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27 de jan. de 2009

poesias

LAPSOS

Sabe o que fazer quando eu chego (?)
Monta e desmonta o antigo cenário
Cabe sentir quando não se quer falar...
Música e poesia com valor e sem salário,
Sabedoria e estupidez, fluidez no enredo.
Quando brinco de errar é que acerto tentando
Quando faz querer tentar é quando erra brincando
Desconfia da atitude, da intenção daquele dia...
Sintonia desilude a tensão do dia-a-dia.

Vou no riso, na emoção, na cura...
Segue o medo, prisão na cama dura.
Segue você o seu, e eu o meu caminho:
Vou de açaí com granola,
Você vai de conhaque e vinho.
Não seria, pois, o dia de dizer,
Demonstrar o valor da real intenção...
Não é qualquer um que pode perceber
A saída e os labirintos de cada emoção.

Entender já não importa pra quem quer vivenciar
Cada palavra, surpresa, cada brilho em gargalhar
Esperança ainda vive, nada mais é, pois senão
Aquele almoço interrompido, o expediente ignorado,
Cada forma linda e louca de dizer "sim" e "não".

E assim, em momento, se sacia a libido
Não em beijos ou sexo, alimentando mistério.
Como forma de cuidar, a palavra é amiga,
O som é aliado, abre e cura as feridas,
Mas não deixam o sabor que devia ter sumido,
Nem emoções recém-nascidas partirem ao cemitério.

Sair completo da loucura alheia,
Apaixonar-se pelo significado e ir adiante
O significante é a imagem da sereia e,
Sempre que está dela diante,
Não percebe em seu lindo canto
O contido e infinito pranto.
Como se nunca diferente de antes
A cultura milenar chama de yin e yang
União imperfeita, com a lógica natural:
Uma mente brilhante e um coração celestial,
Não seria do bem um fim, nem de todo mal.

Acrescentar doses diárias de cura espiritual (?)
Tais episódios não poderiam ser um ritual
Não é um elo, promessa ou pacto de sangue.
São amigos por direito, por querer
Brindar a vida e a morte com champagne.
Vai e sofre, faz sofrer,
Volta e vem me procurar...
Pega a vida dividida
E em mim tenta juntar.


ESTRANHA

Saí pro mundo, me sinto estranha.
O sangue que aquece músculos, entranhas
Não é o mesmo que acalma os nervos
Ou que esquenta os órgãos e os dedos.
O verde em forma densa me trazendo lembranças
De quando deitava na praia, cabelo em tranças
Saí do mundo, ninguém estranha...
Todo mundo sabe o que se perde, o que se ganha.

Saí do mundo e entrei no mar
Água sagrada, salgada de Saquá!
Lugar mais–que-perfeito pra meditar,
Pensar no seu amor ou se bronzear...
Sinto saudade da liberdade daquele lugar.
Saí pro mundo, me sinto estranha,
Todo mundo sabe o que se perde, o que se ganha.

O verde me invade apenas o pensamento
Quando deito na areia e de repente
muda o vento.
Antes a olhar nuvens em movimento...
Livres, leves, sem destino, nuvem eu já
fui um dia,
Talvez devido ao verde aroma, desatino
que inebria.
Saí do mundo, ninguém estranha...
Todo mundo sabe o que se perde,
o que se ganha.

Toda forma de natureza, liberdade, sabedoria
Tem reação do sangue que em mim pulsa a cada dia...
Toda sensação de singelas, grandiosas emoções
Estão guardadas nos músculos cardíacos de milhões.
Saí pro mundo, me sinto estranha...
O sangue que aquece músculos, entranhas
É o mesmo que aquece cada indivíduo das multidões?



ORAÇÃO DO MONTANHISTA


Pensamento traidor eu administro
Por Cristo, com Cristo e em Cristo...
Atos falhos, maus presságios de quem vem omisso
Inexistindo e corrompendo, compasso sinistro
Mas não vou travar meus pés no alheio chouriço
Sigo a luz, fé máxima de Ti, que confio e persisto.
Pois me ouve e alimenta meu Espírito.

Tempo louco, mundo torto ao caminhar em vão
Vento solto fica preso nesse vasto turbilhão
Jesus, sendo minh’alma liberta por vinho e pão
Meu corpo e sangue conhecem a Tua consolação
Raros minutos brutos, solutos em oração
Pela família, por lucidez, amigos e irmãos
Não admito, pois, fulano vindo em invasão
Ao meu moral, espaço vital, minha aura e devoção.

