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25 de nov. de 2009

ENTRE SOCOS E TAPAS...







Tem momentos que me sinto assustado , mas ai penso em Tyler Durden que não é um cara legal. Ele irá mijar na sua soupa, dormir com a sua garota, fazer sabonete de sua gordura e bater em você até você virar paçoca. E mesmo assim, contra todas as possibilidades, ele é para mim o melhor personagem de filmes de todos os tempos. Na verdade não é difícil ver porquê – talvez aquela frase dita sobre James Bond “homens querem ser como ele, mulheres querem ir para a cama com ele” se encaixe mais com Durley, feito por Brad Pitt, que o próprio Bond.






Ele tem estilo, é inabalavelmente legal e é perigosamente carismático sem fazer o menor esforço. Ele é um deus do rock, um líder natural, um estabelecedor de tendências. Ele é um monstro, ele é exatamente a imagem do homem moderno (ou pelo menos a maneira de como o homem moderno gostaria de ver a si próprio). Ele parece o que você quer parecer, ele é uma criação completamente indestrutível. Número 1? Ele merece isso e mais um pouco mesmo me assustando quando fico pensando que queria ser como eles , de vez enquando!!!


Em 1871, quando tinha 16 anos, francês Arthur Rimbaud escreveu uma carta onde explicava sua teoria poética. Para ele, o artista tinha que expor a alma, experimentar “todos os venenos” para tornar-se um poeta – sábio, um passo à frente dos semelhantes. Tire os floreios da linguagem e o que sobra é mais ou menos a filosofia de Tyler Durden: só despindo-se de todos os resquício de humanidade é possível encarar a verdade frente a frente, de igual para igual.


O filme expõe a violência de forma tão crua que incomoda. Como nos socos levados por Jack, as feridas abertas pela obra de Fincher insistem em não cicatrizar. Um cruzamento de “Laranja mecanica” com a minissérie de quadrinhos “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller.

Clube da Luta” é o tipo de filme polêmico que deixa uma cicatriz nos anos 1990. A rigor, trata-se de uma das primeiras obras que procuram, ainda que de forma meio desorientada, refletir sobre a apatia, a letargia de toda uma geração, que vê o mundo escorrer pelo ralo e parece mais preocupado em largar mais cedo do trabalho para se trancar em casa e jogar Nintendo, ou assistir à novela das oito.


O discurso de Fincher é uma metralhadora giratória. Anti-religião, anti-consumismo, anti-TV, anti-tudo , ANTICINEMA , Niilista, mas freudiano também.


O cineasta flagra o homem brigando si mesmo, contra um destino imposto por algo maior do que ele (no caso, a sociedade criadora de regras de comportamento que ele mal compreende), um espelho que, no clube da luta do título, toma forma de um colega. Como Lúcifer, o homem de Fincher cai, mas arrogante até o fim.


O clube da luta é uma das melhores metáforas dos últimos tempos. E, através dela, é possível compreender que a filosofia de Rimbaud também é a filosofia de Fincher. Tyler Durden: um poeta de fim de milênio. Além disso, é uma metáfora edipiana muito engenhosa.


Em “Clube da Luta”, Fincher grita: “Meu maior inimigo está dentro de mim”.




Ahhhhhhhhhhhhhhhh , não poderia deixar de citar:


“First rule of Fight Club is — you do not talk about Fight Club.” – “Primeira regra sobre o Clube da Luta — você não fala sobre o Clube da Luta.”




Segue uma lista dos filmes mais assustadores de todos os tempos






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