Impressionante como lá é diferente , pelo menos lá pelas bandas de Icaraí e Ingá...
Quando fui me aproximando de uma parte da cidade chamada Santa Rosa , as coisas foram ficando mais normais e já consegui avistar outras tonalidades e ai começou a fazer sentido a minha jornada , afinal estava no Brasil...
Se bem que sem querer querendo , assisti um comentário da atriz Regina Casé , que dizia , mais ou menos assim :"é um privilégio ser loura por essas bandas".
Continuei no meu trabalho nas escolas de São João e o mesmo reflexo observei nas escolas e enquanto esperava uma diretora fiquei lendo um desses novos livros de hístoria e constatei :
"cade os negros no livro ??"
A história dos negros nos livros didáticos termina com a abolição da escravidão.
Continuei no meu trabalho nas escolas de São João e o mesmo reflexo observei nas escolas e enquanto esperava uma diretora fiquei lendo um desses novos livros de hístoria e constatei :
"cade os negros no livro ??"
A história dos negros nos livros didáticos termina com a abolição da escravidão.
A relação desigual entre brancos e negros deve estar presente nos livros, nas duas polaridades.
Nós somos o segundo maior país em população negra no mundo, perdendo apenas para a Nigéria.
E não temos essa realidade retratada nos livros...
Esse abismo não está apenas nos livros: são poucas as faculdades de Pedagogia que tratam de relações raciais em seus currículos.
Nós somos o segundo maior país em população negra no mundo, perdendo apenas para a Nigéria.
E não temos essa realidade retratada nos livros...
Esse abismo não está apenas nos livros: são poucas as faculdades de Pedagogia que tratam de relações raciais em seus currículos.
Te lembro da Lei 10.639, de 2003, que obriga as escolas de Ensino Fundamental a ensinar a História da África, reduzindo a perspectiva eurocêntrica dos estudos de História.
Ou seja: na minha opinião, os livros e a escola, do jeito que estão, ajudam a reproduzir as desigualdades, e não a superá-las.
Ou seja: na minha opinião, os livros e a escola, do jeito que estão, ajudam a reproduzir as desigualdades, e não a superá-las.
A escola, que é um importante agente de socialização, não cumpre seu papel, não ajuda a enfrentar o modelo racista e discriminatório da sociedade, em que pessoas "de formato físico diferente" vivem papéis sociais diferentes.
Se a escola tem realmente o compromisso de formar um cidadão, um agente participativo, não poderia ser neutra em relação a isso.
Para mim ,"essa escola ainda está por ser construída".
No ano passado, tivemos um debate no curso de pós que frequento aqui em Sampa, na PUC. Alguns colegas fizeram um seminário sobre a questão das cotas, que permitem que a comunidade negra tenha acesso às universidades públicas e se corrija a injustiça histórica de só brancos sentarem nos bancos universitários de prestígio. Pareceu-me que os meus colegas eram contra as cotas e eu disse: Acho careta ser contra as cotas e acho que quem assim pensa não quer ter um negro sentado ao seu lado, uma vez que já se provou que a galera que entrou pelas cotas tem um rendimento acadêmico tão bom quanto qualquer outro aluno, e mesmo em alguns casos superior!
ResponderExcluirPenso que quando essas turmas de alunos que entraram apenas recentemente forem se formando,nas tais universidades de prestígio, começaremos a ver os frutos disso inclusive lá na escola de base, ou seja, com uma focalização das disciplinas clássicas alteradas por conta dessa modificação no modo de estudar a história e tudo o mais. Ou seja porque sua contribuição acadêmica poderá apresentar a diversidade que, na verdade, constitui a vida humana.