Não acredito na vida suja, bruta, desgraçada
Pra fazer nego sofrer, bater cabeça na estrada
Ou deixar-se valer menos do que lata envenenada
Se posso crer na vida além de mero mito otimista,
Em um amanhecer sincero do amor humanista...
Pode vir o que vier contra minha fé montanhista.

Se Ele é o Santo, Senhor Universal
Se veio do outro plano livrar-me de todo Mal;
Se encarnou, morreu e deixou o colírio Pentecostal;
Se esse mundo não é Dele, é só treino material,
Celestial é o apego à Trindade atemporal!
Até o dia da minha Páscoa, busco o Bem fundamental.

Não somente oremos. Meditemos nossas ações
Intimidade não só para rogar piedade das nações
Pensemos ao menos nossas lástimas
Cortes espirituais
Divindade não é só para pedir Paz,
Mas reconhecer que antes da gente nascer
Deus fez o ser humano plenamente capaz.

Milagre é nossa vida mediante a morte do Filho
Falecido, porém no amor renascido
Braços abertos do Corcovado ao Monte Sião...
Não! Não quer ver os homens em prantos,
E sim acolhidos por sua herança:
O Espírito Santo!
Nessa unidade me inspiro também,
Dignidade, gentileza, esperança
Perseverança na humanidade.
Amém!


MÃOS & ÁGUAS

Quando cai a noite e o infinito céu brilha
Traz a mesma sensação do gosto doce da Índia
Sim, domingos quentes se preservam em família
Já se sabe de onde vem o calor do vento na Síria
São corações de diamante, amantes, kiss, vanilla
Pois então me dá a mão, corre, vem para o mar
Transparente, límpido, espelho do seu olhar
Mergulho, me entrego, afogo as dores nesse leito
Cada batida forte e acelerada do meu peito
É confirmação resplandecente ao sorriso que me dá.
Saia logo, Sol, pode luzir!
Bendita sua vinda, dia quente fez surgir
Puramente com a brisa, vim me aconchegar no solo
Sob a árvore, na sombra inerte do seu colo
A raiz é testemunha da paz onde moro
Se agite comigo, amado, tal qual folhas da copa
Que se beijam e permanecem unidas, galhos sutis
É aqui sua seiva, meu caule, que te conforta
Proteção, vida e fruto de amores juvenis
Me envolva por seu tronco sem a natureza morta
A chuva traz matéria, antes empoeirada
Barro rubro da longa e curvilínea estrada
Que guia os animais à grande fazenda isolada
Felizmente não conduz por entre a mata molhada
Templo de paixões secretas, cachoeira imaculada.
Fluidos, gelo, vapores, energia:
Tudo só tem vida pela sua maestria!!!
Versos soltos de uma tarde não tardia
São tesouro universal, alegria, sonhos...
É sede de tudo o que seremos, o que fomos.
Amar o mar de gente, de sal,
Riacho, ribeirão
Ah! Venha logo para alguma imensidão
Deixar um pouco de si no outro ser de solidão...
Fazer unir as almas, evaporar o que há de mal
O real encontro das águas é pegar na tua mão!


VETORIAL

Festa no Céu.
Eis uma queda: Anjo da Traição
Não feria a si, por terra,
Mas a toda hierarquia.
Sem Salvação,
Construiu
O império do Inferno
E declarava Guerra.
(...)
Não mire só por onde andas
Veja aonde cais em Verdade
Em Verdade, melhor ficar
Entre as labaredas sob os pés,
Solas flambadas de orgias
E a beleza Celestial
De hipocrisia em afetuosidade.
Prefira a consciência
Leve ou pesada, vigilante...
Horizontal, te acompanha
Pelas loucas madrugadas
Entre o vão das manhãs
Antes, após, durante.
Te prepara ao alheio
Em crítica a tais ações
E desnuda com olhares
Tuas meras opções.
Pessoas, lugares em brasas
Emoções que persegues em meio
A cada tombo e bater de asas...
Perfeição humana: é o mesmo
Que sortear o óbvio, afinal
Seja queda profana
Ou ascensão ao firmamento...
Se o limite é o pensamento,
Ultrapasse a ação vetorial!


todas de mnk...

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