convém analisar o nome utilizado para esta bandeira.

Jolly, como todos sabemos, significa alegre. Esta seria uma tradução literal. Porém, a colocação de Roger junto à outra palavra pretende significar um nome popularizado do próprio diabo – que, em inglês, costuma ser apelidado de “Old Roger”.

Não podemos descurar a ligação do termo Roger com a conotação fortemente sexual que lhe é imputada, ainda actualmente, e que se prenderá com o tratamento brutal dado às cativas.Mais do que como símbolo de um poder ou nação, a mesma forma para que as bandeiras eram utilizadas pelos demais navios, a Jolly Rogers era um sinal de aviso à navegação.

Quem a visse deveria dar uma volta suficientemente ampla para não entrar no raio de acção do navio pirata, caso contrário seria maltratado fisicamente, pelo que a sua actuação tinha um efeito primordialmente disuasor.

Antes de avançar, destaque para a distinção do termo pirata, utilizado de maneira geral à grande maioria dos foras-da-lei marítimos. No entanto, existiam outro género de navegadores que, não utilizando a bandeira de qualquer país, percorriam os mares com uma missão distinta dos tradicionais piratas:

- Corsários: Ao contrário da pirataria comum, o corso era efectuado em nome de um país, por missão ou carta expressa, mesmo que sob a bandeira do respectivo capitão da embarcação. De modo a enfraquecer o inimigo, a conhecer informações secretas ou mesmo resgatar mercadorias, algumas nações europeias recorriam aos serviços de corsários profissionais, contratando-se para determinados serviços específicos. Se o pirata ficava com o espólio para si, e respectiva tripulação, o corsário recebia um pagamento pelo acto, entregando o material capturado à nação que o contratara, podendo, por vezes, ficar com uma parte.

Um dos corsários mais famosos foi, sem dúvida, Sir Francis Drake que, ao serviço da Inglaterra, conseguiu entregar grande quantidade de tesouros aos soberanos britânicos. Um dos países que Francis Drake mais atingiu foi, na realidade, Portugal onde, na vila de Sagres, no extremo sudoeste do país, ainda se recorda a sua passagem ofensiva por aqui. Também existiram os corsários sarracenos, de origem berbere, que tinham como função atacar as rotas comerciais cristãs.

- Bucaneiros: Apesar de inspirados pelos corsários do século XVI, os bucaneiros distinguem-se deles por vários factores. Um deles, tem que ver naturalmente com o seu espaço de actuação, pois, ao contrário dos corsários e demais piratas, os bucaneiros (cujo termo provém do original inglês e refere-se aos piratas originários da zona das Caraíbas) costumavam fixar-se em determinado local e, posteriormente, a partir do mar defendiam os seus fortes. Também era a partir de determinado local, nas Caraíbas, que atacavam os portos e as costas das colónias espanholas na América do Sul e América Central.

É com eles que surge a importância da Ilha de Tortuga, rapidamente tornada famosa, que se localiza no mar das Caraíbas (a norte da Hispaníola, uma ilha das Antilhas a sudeste de Cuba), que era habitada por piratas e onde a violência imperava. Era um local com regras específicas para rixas e pilhagens, de modo a conseguir controlar toda aquela mole humana habituada a viver de forma livre e fora-da-lei.

- Filibusteiros: Na sequência do parágrafo anterior, acredita-se que a mistura dos bucaneiros com os demais piratas (que eram, por normal, mais violentos), na Ilha de Tortuga, deu origem a uma nova camada social de foras-da-lei, posteriormente conhecidos por filibusteiros. Igualmente conhecidos por “irmãos da costa”, o que revela que costumavam actuar longe do alto mar, a origem do termo “filibusteiro” pode estar relacionado com o facto de utilizarem embarcações leves e rápidas, mais vocacionadas para actuações incisivas.

Atualmente, os chamados piratas informáticos são responsáveis por actos similares aos do passado – na verdade, se os piratas antigos costumavam navegar pelos oceanos, os informáticos “navegam” nas ondas da World Wide Web; para além disso, se os primeiros piratas abordavam ostensivamente os navios para os assaltar, também os actuais costumam fazer cópias ilegais de documentos ou demais meios de informação (músicas, filmes, livros, software, etc), “assaltando” de forma indireta as empresas que têm como função o livro pela venda desse material, de modo a poder ter meios de investir em novos trabalhos.

Qualquer que seja o ângulo de visão, o certo é que um pirata será sempre uma espécie de Robin Hood com menor moral, ou seja, se a verdade é que roubam efetivamente aos ricos para dar aos pobres, também não deixa de ser curioso denotar que os “pobres” em questão são eles mesmos!

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